Capítulo 4 Atração estranha

PONTO DE VISTA DA AMANDA:

'Querido diário, Sei que é a primeira vez que escrevo desde que mudei de casa e de vida. Bem, desde que cheguei aqui estou tentando me adaptar a minha nova rotina.

Amanhã será o meu quarto dia de universidade. Sinceramente, não pensei que seria capaz de suportar toda essa mudança de uma maneira tão tranquila como está sendo. Marcelo e os seus amigos me fazem companhia e se tornaram uma boa distração para mim.

Eles são ótimos e acho que gosto de passar tempo com eles. Hoje, eles vão dar uma festa para celebrar a volta de um dos seus amigos que estava fora da cidade. Eles me convidaram e aceitei o convite.

Será a primeira festa que vou depois de mais de um ano, para ser exata, depois de quinzes meses. Estou muito nervosa. Só espero ser capaz de manter a minha atuação.

Outra coisa, acho que estou gostando desse cara, o Marcelo. Ele é super carinhoso e atencioso com todos. Gosto da maneira como ele se comporta, e que sempre encontra um jeito de me tirar das situações embaraçosas que acabo me metendo.

Com amor, Am.'

Assim que terminei de escrever no meu diário, me levantei da cama e fui até a varanda pegar o meu top, que tinha deixado lá para secar, e aproveitar e fechar a janela, pois já estava na hora de dormir.

A varanda estava voltada para o oeste, o que significava que era virada para a floresta e por isso, de vez em quando, gosto de me sentar e escrever lá.

Quando cheguei na varanda, senti arrepios por todo o meu corpo, como se alguém estivesse me observando, olhei na direção da floresta, mas as árvores grandes e densas muito perto uma das outras, e mais a escuridão, não me permitiam ver muito longe.

Talvez, mais uma vez, estivesse tendo alucinações. Não posso mais ficar escutando as histórias estranhas da Bárbara.

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No dia seguinte.

Assim como nos três dias anteriores, fui caminhnado para a universidade.

Bárbara fez o possível para me convencer do contrário, inclusive me ofereceu o seu carro, mas, educadamente, não aceitei. Até Marcelo e os seus amigos me pediram inúmeras vezes para ir com eles, mas insisti nas minhas caminhadas.

Quando cheguei na frente da universidade, vi um aglomerado de gente se formando em torno dos amigos do Marcelo. Achei que não era o melhor momento para cumprimentá-los, assim que, comecei a entrar, porém, Davi interrompeu a minha intenção.

"Ei! Amanda! Estamos aqui!" Ele gritou, enquanto acenava para mim, e todos se viraram para olhar para a pessoa com a qual ele estava falando.

Sorrindo sem jeito, mudei o meu rumo e caminhei na direção deles.

Logo, vi que todos se despediram e seguiram para as suas aulas, exceto o grupo do Marcelo.

Ao alcançá-los, acho que vi o homem mais bonito do mundo. Bem, foi o que me pareceu em um primeiro momento.

O estava vendo de perfil e parte do rosto, mesmo assim, poderia afirmar que ele era lindo.

Ele era alguns centímetros mais alto do que eu; e quando estava próxima dele quase tive uma hemorragia nasal.

Fechei os olhos por alguns instantes, quando o meu nariz detectou algo estranho, cruzei as mãos sobre o peito, como defesa, para controlar os meus pensamentos e emoções.

Como se ele também sentisse algo, ele parou o que estava fazendo e de repente, se virou para olhar para mim.

Fui pega pelo seu olhar, e fiquei congelada por alguns segundos, quando o meu salvador finalmente veio me resgatar.

"Edgar, esta é a Amanda, que falei para você. E Amanda este é o membro principal, ou melhor, o chefe do nosso grupo, Edgar."

Balancei a cabeça para ele, no momento em que fui apresentada, e depois de dar um breve sorriso para o Marcelo e outros, caminhei para dentro da universidade. Embora o cara fosse muito bonito e tudo mais, seu olhar severo estava me arrepiando como o inferno.

Parecia que se ele tivesse uma chance, me comeria viva. Ele tinha intenção de me matar?

"Ei! Espere! Nós também estamos indo." Marcelo e Luca disseram, e mais uma vez minha caminhada para sala de aula foi interrompida. Desta vez, os dois se juntaram a mim, cada um deles colocou a mão em um dos meus ombros.

"Vocês são tão pesados. Não se apoiem em mim." Resmunguei.

"Ha, ha, ha... Sim, nós somos. E você terá que nos aguentar." Luca disse provocando.

Não sei por que estava tendo essa sensação constante de alguém me olhando de longe e, portanto, olhei para trás, mas não vi ninguém.

Tive três palestras e não prestei atenção em nenhuma delas, passei o tempo todo pensando naquele cara misterioso, o Edgar. Sim, ele não sai da minha cabeça desde essa manhã.

