Capítulo 7 Brincando com a imaginação

As pernas de Aurora tremiam, e ela decidiu implorar outra vez:

"Não é nada disso que o senhor está pensando, eu posso explicar tudo." Ela tentou virar para ficar de frente a ele, mas foi impedida.

Quanto mais ela implorava e aquele celular continuava vibrando na mão de Leon, mais ele sentia nojo.

Ele a empurrou bruscamente na cama, e ela caiu de bruços.

Apesar de estar tremendo se lembrou do seu último aviso sobre 'não vou repetir as mesmas palavras', e lentamente foi dobrando os seus joelhos para ficar na posição que tinha sido mandada.

Ele percebeu que ela estava toda desajeitada, e se perguntou até onde ela levaria aquele fingimento? Por acaso, ela estava se fazendo de sonsa, e não tinha percebido que ele já não tinha mais tolerância?

"Depressa!" Ele rosnou, forçou o corpo dela a ficar reto, e arqueou as suas costas, fazendo a sua bunda ficar empinada.

Leon jogou o celular dela, que ainda vibrava, ao lado do seu rosto, segurou em um rabo de cavalo o seu longo cabelo loiro, virou o seu rosto que estava afundado na cama, e disse no seu ouvido: "Atenda essa merda, e deixa no viva-voz! Só fale alguma coisa se eu te perguntar."

"O-oque o senhor vai fazer? Por favor..." A voz de Aurora saiu abafada e trêmula.

Ele fez ela encarar os seus olhos penetrantes e sombrios, e eles comunicavam perigo. Assim que ela sentiu o seu corpo tremer mais uma vez, fechou os olhos, e forçou o seu rosto para desviar da direção dele.

Abriu a mão para pegar o celular, e fazer o que ele tinha mandado. Assim que fez, voltou o celular para onde estava, e a voz de Nate de preocupação começou a inundar aquele quarto:

"Aurora? Aurora?!" Nate percebeu o silêncio do outro lado da chamada, mas não se importou e continuou: "Fui ver Dafne essa manhã para ter notícias suas, ela me disse que você precisava de ajuda mas o seu pai a puxou, gritou com ela e me expulsou de lá, e depois não consegui ter mais notícias. Te mandei várias mensagens hoje, e eu estava esperando que você me ligasse assim como prometeu essa manhã! Me diga, o que está acontecendo?" Leon franziu a testa ao escutar aquela voz masculina, e colocou o dedo indicador na boca sinalizando para ela ficar em silêncio.

O coração de Aurora palpitava forte, ela estava comovida com a preocupação de Nate, mas não ousava desafiar Leon, pois sabia que não tinha como se defender.

Leon começou a movimentar o seu joelho na cama para simular um barulho de que estavam fazendo sexo.

"Por Deus, Aurora! Estou tentando entrar em contato com você desde o luto! Será que você pode me responder? Tudo por causa que aconteceu aquele dia? Eu estou tentando te dar o seu tempo! Mas eu quero você! Eu preciso de você!" Nate insistia para ouvir a voz dela, logo percebeu um barulho estranho de uma cama, e ficou em silêncio para entender o que estava acontecendo do outro lado da linha.

Os olhos de Aurora se encheram de lágrimas. Ela não sabia se o que sentia agora era de tristeza, ou de medo.

Sem nem menos esperar, ela sentiu um tapa forte em sua bunda, e gemeu de dor. Ao mesmo tempo, Leon puxou pra trás seu cabelo, ele fingiu uma respiração ofegante, e disse em um tom rouco: "Gostosa..."

Leon apenas estava brincando com a imaginação do suposto cliente. Ele batia os joelhos na lateral da cama propositalmente para causar barulho de movimentos sexuais, era rápido, e sintonizava com as fortes batidas fortes que dava na bunda de Aurora sem parar.

Ela gritava gemendo de dor. "Leon, pare-" A voz dela era abafada pelo o próximo grito que causava o tapa.

Leon tampou a boca dela com uma das suas mãos grandes, e a outra apertava a sua bunda com vontade.

"Shhhh..." Ele se inclinou em direção ao seu ouvido.

"Aurora! Que merda é essa?" Ouvia a voz de Nate explodindo na ligação. "Porra! Aonde você tá?" A voz dele parecia ficar mais dominado pela raiva.

