TEATRO GÓTICO
img img TEATRO GÓTICO img Capítulo 5 1. As sibilas do destino - Cena VI
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Capítulo 6 1. As sibilas do destino - Segunda parte - Cena VII img
Capítulo 7 1. As sibilas do destino - Cena VIII img
Capítulo 8 1. As sibilas do destino - Cena IX img
Capítulo 9 1. As sibilas do destino - Cena X img
Capítulo 10 1. As sibilas do destino - Cena XI img
Capítulo 11 1. As sibilas do destino - Cena XII img
Capítulo 12 1. As sibilas do destino - Cena XIII img
Capítulo 13 1. As sibilas do destino - Cena XIV img
Capítulo 14 2. A dança das gárgulas img
Capítulo 15 2. A dança das gárgulas - Cena II img
Capítulo 16 2. A dança das gárgulas - Cena III img
Capítulo 17 2. A dança das gárgulas - Cena IV img
Capítulo 18 2. A dança das gárgulas - Cena V img
Capítulo 19 2. A dança das gárgulas - Cena VI img
Capítulo 20 2. A dança das gárgulas - Cena VII img
Capítulo 21 2. A dança das gárgulas - Cena VIII img
Capítulo 22 2. A dança das gárgulas - Cena IX img
Capítulo 23 2. A dança das gárgulas - Cena X img
Capítulo 24 2. A dança das gárgulas - Cena XI img
Capítulo 25 2. A dança das gárgulas - Cena XII img
Capítulo 26 2. A dança das gárgulas - Cena XIII e XIV img
Capítulo 27 2. A dança das gárgulas - Cena XV img
Capítulo 28 2. A dança das gárgulas - Cena XVI img
Capítulo 29 2. A dança das gárgulas - Cena XVII e XVIII img
Capítulo 30 2. A dança das gárgulas - Cena XIX img
Capítulo 31 2. A dança das gárgulas - Cena XX img
Capítulo 32 2. A dança das gárgulas - Cena XXI e XXII img
Capítulo 33 2. A dança das gárgulas - Cena XXIII img
Capítulo 34 2. A dança das gárgulas - Cena XXIV img
Capítulo 35 2. A dança das gárgulas - Cena XXV img
Capítulo 36 2. A dança das gárgulas - Cena XXVI e XXVII img
Capítulo 37 3. Voice of the Blood img
Capítulo 38 3. Voice of the Blood - Cena I img
Capítulo 39 3. Voice of the Blood - Cena II img
Capítulo 40 3. Voice of the Blood - Cena III img
Capítulo 41 3. Voice of the Blood - Cena IV img
Capítulo 42 4. Somniabunt img
Capítulo 43 4. Somniabunt - Cena 2 img
Capítulo 44 4. Somniabunt - Cena 3 img
Capítulo 45 4. Somniabunt - Cena 4 img
Capítulo 46 4. Somniabunt - Cena 4 img
Capítulo 47 4. Somniabunt - Cena 5 img
Capítulo 48 4. Somniabunt - Cena 6 img
Capítulo 49 4. Somniabunt - Cena 7 img
Capítulo 50 4. Somniabunt - Cena 8 img
Capítulo 51 4. Somniabunt - Cena 9 img
Capítulo 52 4. Somniabunt - Cena 10 img
Capítulo 53 4. Somniabunt - Cena 11 img
Capítulo 54 4. Somniabunt - Cena 12 img
Capítulo 55 4. Somniabunt - Cena 13 e 14 img
Capítulo 56 4. Somniabunt - Cena 15 img
Capítulo 57 4. Somniabunt - Cena 16 img
Capítulo 58 4. Somniabunt - Cena 17 img
Capítulo 59 4. Somniabunt - Cena 18 img
Capítulo 60 4. Somniabunt - Cena 19 img
Capítulo 61 4. Somniabunt - Cena 20 e 21 img
Capítulo 62 5. Leonor de Aquitânia - Cena 1 img
Capítulo 63 5. Leonor de Aquitânia - Cena 2 img
Capítulo 64 Leonor de Aquitânia - Cena 3 img
Capítulo 65 5. Leonor de Aquitânia - Cena 4 img
Capítulo 66 5. Leonor de Aquitânia - Cena 5 img
Capítulo 67 5. Leonor de Aquitânia - Cena 6 img
Capítulo 68 5. Leonor de Aquitânia - Cena 7 img
Capítulo 69 5. Leonor de Aquitânia - Cena 8 img
Capítulo 70 5. Leonor de Aquitânia - Cena 9 img
Capítulo 71 5. Leonor de Aquitânia - Cena 10 e 11 img
Capítulo 72 5. Leonor de Aquitânia - Cena 12 e 13 img
Capítulo 73 5. Leonor de Aquitânia - Cena 14 img
Capítulo 74 5. Leonor de Aquitânia - Cena 15 img
Capítulo 75 5. Leonor de Aquitânia - Cenas 16, 17 e 18 img
Capítulo 76 5. Leonor de Aquitânia - Cena 19 img
Capítulo 77 5. Leonor de Aquitânia - Cena 20 img
Capítulo 78 5. Leonor de Aquitânia - Cena 21 img
Capítulo 79 6. Douceline - Cena 1 img
Capítulo 80 6. Douceline - Cena 2 img
Capítulo 81 6. Douceline - Cena 3 img
Capítulo 82 6. Douceline - Cena 4 img
Capítulo 83 6. Douceline - Cena 5 img
Capítulo 84 6. Douceline - Cena 6 img
Capítulo 85 6. Douceline - Cena 7 img
Capítulo 86 6. Douceline - Cena 8 img
Capítulo 87 6. Douceline - Cena 9 img
Capítulo 88 7. O anjo da morte - Cena 1 img
Capítulo 89 7. O anjo da morte - Cena 2 img
Capítulo 90 7. O anjo da morte - Cena 3 img
Capítulo 91 7. O anjo da morte - Cena 4 img
Capítulo 92 7. O anjo da morte - Cena 5 img
Capítulo 93 7. O anjo da morte - Cena 6 img
Capítulo 94 7. O anjo da morte - Cena 7 img
Capítulo 95 7. O anjo da morte - Cena 8 img
Capítulo 96 7. O anjo da morte - Cena 9 img
Capítulo 97 7. O anjo da morte - Cena 10 img
Capítulo 98 7. O anjo da morte - Cena 11 img
Capítulo 99 7. O anjo da morte - Cena 12 e 13 img
Capítulo 100 7. O anjo da morte - Cena 14 img
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Capítulo 5 1. As sibilas do destino - Cena VI

