- Mas o horário de trabalho ainda nem acabou.- dizia Rosa, olhando para o relógio.
- Mas eu penso que o general pode nos dar uma folga. Ele sempre dá folga quando as missões são muito extensas.
De repente, aparecia o general Li.
- Major Otávio, Capitã Rosa, fizeram um excelente trabalho. Com o recrutamento dos quatro soldados que estávamos esperando, ganharemos força ao nosso Exército.- O chinês olhava para Joe.- Mas o que me deixa curioso é saber o porquê de não ajudarem o soldado Joe a vencer Cadáver.
- General, nós íamos fazer isso, mas Joe queria enfrentá-lo sozinho.- disse Rosa, que em seguida corava um pouco.- Confesso que fiquei preocupada com ele.
Li olhava para Rosa e dizia:
- Tudo bem, discutiremos isso mais tarde. Major Otávio, preciso de seus serviços agora. Outra coisa. Amanhã vocês dois e o novo recruta, Natural, terão de ir ao aeroporto para receber mais um novo recruta.
- Um novo recruta?- indaga Otávio.
- Sim, esse recruta é um humano mesmo. Como o exército gaúcho é o que mais está em desfalque do país todo, nós recebemos um soldado que veio do Nordeste.
- Qual o nome dele?
- Ele se chama Samuel Quevedo, mas ele é conhecido pelo apelido de Esquentado. É o usuário de fogo mais poderoso do país, mas seu apelido foi dado por conta de sua personalidade e não de seus poderes.
- Ah sim!..- dizia Otávio.
- Bem, vamos respeitar o descanso de Joe. Vamos em frente, major e capitã.
- General.- Rosa chamava por Li e este voltava sua atenção para ela.- Queria ficar um pouco aqui. Não quero deixar Joe sozinho ainda. - a loira voltava a corar.
Li achou estranho o pedido de Rosa, mas concedeu a ela. Logo, saíram ele e Otávio.
- "Estou acreditando que Rosa gosta de Joe."- pensava Otávio, que caminhava com o general Li para realizar os trabalhos.
Rosa se sentava em uma cadeira e ficava observando Joe.
- Ah, Joe. Você foi tão valente em enfrentar Cadáver.- dizia a loira.- Só queria entender por que eu não consigo parar de pensar em você? No seu talento? Na sua coragem? Eu não entendo. Será que... É o que eu estou pensando?
Enquanto isso, Natural, Mamute Gélido, Ciclope e Cérberus estavam conversando com alguns soldados que estavam por ali.
- E a tricerátopos pergunta para a mãe tiranossauro: vocês têm banheiro? E o filhote de tiranossauro responde: não, a gente "caga" na pia.
Todos começaram a rir durante alguns segundos, foi quando aparecem Li e Otávio e todos retomavam a postura de militar.
- Muito bem, homens. Após enfrentarmos por uma semana a ameaça chamada Cadáver, hoje podemos dizer que vencemos e perdemos. Vencemos, pois, Cadáver desistiu de dominar a Terra e perdemos porque ele saiu vitorioso de uma luta. Mas isso não é motivo de ficarmos cabisbaixos. Da próxima vez que ele vier e se ele vier, nós iremos usar todo o nosso "poder de fogo", pois estaremos melhores que antes, isso tenho certeza! - Li fazia uma pausa e continuava.- O que quero dizer é que nosso Exército terá mais um reforço.
- "Mais um?"- pensava Mamute Gélido.
- Esquentado, o soldado de fogo irá integrar ao nosso Exército. O Major Otávio, a Capitã Rosa e o recém recrutado Natural irão recebê-lo no aeroporto amanhã pela manhã. Lembrando que será horário normal aqui no Exército. Entendido?
- Sim senhor!
- "E eu pensando que ganharíamos folga."- pensava Otávio.
- Vale ressaltar que pela luta com Cadáver, o soldado Joe está em repouso, mas ele ficará bem. Iremos contatar seus familiares. Agora, estão dispensados por hoje!
Todos saíram e as pessoas que estavam por perto aplaudiam o Exército.
Anoitecia.
Olívia estava muito ansiosa. Após ver Joe ter perdido para Cadáver na TV, pois a imprensa mostrava os feitos do vilão, pensou em várias coisas em simultâneo. Ele poderia ter se ferido gravemente ou então ter morrido.
Alguém batia na porta e Olívia corria para ver quem era. Rosa aparecia.
- Você é...
- Sim, isso mesmo.
- A namorada de Joe?
