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Capítulo 4 O encontrando pela segunda vez

Ryan bateu suavemente à porta, e uma voz feminina respondeu do lado de dentro: "Sim, pode entrar." Assim que entraram, eles se depararam com uma mulher de pé, segurando alguns arquivos.

"Olá, Sara", cumprimentou Ryan. "Bom dia, Ryan", replicou ela, desviando o olhar para Arianna, que estava ao lado dele.

"O CEO está por aqui?", indagou Ryan, e Sara explicou que ele havia saído logo após pedir que ela buscasse alguns documentos, e que já o aguardava há mais de vinte minutos.

Ao ouvir sua resposta, Ryan assentiu e se voltou para Arianna. "Essa é Sara, a secretária do CEO. Acho que seria melhor você esperá-lo e se apresentar quando ele retornar", comentou ele.

Arianna concordou e lançou um sorriso gentil para Sara. Ela ainda não conhecia todos os colaboradores da empresa, mas conhecer Sara era um bom começo entre tantos com quem teria que conviver.

"Me chamo Arianna", ela apresentou-se assim que Ryan se afastou.

"Prazer em conhecê-la, Arianna", respondeu Sara.

As duas aguardaram por mais dez minutos, mas o CEO ainda não retornara. Então, Sara disse que precisava sair, pois tinha outra tarefa a cumprir para o CEO dentro de uma hora e precisava voltar ao trabalho.

Arianna assentiu levemente, dizendo que tudo bem, e permaneceu esperando. Será que ele havia esquecido que pedira à secretária os arquivos antes de sair? De toda forma, como era nova ali, sabia que precisava ser formalmente apresentada ao CEO antes de começar de fato.

Enquanto aguardava, Arianna analisava o sofisticado escritório. Parecia a sala de um presidente, muito bem decorada e mobiliada.

Subitamente, um objeto chamou sua atenção. Ela franziu a testa e se concentrou. O colar e o pingente eram incrivelmente parecidos com os que pertenciam a ela.

Na época, deixara aquele colar em seu apartamento, mesmo raramente tirando-o do pescoço. O pingente ainda reluzia da mesma forma que o dela fazia antes.

Sentia falta daquele objeto. Afinal, era a única recordação que possuía de sua mãe. Ela não teve como levá-lo ao deixar a Cidade Z quatro anos atrás, e isso ainda doía.

Mas como o CEO podia ter um colar idêntico ao seu? Embora joias, às vezes, sejam produzidas em mais de uma unidade.

Arianna acabou aguardando por mais de trinta minutos. Suas pernas começaram a pesar, e os pés doíam com os saltos altos. Dessa forma, ela decidiu procurá-lo em outro momento.

Mas acabou ficando ocupada com o trabalho durante o restante do dia. Ela já se preparava para sair quando Ryan se aproximou de sua mesa.

"Conseguiu se apresentar ao CEO?", indagou ele, analisando Arianna dos pés à cabeça, o olhar percorrendo seu rosto, pescoço e busto, carregado de desejo.

Arianna se sentiu desconfortável com a forma como ele a observava. "Não. Esperei, mas ele não voltou antes do meu horário de saída."

"Sem problemas. Amanhã cedo, vá até o escritório dele e se apresente formalmente", orientou Ryan.

Arianna assentiu e se virou para sair, ansiosa por se afastar daquele homem repulsivo, quando ele a segurou pelo pulso.

Ele olhou ao redor, o ambiente estava vazio, já que todos os funcionários já haviam partido. Aparentemente, Arianna ficara até mais tarde para concluir suas tarefas.

Um calafrio percorreu sua espinha quando sentiu o aperto de Ryan. Ela olhou para a mão dele e depois para seu rosto, vendo seus olhos repletos de desejo, enquanto ele passava a língua pelos lábios de maneira insinuante.

"Posso te proporcionar uma vida maravilhosa aqui, se decidir colaborar comigo. Você e eu poderíamos trabalhar bem juntos... e se me agradar, posso garantir uma bela promoção, com muitos benefícios. A proposta maliciosa dele ainda continuava quando Arianna puxou o braço com força, indignada.

"Desculpe, senhor Ryan. Não sou do tipo que sobe na vida com favores assim. E da próxima vez, mantenha o profissionalismo ao se dirigir a mim", ela disse em voz alta.

"Saiba que eu posso fazer da sua vida um pesadelo se não seguir minha cartilha. Lembre-se disso", ameaçou Ryan.

Arianna o encarou com nojo antes de se afastar. Que absurdo! Ela pensara que ele fosse alguém sério, sem nunca imaginar que pudesse ser tão desprezível a ponto de assediar uma funcionária.

Feliz por ter conseguido o emprego na Hudson Holdings, ela resolveu passar numa loja e comprar algo para Eli, algo que pudesse fazê-lo sorrir.

Com isso, ela pegou um táxi até o mundo das crianças, um grande supermercado com seção infantil.

Lá, ela comprou um carrinho de brinquedo e um boné, pois era o que seu orçamento permitia no momento. Passando o cartão, ela finalizou a compra. Ao sair, carregando as sacolas, notou uma aglomeração de pessoas cochichando.

Ela então acelerou os passos para ver o que acontecia. Um homem de terno preto espancava um idoso caído no chão.

Arianna olhou ao redor e viu outros homens de terno apenas assistindo, sem intervir.

O velho sangrava, com o rosto coberto de hematomas. Sem pensar duas vezes, Arianna correu até o homem de terno e o empurrou.

