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Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões
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Capítulo 3

Ponto de Vista de Elena Vitiello

A batida pesada da música pulsava pelo assoalho do lounge VIP. Era um clube privado, supostamente território neutro para as Famílias, mas esta noite os Moretti haviam alugado todo o andar de cima.

Eu estava sentada ao lado de Dante no sofá de veludo amassado. Seu braço estava estendido ao longo do encosto do assento atrás de mim - nunca me tocando, mas reivindicando agressivamente o espaço.

Era uma exibição territorial. *Isso é meu. Não toque.*

A sala estava densa com fumaça e o tilintar agudo de cristais caros. Os Capos riam, enquanto os soldados ficavam como estátuas perto das portas. Era uma celebração do aniversário da aliança.

"Certo, tragam!", alguém gritou por cima do barulho.

Uma pesada caixa de madeira foi colocada na mesa central. A Cápsula do Tempo.

Cinco anos atrás, durante uma festa de trégua, a geração mais jovem das Famílias havia escrito cartas para seus futuros eus. Era uma tradição estúpida, algo em que Sofia insistira quando ela era o centro do mundo de Dante.

Senti um suor frio brotar na minha nuca. Eu tinha me esquecido disso.

"Vamos ver quem previu o futuro!", Marco, um dos soldados de Dante, riu enquanto quebrava o selo.

Ele tirou um pedaço de papel dobrado. "Sofia... quer ser uma estrela de cinema."

Risadas ecoaram pela sala. Sofia ainda não estava aqui. Ela sempre se atrasava.

Marco enfiou a mão e tirou outro. Ele o desdobrou, e então congelou.

Ele parou. Olhou para mim, depois para Dante. O sorriso bêbado desapareceu de seu rosto.

"Leia", Dante ordenou, tomando um gole lento de seu uísque.

Marco pigarreou, mexendo-se desconfortavelmente. "É... é da Elena."

Dante olhou para mim. Eu encarei em frente, minhas unhas cravando crescentes nas minhas palmas.

"Leia", Dante repetiu, sua voz mais baixa, não deixando espaço para discussão.

Marco desdobrou o papel completamente. Sua voz era hesitante. "Eu não sei se ele algum dia vai me ver. Sou apenas uma sombra no canto da sala. Mas hoje, ele olhou para mim. Ele me salvou do tumulto na 25 de Março. Ele não sabe meu nome, mas eu sei o dele. Eu o amo. Eu amo Dante Moretti. Rezo para que um dia, eu possa ser aquela a lavar o sangue de suas mãos, mesmo que ele nunca me ame de volta."

O silêncio na sala era absoluto. Era mais pesado que o baixo, mais alto do que os gritos de momentos antes.

Senti-me nua. Cinco anos atrás, eu era uma garota ingênua com um diário. Agora, aquelas palavras pairavam no ar como a confissão de um crime.

Dante lentamente pousou seu copo. Ele virou a cabeça para me olhar. Sua expressão era indecifrável, mas seus olhos estavam arregalados, atônitos. Foi a primeira vez que o vi parecer verdadeiramente chocado, como se tivesse levado um soco no estômago.

Ele abriu a boca para falar. "Elena..."

Meu telefone não tocou. O dele sim.

Quebrou o momento como vidro. Dante estremeceu. Ele olhou para a tela.

Ele não atendeu imediatamente. Olhou para mim novamente, procurando em meu rosto, procurando pela garota que escreveu aquela carta.

O telefone tocou de novo. E de novo.

"Chefe", Marco sussurrou, a tensão palpável. "Pode ser urgente."

Dante atendeu. Colocou no viva-voz.

"Dante! Me ajuda! Por favor!" A voz de Sofia gritou pela sala silenciosa. "Eles têm armas! Estou na zona dos galpões! Eles vão me matar!"

O choque desapareceu do rosto de Dante. Foi substituído instantaneamente pela máscara do Ceifador. A besta acordou.

Ele se levantou tão rápido que a mesa tremeu. "Marco, reúna a equipe. Agora."

"Dante", eu disse, minha voz mal um sussurro.

Ele não me ouviu. Já estava se movendo, verificando o pente de sua pistola. Ele era um borrão de movimento letal.

"Fique aqui", ele latiu para mim por cima do ombro. "Não se mova."

Ele correu pela porta, seus soldados o seguindo em enxame. A sala de repente ficou vazia, exceto por alguns garçons confusos.

Fui para a varanda. A chuva havia parado. Olhei para a rua.

Vi Dante sair correndo da entrada do clube. Vi-o dar uma coronhada em um segurança que foi lento demais para sair de seu caminho. Ele pulou em seu carro, os pneus fumegando enquanto cantava.

Eu o observei partir.

Ele tinha ouvido a profundidade da minha alma, a verdade crua e sangrenta do meu amor por ele. E no momento em que outra mulher gritou por socorro, ele me deixou no silêncio.

Ele não correu para salvar a família. Ele correu porque não conseguia respirar se ela não estivesse respirando.

Peguei a carta da mesa. Rasguei-a ao meio. Depois ao meio novamente.

Joguei os pedaços em um cinzeiro e os incendiei.

"Adeus, Dante", sussurrei.

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