"Você está brincando comigo, Aurora? Todo esse tempo? Merda! Fazendo isso para revidar o que aconteceu com Patrícia? Já disse que nós não temos nada!"

Ela balançava bruscamente a cabeça com a mão de Leon tapando a sua boca, ele sabia que ela ia gritar alguma coisa se ele soltasse, então ele forçou mais, e cada vez mais os olhos dela ficavam vermelhos, e seus gritos eram abafados pela força de Leon. Ele fez isso até perceber que ela já estava ficando cansada.

"Diga pra mim: quem é o seu dono?" Leon perguntava com uma voz rouca e hipnotizante, soltou a mão da sua boca, e com a mesma segurou o seu pescoço apertando enquanto dava mais um tapa forte na sua bunda. Ao sentir todos esses movimentos, Aurora deu mais um grito fraco, e ele rapidamente soltou o seu cabelo, e afundou a cabeça dela na cama.

Após ouvir a voz do homem dizendo essas palavras, Nate gritou: "Que filho da puta que está com você? Vai ser assim então? Você quer jogar assim? Merda! Não importa! Eu vou te encontrar!" E então, ele encerrou a chamada.

Aurora mordia o seu lábio muito forte para conter o barulho do seu choro, a bunda sua ardia tanto que parecia que estava queimando.

Leon percebeu que a ligação tinha terminado, mas ainda esperava uma resposta.

Ele pressionou um pouco mais o aperto no pescoço de Aurora e puxou um pouco ela pra trás em sua direção.

"Me responda!" Ele rosnou, impaciente.

"Você, senhor Leon." Ela respondeu imediatamente assim que sentiu a força dele ficar insuportável.

Apesar da ira de Leon, ele sentia o seu membro pulsando, e estava extremamente excitado com aquela posição do corpo de Aurora. Ele arfou frustrado, tentando evitar que fizesse algo mais imprudente com ela essa noite. Não podia dar o prazer a ela de fazer ele chegar ao seu ápice.

Então a soltou, e ela sem esperar por esse movimento, caiu de impulso na cama. Aurora rapidamente ficou em uma posição de concha, queria se esconder de toda essa humilhação que tinha passado. Esse definitivamente era o dia mais sombrio da sua vida.

Leon pegou o seu terno pendurado no cabide, e foi em direção a porta.

"Esse nosso primeiro ato teatral foi comovente Aurora, se tivesse uma plateia, ela realmente estaria convencida de um sexo selvagem. Tenho certeza que você entendeu muito o recado que quis te dar com essa pequena atuação. Mas, tenha certeza de que se eu tiver que te dar mais uma lição no futuro, não vai ter nenhuma encenação. Em outras palavras, eu não vou mais fingir estar te comendo." Leon queria que ela percebesse que ele não era qualquer um ou mais um na sua lista.

"Monstro! Anule esse casamento, você nunca vai conseguir nada de mim!" Aurora não se conteve ao gritar enquanto via ele saindo.

Quando Leon ouviu o grito, parou imediatamente, e seu rosto ficou mais sombrio, ele apertou os punhos, mas decidiu reprimir aquele impulso de ira repentina.

'Essa estúpida tem noção de que o que eu fiz é uma gota do que as atrocidades do que o pai faz? Ela realmente tá zombando de mim com essa atitude de coitada? Ela prefere ficar aqui fazendo programas? Pois já que prefere assim, vou fazer questão de dificultar a sua vida.'

"Lembre-se de se comportar, Aurora." Esse aviso de Leon soava mais como uma ameaça para ela se conter, e pensar bem nos seus próximas atitudes.

Aurora escondeu o seu rosto na cama, tentando se acalmar a sua respiração, pois estava em choque, e com um pico de estresse muito alto. E o pior, é que não tinha ninguém que podia pedir ajuda.

Leon precisava terminar o que o seu corpo pedia, ele estava reprimindo todo aquele desejo veemente que estava possuindo todo o seu corpo. Freddy se aproximou quando viu ele na encostado na porta.

"Busque duas mulheres pra mim da categoria 'A', confira a ficha médica delas e o histórico de programas, você sabe as minhas exigências. Quando você trazer elas, retire Aurora daqui, e coloque um dos meus homens para vigiar ela. Impeça que ela encontre qualquer cliente até o horário de casamento." Ele ordenou.

