Cam Girl
img img Cam Girl img Capítulo 5 Quebrada
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Capítulo 6 Reflexos img
Capítulo 7 Mais Trabalho img
Capítulo 8 Más Notícias img
Capítulo 9 Distraída e Confusa img
Capítulo 10 Aviso da Orientadora img
Capítulo 11 Algo Lícito img
Capítulo 12 Primeiro Ensaio img
Capítulo 13 Fazendo uma Loucura img
Capítulo 14 Cansaço e Edição img
Capítulo 15 Seleção e Lançamento img
Capítulo 16 Pedido Especial img
Capítulo 17 Fixação img
Capítulo 18 Ir ou Não img
Capítulo 19 Salto Alto img
Capítulo 20 Descompasso img
Capítulo 21 Acima de Tudo img
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Capítulo 5 Quebrada

Passou das 20 horas, a movimentação na cafeteria é baixa e o meu turno aqui acabou de terminar, vou para o vestiário me trocar e esperar que o senhor Buffer me pague a diária de hoje e as gorjetas que foram pagas em cartão. Me troco rapidamente e vou, assim como outras garotas que fazem freela aqui, para a porta do escritório dele.

Estou muito cansada, com os pés doendo, então me sento no chão e fico à espera de receber o meu pagamento. Seu Buffer entra na sala e começa a chamar uma a uma para entrar no escritório e pegar o seu pagamento do dia. Depois vejo todas irem embora com seu dinheiro, já que fiquei por último.

- Amber! - Seu Buffer me chama exclamando.

Me levanto e entro no pequeno escritório dele, o espaço é minúsculo, só tem uma prateleira no fundo cheia de livros e papéis, uma mesinha de escritório com computador pequeno e duas cadeiras, uma de cada lado da mesa.

Seu Buffer é um homem gordo, sem cabelo e de barba longa ruiva com alguns fios brancos. Ele está suado, já que trabalha na chapa da cafeteria, que é muito quente.

- Fecha a porta, por favor. - Ele pede.

Bato a porta devagar, fechando e me sento na cadeira vazia próxima a porta de entrada do pequeno espaço.

- Te deixei por último porque o seu pagamento será diferenciado, já que hoje você fez uma substituição de emergência. - Ele fala. - Paguei a elas 60 dólares e você estou pagando 100 dólares, se as outras descobrem, estou frito, então sigilo, ok?

- Sim, senhor. - Respondo.

- Certo, está aqui a sua diária. - Ele fala e coloca duas notas de 50 dólares na mesa. - Os valores de gorjeta em cartão o Chaz me passou que são mais 35 dólares, é isso?

- Sim, é isso. - Respondo confirmando a informação que foi passada pelo gerente dele, Chaz.

- Então, aqui está. - Seu Buffer fala e coloca as notas que formam a somatória dos 35 dólares.

Pego o dinheiro da mesa e coloco em um bolso da minha calça jeans. Antes de ir embora, vou passar em um caixa eletrônico e depositar, pois não gosto de andar com muito dinheiro na bolsa.

- Boa noite seu Buffer. - Falo e me levanto da cadeira.

- Boa noite Amber, até a próxima. - Ele fala e eu abro a porta, saindo na sequência.

Como já estou em posse da minha bolsa, já vou em direção a saída dos fundos da cafeteria, pois não tenho nada mais para fazer no estabelecimento. Assim que passo o portão de ferro dos fundos, que dá um estacionamento, alguns caras começam a assobiar para mim, já até me acostumei com esse assédio todas as vezes que estou saindo da cafeteria.

Até penso em mostrar o dedo do meio a esses caras ou mandarem eles irem pro inferno, mas nunca fiz isso. Só ando em direção a calçada, para poder ir ao caixa eletrônico, que fica no mesmo quarteirão, e depositar o dinheiro.

Dou uns 50 passos e chego no caixa eletrônico, acesso a minha conta através do cartão e dígito tudo que é necessário para o depósito do valor que quero, no caso será os 80 dólares que ganhei ontem, mais 170 dólares que ganhei hoje. Vou ficar em posse fisicamente de apenas 5 dólares desse dinheiro todo, para pagar a passagem de ônibus até a república.

