A Traição Dele, Minha Vingança Mafiosa
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Capítulo 3

Ponto de Vista: Alessa

Eu os observei por mais um momento, um quadro vivo da traição. Então, virei nos calcanhares.

"Estou indo embora", anunciei para as costas deles.

O silêncio que se seguiu foi absoluto. Nenhum protesto. Nenhuma pergunta. Apenas o som dos soluços baixos de Valentina. Eles não se importavam.

Fui para o meu quarto - nosso quarto - e comecei a fazer as malas. Mas primeiro, entrei no closet gigantesco. Do meu lado, fileiras de bege, cinza e azul-marinho pendiam em perfeita ordem. As cores discretas da esposa de um Dom. O uniforme da minha prisão.

Afastei-as, alcançando uma caixa bem no fundo. Dentro estava a mulher que eu costumava ser. Tirei um par de jeans justos e gastos e uma camisola de seda vermelho-sangue. Tirei o vestido conservador que estava usando e os vesti. Soltei meu cabelo do coque apertado, sacudindo-o solto sobre meus ombros. Olhei no espelho e vi uma estranha, um vislumbre da garota impetuosa que eu havia enterrado há quatro anos. Foi uma ressurreição.

Enquanto fazia as malas, cada objeto que eu tocava era uma lembrança de um sacrifício. Os materiais de arte que guardei porque Santino os achava bagunçados. Os lenços coloridos e as joias ousadas que parei de usar porque sua mãe, Eleonora, os chamava de bregas. A vida inteira que eu havia abandonado, pedaço por pedaço, por um homem que estava atualmente consolando outra mulher na minha cozinha. O vazio da minha devoção era uma dor oca no meu peito.

Peguei meu telefone criptografado novamente e enviei uma única mensagem codificada.

*Preciso de conselho. O Cervo.*

Damião Costa, um Capo da organização do meu pai e um amigo leal da minha infância, respondeu quase instantaneamente.

*Uma hora. No lugar de sempre.*

Saí de casa sem dizer mais uma palavra a ninguém. O "lugar de sempre" era um bar tranquilo e familiar no centro de São Paulo, um lugar onde negócios eram conduzidos e segredos eram mantidos em segurança. O ar estava impregnado com o cheiro de madeira velha e uísque caro.

Damião já estava lá, uma presença sombria e sólida em um reservado no canto. Seu rosto estava sério.

"Alessa", ele disse, sua voz baixa. Ele não precisava perguntar o que estava errado. Estava estampado no meu rosto.

Contei tudo a ele. A constante violação de limites, os pesadelos, a massagem nos pés, a camisa. Contei a ele sobre a vergonha profunda e esmagadora que Santino havia trazido ao nome do meu pai.

Damião ouviu sem interrupção, sua expressão endurecendo a cada palavra. Ele tinha o instinto protetor de um padrinho sombrio, sua lealdade à minha família era absoluta.

Quando terminei, ele ficou em silêncio por um longo momento. "Você tem certeza de que a criança é do Marco?" ele perguntou, sua voz enganosamente casual. "Valentina era... conhecida, antes do Marco."

A pergunta pairou no ar, uma semente de dúvida que se plantou no solo fértil da minha raiva. Uma conspiração mais profunda.

Eu estava tão consumida pelo pensamento que não vi Santino até ele estar parado sobre nossa mesa.

Seu rosto era uma máscara de fúria fria. A possessividade irradiava dele em ondas. Ele não estava aqui por preocupação. Estava aqui porque sua propriedade havia deixado o terreno sem permissão.

"Você vai para casa. Agora", ele ordenou, sua voz não deixando espaço para discussão. Ele agarrou meu braço, seus dedos cravando na minha pele.

Na manhã seguinte, acordei no quarto de hóspedes. Meu braço estava roxo onde ele me agarrou. Na mesa de cabeceira havia um frasco de analgésicos e um copo d'água. Uma admissão silenciosa e patética de sua brutalidade.

Desci as escadas. A cena na cozinha era uma piada cruel. Santino tinha um prato de analgésicos para mim, mas havia preparado um banquete para Valentina - panquecas, frutas frescas, suco de laranja. Ele estava tratando sua culpa comigo e tratando-a com um banquete. Seu descaso insensível era de tirar o fôlego.

Caminhei até a mesa, meus olhos se encontrando com os de Valentina. Ela desviou o olhar, um lampejo de medo em seus olhos.

Inclinei-me, minha voz um sussurro frio e baixo apenas para seus ouvidos.

"Este é o seu primeiro e único aviso. Não me provoque novamente. Você não tem ideia do que sou capaz."

Endireitei-me, encontrando seu olhar aterrorizado. Ela estava vendo a Rainha da Máfia agora, e tinha razão em ter medo.

            
            

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