Ele ignorou o aviso urgente de Cayden atrás de nós. "Julia ainda está doente. Não... não faça nada com ela."
A porta se fechou com força, cortando o barulho do lado de fora.
Liam me soltou abruptamente, e eu mal consegui me apoiar na parede.
As lágrimas caíram sem eu perceber, e as enxuguei, envergonhada.
Liam franziu ligeiramente a testa. Ele desviou o olhar, afrouxou a gravata e entrou.
Eu não sabia se deveria ficar de pé ou sentar, incerta se deveria simplesmente ir embora.
Ele voltou. Agora com roupas casuais, ele se jogou no sofá, as pernas esticadas.
Seus olhos encontraram os meus, um leve sorriso neles. "Já que ainda está aqui, sente-se. Vamos discutir um acordo."
Lembrei-me de seu conluio com Cayden do lado de fora do quarto do hospital.
Meu rosto endureceu. "Nem pense nisso. Não vou concordar com a demolição. Nenhuma quantia de dinheiro vai mudar isso."
O sorriso de Liam desapareceu, sua testa se franzindo novamente enquanto ele balançava a cabeça, quase de forma impotente.
Quando ele olhou de volta, sua expressão era complexa. "Julia, não vamos falar sobre sua casa ainda. E quanto a Cayden? Você não quer se vingar dele? Ele e sua melhor amiga têm se encontrado pelas suas costas há três anos."
Ele pegou alguns vídeos no celular e os jogou na mesa. "Veja você mesma."
Caminhei para frente, atordoada. Mesmo preparada, os dois vídeos deixaram meus membros dormentes, meu corpo tremendo.
As imagens, claramente filmadas do outro lado do apartamento de Vivian, eram de alta definição, com zoom.
Ela trabalhava como freelancer após a graduação, gerenciando uma conta de beleza online.
As marcas de tempo mostravam que os vídeos foram filmados depois que eu saíra para trabalhar.
Cayden entrava pontualmente, beijando Vivian com avidez, suas mãos rasgando as roupas um do outro enquanto se moviam do sofá para a cama.
Por três anos, ele tinha sido contido e gentil comigo. Não podia acreditar que esse homem voraz era ele.
Liam parecia relutante em me ver desmoronar.
Ele se levantou. "Então, pronta para discutir um acordo agora?"
Eu o encarei, chocada que ele pudesse trair seu primo e ainda assim propor um acordo calmamente.
Raiva e frustração surgiram, mas eu me acalmei. "Além daquela casa, não consigo pensar em nenhum negócio que tenhamos."
Arrastei meus pés em direção à porta.
Sua voz veio de trás. "Julia, por que não aproveitar-se desse engano? Ele acha que você perdeu a memória e empurrou você para mim. E eu preciso de uma esposa."
O choque substituiu minha surpresa.
Mas rapidamente me recuperei, um lampejo de desgosto por seus motivos surgindo.
"Você quer tomar tudo? Me enganar para ir junto para poder derrubar minha casa?"
Ele esfregou a testa, aparentemente exasperado. "Não. Se você concordar, prometo que não tocarei naquela vila. Preciso dar algo para os parentes mais velhos impacientes da minha família se acalmarem. Um casamento primeiro... se tornará real depois, se você quiser."
Sua proposta repentina me pegou desprevenida. "Mas por que eu?"
Ele falou devagar. "Apenas conveniente. E você parece me odiar, então não preciso me preocupar em você se prender mais tarde."
Suspeitei que imaginei isso, mas seu tom e expressão pareciam forçados, como se ele não acreditasse no que dizia.
Enquanto eu hesitava, uma mensagem de Vivian apareceu. "Julia, você está bem? Deixou algumas coisas na minha casa. Vou levar amanhã."
Ver minha amiga de mais de uma década tão ansiosa para me expulsar, as lágrimas caíram novamente.
Digitei lentamente de volta. "Desculpe, não me lembro. Provavelmente não é importante. Jogue fora."
Quando olhei para Liam novamente, estava mais calma. "Aceito o acordo, mas assinamos um contrato primeiro."