"Sim, Lucia está certa! Nós ficaremos bem já que fizemos o nosso melhor!", Hayes confortou Chester.
Na verdade, Meade era o mais velho da equipe. Ele tinha trinta anos, no entanto, ele não disse nada para tentar confortar Chester. Como os outros participantes eram bastante talentosos, ele entendia muito bem que sempre haveria a grande possibilidade de ter alguém melhor que ele. Na verdade, ele não estava nenhum pouco confiante no projeto em si, além disso, para ganhar eles tinham que depender também de um pouco de sorte. Mas já que as outras empresas participantes eram tão fortes quanto eles, isso não importava muito para ele. Mesmo que eles não ganhassem, pelo menos a derrota não seria vergonhosa.
"Vamos nos divertir essa noite. Eu estava tão nervoso!", Meade deixou escapar.
Os outros não disseram nada, o que significava que todos concordavam com ele. Depois de almoçarem em um restaurante perto do prédio do Grupo Evans, eles voltaram juntos para o escritório da DZ Media. Eles tinham que fazer um relatório referente ao encontro de hoje e calcular as chances de sucesso. Independente do resultado, eles teriam uma reunião de feedback que iria avaliar a performance deles, para salientar os erros e acertos.
Enquanto isso, no escritório do CEO do Grupo Evans, foi possível ouvir um diálogo.
"Senhor, aqui está a informação que você solicitou." Depois de dizer isso, Bob entregou um arquivo para Malcolm.
Malcolm pegou o arquivo dele e o pediu que saísse da sala.
Ele olhou para o arquivo, que só tinha algumas páginas, e franziu a testa surpreso. 'Será que houve uma coincidência?', ele pensou. Segurando o documento numa mão enquanto apoiava o queixo com a outra, Malcolm se encostou na sua cadeira, perdido nos próprios pensamentos.
"Malcolm..." Enoch entrou no escritório sem sequer bater na porta.
"A sua educação está piorando a cada dia!", Malcolm franziu o rosto.
"Se você ainda não terminou o trabalho que eu te passei, então você pode começar a vender gelo para os esquimós", Malcolm disse rindo, mas havia algo estranho naquele sorriso.
"Malcolm, por favor, não seja tão cruel comigo!", Enoch disse fracamente. Ele não duvidou de uma palavra sequer que Malcolm havia dito a ele.
"Um traidor divulgou o preço de oferta da empresa. Felizmente, foi descoberto antes que a licitação começasse, e o preço mudou, então não tivemos uma perda grande", Enoch disse com uma expressão séria em seu rosto.
O Grupo Evans estava ofertando para um projeto na Suíça, e eles estavam cem por cento confiantes que iriam ganhar a licitação. No entanto, apenas alguns executivos seniores sabiam qual era o preço de oferta, e todos eles eram vinculados a família Evans. Na noite anterior ao evento de licitação, Enoch checou o documento e acidentalmente descobriu que a licitação havia sido modificada. Por isso, por segurança, ele alterou o preço de oferta.
No dia seguinte, as empresas que estavam competindo, estavam com valores pouco abaixo do que havia sido divulgado que seria o do Grupo Evans. E quando chegou no momento de anunciar o preço de licitação real do Grupo Evans, os representantes das demais empresas ficaram obviamente chocados.
"Por qual motivo ele é tão impaciente? Será que ele não pode esperar só mais um pouco?", Malcolm perguntou com uma expressão fria em seu rosto. Ele permaneceu calmo, com exceção do sorriso leve em seus lábios.
"Malcolm, o que você acha disso?", Enoch perguntou curioso. Apesar deles serem irmãos, às vezes nem mesmo Enoch conseguia entendê-lo.
Malcolm era o tipo de homem que gostava de torturar os seus inimigos até que eles morressem de medo. Antes disso, ele permitiria que eles jogassem com ele, pelo tempo que eles quisessem, sem interferir em nada. Geralmente, os seus inimigos nem sequer percebiam que ele estava assistindo e observando todos os passos deles de perto.
"Vamos ver que outros truques ele tem na manga. Eu vou pedir ao Bob que transfira todos os documentos que você precisa assinar essa tarde. Eu não estarei aqui hoje à tarde, então eu gostaria que você resolvesse o resto sozinho." Malcolm se levantou, pegou seu paletó e estava prestes a sair.
"O quê? Ah não...", Enoch soltou um gemido de insatisfação.
"Sim, é isso!", Malcolm deu uma resposta afirmativa, mas o seu sorriso foi bastante irritante.
Enoch obviamente sabia que o seu irmão estava punindo ele. Como ele poderia permitir que outra pessoa adulterasse os documentos da licitação que ele carregou consigo o tempo todo? Mas por conta disso, ele estava ainda mais curioso para saber o motivo pelo qual o seu irmão, que era um viciado em trabalho, iria deixar o trabalho para trás.
