Dia dezesseis de outubro essa vai ser a minha última semana de liberdade e estou aqui jogada na cama de pijamas e meias fofinhas, olhando para as estrelas fluorescentes que colei no teto quando tinha dez anos, naquela época tudo era mais fácil, e eu me dava muito bem com meu pai a gente costumava passar muito tempos juntos em viagens e explorações pelo quintal atrás de joaninhas.
Hoje em dia o odeio com toda a força do meu ser, ele é um babaca e só de pensar nisso agora meu estômago revira, porém vamos do início.
Há dois anos meu pai abriu falência e teve que fechar a fábrica dele, ficamos tão pobres que tivemos que mudar para Newark, uma cidade de Nova Jersey onde a criminalidade e as máfias eram tão normais quanto levantar pela manhã e bocejar.
Meu pai não conseguia viver com pouco e recebeu uma oferta para pegar um empréstimo com uma das famílias mais temidas da cidade.
A família Fernandes era muito influente e vendo que meu pai faria qualquer coisa para viver com luxo novamente, começaram a fazer um empréstimo atrás do outro para o meu pai, que não pensou duas vezes e pegou cada um deles, os valores eram altíssimos e como meu pai achava que ia recuperar sua empresa e sua fortuna ele nem estava se preocupando em que uma hora eles iriam cobrar o dinheiro todo.
Basicamente o idiota do meu pai deve muito dinheiro a eles, e no mês passado o senhor Claudio o chefe da máfia esteve aqui em casa para cobrar os empréstimos, pois já tinham se passado dois anos e meu pai já devia muito a ele.
Meu pai o implorou pedindo mais tempo, porque até o momento ele não tinha recuperado nada da fortuna que foi tirada dele, porém o senhor Cláudio não quis saber e disse que se ele não tivesse dinheiro para o pagar teria que pagar de outra forma.
Dando sua filha para se casar com o herdeiro dele.
Se ele desse a filha dele, o senhor Claudio iria dar uma pensão ao meu pai para o ajudar nas despesas e esquecer a dívida.
Sim, como vocês estão imaginando o idiota do meu pai aceitou essa proposta absurda mesmo eu gritando e falando que não queria, ele não me deu ouvidos e aceitou o plano, me casaria uma semana depois do meu aniversario de dezoito anos.
Odiei meu pai desde aquele dia em que ele assinou aquele contrato, e agora estou aqui jogada em minha cama sentindo raiva por estar completando dezoito anos hoje.