- Amber querida, desculpe por passarmos do horário. - Senhora Ducan fala. - Jantar de negócios é meio complicado.
- Tudo bem, costumo ficar acordada até tarde no sábado mesmo. - Falo a ela.
- Hunter está pedindo um táxi para você voltar a sua casa, é por nossa conta. - Ela me informa. Já estava triste por perder uns 15 dólares com o deslocamento daqui até em casa. - Está muito tarde para você voltar de ônibus.
- Muito obrigada, senhora Ducan. - Agradeço a ela.
- O táxi chega daqui uns 10 minutos. - Senhor Ducan surge no ambiente informando sobre a chegada do táxi.
- Certo, muito obrigada, senhor Ducan. - Agradeço a ele.
- Não há do que agradecer. - Ele fala e bocheja em seguida. - Amor, você resolve tudo aí?
- Sim querido, pode ir deitar. - Ela responde. - Boa noite.
- Boa noite Amber, boa noite amor. - Ele fala e dá um selinho na esposa.
- Boa noite senhor Ducan. - Falo a ele que sai do local.
- Antes que eu esqueça, aqui está o troco da pizza. - Falo estendendo a mão para entregar o dinheiro.
- Ah, pode ficar para você. - Senhora Ducan fala. - Aqui está 50 dólares pelo tempo que ficou com Blake e o dinheiro do táxi, disseram que dará uns 20 dólares. O troco também é seu.
- Poxa, muito obrigada senhora Ducan. - Falo e pego o dinheiro que é entregue a mim por ela.
- Não é nada. - Ela fala.
- O Blake dormiu as 23 horas como informado e se comportou muito bem. - Passo um mini relatório de como foi a noite com o filho dela. Assim que termino de falar, ela ri.
- Nós sabemos. Geralmente, ele liga quando não gosta da babá. - Ela fala. - Isso incomoda muito o Hunter com os negócios. Acho melhor ir indo para a porta.
- Claro, melhor não deixar o taxista esperando. - Falo e me levanto, indo até a entrada da casa acompanhada pela senhora Ducan.
- Quando tivermos outros compromissos, posso ver se você estará disponível? - Ela pergunta.
- Claro, será um prazer cuidar do Blake novamente. - Respondo, já que foi tranquilo cuidar do garoto.
- Legal. - Ela fala e o taxista para na frente da casa. - É o seu táxi, querida. Boa noite, tchau.
- Boa noite senhora Ducan, obrigada mais uma vez. - Agradeço ela por me pagar um táxi. - Tchau.
Desço os degraus e ando no caminho de cimento na área gramada até chegar no táxi. Abro a porta de trás e entro no veículo.
- Boa noite senhorita. - O taxista fala.
- Boa noite senhor. - Falo. - Vou na República Delta-Pi.
- Certo. - Ele fala e começa a dirigir pelas ruas de Muncie em silêncio.
Quieta enquanto estou indo para casa, sinto o meu celular vibrar interruptamente, o puxo do bolso e vejo que é uma ligação do senhor Buffer, que estanho ele ligar essa hora, mas decido atender o telefonema.
- Alô. - Falo ao atender a ligação.
- Alô, Amber? - Senhor Buffer pergunta se sou eu.
- Sim, senhor Buffer, sou eu. - Respondo a ele.
- Ainda bem que está acordada. Uma das minhas garotas não poderá vir amanhã, você consegue? - Ele pergunta.
Eu estou moída por ter trabalhado durante 16 horas no dia. Tudo bem que no período em que trabalhei de babá eu me divertir e descansei um pouco, mas não quero trabalhar amanhã, fora os trabalhos da faculdade que tenho de fazer.
- Eu te pago 100 dólares, além das gorjetas. - Ele fala uma proposta que devido as minhas circunstâncias financeiras se torna irrecusável. - Topa?
- Topo. - Respondo a ele.
- Ótimo, até amanhã às 8 horas. - Ele fala já despedindo. - Tchau.
- Até amanhã, tchau. - Falo e escuto o barulho de ligação desligada.
Paro para pensar se foi uma boa ter aceitado essa proposta do senhor Buffer, apesar de ser um valor mais alto do que ele me pagou hoje. Terei apenas umas 5 horas de descanso, já que tenho que acordar às 7 da manhã para estar na cafeteria as 8h em ponto.
Os olhos começam a pesar e eu tento resistir ao sono, porque estou em um táxi com um estranho e sei lá o que ele pode fazer comigo se adormecer aqui. Continuo tentando resistir ao sono por pensar que está próximo da república, mas minhas pálpebras insistem em se fechar sozinhas.
No meio dessa luta com o meu corpo, na qual estou perdendo, vejo o prédio principal da universidade e meus olhos param de pesar na hora. Finalmente entenderam que estamos chegando e não posso dormir agora. O motorista entra na rua das repúblicas e para de frente a que eu moro.
- Deu 22 dólares e 30 centavos. - Ele anuncia o preço que está no taxímetro.
- Pode ficar com o troco. - Falo ao entregar os 25 dólares que eram do troco da pizza.
- Obrigado, boa noite. - Ele fala assim que eu abro a porta.
- Obrigada, boa noite e bom trabalho. - Falo e saio do veículo, indo rapidamente em direção a porta principal da república onde moro.
Abro a porta com a minha chave e como só está a luz do corredor acesa, acredito que todas que estão por aqui já tenham ido dormir. Tranco a porta e subo devagar as escadas, em seguida, vou em direção ao meu quarto, sem acender a luz, pois Barbara está dormindo, pego o meu pijama, minha toalha e roupa íntima e vou para o banheiro tomar um banho antes de dormir.
Mas antes de entrar no chuveiro, me sento na privada e começo a contar o quanto de dinheiro tenho comigo hoje. O total que ganhei na cafeteria já somando as gorjetas são 100 dólares. Do dinheiro que os Ducan's me deram, 50 dólares do meu trabalho, mais 30 dólares que ia ser pagar o táxi, só que como eles me deram o troco da pizza, paguei o táxi com troco.
Com os 180 dólares que ganhei somando o trabalho no seu Buffer e de babá, consigo pagar o próximo aluguel, mas me sobra apenas 60 dólares. Como vou pagar impressões, cópias, lavanderia e materiais para trabalhos da faculdade com 60 dólares? Fora que tenho uns 20 dias pra arrumar mais 200 dólares para pagamento da próxima quinzena da república.
Ao analisar a situação por esse prisma, vejo que é essencial trabalhar amanhã na cafeteria, esses 100 dólares que vão entrar me darão uma certa folga para conseguir o resto do dinheiro da próxima quinzena e se tiver alguma despesa extra, também tenho como arcar sem ser pega de surpresa.
Vou logo para o banheiro, pois terei pouco tempo para dormir nessa noite e qualquer minuto é precioso para o meu descanso pra aguentar outra jornada de 12 horas como garçonete amanhã.