Finalizo os trâmites do depósito e vou para o ponto de ônibus, que pelo horário do domingo, está com poucas pessoas como de costume. Me sento em um dos bancos de ferro do ponto e sinto o cansaço chegar de vez em meu corpo. Estou quebrada, já que neste final de semana trabalhei 24 horas de pé com pouquíssimo descanso.

Fora as 5 horas que fiquei de babá, mas lá ainda tive um certo conforto, bem diferente do que foi na cafeteria. Pelo menos, valeu a pena, agora pelas minhas contas, tenho uns 410 dólares disponível, o que garante a minha estadia por mais 15 dias na república e paga minhas outras despesas do período.

Contudo, ainda terei de correr atrás de mais dinheiro para continuar me mantendo aqui. Fora que tenho de estudar muito, já que sou bolsista e não posso vacilar com as notas, se não é tchau faculdade. O ano não será fácil se eu não conseguir levantar mais grana rapidamente, terei dificuldades de equilibrar tudo.

O ônibus chega e embarco nele, pagando a passagem e depois ocupando um assento ao lado da janela no meio do ônibus. Encosto minha cabeça no vidro e penso que tenho de terminar o trabalho de Arte Renascentista para amanhã.

Porém, o cansaço que sinto do trabalho é imenso, que me falta coragem para chegar na república, tomar banho e me sentar na frente do computador para finalizar o trabalho. Fora que posso até fazer o trabalho de qualquer jeito nesse estado de cansaço que estou.

Como a aula de entrega do trabalho é só na parte da tarde, decido terminar o trabalho amanhã de manhã. A Lisa vai me matar, mas vai ser o único jeito de eu terminar esse trabalho de forma decente e assim ter uma nota boa por ele.

O ônibus se aproxima do meu ponto, dou o sinal e me levanto para ir até a porta de desembarque. Assim que o coletivo para no local, desço e começo a caminhada de dois quarteirões até a república que moro. Sinto que estou andando praticamente como se estivesse me arrastando, mas não consigo me movimentar de outra forma.

Escuto uns barulhos de música alta no caminho, nem me dou o trabalho de olhar para onde estão vindo, só penso quem em sã consciência faz festa de domingo à noite sendo que no dia seguinte tem aula. Só continuo andando, com muita vontade de chegar em casa, meus pés já estão pedindo arrego pela jornada exaustiva que tive durante esse final de semana.

- Ei, Amber. - Escuto alguém falar nas minhas costas.

Estou tão podre de cansada que não consigo distinguir a voz. Me viro para olhar quem está falando comigo e vejo que a Lisa, os cabelos castanhos longos e a faixa rosa que ela sempre usa no topo da cabeça são suas marcas registrada. O rosto sem maquiagem e as roupas simples indicam que ela não está em nenhuma dessas festas que estão rolando por aí.

- Que cara de cansada é essa? - Ela pergunta preocupada.

- Estou voltando do trabalho. - Respondo.

- Não era ontem que você ia trabalhar na cafeteria do centro? - Ela pergunta, pois sabe bem a minha rotina.

- Sim, sempre vou de sábado. É que hoje o seu Buffer precisou de alguém de última hora e me pagou mais do que o costume, então eu fui também. - Respondo explicando o porquê fui hoje também.

- Entendi, então vai descansar amiga. - Ela fala.

- É isso que vou fazer. - Falo. - Por conta disso, só vou terminar o trabalho amanhã de manhã.

- Sem problemas Amber, te entendo e até temos tempo para finalizar de manhã mesmo. - Lisa fala.

- Obrigada por entender. Se quiser pode ir terminar o trabalho comigo no meu quarto, a Barbara estará em aula. - Falo uma sugestão de como podemos terminar o trabalho juntas.

- Eu topo. - Ela concorda com a minha ideia. - Amanhã às 8 horas?

- Pode ser. - Respondo.

- Combinado, agora vai descansar. - Ela fala e agora que me dou conta que estou na frente de sua república, ela deve ter me visto passando na calçada e veio ao meu encontro. - Boa noite amiga.

- Boa noite Lisa, tchau e até amanhã. - Me despeço dela.

- Até, tchau. - Ela se despede de mim também e caminha em direção a porta de entrada da sua república.

Volto a caminhar, agora falta pouco para chegar ao meu quarto, tirar esse tênis, tomar um banho e dormir até amanhã.

                         

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