Capítulo 3 Carona

Quando Park entrou no carro se sentiu um pouco desconfortável, então saiu rapidamente e gritou:

- Ei Lucas.

- Oi, algum problema?

- Não, como você vai voltar para a festa?

- Vou pegar um Uber.

- Você já contratou algum?

- Não... ainda não.

Verônica ficou com as maçãs do rosto rosada, ela nunca oferecia carona, mas como Lucas era amigo de Dante e ele havia trazido o carro para ela, achou ruim não lhe dar uma, que tipo de pessoa ele pensaria que ela era.

- Olha a minha rota de casa passa na frente do apartamento de Dante, você quer uma carona.

Lucas percebeu as bochechas rosadas da garota que antes parecia pálida, fria e distante, ele até ficou um pouco encantado com aquela certa timidez.

- Tudo bem para mim, se não tiver problema para você?

- Imagina problema algum.

Daquele momento em diante Lucas queria saber mais sobre sua ex-colega de classe, que tipo de trabalho tinha, o que fazia nas horas vagas, se tinha namorado. Desde o colegial ela sempre fora um enigma para Lucas, mas antes ele não se importava muito, costumava ignorar este fato.

Quando o amigo de Dante entrou no carro percebeu que a expressão tímida da moça havia rapidamente se dissipado, e seu semblante voltou a postura dura e fria de antes, mas até mesmo nessa versão havia um toque de leveza e mistério, que ele apreciava. Enquanto Lucas a observava atentamente Verônica saiu da garagem de sua empresa rumo ao apartamento de Dante, em meio a chuva forte ela ainda dirigia bem, ela sempre fora uma boa motorista, herdara do pai a habilidade de dirigir.

Verônica sempre fora muito próxima a seu pai, com ele, ela havia aprendido muito do que hoje ela trabalha, seu pai assim como ela era programador, ele também concertava computadores nas horas vagas, então sempre a ensinava uma coisa ou outra, computadores e tecnologia sempre fez parte da sua vida, hoje ela havia construído sua própria empresa de sucesso e seu pai tinha muito orgulho da filha.

Durante os primeiros semáforos, ambos os passageiros daquele Lexus preto ficaram em silêncio, como se a solidão abraçasse cada um em seu assento, até que Lucas que sempre fora um tanto tagarela, quebrou o silêncio do carro. Se dependesse de Verônica eles ficariam sem trocar uma única palavra até local onde precisava deixá-lo, pois ela gostava de dirigir em silêncio, principalmente com o barulho da chuva, porque o silêncio com o ambiente chuvoso para ela era reconfortante.

- Então Park, você trabalha aqui?

- Sim, na verdade eu sou a dona.

Um sorriso brilhou no canto do lábio direito de Verônica, ela tinha muito orgulho de suas conquistas. O passageiro percebeu o entusiasmo da garota, ele sabia que ela era um tanto egocêntrica, lembrava de como ela era no colegial, então constatou que a melhor tacada era bajula-la.

- Nossa que incrível. Na verdade isso não me surpreende muito, você sempre foi a mais inteligente da nossa sala.

Park riu e um toque de gentileza se formou em seu rosto.

- Que isso, eu só costumava entregar todos os trabalhos e estudar para provas o que me garantia boas notas.

- O que sua empresa produz, eu ouvi falar que vocês são os melhores no ramo.

- Não é bem assim, o fato de termos mais fama, é porque fomos a pioneiros na capitalização de jogos virtuais, o que nos garantiu alguns pontos a frente de outras empresas que estão surgindo no ramo. Mas agora, além dos jogos, nós também desenvolvemos algumas tecnologias como videogames, celulares, relógios inteligentes, entre outros produtos. E você o que faz da vida?

- Bom, eu me formei em ciência contábeis, meu pai queria que eu me formasse em relações internacionais de negócio e economia para trabalhar com ele na empresa, mas eu acabei fazendo outra faculdade e trabalhando com ele da mesma maneira.

- bacana, já estamos quase chegando.

Verônica virou à esquina e entrou na garagem do prédio de Dante, ao estacionar Lucas queria fazer mais uma pergunta, mas sem ser indelicado.

- Você tem namorado?

A pergunta pegou Park de surpresa, ela teve namorado apenas uma vez, mas nunca fora apaixonada pelo rapaz, seus pais que queriam que ela namorasse-o porque os pais do garoto eram amigos da família, mas o namorou durou apensa 2 anos, a lembrança a deixou um pouco atordoada.

- Não... eu não tenho. Então chegamos.

- Você não quer subir? só tem alguns amigos do Dante, acho que ele gostara de te ver.

Verônica não achava uma boa ideia, ainda mais quando não havia sido convidada de antemão.

- Acho melhor eu ir indo, estou cansada e minha mãe está me esperando, não quero que ela fique preocupada, entende?

- Sim, entendo, então nós vemos outro dia.

Lucas desceu do carro um pouco atordoado, ele notará o desconforto causado com sua pergunta, mas algo o deixou mais chateado ainda, ela nem sequer ficou curiosa em saber se ele tinha uma namorada.

Ao chegar no apartamento, os rapazes estavam a sua espera para o almoço. Jimin venho em sua direção e colocou seu braço envolto em seu ombro com um semblante sorridente, que deixaria qualquer mulher de joelhos, isso o irritou um pouco, em pensar que Verônica podia ser uma dessas mulheres.

- Nossa cara voltou rápido, como você voltou?

- Eu... Eu vim de táxi.

- Táxi..., porque não pegou um Uber.

- Porque não oras, agora tenho que ficar me justificando para você, eu hein.

Lucas saiu pisando duro. Dante se aproximou de Jimin.

- Ei cara, o que você disse para ele ficar assim.

- nada, ele deve estar de TPM kkkkk. Mas vem cá, quem era a garota que você está afim? que você até deixou a gente esperando de manhã.

Dante deu um soco no braço de Jimin, como se demonstrasse estar com raiva dele.

- Eu não estou afim dela, ela realmente é apenas uma amiga, gosto dela, mas não do jeito que você pensa.

- Tá sei... Quem é? fala logo ou você tem medo que eu faça ela se apaixonar por mim.

Jimin deu um sorriso de deboche.

- kkkkkkk até parece que ela se apaixonaria por você.

- Quer apostar?

- QUERO.

- Feito

Os dois riram e deram um aperto de mão para fechar o acordo.

            
            

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