"O quê? Você está curioso? Eu acho que é tranquilo eu te contar. Na verdade, eu vou encontrar a sua futura cunhada", Malcolm disse já que ele já sabia o que estava se passando na mente do Enoch. Depois de falar isso, ele se virou e saiu andando.
"O quê? Você está falando sério? Mesmo? Ela finalmente apareceu?" Enoch ficou de queixo caído quando ele entendeu o que o seu irmão havia dito.
"Senhor, estes são os documentos que precisam de assinatura e confirmação hoje, então por favor dê uma olhada neles", Bob disse num tom de voz frio enquanto colocava a pilha de documentos na mesa dele.
"Ei, Bob! Por acaso você tem esse sorriso maligno o tempo todo pois você passou muito tempo trabalhando com o meu irmão? Sem mencionar que você trabalha demais, né?", Enoch exclamou, olhando para Bob.
"Bem, você pelo menos sabe quem é essa mulher?" Ele pensou de repente em algo e olhou para Bob com os olhos brilhantes.
"Me desculpe senhor. Eu sou o assistente do CEO, e não o mordomo dele! Então eu não sei de nada da vida pessoal dele. No entanto, ele me informou que você pode trabalhar no escritório dele, pois ele não quer que esses documentos fiquem indo pra lá e pra cá o tempo todo." A voz do Bob era calma, mas clara, e ele não tinha a intenção de alimentar a curiosidade do Enoch.
"Hãn? Está bem, continue o que você estava fazendo." Enoch ficou bastante irritado e bufou.
Na DZ Media, assim que Lucia e os seus colegas retornaram, eles tiveram que participar de uma reunião de feedback para avaliar as suas performances. No passado, eles sempre chegavam a conclusões similares no final dessas reuniões. Mas agora, todos pareciam incertos enquanto Lloyd estava atipicamente quieto.
Em relação às qualificações deles, eles ainda eram inferiores em relação às grandes empresas internacionais. No entanto, em termos de capacidade de execução e planejamento, eles eram obviamente melhores. Mas eles ainda pecavam em experiência em promoções internacionais. E considerando os métodos de avaliação um tanto quanto complexos do Grupo Evans, eles tinham quase certeza de que eles não iriam ganhar o projeto.
"Por qual motivo você está ponderando tanto a respeito disso? Como Lucia disse, nós demos o nosso melhor, então não tem motivo para ficar pensando a respeito ou ficar se preocupando agora", Meade disse se esticando, e colocando os pés em cima da mesa.
"Lucia, hoje à noite nós vamos em um bar. Já faz muito tempo que nós todos não bebemos juntos", Hayes sugeriu.
'Um bar?'
Ao pensar em ir para um bar, Lucia de repente se lembrou do seu final de semana na Cidade X. O seu rosto ficou corado de vergonha naquele mesmo instante. Ela normalmente concordava quase que instantaneamente com tais sugestões. Além disso, depois de toda reunião que eles estivessem esgotados mentalmente, eles iriam passar um tempo em algum bar para melhorar o humor. Eles não iam para um bar somente para beber, mas eles gostavam de fazer isso para se divertir e conversar. Eles achavam bastante divertido observar e fazer chacota dos casais que ficavam empolgados demais se agarrando nos bares.
"Nossa, Lucia, as suas bochechas estão muito vermelhas! Você por acaso aprontou alguma coisa em um bar?", Meade perguntou enquanto observava atentamente a expressão dela.
"Vai se ferrar! Do que você está falando? Aonde vocês querem ir?", Lucia perguntou casualmente, tentando espairecer as memórias daquela noite na Cidade X.
"No nosso lugar de sempre. Por acaso existe algum lugar melhor que o Angelbaby na Cidade S?", Hayes perguntou, olhando para Lucia.
"Tudo bem então. Eu vou pegar um táxi essa noite. Nós ainda iremos às 21 horas?", Lucia perguntou enquanto olhava no relógio.
"Sim! Nos vemos hoje à noite então! Eu vou persuadir a minha namorada agora. Eu tenho estado tão ocupado com o trabalho nos últimos meses. Eu nunca tenho a chance de passar um tempo com ela, e se eu não confortá-la agora, ela vai acabar me dando um pé na bunda!", falando isso, Hayes saiu.
Os outros caíram na risada.
Naquela noite, haviam luzes neon iluminando a cidade inteira enquanto as pessoas bebiam e jantavam. As pessoas estavam usando maquiagem pesada para disfarçar os seus rostos, revelando assim apenas o lado mais sombrio e atraente para o mundo. Um homem que aparentava ser um cavalheiro, na verdade, era um lobo em pele de cordeiro. E uma mulher que parecesse ser conservadora durante o dia, na verdade iria se despir dos seus valores durante a noite e se tornar uma sedutora.