Não nego que ele é lindo e todas essas coisas, mas descobri uma nova sensação dentro de mim desde que o vi, e era uma sensação estranha.

Não sei por que estava me sentindo atraída por ele. Quer dizer, já vi muitos homens lindos, mas nunca tinha me sentido assim por ninguém, nem mesmo pelo meu ator favorito.

Vi que tinha uma cadeira vazia ao lado do Luca, e não localizei o assustador e atraente Edgar, assim que, suspirei de alívio e me sentei no lugar vazio.

"Ei? Você não parece bem hoje. Posso fazer alguma coisa para ajudar? Você está pensando na festa de hoje? Se for isso, você não precisa se preocupar. Vamos apenas nos reunir para bater papo e nos divertir um pouco, nada de exagero." Luca disse aproximando-se de mim.

Sorri para ele, agradecida de coração, e em seguida, anuncei que iria sair da sala.

"Ei pessoal, vou pedir alguma coisa para mim, vocês querem algo?" Perguntei.

"Eu vou com você." Marcelo disse imediatamente e se levantou, e seus amigos começaram a assobiar.

Creio que sabia o que eles estavam querendo insinuar com aquela atitude, e acabei ficando super vermelha de vergonha.

"Hum... Está bem", disse para o Marcelo.

Antes que pudéssemos começar a nos mover, alguém agarrou a minha mão e senti choques elétricos percorrendo o meu corpo. Parecia que tinha sido eletrocutada pelo menos cinco segundos. Mas, estranhamente, estava me sentindo muito bem.

Quando levantei os olhos, vi ninguém menos que a minha nova paixão arrepiante e atraente, o Edgar.

"Queria pedir algumas coisas também! Vamos lá!" Ele disse, sem sequer olhar nos meus olhos.

Balancei a cabeça brevemente, antes de me mover na direção do balcão, que estava quase do outro lado.

'Por que estou deixando outra pessoa dirigir as minhas emoções?' Fiquei com raiva do meu comportamento, antes de pedir dois shakes de chocolate com gotas de chocolate e dois sanduíches de queijo.

Precisava comer mais, porque o meu corpo estava chateado e eu estava me deixando levar, por isso, precisava de mais energia.

Levei o que comprei para uma mesa vazia, pois a do Marcelo estava completamente cheia, e ele, rapidamente se sentou ao meu lado, creio que ocuparam a cadeira dele também.

Olhei para pedido dele e fiquei realmente surpresa. Ele comprou três hambúrgueres, uma pizza de tamanho médio, dois pedaços de sanduíches de queijo caprichados, um shake de banana e uma tigela de noodles.

"Tem certeza de que você consegue comer tudo isso? Quero dizer, posso ajudá-lo, se você não puder." Eu disse rindo no final.

"Sem problemas. Você pode pegar o que quiser." Ele disse, antes de colocar o meu cabelo solto atrás da orelha.

Sei que as minhas orelhas ficaram um pouco vermelhas com isso, porque as estava sentindo queimar.

Antes que eu pudesse reagir, Edgar veio para a nossa mesa e se sentou ao meu lado.

Olhei para ele com um ponto de interrogação no rosto?

"Minha cadeira está ocupada." Ele afirmou o óbvio com a sua voz aveludada.

Sentindo que eu estava olhando para ele, ele se virou para mim e sorriu.

Queria tanto beliscar suas bochechas ou talvez mordê-las, até mesmo passar a língua nelas.

Balancei a cabeça chocada com o tipo de pensamento que estava tendo sobre uma pessoa que tinha acabado de conhecer.

'Nossa, Amanda! Qual o seu problema?' Queria gritar comigo mesma.

"Então a festa de hoje é para você?" Perguntei para disfarçar o constrangimento.

"Vou ter uma festa? Como é que eu não sabia disso?" Edgar disse olhando para o Marcelo.

Ops! Acabei de estragar uma surpresa? Olhei para o Marcelo com um pedido de desculpas nos olhos.

"Alfa, quero dizer, Edgar, você sabe que queríamos nos divertir e a sua volta é o motivo perfeito, portanto, vamos celebrar." Ele disse naturalmente, antes de sorrir para mim.

"Você vai?" Edgar me perguntou, com toda a sua atenção voltada para mim.

"Eu... Estou pensando sobre isso." Disse, sem saber para onde tinha ido a minha confiança.

"Ela vai sim. Vou fazer ela ir." Daniel disse beliscando o meu rosto, antes de piscar para mim.

E não sei se era só eu ou o quê, mas acho que escutei um rosnado alto vindo de algum lugar perto de mim.

Quase derramei o milk-shake de chocolate na minha roupa.

Quando terminei de limpar a minha sujeira e olhei para os lados, Marcelo e Edgar tinham desaparecido.

Olhei para os seus pratos quase vazios, e então, olhei para o meu prato, que tinha uma fatia de pizza e um pouco de noodles.

'Só pode ser a sobra do lanche do Marcelo.' Pensei, antes de continuar comendo.