A Redenção da Viúva Bilionária
img img A Redenção da Viúva Bilionária img Capítulo 3
3
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
img
  /  1
img

Capítulo 3

HELENA POV:

"Um enxerto de pele?" Minha voz era um grasnido rouco e incrédulo. "Você quer que eles tirem pele da minha perna... para ela?"

Caio teve a decência de desviar o olhar. "É só um pedacinho, Helena. Disseram que cicatrizaria rápido. É para o bem de todos."

Para o bem de todos. As palavras eram uma zombaria. Eu havia entendido quando ele não conseguia me tocar. Eu havia entendido quando ele preferia a companhia dela à minha. Eu havia entendido ser abandonada em uma montanha. Mas isso? Isso era um novo nível de crueldade. Ele queria mutilar meu corpo pela mulher que carregava o filho dele.

Uma onda de fúria, quente e poderosa, inundou-me. "Saia", gritei, minha voz quebrando. "SAIA DAQUI!"

Passei o braço pela mesa de cabeceira, derrubando uma jarra de água no chão.

Caio recuou, sua mandíbula se contraindo. "Helena-"

"Sr. Mendonça", chamou uma enfermeira da porta. "Seu avô está na linha."

Ele me lançou um último olhar, uma mistura de frustração e impaciência, antes de se virar e sair.

Olhei para minha mão esquerda. A aliança de casamento parecia pesada, estranha. Sempre foi um pouco grande demais. Uma aliança substituta para uma esposa substituta. Com uma risada amarga que se transformou em soluço, tirei-a do meu dedo e a joguei com toda a minha força. Ela bateu na janela com um clique suave e desapareceu nos arbustos abaixo.

Passei dois dias naquele hospital. Caio me visitou duas vezes, visitas breves e protocolares, cheias de desculpas vazias sobre estar ocupado com "assuntos da empresa".

As enfermeiras sussurravam no corredor. Ouvi meu nome, seguido pelo de Júlia.

"Dá para acreditar? Ele deixa a esposa, que tem costelas quebradas, para ficar com a cunhada que só tem alguns arranhões."

"Ouvi dizer que a cunhada está grávida. Dizem que o Sr. Mendonça é o pai."

"Pobre Sra. Mendonça. Que casamento terrível."

Fechei os olhos, as palavras uma nova onda de humilhação.

Quando recebi alta, Caio estava esperando na entrada principal. Ele pegou minha bolsa, seu toque fazendo minha pele se arrepiar.

"Desculpe por não ter estado mais por perto", disse ele, sua voz anormalmente gentil. "As coisas têm estado uma loucura no escritório."

Eu não respondi. Passei por ele e entrei no banco de trás do carro.

De volta à mansão dos Mendonça, Bernardo Mendonça, o patriarca da família, estava esperando. Ele era um homem formidável, seu rosto gravado com as linhas do poder e da tradição. Ele correu para frente, seus olhos cheios de preocupação enquanto pegava minhas mãos.

"Minha querida Helena, você sofreu", disse ele, sua voz embargada de emoção.

Ele se virou para Caio. "Caio foi imprudente. Mas ele estava preocupado com a Júlia, você sabe como é. Não guarde rancor dele."

Ele estava dando desculpas para ele. Até ele.

Ele gesticulou para a equipe, que trouxe caixas de presentes caros. Era um pagamento pelo meu silêncio, pela minha dor.

Então, ele tirou uma pequena caixa de veludo do bolso. Dentro havia um magnífico colar de diamantes, uma peça famosa conhecida como "A Estrela dos Mendonça". Era a herança da família, passada para a esposa de cada geração.

Ele o prendeu em volta do meu pescoço. "Você é a única Sra. Mendonça que eu reconhecerei", disse ele, sua voz firme. Ele olhou de forma pontual por cima do meu ombro em direção ao corredor, onde Júlia acabara de aparecer. Ele estava fazendo uma declaração.

O rosto de Júlia ficou branco. Ela murmurou uma desculpa sobre não se sentir bem e fugiu escada acima.

Caio começou a segui-la, mas um olhar afiado de seu avô o parou no meio do caminho.

Olhei para os diamantes frios e pesados na minha pele. Parecia uma gaiola dourada. Eu sabia o que tinha que fazer. Mais tarde naquela noite, fui ao escritório para devolvê-lo.

Ao me aproximar da porta do escritório, ouvi suas vozes novamente, alteradas em raiva.

"Por que você deu a Estrela para ela?", exigiu Caio. "Pertence à matriarca! Deveria ser para a Júlia!"

"Vou dizer isso uma última vez", a voz de Bernardo era como pedra. "Eu só reconheço a Helena como sua esposa. Aquela... mulher nunca terá esse título."

"Não importa o que você reconhece!", a voz de Caio estava tensa, desesperada. "Minha certidão de casamento com a Helena é falsa! Eu já sou legalmente casado com a Júlia!"

O mundo parou. Falsa. O pedaço de papel que eu havia valorizado era uma falsificação.

Meu corpo tremeu violentamente. Virei-me e corri, minha respiração saindo em arquejos irregulares. De volta ao meu quarto, revirei meu cofre até encontrá-la. A certidão de casamento. Minhas mãos tremiam enquanto a desdobrava. E lá estava. Um erro de digitação gritante no nome do oficial do cartório. Um detalhe que eu estava feliz demais para notar.

Eu não era sua esposa. Eu era sua amante, sem saber.

Eu ri, um som quebrado e histérico que se transformou em choro.

A próxima coisa que soube foi uma empregada me sacudindo para acordar, me puxando da cama.

"Sra. Finley! Venha rápido!"

Ela me arrastou escada abaixo para a sala de estar. No chão, a Estrela dos Mendonça jazia, sua corrente quebrada, diamantes espalhados. Bernardo estava sobre ela, seu rosto uma máscara de trovão.

A empregada apontou um dedo trêmulo para mim. "Foi ela! Eu a vi descer e quebrá-lo!", ela chorou. "Trabalho para esta família há vinte anos! Eu nunca mentiria!"

Os olhos frios de Bernardo se fixaram em mim. "Helena, você fez isso?"

Antes que eu pudesse negar, meu olhar caiu sobre Júlia, parada no canto. Em sua mão, ela segurava uma fotografia. Uma foto dos meus pais idosos e frágeis, sorrindo, completamente vulneráveis. Era uma ameaça.

Minha boca secou. Minha voz era um sussurro. "Sim. Eu quebrei."

O rosto de Bernardo era uma parede de pedra de decepção. "Estou muito desapontado com você, Helena. Você ficará no seu quarto até entender seu erro."

            
            

COPYRIGHT(©) 2022