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A ex-esposa difícil de reconquistar

Adolf Dunne
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Capítulo 1 Renascimento e divórcio

"Rachel, sua vadia desgraçada. VÁ PARA O INFERNO!"

Na cama gigantesca, o rosto do homem era uma máscara de fúria, e seus olhos negros ardiam de ódio. As veias saltavam em sua testa e em seus braços enquanto ele estrangulava o pescoço esguio da mulher.

Ela ainda estava meio adormecida, mas sentiu que algo estava errado. Não conseguia respirar!

Rachel Bennet abriu bem os olhos, ainda atordoada pelo sono. Ela sentiu um par de mãos em seu pescoço, sufocando a vida para fora dela. Confusa, ela foi consumida pelo medo e pelo pânico.

Quando seus pulmões começaram a gritar por ar, seu instinto de sobrevivência foi ativado. Ela levantou as mãos até a garganta, tentando se defender de seu agressor.

Mas o homem não cedeu. Pelo contrário, ele apertou ainda mais o pescoço dela, fazendo com que seu rosto ficasse vermelho-escuro e sua visão se embaçasse.

Bam!

A porta foi escancarada e o mordomo entrou correndo. Seu rosto empalideceu ao ver a cena diante dele, mas ele não perdeu um segundo sequer. Ele correu para a cama e agarrou o braço do homem, gritando: "Senhor Sullivan! Senhor Sullivan! Por favor, solte-a! Você a está matando!"

"Ela merece morrer!" O homem tinha um olhar descontrolado e saliva saía de sua boca junto com suas palavras.

O mordomo sabia que não conseguiria parar o homem fisicamente, então se ajoelhou ao lado da cama e começou a implorar pela vida de Rachel. "Senhor Sullivan, por favor! Se você a matar, sua avó vai se revirar no túmulo. Ela não conseguirá descansar em paz!"

Avó?

Ao ouvir as palavras do mordomo, Vencedor Sullivan afrouxou um pouco o aperto.

Rachel aproveitou a oportunidade para escapar de seu alcance e rastejar para longe. Suas costas bateram na cabeceira da cama e ela ficou ali, encolhida como uma bola, olhando para Vencedor com os olhos arregalados e assustados.

O mordomo viu a mudança na atitude de Vencedor como um sinal para continuar insistindo. "Senhor Sullivan, tenha paciência! Hoje seu divórcio será oficializado. Você nunca mais a verá! Poupe a vida dela por causa da mãe dela. A mãe dela salvou sua avó uma vez, lembra? Por favor, acalme-se!"

Vencedor pareceu entender a lógica nas palavras de seu mordomo. Ele se levantou da cama e vestiu seu pijama em silêncio. Quando terminou, virou-se e falou, com uma voz fria como gelo:

"Vou dizer ao Ivan para trazer os papéis do divórcio aqui. Assine e depois suma daqui. Não quero ver sua cara nunca mais."

Com um último olhar cheio de ódio, ele saiu do quarto, seguido pelo mordomo.

A porta bateu atrás dele, o som ferindo os ouvidos de Rachel. Ainda em choque, ela se cobriu com as cobertas. Seu rosto estava pálido como a morte, e seu coração palpitava em seu peito.

Abaixando a cabeça, ela olhou para seu corpo. Estava completamente nua e hematomas escuros manchavam sua pele, de resto, impecável.

A adrenalina que corria por suas veias havia aliviado a dor até aquele momento. Mas, quando o pior passou, Rachel sentiu que seu corpo inteiro estava dolorido. Doía em todos os lugares.

Rachel não encontrou nenhuma roupa feminina no armário. Ele continha apenas camisas masculinas e ternos pretos.

Ela pegou uma camisa e uma calça de terno e as vestiu. A calça era ridiculamente grande para ela, arrastando no chão.

Além da dor que já sentia, ela começou a sentir uma terrível dor de cabeça se aproximando. Gemendo, ela foi até o sofá e se sentou. Ela recostou a cabeça e fechou os olhos. Memórias que não pertenciam a ela começaram a inundar seus sentidos.

Momentos depois, ela abriu os olhos novamente. Essas memórias pertenciam à antiga dona desse corpo, a mulher chamada Rachel. Após organizar silenciosamente as coisas em sua mente, ela finalmente chegou a duas conclusões.

Ela havia renascido, de Shelia Davis para Rachel Bennet.

A pessoa que habitava esse corpo antes dela era uma garota inútil e loucamente apaixonada por Vencedor. Sua mãe havia adoecido e morrido há um tempo, e seu pai era um canalha patético.

Houve uma batida na porta.

O som tirou Rachel de seu devaneio. Uma voz fria veio do outro lado da porta. "Posso entrar?"

