Meu Melhor Amigo - livro 01
img img Meu Melhor Amigo - livro 01 img Capítulo 2 Apaixonada
2
Capítulo 6 Arrependimento img
Capítulo 7 Uma boa balada img
Capítulo 8 Um novo pretendente img
Capítulo 9 Ciúmes img
Capítulo 10 Saudade img
Capítulo 11 Surpresa img
Capítulo 12 Revelações img
Capítulo 13 Abrindo o jogo img
Capítulo 14 Tarde entre amigos img
Capítulo 15 Aniversário de namoro img
Capítulo 16 Grávida img
Capítulo 17 Medo img
Capítulo 18 Fúria img
Capítulo 19 Almoço em família img
Capítulo 20 Fantasma do passado img
Capítulo 21 Coracao partido img
Capítulo 22 Um tempo para mim img
Capítulo 23 Reencontro img
Capítulo 24 Muita saudade img
Capítulo 25 Reconciliação img
Capítulo 26 Surpresa nada agradável img
Capítulo 27 Aviso img
Capítulo 28 Volta pra casa img
Capítulo 29 Despedida de solteira img
Capítulo 30 O grande dia img
Capítulo 31 Noite de núpcias img
Capítulo 32 Lua de mel img
Capítulo 33 Nova ameaça img
Capítulo 34 Chá de bebê img
Capítulo 35 Desconhecido img
Capítulo 36 O sequestro img
Capítulo 37 Pesadelo img
Capítulo 38 A chegada de Noah img
Capítulo 39 Revelações img
Capítulo 40 Epílogo img
img
  /  1
img

Capítulo 2 Apaixonada

Felipe abre a porta para mim e em seguida entra. Ele é sempre tão educado.

- Por isso todas se apaixonam por você - brinco, apertando meu cinto. - Com todo esse cavalheirismo...

Ele retribui meu sorriso.

- Posso ser cavalheiro, mas com você isso vai além - ele diz. - Você é minha melhor amiga. Eu não saberia tratá-la como trato as outras.

- Sei, finjo que acredito. - Provoco só para ver sua reação.

Ele se vira para mim, coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e desliza o dedo por minha bochecha. Meu corpo responde imediatamente a seu toque e eu fico sem fala. Lipe me olha nos olhos.

- É sério, Ana. Com você é diferente - enfatiza, e eu sinto que ele quer dizer mais alguma coisa, mas se contém. - Agora vamos - fala, por fim. - Antes que sua mãe reclame que você demorou.

Eu assinto, ainda o observando.

Felipe coloca uma música para tocar no rádio e vamos o caminho todo cantando e rindo. Com ele eu posso ser eu mesma, sem me preocupar com o que vai pensar de mim. E é isso o que alimenta meu medo de revelar meus sentimentos. Não quero, com umas poucas palavras, estragar o que construimos por mais de uma década.

Já no supermercado, começo a escolher as coisas, com Lipe ao meu lado, me ajudando, e quando estamos no corredor dos molhos, uma senhora se aproxima de nós, com olhos gentis e um sorrisinho no rosto.

- Com licença. Só queria dizer que vocês formam um casal muito bonito. Há quanto tempo estão juntos? - pergunta, em um tom simpático.

Quando abro a boca para corrigi-la, Lipe envolve o braço em minha cintura, alheio ao modo como meu coração acelera, e sorri para a mulher.

Agradeço à senhorinha mentalmente.

- Estamos juntos há três anos. - Ele pisca para mim, e decido entrar na brincadeira.

- Oh, sim! Três anos de muito amor. - Dou um beijo em sua bochecha. Como não sou boba, vou me aproveitar da oportunidade.

A mulher sorri, e por um momento me sinto mal por mentir.

- Continuem assim. Seus filhos serão lindos. - Depois de garantirmos que continuaremos, ela acena para nós, contente, e sai.

E quando some de vista, nós começamos a rir.

- Você não presta. - Respiro fundo, tentando controlar o riso. Ele dá de ombros.

- Nunca disse que prestava.

Balanço a cabeça em negação, mas me forço a não pensar mais nisso pelas próximas horas. Passo minhas compras e Felipe me ajuda a levar para o carro, e então dá partida.

- Está gostando de morar sozinho? - eu pergunto.

- Estou sim. Nada melhor do que ter minha liberdade. Só faço as coisas que quero e na hora que quero. E como agora fui promovido a gerente da loja, consigo me virar sozinho sem a ajuda de meus pais.

- Acho que se morasse sozinha, iria sentir saudade da minha mãe. Sempre fomos só nós duas. Como cresci sem pai, criamos uma relação ainda mais forte. - Meu coração se aperta só de me lembrar que nunca tive a oportunidade de saber como meu pai é. Nem por foto. Mas nunca pressionei minha mãe por isso.