Freddy achou esse pedido meio esquisito, afinal, Aurora era uma mulher extremamente atraente, como ela não tinha sido esperta o suficiente pra deixar Leon satisfeito na cama? Mas, ele apenas acenou para Leon e foi atrás dos seus pedidos.

Quando Leon entrou de novo no quarto, avistou Aurora ainda na mesma posição de concha na cama, ela estava imóvel.

"Vista-se! Ou quer fazer os meus seguranças seus clientes também?" Leon jogou um robe sobre o corpo dela. Só tinha como usar essa peça já que o seu vestido estava rasgado.

Aurora já estava com o rosto seco, ela reuniu todas as forças, e se levantou com dificuldade. Colocou o robe em seu corpo, e decidiu mais uma vez impedir aquele homem do que estava prestes acontecer no dia seguinte:

"Senhor Leon, negocie outro acordo e cancele esse casamento, aliás pretende perder cem milhões de dólares? Você não tem nada a ganhar comigo ao seu lado! Você pode ter qualquer mulher, acredito que tem diversas que estão implorando por um pouco da sua atenção. Eu não estou à venda, será que vocês não entendem isso?" Ela não entendia por quê tudo isso estava acontecendo com ela. Não queria esse destino.

"Você não está à venda? Que contraditório! Alguns minutos atrás, aquele homem estava enfurecido porque você tinha prometido que ia ficar com ele essa noite, enquanto tinha um horário marcado comigo!" Leon estava incrédulo com aquela tamanha ousadia, nenhuma mulher em qualquer posição que estivesse na vida já se atreveu desafiá-lo, ainda mais se a situação fosse ser pedida em casamento por ele.

'Ela realmente preferia ficar aqui fazendo dinheiro no clube ao lado do seu pai do que o casamento? Eu não vou dar á ela esse gostinho.' Enquanto pensava nisso, viu Freddy entrando com passos silenciosos e com duas mulheres atrás dele, uma com os cabelos longos e preto e outra ruiva, as duas estavam com roupas provocativas, e elas olhavam para Leon com desejo. Ele acendia um novo charuto, e depois voltou a observar Aurora que olhava o ambiente com aversão.

Quando Aurora ia dar o seu argumento sem perceber a presença de Freddy, a voz dele interrompeu: "Licença, senhor Leon, aqui está o seu pedido." Logo ele fez um sinal para que as mulheres poderiam ir á frente com o serviço. E assim que elas saudaram Leon, Freddy agarrou o braço da Aurora para tirar ela de lá.

Ao sair com Freddy, ela viu as mulheres indo em direção de Leon, e seu coração afundou, com certeza não era esse o futuro que ela almejava. 

Ela sonhava em casar com um homem que a respeitasse, amasse, honrasse por toda a vida, mas parecia que o seu sonho tivesse sido esmagado por o gigante peso era a sua realidade agora.

Era isso que ela ia ter que enfrentar quando se casasse com aquele homem? Ela jamais ia deixar Leon à dominar.

Enquanto era arrastada por Freddy, ela observava tudo que acontecia ao seu redor. Aquela era a primeira noite que presenciava um lugar como aquele. Aurora não saia pra festas organizadas pela sua classe de aula, preferia ficar em casa, ou sair com Dafne. 



Ela passou por um grande salão, escutava risadas masculinas eufóricas, via mulheres dando em cima maliciosamente em cima dos homens.

No ar havia o cheiro de cigarro e álcool, stripers dançavam sensualmente tirando a roupa, e ficou muito constrangida quando viu atos obscenos acontecendo por todos os cantos, nas portas do banheiro, ela olhava para cima e via homens levando mulheres para os quartos.

"Sei que estão todos aproveitando muito o aniversário do meu filho John, mas agora é a hora dele selecionar as mulheres mais bonitas, e levar uma sortuda para aproveitar essa noite em um quarto privativo!" Aurora ouviu uma voz vindo do microfone do palco, enquanto ela atravessava com Freddy a puxando com dificuldade por causa do tumulto de lá.

John olhou para todas as mulheres posicionadas de costas no palco, ele visualizava as bundas delas empinadas na cadeira dançando sensualmente a música que tinha a batida lenta.

Até que um rosto semelhante a um que ele conhecia o distraiu, e ele deu um sorriso grande e malicioso.

"Já escolhi! É aquela que está com o robe!" John apontou para a mulher loira passando no centro do salão, virou todo o copo de cerveja, bateu bruscamente na mesa, e foi andando em direção de Aurora.