Ele tropeçou, surpreso, e Arianna rapidamente ajudou o idoso a se sentar. Em seguida, ela encarou o agressor, que a olhava furioso.

"Como pode bater em um idoso assim? Não tem respeito nenhum?", repreendeu ela. A multidão murmurava ainda mais alto, e Arianna se perguntou por que ninguém havia agido antes.

"Quem você pensa que é para interferir? Está querendo morrer?", gritou o homem de terno, com um olhar assassino.

Ignorando a ameaça, Arianna apontou o dedo: "Não se atreva a encostar nele de novo."

O homem se espantou com a ousadia dela. Como ousava confrontá-lo? Ele riu alto, cerrando os punhos. "E se eu encostar? O que vai fazer?"

"Vou te dar um tapa que vai ecoar no quarteirão", respondeu Arianna, com firmeza. Que covardia, um jovem agredindo um idoso que poderia ser seu pai como se fosse nada.

De repente, a multidão começou a se dispersar. O homem ergueu o braço, pronto para golpear novamente, quando ouviu: "Pare."

Sua mão congelou no ar. Aquela voz era inconfundível. Era seu chefe, e lentamente, ele baixou a mão.

Arianna virou-se e viu uma figura alta e imponente, observando-a com irritação. A maior parte da multidão já havia se afastado, mas alguns ainda assistiam de longe.

"Personalidade poderosa?", murmurou Arianna. Ela o conhecera no dia anterior, e ele fora o motivo de sua demissão. Por sorte, ela conseguira algo melhor na Hudson Holdings.

O homem observava Arianna com frieza. Ele analisava-a de cima a baixo, ainda mais irritado com o que considerava uma tentativa dela de chamar sua atenção.

"Desculpe, chefe. Este homem tentou roubar e fugir. Eu o capturei e lhe ensinei uma lição quando aquela mulher se aproximou de mim e me ameaçou...", explicou o homem de terno, enquanto a personalidade poderosa erguia a mão, o silenciando.

Arianna estreitou os olhos e encarou o idoso, perguntando: "Você realmente roubou alguma coisa?" Ela se culpou por ter interferido sem saber o que havia ocorrido.

"Sim, me desculpe", murmurou o senhor.

Arianna se sentiu desconcertada. Ela então engoliu em seco, lançou um olhar ao agressor e, logo em seguida, à personalidade poderosa, antes de desviar os olhos.

"Você é uma caçadora de atenção. Já é a segunda vez que cruza o meu caminho. Fale de uma vez o que deseja, quem está por trás disso e quem te mandou me seguir?", ele perguntou com uma voz grave e ameaçadora.

"Foi apenas coincidência. Com licença", disse Arianna, tentando se afastar, mas rapidamente foi cercada por vários seguranças dos dois lados e pelas costas.

Dessa forma, ela acabou ficando a poucos passos da personalidade poderosa. "Quanto você quer para desaparecer da minha frente e nunca mais cruzar meu caminho?", disparou ele, com o olhar carregado de fúria.

No segundo seguinte, ele esticou a mão e um segurança lhe entregou um maço de notas. Jogando-o no chão, ele exclamou: "Pegue isso e suma da minha vista. Sei exatamente o tipo de mulher que você é. Aparece na frente de gente influente só para chamar atenção. Se eu te vir outra vez, vou acabar com você, e não vai sobrar nem seu nome."

"Não tenho intenção nenhuma de me aproximar de você novamente. E, com todo o respeito, não sou esse tipo de mulher. Também não preciso do seu dinheiro", afirmou ela, virando-se para sair.

Os seguranças bloquearam a passagem, mas ao menor sinal dele, a deixaram passar.

O senhor correu atrás dela, com as mãos unidas em súplica: "Me perdoe, senhorita. Esse não sou eu. Estava com muita fome, e acabei roubando aquela torta..."

"Então peça. É muito melhor pedir ajuda do que roubar. Veja a que ponto você chegou?", aconselhou Arianna.

Ela vasculhou a bolsa, tirou a última nota de 20 dólares e estendeu para ele. "Tome, compre alguma coisa para comer."

O homem agradeceu, e Arianna seguiu seu caminho. Agora estava em apuros, pois o dinheiro do táxi que havia guardado foi o que deu ao idoso. Como chegaria em casa agora?

Ela permaneceu parada por alguns minutos, até que um BMW passou devagar por ela, deu marcha à ré e parou diante dela. Logo a porta se abriu, e uma mulher elegante desceu.

"Arianna!", chamou ela, correndo ao seu encontro e a abraçando antes que Arianna pudesse reagir.

"Genesis", disse Arianna, retribuindo o abraço com os olhos marejados. Genesis havia sido sua melhor amiga por anos, até a separação quando Arianna deixou a Cidade Z.

"Senti tanto a sua falta, Aria, meu bem", disse Genesis com a voz embargada.

"Também senti sua falta, Gene", replicou Arianna. As duas sempre se chamavam carinhosamente de "Aria" e "Gene".

As duas se afastaram e entrelaçaram as mãos, se olhando com brilho nos olhos.

"Está indo para onde?", perguntou Genesis.

Ao ouvir a pergunta, Arianna respondeu: "Para casa."

"Então entre, amiga. Temos muito o que conversar", disse Genesis.

Arianna entrou no carro, sentindo-se renovada. Estava verdadeiramente feliz por reencontrar Genesis. E agora, voltar para casa seria muito mais fácil.

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