Entro com ela em casa e ela continuava em estado de choque, peço para ela sentar no sofá e vou até a cozinha pegar um copo de água, ela segurou o copo tremendo sua mão, eu estava bastante preocupada com ela, era difícil passar por isso mesmo, eu nunca havia passado graças a deus, mas imagino o que ela esteja sentindo nesse momento.
- Aqui está -entrego o copo e ela ainda estava tremendo muito, coitada.
- Obrigada srta. Mitchell. -ela diz e sorri fraco, eu sei que eu não gostava muito dela, mas eu não poderia ser grossa com a garota nesse estado em que ela estava, então eu estava me esforçando ao máximo para ser gentil do jeito que eu podia.
- Me chama de Shay... -falo a encarando, ela se surpreende com tal gentileza mas confirma com a cabeça.
- Okay... -ela fala de cabeça baixa. Eu não iria puxar muito assunto com ela, eu imagino o quão fragilizada que ela deva estar, então o melhor a se fazer seria deixar ela quieta um pouco, e eu achei melhor também não fazer muitas perguntas sobre o ocorrido, eu quero deixar ela bem à vontade para falar se quiser.
Silêncio... Mas ela resolve quebra-lo.
- Desculpa perguntar mas você mora sozinha? -ela pergunta olhando ao redor, como sempre muito curiosa.
- Sim -respondo ríspida, não conseguia controlar, era da minha própria natureza, mesmo ela não fazendo nada.
- Não farei mais perguntas, mas eu preciso fazer outra. -ela diz olhando no fundo dos meus olhos, como se quisesse ler minha mente.
- Fala Benson. -digo, porque ela tinha que ser sempre tão curiosa assim.
- Por que você não gosta de mim? -pergunta me encarando com seus lin... o que? Com seus olhos azuis, concentra Shay.
- Eu? Da onde que você tirou isso? -falo desviando o olhar, não queria dar o braço a torcer, não agora pelo menos.
- Não gosta não, porque você sempre implica comigo. -ela diz com a cabeça baixa, me deu uma grande vontade de abraçar ela naquele momento, mas eu me segurei.
- Você que não fica quieta nunca caramba -falo me levantando brava.
- Mas é sempre comigo que você implica, eu já perguntei e vou perguntar de novo, seus pais... -não acredito que ela vai falar isso de novo.
- CHEGA NÃO FALA DELES, CALA ESSA BOCA ASHLEY -falo berrando e acabo a assustando, eu e meu jeito bruto de ser sempre.
- Eu vou embora, desculpa te estressar na sua própria casa -droga Shay, não acredito que vou fazer isso!
Antes que ela saia pela porta eu a seguro pelo braço e não deixo ela sair, de novo vacilei feio com ela, ela estava muito fragilizada e acabei fazendo a besteira de gritar com ela de novo, eu tento colocar na minha cabeça que ela não sabe do meu passado então seria normal da parte dela me fazer esses tipos de perguntas ou de questionamentes, mas era difícil a minha cabeça dura raciocinar isso direito, menos eu entendendo eu acabo agindo por impulso quando se trata desses assuntos.
- Me larga -ela fala me olhando com cara de assustada, eu não queria que ela sentisse medo de mim.
- Não vai embora por favor. -peço olhando fixamente em seus olhos.
- Me deixa -ela fala e se solta do meu braço, acabo soltando-a para não machucar ainda mais ela.
- Não, fica aqui, não vou deixar tu sair sozinha essa hora. -peço mais uma vez, mas ela dá de ombros.
- Como se você se importasse -fala revirando os olhos.
- Se eu não me importasse não tinha ajudado você naquele beco, agora fica aqui e dorme aqui, eu to falando sério. -falo engrossando o tom de voz, e ela ri.
- Sempre tão mandona dona Mitchell. -ela diz debochando, eu mereço mesmo.
- Cada um usa as armas que tem né? -pergunto e ela concorda rindo.
Consigo a convencer de ficar e agora estavámos no meu quarto trocando de roupa.
- Ashley -a chamo e ela me olha- Eu só tenho duas regras: o quarto é meu e ninguém entra e isso que aconteceu nessa noite e sobre você dormir aqui ninguém poderá saber, okay? -eu digo séria, realmente seria um problema caso alguém descobrisse isso, principalmente para mim, poderia rolar além de demissão um belo de um processo.
- Isso é uma trégua? -ela diz animada. Eu acho que não seria nada mal termos essa tal de trégua, pelo menos hoje, o dia já tinha sido pesado demais para ficarmos brigando mais ainda e por qualquer besteira.
- Por enquanto sim. -digo sem sair da pose de mulher séria, o que faz ela rir.
- Ótimo. -ela diz erguendo os braços e rindo, por dentro eu ri tambem, mas isso ela não precisava saber.
- Ótimo! -eu acabo soltando um sorriso disfarçado, mas eu acho que ela tinha percebido pois me olha.