- Eu sinto falta dos meus pais, mas com o tempo você se acostuma. Já somos adultos, Ana. Às vezes chega a hora de abandonarmos o ninho.

- Você tem razão.

Vamos o restante do caminho conversando. Eu adoro ouvir o som de sua voz, principalmente o som de sua risada. Quando chegamos, ele leva parte das sacolas para dentro. Minha mãe para o que está fazendo ao vê-lo.

- Bom dia, Felipe. Obrigada por ajudar minha princesa.

Para ela, não importa quantos anos eu tenha, sempre serei sua princesinha. Mas ouvi-la me chamar assim na frente dele é um pouco embaraçoso.

- Mãe, eu não sou mais criança.

- Imagina, foi um prazer ajudar sua princesa - Lipe diz, e eu o encaro sem jeito. Ele sorri e sinto minhas bochechas queimarem. E pelo jeito que minha mãe me olha, ela deve ter percebido.

Nunca consigo esconder nada dessa mulher.

- Você não quer ficar pra almoçar? - pergunta ela.

- Não posso, mas obrigado pelo convite. Meus pais estão me esperando. Como domingo é o único dia que podemos almoçar juntos, não posso faltar.

- Que pena, gostamos tanto de ter você conosco. - Ela me olha e sorri.

A senhora Orsini está querendo que passemos mais tempo juntos. Essa não dá ponto sem nó.

- Podemos marcar outro dia. Agora tenho que ir. Até mais. - Se despede de nós duas com um beijo na bochecha e eu o acompanho até a porta.

Quando volto para a cozinha, minha mãe está me encarando e sorrindo.

- Há quanto tempo você está apaixonada por ele? - pergunta, vindo em minha direção.

- Não estou apaixonada por ele, mãe - digo, tentando convencer a mim mesma sobre isso. - É só amor de amigo.

- Filha, eu te conheço muito bem. Nos somos melhores amigas, não somos? - Me olha nos olhos.

- Claro que sim, mãe.

- Está estampado na sua cara. Você já falou pra ele?

- Mãe, eu não sei se ele sente o mesmo. E se estragar nossa amizade? São quinze anos tendo ele ao meu lado. Não posso colocar tudo a perder.

- Pense bem, Ana. Faço muito gosto desse namoro. Vocês são amigos desde a infância, e sabe como a mãe dele e eu torcemos por vocês. - Seu entusiasmo é notável.

- Tenho medo. Ele sai com tantas garotas, e nunca namorou ou se apaixonou por ninguém. Pelo menos que eu saiba. Isso seria estranho. Será que logo eu conseguiria mudar isso nele? Já me fiz essa pergunta várias vezes.

- Minha filha, tudo tem a primeira vez. Você é linda e inteligente, e qualquer homem que namorar você será muito sortudo. Você só vai saber se tentar. Pense bem pra não se arrepender depois. - Beija minha testa. - Agora vai lá arrumar seu quarto que eu preparo o almoço.

E é isso que eu faço. E quando termino, pego o celular e vejo que tem duas mensagens não lidas de Bia.

Bia: Ana, acordei com uma ressaca da brava.

Bia: Você está aí?

Ana: Oi, fui ao mercado e esqueci de levar o celular. Desculpa.

Bia: imagina, pensei que ainda estava dormindo. Alguma novidade?

Ana: Lipe me levou e me trouxe.

Bia: Que fofo. E você já contou a ele o que está sentindo? Você precisa se abrir, Ana. Às vezes na vida precisamos arriscar.

Ana: Você sabe o que penso sobre isso.

Bia: Eu sei, mas você é uma mulher forte e corajosa. Toma coragem de assumir logo isso. Estou torcendo por vocês. Só quero te ver feliz, e esconder esse sentimento não está te fazendo bem.

Ana: Obrigada, amiga. Te amo.

Bia: Eu também. Mais tarde mando mensagem. Agora vou tomar um remédio e um banho. Beijo.

Ana: Beijos.

Passo a tarde toda no computador, adiantando alguns trabalhos da semana. Esse é meu primeiro emprego, e não quero vacilar. O senhor Carlos é bem exigente, e por causa disso nenhuma secretaria para naquele escritório. Quando dou por mim, já está anoitecendo. Me levanto, acendo as luzes e vou até a janela. E então vejo Felipe chegando em casa. Deve ter saído com alguém, pois não pode ter ficado até essa hora com os pais. Ele me vê olhando em sua direção, acena e faz um coraçãozinho com as mãos. Aceno de volta e fecho a janela rapidamente.

Agora ele vai pensar que sou uma louca que fica vigiando cada passo seu.

Mas o que Bia me disse ainda permanece em minha cabeça. Eu preciso tomar coragem e assumir o que sinto por ele. Não posso continuar reprimindo esse sentimento ou vou acabar enlouquecendo.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022