Ela apressadamente enrolou a barra da calça e correu para abrir a porta. Um homem alto e de aparência apática estava parado ali, segurando uma pilha de papéis na mão.

"Ivan." Rachel rapidamente vasculhou suas memórias e recuperou o nome do homem.

Com o rosto inexpressivo, Ivan Chavez entregou-lhe os documentos e uma caneta. "O senhor Sullivan me pediu para acompanhá-la até a saída. Assim que você assinar os papéis do divórcio."

Rachel olhou para os documentos, lembrando-se do que o mordomo havia dito mais cedo. Hoje era o segundo aniversário de casamento de Vencedor e Rachel, mas, a partir de agora, também seria o fim de seu casamento.

O acordo de divórcio foi preparado às pressas em menos de uma hora? Vencedor devia odiar Rachel de verdade.

Ela pegou o acordo e começou a virar as páginas, assinando "Rachel Bennet" de forma caprichada onde era necessário. Ela terminou em menos de trinta segundos.

"Aqui está," disse Rachel, enquanto devolvia os papéis para Ivan e fechava a caneta.

Ivan a olhou com espanto, as sobrancelhas arqueadas. Ele não esperava que fosse tão fácil. Quando Vencedor lhe pediu para trazer o acordo, disse a Ivan que Rachel não queria assiná-lo, então ele talvez tivesse que usar a força.

"Você não quer ler primeiro?" disse Ivan, ainda sem estender a mão para pegar os papéis.

Rachel arqueou as sobrancelhas e respondeu secamente: "Não."

"Não está curiosa para saber o que vai ganhar com esse divórcio?" Ivan estava com a testa franzida agora, parecendo cada vez mais confuso.

Rachel arqueou as sobrancelhas enquanto ajeitava as calças. Ela lançou um sorriso para Ivan. "Não há necessidade de ler. Sei que há dois resultados possíveis. Um é que eu fique num mar de dívidas e vá à falência em breve, e o outro é que eu tenha que sair deste casamento sem um centavo. Tenho certeza de que Vencedor montou uma equipe de advogados excepcionais para trabalhar na melhor opção para ele."

Os olhos de Ivan escureceram. Ele pegou os papéis do divórcio e disse: "O senhor Sullivan só quer que você vá embora sem ficar com nenhum dos bens dele."

"Bom, certifique-se de agradecê-lo em meu nome." Rachel realmente não dava a mínima para isso. Era a antiga ocupante deste corpo que amava Vencedor, não ela. Ela nem se importava se o homem vivesse ou morresse.

Ela não queria um homem violento como ele para marido. Um homem que estrangularia a própria esposa até a morte. Ela agora tinha outra chance de viver e pretendia aproveitá-la ao máximo.

Os olhos de Ivan pousaram no pescoço de Rachel.

"Gostaria que eu chamasse um médico para você?"

Rachel ficou sem reação por um momento. Então ela se lembrou dos hematomas ao redor de seu pescoço e ergueu a mão para tocá-los. A sensação de sufocamento voltou e ela teve que balançar a cabeça para se livrar dela.

"Não, obrigada. Estou bem. Não é tão grave," respondeu ela, dando de ombros.

"Então, por favor, arrume suas coisas." O tom de Ivan voltou ao normal: frio e profissional.

Ela assentiu e saiu do quarto de Vencedor descalça, ainda ajeitando as calças. Ela tinha um longo caminho a percorrer para chegar ao seu próprio quarto. Vencedor odiava tanto Rachel que nem queria esbarrar com ela no corredor, então o quarto dela ficava do outro lado da enorme casa.

Ela levou quase dois minutos para chegar lá.

Seu quarto era originalmente um depósito, mas logo após o casamento de Rachel e Vencedor, Rachel se mudou para cá. Ela empurrou a porta e passou agilmente pela entrada estreita.

O quarto era realmente pequeno. Continha apenas uma cama e uma penteadeira, os móveis estavam tão próximos que não havia espaço para andar direito.

Rachel não tinha muito o que arrumar. Exceto por seus cosméticos espalhados pela penteadeira e algumas roupas, ela não tinha muito mais. Ela vestiu suas próprias roupas e enfiou o resto de suas coisas em uma mala.

"Certo, já arrumei tudo. Estou indo agora. Espero nunca mais ter que te ver, Ivan! Adeus!" disse Rachel com uma voz despreocupada e descolada enquanto arrastava sua mala pelo corredor.

"Rachel, para onde você pensa que está indo?" De repente, as portas do elevador se abriram, revelando uma mulher em um terninho. Seus saltos altos estalavam no chão de mármore, o som nítido e seco, combinando perfeitamente com sua voz incisiva.

            
            

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