Capítulo 3 Advogado

Dulce Liwes

3 anos depois

Guardo as poucas roupas que tenho dentro da grande bolsa,e vou até a pequena comoda que tinha no meu "quarto".

A verdade é que o meu quarto é o menor quarto de empregados que tem na mansão dos meus tios.Ele fica no térreo,e as coisas e roupas que tenho são todas coisas usadas de Milena-que faz questão de as destruir o máximo que pode antes de me dar.

Pego os quatro porta-retratos que tenho dos meus pais e coloco dentro da bolsa.

Termino de guardar as minhas poucas coisas na bolsa e a coloco em meu ombro.Pulei a janela e sai pelo Jardim dos fundos.

Corri até sair do condomínio e fui a esquina mais próxima. Peguei um táxi para a praça onde estava minha irmã de consideração, Esther.

Assim que o táxi chegou desci e o paguei e encontrei Esther chorando com Ben adormecido em seus braços.

Me apressei em me aproximar e a abracei.

-Meus pais tentaram vender o Ben-Ela disse em meio a lágrimas e a guiei para o táxi que havia me trazido até aqui.

Ela se sentou no banco e eu peguei suas malas as colocando junto as minhas no porta-malas e me sentei ao seu lado.

-Para a rodoviária-Dei as instruçõesao motorista que assistia tudo calado.

Abracei Esther de lado e ela deitou sua cabeça em meu ombro.

-Me explica essa história direito Esther-Peguei Ben no colo.

-Eu arrumei as minhas malas ontem a noite e fui para o quarto de Ben arrumar as malas dele,mas quando eu cheguei lá não tinha nada e as malas dele estavam prontas-Ela soluçou e continuou-Eu fui até a sala e tinha um casal segurando Ben no colo,e meus pais ainda comemoravam enquanto Ben chorava...Eles disseram que o casal iria comprar o Ben,eu peguei as coisas dele e as minhas e fugi com ele para a praça-Ela soluçava baixinho em meu ombro.

-Fica calma nós vamos embora para um lugar onde ninguém poderá nos machucar...nem seus pais e nem meus tios-Beijei a sua testa e a de Ben.

-Eu sinto muito...Tenham uma boa viajem-O motorista se pronunciou assim que chegamos a rodoviária.

-Obrigada-Esther agradeceu dando um sorriso mínimo enquanto descia do carro.

O homem sorriu e olhou pelo retrovisor.

-Conhecem alguém que tem um Honda preto-Ele questionou olhando pela janela do carro.

Desci do carro e olhei na mesma direção que o motorista.

-Meus pais...- Esther balbuciou.

-Estavam estacionados perto da praça,e nos seguiriam até aqui-O motorista disse enquanto eu descia as malas de Milena,Ben e a minha bolsa.

-Vamos logo antes que eles se aproximem-Digo e pego minha bolsa e as duas malas de mão que tem as coisas de Ben.

-Certo...obrigada moço-Esther agradeceu o motorista e o pagou.

O motorista acenou com a cabeça e se foi.

Nos enfiltramos na multidão, para que os pais de Esther não vissem os ônibus em entrarmos.

Ben acordou com a agitação e agora esta no chão segurando a minha mão e a de Esther enquanto caminhamos até o ônibus.

O motorista do ônibus guardou as nossas bagagens,deixando apenas a mocholinha de urso de Ben e uma mochila minha de costas que trouxe além da bolsa.

Nos sentamos mais no fundo,Esther foi na janela e Ben deitado a cabeça no colo de Esther e as pernas no meu.

E assim segue-se nossa viajem até Veneza.

...

6 meses depois. (Atualmente)

O som estridente do despertador me desperta dos meus sonhos,me deixando apenas com o sono.

Me forço a levantar da minha cama,e a passos lentos caminho até o banheiro onde faço minhas necessidades e higienes. Termino meu banho e visto uma blusa branca com um vestido-macacão preto,e um tênis branco.

Prendo meu cabelo em um rabo bem alto,enquanto saio do quarto,e sinto o delicioso cheiro das panquecas de chocolate,e café quentinho,que só Esther faz.

Termino de amarrar meu cabelo e vejo um pequeno vulto vindo em minha direção, com os braços abertos e os cabelos negros úmidos-provavelmente do banho.

Abro os meus braços para o pegar no colo,e ele me me surpreende pulando em cima de mim a toda velocidade.

-Bom dia pequeno trovão-Comprimento Ben,me certificando que estou o segurando firme, e sem risco de o derrubar.

-Não era mafioso?-Pergunta o pequeno se lembrando do apelido que lhe dei a 3 semanas.

-Era mas agora você está parecendo um trovão e não um mafioso, como de costume.-Explico indo até a cozinha onde encontro Esther, cozinhando tão distraida,que nem notou nossa presença.

-Mãe?-Ben chamou a atenção de Esther,que se virou para nós e sorriu tirando os fones de ouvido que usava.

-Oi amor-Ela disse e Ben pulou do meu colo e foi correndo para sua mãe-Bom dia Dulce-Esther me comprimentou e desligou o fogo do fogão.

Esther pegou Ben no colo,e o colocou na cadeira dele.

-Bom dia Esther dormiu bem?-Perguntei e ela assentiu.

Tomamos café da manhã em um clima agradável e com uma conversa descontraída sobre diversas coisas.

-Pegou tudo Ben?-Esther pergunta a Ben que vem correndo com sua mochilinha de ursinho,já vestido com o uniforme escolar.

-Sim mamãe eu peguei-Ele afirmou entediado pela terceira vez consecutiva.

-Tem certeza...-Esther começou o seu interrogatório.

Saímos do nosso apartamento e logo depois do prédio. Deixamos Benna escola e fomos para a lanchonete onde Esther trabalha.

Fui para o orfanato onde trabalho como cuidadora, destranquei os portões e entrei pela porta principal.

Louis,o cozinheiro do orfanato, estava conversando com um homem de terno preto e cabelos loiros cacheados,e se calaram assim que notaram minha presença.

-Bom dia-Comprimentei Louis e o homem desconhecido.

Louis é um pouco mais alto que eu,e sua aparência não entrega os seus 43 anos,ele tem os cabelos pretos um pouco grisalhos, a pele morena,e os olhos azuis claros quase transparentes.

-Bom dia Dulce-Ele se aproximou e me abraçou como faz toda manhã de segunda a sexta,e eu retribui como faço toda manhã de segunda a sexta.-Esse moço quer falar com você-Louis informou se afastando do abraço.

- Bom dia senhorita Dulce Liwes,eu me chamo Robert Nowsting,e fui o advogado particular do senhor e da senhora Liwes-Ele se apresenta e estende a mão para eu a apertar.

Meio hesitante aperto sua mão.

-Bom dia-Sorrio mínimo e retiro minha mão do aperto.

-Vou...deixar vocês conversarem a sós-Louis diz e acena para mim sumindo através da porta do corredor.

-Eu tenho algo sério para conversar com a senhorita...-Ele deu uma pausa,e olhou ao redor-E creio que um orfanato cheio de crianças não sejam o melhor lugar para isso-Concluiu o homem.

-Ah...certo e onde sugere que tenhamos essa conversa?-Questionei cruzando os braços.

-No café, De'la crostte às 18:00-Ele disse e acenou para mim saindo pela porta da frente do orfanato.

Oque foi isso??

            
            

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