CENA VI: A DANÇA DA MORTE

[Textos para os participantes da dança]:

VAN EYCK:

Apenas os senti, seres insanos, criaturas estranhas,

Seus rostos deformados, chifres animalescos em suas cabeças,

Seus olhares petrificados...

Eram seres escuros...

Eu temia sua presença.

[...]

Subiam e me empurravam para baixo,

Quanto mais alto, mais densa era a minha queda.

Eu não sentia dor, era apenas a minha imaginação,

Mas eu acredito que um dia eles virão...

Eu não os vejo, mas sei que me vigiam, estão em toda parte.

Temo que este céu pecaminoso desabe sobre mim.

[...].

Eu não sei bem o que dizer, eu acredito no imortal

Num sol que sucumbe na negritude de um vasto mundo envolto por trevas

No qual me vejo como um néscio pecador

Em meio às abantesmas, percebo um som incomum, primitivo

Na árvore celeste, os frutos nascem para depois apodrecerem

E ainda não descobriram o gosto agridoce da maçã mais avermelhada do seus próprios jardins.

Os tambores tocam, como em um ritual

Enquanto há aqueles que rezam para suas vidas não serem desperdiçadas pela insensatez

Vós conseguis ouvir esta melodia singela, sem temer o fim da vida?

A que expulsa todos os demônios, mas que vos fazeis sofrer, feito uma mazela.

Eu quero me relacionar com o sagrado

Profunda e infinitamente

A dança da morte está me concebendo seu último convite

Vamos dançar juntos, cada um seguindo seus próprios passos, mas no ritmo das mesmas sombras

Eu vejo a morte com sua face melancólica jorrando suas lágrimas

Enquanto tristes estamos, com nossos corpos quase esqueléticos.

Eis os escravos de um reino que nos mantém submissos diante da espada

Retirando-nos todo o alimento e vida para suprirem seus privilégios em nome da cristandade

Quem são esses que cobrem seus corpos com vestes santas,

Mas que nos arrastam para a miséria com sua gritante crueldade?

Eles não seguem as escrituras com o coração honesto, as usam, ferem e tiram vidas inocentes em troca de ouro e prata

Mas essas riquezas não vão para o túmulo com seus senhores

A morte quando vem, leva-nos todos para sempre, sem exceção...

Olhais bem para vós, que buscais sabedoria

A morte quando vem com a peste, quase ninguém dela pode escapar

Ela pode vir de mãos poderosas ou inoperantes; ricas ou pobres

Se torna uma passagem para outro mundo, o reino dos mortos

É o aviso de que precisamos aproveitar aqui sempre nossos derradeiros dias

E nos lembra que todos temos um ponto final

Olhem para vós, que assistis a passagem lenta pela vida

Será isto o que mereceis?

Se chegais até este momento, viveis uma relíquia, uma dádiva, um presente divino...

A morte vem em cada suspiro, em cada ar que se vai

Eternamente os mortais buscarão uma explicação para tudo

E ela ainda se mostra como um enigma indecifrável

Ó, morte, quem és tu diante do canto dos anjos celestiais?

Se vier com suas asas sombrias, envolva-nos com a proteção para os céus,

Porque o coração do homem ainda hei de ser julgado!

SIBILA II:

Ele conhece todas as suas misérias...

Aquele que despertar a fúria dos monstros,

Terá uma única saída: a de deixar que a imaginação lhe conceba um novo fruto para vossas mentes criarem um novo paraíso

Escritos nas entrelinhas de nossas histórias

Aqui, nesta Terra

Onde os seres nascem, crescem e morrem

Onde podemos desfrutar da beleza do mesmo céu negro com brilhos luminosos

Aqui é um lugar precioso demais para se deixar perder na própria infelicidade...

Lágrimas dos anjos atingem o solo,

A tristeza reina diante de nossos olhos

As gargantas das almas secam, querem água pura e cristalina

Mas os rios estão sujos, estão impróprios para beber...

Como o homem purificará o seu espírito?

VASSALO [lamentando-se]:

Talvez o sol nem pareça mais morno como era antes quando tocava em minhas costas

Talvez a frieza do meu ser me concedesse esta dúvida,

Esta insegurança

E talvez o tempo que deformou tudo ao redor, tem me deixado forte o suficiente pra ver a vida passar...

Até os últimos instantes que eu puder ver o seu brilho

Através da mais nebulosa ou escura nuvem nos céus

E de cima talvez ela possa me confortar com os pingos que deixar cair sobre o meu ser...

Que se sente como se estivesse vivendo o mesmo dia de ontem...

Eu não temo a morte

Porque eu já não me sinto mais vivo

Estou apenas trancado dentro de mim

E estas correntes me enferrujaram

Uma doce desgraça tênue

Gostaria de um descanso eterno

Livre da dor e do sofrimento que o corpo tem me causado

                         

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