Rosa ficou um tomate. Logo, ela retoma a postura e fala:
- Eu sou a superior dele, a Capitã Rosa. Vim aqui lhe informar que o soldado Joe se encontra em estado de repouso. Sofreu alguns ferimentos, mas nada muito preocupante.
- Oh! Menos mal. Você não quer entrar?
- Bem, eu estou dispensada por hoje, mas tenho que acordar cedo amanhã.
- Pode passar a noite aqui se quiser. Não quero ficar sozinha.
Rosa percebeu que a tia de Joe parecia estar ainda preocupada com ele. Com ato solidário, ela aceitou passar a noite com Olívia, para tranquilizá-la.
Ficaram horas e horas conversando. Rosa contava um pouco da sua história para Olívia.
- Bem, eu percebo que Joe é órfão, já que ele só tem você como família.- disse a loira.
- Pois é, Rosa. Os pais de Joe morreram em um acidente de carro muito grave. Com isso, me vi obrigada a cuidar dele. Fui pai, mãe e tia dele.
- Sim, eu entendo.- Rosa bebia um gole de chá e continuava:- Eu também sou órfã. Meus pais tinham um pacto com os russos, uma facção criminosa que se infiltrou em vários países. Um dia, meu pai começou a ter uma dívida com eles e os russos não gostaram disso. Por um ato impiedoso, eles mataram meu pai e minha mãe. Meu irmão Sérgio e eu também íamos morrer na mão deles, mas o general Li nos salvou e começou a cuidar da gente.
- Você tinha quantos anos quando seus pais morreram?
- 10. Sérgio tinha 12.
- Então o general Li foi um pai para você?
- Não. Ele nos deixou em um orfanato que não deu muito certo. Sérgio e eu acabamos fugindo, dois anos depois. Passamos por momentos muito difíceis, que só de pensar.- Rosa tinha vontade de chorar.- Ele praticamente cuidou de mim, como se eu fosse filha dele e...
Rosa não aguentou e começou a chorar. Olívia, vendo a tristeza em que se encontrava a loira, a abraçava.
- O importante é que você cresceu, não como militar, mas como pessoa.- disse Olívia.- Se você passou por tudo isso, é porque algum motivo tinha.
- Talvez seja para... Guiar Joe no sonho dele. Joe me falou que quer ser presidente da Terra.
- Sim, ele também me falou isso. E eu sei que ele vai conseguir.
Rosa sorri e bebia um pouco de seu chá para se acalmar.
- Também sei que ele conseguirá. Vou ajudá-lo nessa caminhada.
Olívia sorri e fala:
- Seria tão bom. Obrigada, Rosa.
A loira sorri.
No dia seguinte, Rosa se despedia de Olívia.
- Obrigada pela hospedagem. - disse a loira.- Não precisa mais se preocupar, tia Olívia. O nosso Joe está em mãos seguras.
- Obrigada pela companhia, Rosa. Que grande amiga que Joe tem.
Rosa acenava para ela e pegava sua moto voadora. A loira então seguia rumo ao aeroporto.
Enquanto isso, uma pessoa que estava no avião estava dormindo. Ele tinha os cabelos compridos e ruivos, os olhos dourados, a pele branca e usava um casaco vermelho, aberto, calças camufladas da mesma cor que o casaco, porém mais forte e coturno preto avermelhado.
- Nossa, como eu dormi.- disse aquele que talvez seria Esquentado. - Que merda. Não dá para dormir desse jeito em avião. Estou com dores no pescoço. - Ele estrala o pescoço e repugna algumas pessoas, que ouviam.
- Atenção, passageiros. Estamos chegando em Porto Alegre.
No aeroporto, estavam Otávio e Natural.
- Não sei o que houve. Rosa só está chegando atrasada.- disse Otávio.- Ela já foi mais pontual.
- Talvez tenha visitado o Joe. Ela só pensa nele.- disse Natural.
- Olha, eu suponho que ela gosta dele, mas não quer admitir.
O avião chegava e Rosa também.
- Até que enfim.- dizia Otávio.
- Desculpem a demora. Estava tão cansada com a missão que durou uma semana que acordei tarde hoje.
- Hmm.- Otávio parecia não estar gostando da atitude da loira.
Em seguida, o avião abre a porta e saíam as pessoas.
- Quem deve ser esse Esquentado?- indagava Natural.
Depois de muito sair pessoas, Esquentado aparecia.
- Soldados?- dizia o novo recruta.
- Espera aí, pode cabelo comprido?- indaga Otávio.
Depois da chegada do dia inesperado, finalmente era recrutado Esquentado. Qual será o desenvolvimento dessa nova trama?