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No dia seguinte já acordo contente.
Me levanto já indo ao banheiro fazer minha higiene.
Após terminar coloco uma roupa mais fresca.
Blusa e um short. Prendo meu cabelo e vou até a cozinha.
Já são sete e meia e já sei que minha mãe já fez o café e está vendo jornal, como sempre.
Aqui eu Loures faz muito frio, mais hoje está fazendo um pouco de calor, eu amo o sol. Sou tão branca que preciso de uma cor.
Vou até o balcão da cozinha e coloco um café com leite e pego algumas torradas que minha mãe fez.
As coloco no prato e vou até a sala onde minha mãe está, vendo jornal como eu previa.
Me sento ao seu lado.
- Dormiu bem? - Ela sempre me pergunta isso toda manhã, mas sei que quem não está bem é ela.
Sorrio para ela e bebo um gole do meu café.
- Dormi mãe. Deixa eu ver um desenho enquanto eu lancho por favor, só até eu comer.
Imploro para ela fazendo biquinho, ela revira os olhos e coloca Bob Esponja.
Sei que tenho 17 anos, sou quase de maior, mas eu amo ver desenho, amo que essa parte infantil permanece em mim.
Eu agradeço a minha mãe e fico vendo o desenho enquanto como a torradas e bebendo o leite.
Após terminar vou até a cozinha limpando o rosto e a caneca.
Depois de terminar minha mãe me chama para começar a fazer as comidas para vender, eu lavo bem minhas mãos e começamos, vai ser muito bom isso, até de tarde tudo estará pronto e vamos vender depois do almoço, pessoal da rua adora nossos lanches.
Assim que terminamos os lanches, saímos para a rua de bicicleta, na minha garupa está as comidas bem amarradas em uma caixa de isopor, eu vou para um bairro e minha mãe fica no bairro onde moramos. Olhando para os lados, não vejo tanta movimentação, mas me previno e ando no canto da rua.
Assim que chego no bairro vizinho ao meu vejo mais movimentação, começo a olhar para as pessoas oferecendo os lanches, uma criança me para e implora a sua mãe, como me conhecem, sempre que venho aqui essa criança quer comprar lanches, é uma garotinha linda, com franja, cabelos negros e branca como a neve. Pego o pedaço de bolo que ela me pede, sirvo a ela e pego o dinheiro, desejo uma boa tarde a todos e sigo adiante, naquele bairro consigo vender quase todo o lanche, tem apenas uns três salgados e uns pedaços de bolo.
Continuo indo em frente, minha meta é vender todos eles, assim que viro em uma rua a frente vejo umas quatro pessoas e me parecem conhecidas, quem será? Ah só pode ser... aquela turminha de popular na escola, os loiros, aquele que sorriu para mim e o garoto de olhar sério. Continuo a andar até que o loiro me chama.
-- Olha, se não é a novata da escola, vendendo lanche, é?
Ele começa a rir e o outro loiro também, mas o de cabelos negros e o de cor de mel, me olham com atenção, o de cabelos negros olham para os loiros e eles param de rir imediatamente, mas o loiro se refere a mim, me fazendo parar de caminhar.
-- Me dá um lanche aí moça, tô com fome.
Eu reviro os olhos e paro a bicicleta, digo a ele tentando ser educada.
Pessoas assim, eu quero distância.
-- O que vai querer?
Ele responde sorrindo.
-- Tem hot dogg?
Ele pergunta segurando o riso.
-- Não, só salgado de presunto e mussarela e bolo.
Ele revira os olhos e diz.
-- Então não quero.
Ele dá meia volta e começa a caminhar com o outro loiro.
Mas, o homem de cabelos negros ainda fica parado na minha frente me olhando, o de cabelos castanhos também me observa, como eles não falam nada, começo a dar meia volta, mas escuto uma voz .
-- Vou querer tudo.
Eu me viro para olhar, sem entender o garoto de cabelos cor de mel sorri me olhando, foi ele que disse isso ou é uma brincadeira? Eu respondo seria.
-- Não precisa.
Dou impulso para pedalar e o garoto segura a bicicleta me impedindo de sair dali e diz.
-- Estou falando sério, eu pago por tudo que tem aí.
Ele pega sua carteira com a outra mão, e com a outra segura em minha bicicleta.
Ele tira uma nota de cinquenta reais. Ele estende para mim e eu pego sem hesitar.
Ele larga a bicicleta e pego os salgados e os pedaços de bolo.
Entrego a ele e digo.
-- Vou pegar seu troco.
Ele nega pegando seu lanche se afastando.
-- Pode ficar. Obrigado.
Ele se afasta me deixando com meus pensamentos. Mas, que merda foi essa?
Fico olhando para ele, eu apenas digo um obrigada bem baixinho, olho para ele mais uma vez e percebo que o garoto de cabelos negros me olha de um modo sério, eu então pisco várias vezes sentindo um calafrio pelo meu corpo, eu então decido sair dali, pois estou bastante confusa com isso tudo... O que esse cara esquisito tem? Por que ele me olha assim? Eu então, pedalo depressa saindo dali.
Chegando em casa, mostro a minha mãe tudo que consegui vender, ela ficou bastante feliz e me deu o dinheiro dos salgados que vendi, agradeci a ela e fui até meu quarto guardar.
Mas, o resto do fim de semana fiquei pensando... aquele garoto é meio estranho mesmo. Eu bem que queria saber, por que ele não dá atenção aquelas garotas, e me olha com tão desprezo? O seu amigo até parece que é gentil comigo, mas esse cara, parece que vai se esbarrar comigo e não estou pressentindo coisas boas... E aquele cala frio que senti... O que foi aquilo??