Capítulo 5 Ganhei

~Julio~

Enquanto James transava com uma garota dentro do carro eu decidi sair e procurar algo para beber nos carros esportivos, o que eu menos precisava agora era ficar ao lado do carro escutando os gemidos da garota que aparentava ter menos de dezoito anos. Para minha infelicidade eles não tinham uma bebida Boa, tudo aqui era de terceira. Resmunguei vários palavrões, ainda vou ter que aguentar essa loucura sóbrio. Quando voltei reclamando me deparei com a mulher que tinha saído do Playmont, seus cabelos eram mais vermelhos de perto e seus olhos azuis intensos sobre mim despertaram borboletas em vários lugares. O nervosismo começou a tomar conta me deixando vermelho. Que droga!

- Se eu ganhar, quero ele. - ela apontou para mim, como assim ela me quer? Arrrgalei os olhos e senti tudo queimar, aposto que estou vermelho como uma pimenta.

Ela se afastou, James deu mais alguns beijos em Laura e a afastou para entrar no carro, eu estava paralisado, o que ela faria comigo? Me mataria? Será que ela quer meus órgãos? Meu cérebro? E se ela for uma sertanista?

- Entra no carro, Jullian! - gritou James, me apressei em entrar e colocar o cinto. Meu olhar ainda estava assustado. - Porque essa cara de quem viu um fantasma?

- Yo no creo que tu apostasse a me vida! Tu eres maluco?! - Eu gritei dentro do carro, James revirou os olhos e deu partida no carro.

- Yo voi ganhar. No te preocupar. Ok? É hoje que ganho um clássico. - ele riu, claro não era a vida dele que estava em jogo aqui, era a minha.

- O nombre dela és rainha das ruas, porque achas que ela ganhou este título? - pergunto nervoso, acho que não vou conseguir ficar dentro desse carro.

- Isso foi há dois anos, ela está longe das pistas há muito tempo. Relaxa. - resmungou acelerando o carro.

A linda mulher em frente aos veículos soltou a calcinha vermelha e Jim saiu e disparada, o GPS mostrava as ruas do trajeto que ele teria que percorrer. Eu podia sentir debaixo dos meus pés a tração e o esforço que o carro estava fazendo sob os comandos do meu irmão.

- Ah! yo quero descer! Abre esta puerta! - gritei, eu não gostava nada de velocidade. James ria Alto ao ver sua adversária bem atrás de si, eu acho que vou desmaiar.

- Come poeira! - gritou James, ele estava prestes a apertar o botão nitro quando um bloqueio surgiu mais a frente.

- Mierda! Estamos muertos! Ayuda! - O desespero me atingiu, meu coração foi parar na boca. Senti minha alma saindo e voltando do corpo como nos desenhos animados, agora sei bem o que o Coiote sentia indo atrás do Papaleguas.

James tirou o pé do acelerador e pisou firme no freio puxando o freio de mão em seguida. O carro girou e quase bateu contra o bloqueio, eu estava tão assustado que nada saiu da minha boca, sentia como se minha alma não estivesse mais ali.

- Hija de puta! - gritou James acelerando novamente o carro e indo atrás da ruiva.

Eu queria ter forças para dizer alguma coisa mas meu corpo estava totalmente congelado, eu tinha certeza que era para eu e ele estarmos mortos agora. O carro acelerada mais porém, o Playmont já estava distante. James só tinha uma saída, a acionar o nitro. Ele não pensou duas vezes, após atingir a velocidade certa ele apertou no botão, tudo que precisávamos era passar o Playmont e logo depois manter a liderança.

O impulssionamento do líquido nas velas do motor fez com que o carro desse um pequeno alavanco, ele passou a ruiva e já estava cantando vitoria, estava muito claro que tínhamos ganho, ele ficaria com o carro e eu com minha vida. De longe dava para ver as luzes brilhantes do local onde partimos, também era nossa chegada. Antes que eu pudesse soltar o ar de vitoria o carro Verde se aproximou, o sorriso debochado nos lábios vermelhos da ruiva foi o suficiente para saber que ela já previa isso. Mierda!

Com um som forte de motor ela mostrou que também tinha um motor nitro potente, e conseguiu ultrapassar James mais uma vez, ele forçou o carro o máximo que podia mais já era tarde, ela atravessou a linha de chegada e estacionou o carro atravessado. James parou ao lado e encarou suas mãos sobre o volante, ele tinha perdido seu título e eu, meus órgãos. Ela desceu do carro, tão graciosamente quanto uma dama e sorrio recebendo um anel na mão direita. Suspirei, podia sentir as lágrimas pedindo passagem.

- Ela vai me matar, no vai? Me vender ou... - James gargalhou olhando minha cara de assustado. - No ria de me carajo! Estoy indo para a forca e tu ficas a rir?

- Ela gostou de ti, estúpido! - ele bateu na minha cabeça bagunçando meus cabelos até agora arrumados.

- O que? - perguntei confuso.

- Ela gostou de usted. No vai te matar, Yo garanto. - Ela... Ela gostou de mim? Mas o que ela viu em mim? Será que era uma brincadeira? Só pode ser uma piada. - Anda, sai do carro.

Nós saímos, o prêmio em dinheiro já estava sendo repassado para ela, eu não sabia bem como funcionava isso aqui mas era óbvio que ela ganhava uma porcentagem das apostas. Seu olhar azulado veio em minha direção e eu congele, não sabia como agir, ela tinha me ganhado em uma corrida clandestina e eu não fazia ideia do que isso significava.