Essa era a vida noturna na Cidade S. Era a forma que os funcionários de colarinho branco, que trabalhavam duro durante o dia inteiro, iam descontrair à noite.
Depois de entrar no bar, Lucia e seus colegas pediram bebidas e aperitivos, enquanto conversavam sobre tudo, com exceção do trabalho. Um tempo depois, Chester notou uma mulher atraente na pista de dança e decidiu ir até lá dançar com ela.
"Eu preciso ir ao banheiro, mas vocês se divirtam", Lucia disse se levantando e andando até o banheiro.
Ela bebeu muita cerveja e não percebeu que estava bebendo muito rápido. E por isso, ela estava se sentindo um pouco desconfortável naquele instante. A cabeça dela estava aérea. Como ela havia se sentido nervosa o dia todo, o álcool fez seu cansaço vir à tona.
No banheiro, ela ficou parada na frente do espelho em cima da pia. Ela havia tido um sábado maluco, pensado demais sobre isso no domingo e na segunda, ela ficou muito estressada. Isso tudo fez com que ela ficasse com olheiras profundas, que nem mesmo a maquiagem foi capaz de esconder. 'Porra! Eu não devia ter vindo até aqui! Eu deveria ter ido direto para casa e dormido. Se eu continuar assim, vou parecer que tenho 36 anos em algumas semanas!'
"Quem nós temos aqui? Parece que é a Lucia, uma velha mulher que foi abandonada. Deve ser muito difícil viver sem um homem, não é mesmo?"
Lucia ouviu a voz aguda e sarcástica de uma mulher vindo por trás dela, então ela olhou no espelho para checar quem era. Ela estava com preguiça de sequer retrucar ao que ela disse, então ela se virou e estava prestes a ir embora. No entanto, as coisas não saíram como o planejado, pois a mulher decidiu entrar na sua frente e impedir que ela fosse embora.
"Mina Gomez, é sério que você não acabou com isso ainda?", Lucia perguntou enquanto olhava friamente para Mina.
"O que eu fiz? Eu só quero dar uma boa olhada em você, uma mulher abandonada. Ah, pobre Lucia! Olha só, o seu cabelo está todo bagunçado. Você está envergonhada? Você é tão velha e feia, não é de se espantar que Jonah não te quis!", Mina disse com um sorriso sarcástico.
"O que eu sou, ou deixo de ser não é da sua conta Mina! É melhor você ficar de olho no seu homem ou você vai acabar levando um pé na bunda também." Lucia levantou as sobrancelhas e olhou para ela zombando.
"Hãn? Você realmente acha que eu seria tão patética quanto você? O meu pai é dono das Propriedades Gomez. Mesmo depois de todos esses anos, você nem sequer tem uma casa própria, não é mesmo? Você ainda mora de aluguel naquela favela? Você não passa de uma vadia que foi abandonada pelos próprios pais. Nenhum homem vai querer se casar com você! Jonah só se deixou seduzir por você pois ele era cego, mas por mais que você fosse uma piranha com ele, nem assim ele quis tocar nesse seu corpo imundo. Isso deve ter sido bastante triste para você né?", Mina disse amargamente, e cada palavra que saía da sua boca parecia que estava apunhalando o coração da Lucia como se fosse uma faca afiada.
Lucia olhou para ela e fez um esforço para não derramar nenhuma lágrima. 'Não chore, Lucia. Se você chorar na frente dela, aí você vai perder definitivamente!', ela pensou. Beliscando a palma de sua mão com força, ela tentou engolir o ódio e a tristeza em seu coração.
"Ei, Mina, você está aqui! Você... Lucia?" A voz de um homem interrompeu a discussão das duas.
"Podem continuar, eu estou indo embora." Depois de olhar para Jonah, Lucia foi embora. Ela não conseguia aguentar mais nenhum minuto ali pois ela preferiria morrer do que ver os dois juntos. Ela deveria estar cega quando se apaixonou por um homem como Jonah.
Já se passaram muitos anos, e ela achou que havia superado, mas ela não podia estar mais errada. Até a mais singela provocação ainda machucava ela. Talvez ela não estivesse disposta a superar ele, mas talvez ela não conseguisse esquecer Jonah, até pelo fato de que ele era o seu primeiro amor. Ou talvez ela odiasse ele do fundo do coração dela. Lucia não sabia dizer ao certo como ela se sentia por ele.
"Não vá, Lucia. Você não gostaria de ver o quanto Jonah me ama?" Obviamente, Mina não queria que Lucia fugisse tão facilmente.
"Não abuse da sorte, Mina!", Lucia rugiu friamente enquanto fechava os punhos.