Capítulo 5 Substituta

– Fiquei com algumas dúvidas, Dr. Arnaldo, sinceramente, ao ver esse documento. Primeiro, não sei se tem sua participação nesse plano, o que te faria um canalha, traidor ou se foi incompetente, deixando que isso tudo acontecesse com meu pai, debaixo do seu nariz. De toda forma, como pôde perceber, me senti sem nenhuma confiança em vir aqui sem a companhia de uma terceira pessoa, uma advogada de confiança, para me ajudar a entender e descobrir até que ponto essa sociedade ainda é válida.

– Catarina ficou um pouco espantada com a forma ofensiva com a qual Chris se comportou, mas achou muito atraente sua confiança e postura. Ela sempre tentava fugir desse tipo de homem, mas inegavelmente, na maioria das vezes, não conseguia deixar de achar sexy.

– Me ofende quando chega a imaginar que eu pudesse trair seu pai. Fomos parceiros, sócios, amigos leais, por mais de 60 anos. Isso que você me apresenta aqui não é uma trapaça só contra ele, mas contra mim, também. E para isso ter acontecido, não existe outra hipótese a não ser que ratos estejam também dentro desse prédio e eu vou pegar cada um deles. – Arnaldo falava de forma dura e pausada. Era um homem de idade avançada, mas muito lúcido.

– Dr. Arnaldo, a situação é a seguinte. Eu quero que use a ajuda da Dra. Catarina, ela será meus olhos aqui. Faça o que for preciso. Mas quero primeiro a solução rápida. Os nomes dessas pessoas, o quanto elas querem e, se não for algo absurdo, vamos pagar! Quero uma solução limpa e veloz. Isso feito, aí sim, pode levar o tempo que for preciso para destruir quem quer que esteja envolvido e deixar sem nada, nem que seja pra pôr fogo no nosso próprio dinheiro que vamos dar para eles, leve o tempo que for preciso na justiça, de preferência, vamos enterrá-los nos processos. Antes de mais nada, compre quem for preciso, se não der pra comprar a pessoa, compre a empresa para quem ele trabalha. Você entendeu Catarina? Esse é o objetivo, não deixe ele se desviar disso!

– Mas Christopher, eu não posso ficar aqui, tenho minha vida, minha profissão...

– Você volta comigo, vamos resolver as coisas, vai ter uma promoção, licença, o que for preciso, a gente coloca alguém no seu lugar por enquanto, não importa o que seja necessário. Amanhã você volta aqui. Tudo certo assim, Dr. Arnaldo? Deu pra entender?

– Seu pai nunca faria isso, Christopher.

– E veja o senhor no que deu, não é? Depois de morto, todos os abutres envolta da sua valiosa carne, que já estavam de olho antes da morte, voando baixo.

– Eu não uso métodos ilegais, Christopher.

– Então, meu querido, use toda sua inteligência e compre-os de forma legal, da mesma forma que eles nos pegaram, tudo dentro da legislação, bandidos legalizados. Podemos ser iguais, na verdade, podemos ser melhores, porque temos mais recursos.

Ao final dessa explicação, fez-se um rápido silêncio e sem nada mais para ser dito, Arnaldo abriu a porta para que os dois se fossem, cumprimentando-os e do lado de fora, a surpresa de Chris não poderia ser maior.

– O que essa mulher está fazendo aqui? – Christopher deu de cara com a Dra. Melanie.

– Eu presto serviços para essa empresa... – Ela respondeu prontamente mas foi interrompida por Chris:

– Não sei como isso é possível, mas não presta mais, a partir de agora!

– Desculpe, Sr. Christopher, em primeiro lugar eu peço que se dirija a mim com respeito e não da forma como o senhor deve estar acostumado a lidar com suas babás, seus empregados próximos, pessoas que eu provavelmente ficaria muito feliz de representar um processo. Em segundo lugar, eu não trabalho para nenhuma empresa sua, eu presto serviços de forma independente para profissionais desta empresa, assim como de outras das quais o senhor também é o novo dono, mas por lei, não pode me impedir de visitar meus clientes, ainda mais quando se trata de processos trabalhistas, impedir isso poderia agravar ainda mais sua situação, fica meu conselho.

O sangue de Christopher ferveu, ele ficou completamente sem palavras e isso era muito raro para ele. Passou como um foguete pela porta das escadas de emergência e subiu. Catarina sem saber o que fazer, despediu-se cordialmente e subiu atrás dele.

– Christopher! Christopher, espere! – Ela tentava subir na mesma velocidade, mas seu salto, apesar de não ser tão grande, não permitia alcançar a fúria na qual ele estava. Alguns lances acima, havia uma porta extra, de uma espécie de sala de emergência, que parecia uma segurança extra, no caso de algum desastre no prédio. Christopher entrou e Catarina foi atrás.

– Tenha calma, Christopher, nós vamos dar um...

Não houve tempo dela terminar a frase, Chris a agarrou e a beijou. A forma como ele fez isso foi tão quente e selvagem que Catarina não conseguiu desvencilhar-se. Na verdade ela sequer pensou em fazer isso.

– Escuta! – Ele parou abruptamente e já com as roupas dos dois entreabertas explicou o que estava sentindo. – Minha vontade agora era fazer isso daqui que estou fazendo com ela. Eu queria pegar ela desse jeito! Você é gostosa demais, mas não é você aqui na minha cabeça, entende? Se você achar que estou errado em fazer isso, a gente para agora!

– É melhor assim, dessa forma você não está se envolvendo nem com sua advogada, nem com a dos inimigos e eu posso me divertir um pouco também, porque eu também te acho muito gostoso, agora, cala a boca logo e me come!

Christopher adorou o excesso de personalidade de Catarina e foi exatamente o que ele fez, acabou de arrancar a roupa dela, começou a beijar seus seios, pegou ela o colo, e a encaixou, já com suas calças abaixadas. Ela tentou comandar o ritmo, mas ele a apertou, segurando sua bunda com força e tomando as rédeas da situação, deixando mais devagar a velocidade. Mordeu seus lábios e ela sorriu, aceitando e até gostando mais. Daquela forma, ela começou a sentí-lo de forma bem mais intensa e mais fundo. Eles se beijavam e ela ficou encantada por como seu beijo conseguia causar a sensação de paixão, muito além de um simples desejo momentâneo que refletia aquela situação. Ele a jogou na parede e começou a aumentar a velocidade.

O contato da pele dela quente com o gelado, acompanhado da mudança causada na posição foram estímulos suficientes para ela alcançar um delicioso orgasmo, com direito a gemidos contidos que fizeram Chris também fazer o mesmo, quase que simultaneamente.

Eles se desencaixaram, se vestiram rapidamente, sem trocarem uma palavra e seguiram para o heliponto, onde o helicóptero aguardava.