Capítulo 7 Não chore mais no futuro

Depois que Jorge e Lola se sentaram à mesa, a dona Du estava prestes a sair para fazer outras coisas. "Dona Du, sente-se, vamos jantar juntos." Disse Lola, que cautelosamente olhou para Jorge, que estava comendo lentamente um pedaço de costela, não tinha certeza se o seu convite era apropriado.

"Não é necessário, obrigada. Por favor, aproveite o jantar com o senhor Jorge. Eu esqueci de comprar um produto de limpeza. Tenho que comprar agora." Dona Du lavou as mãos, calçou os sapatos e se preparou para sair.

"Bem, já está escuro lá fora. Tenha cuidado." Lola não disse mais nada, pensando que a família poderia ter suas próprias regras.

Depois que a dona Du saiu, Lola pegou o garfo e começou a jantar. Os pratos fizeram abrir o apetite de Lola. Ela já havia sofrido o suficiente. Ela finalmente podia aproveitar um jantar tranquilamente, ainda que tinha a companhia de um desconhecido. 'Talvez em pouco tempo não somos desconhecidos', pensou Lola, olhando para Jorge, que estava jantando tranquilamente.

Quando Jorge terminou de jantar, Lola ainda tinha um terço da sopa de milho na tigela. Então ela terminou a sopa às pressas, limpou a boca e começou a limpar a mesa.

"Você também fazia isso quando estava na sua casa?" Jorge olhou para Lola, que estava limpando a mesa demonstrando a falta de experiência.

"Não." Com lágrimas nos olhos, Lola recordou como era sua vida antes. Ela certamente não tinha que fazer essas tarefas quando estava em sua casa. Ela era o tipo de pessoa que não precisava fazer nada. Porém naquele momento, ela não tinha mais uma família ou uma casa. Não podia agir como antes.

"Lola, esta é sua casa a partir de agora. Você não é uma convidada aqui. Tenta relaxar!" Jorge tirou a tigela da mão de Lola e a levou para o segundo andar.

Lola olhou com tristeza para a mão de Jorge. Ela se sentia tão cansada e também queria relaxar-se. Mas poderia fazer isso?

Quando chegaram ao segundo andar, Jorge não a deixou ir ao seu quarto. Em vez disso, ele a conduziu até o seu escritório.

Jorge tirou dois cartões da gaveta da mesa, e os entregou a Lola.

"Eu não tenho dinheiro vivo. Pegue esses dois cartões para comprar o que você quiser."

Lola reconheceu os cartões, um deles era um cartão preto VIP de edição limitada. Apenas 88 cartões daquele tipo tinham sido emitidos em todo o mundo, eram sem limite de crédito e serviços de classe mundial, incluindo uma variedade de serviços prioritários em lojas de artigos de luxo e aeroportos. Ela tinha visto um cartão do mesmo tipo, uma única vez, quando participou de uma degustação de vinhos com Miguel no ano anterior. O dono daquele cartão era o presidente de uma empresa muito poderosa. Comentavam que ele era a única pessoa na cidade que tinha aquele cartão.

Ela levantou a cabeça para olhar Jorge, que mantinha uma expressão normal e ficou confusa. "Por que você está me tratando tão bem se ainda não nos conhecemos bem? Foi só porque passamos a primeira noite juntos? Jorge, eu não te amo."

Era verdade que ela não o amava e não queria enganá-lo. Miguel era o único que ela tinha amado. Porém, naquele momento, o único sentimento que ela tinha por ele era ódio.

"Vá descançar cedo. Nós vamos solicitar a permissão de casamento amanhã." Jorge a empurrou sem dizer nem uma outra palavra.

'Ele está zangado?' Lola olhou para a porta fechada em frente a ela, com os cartões na mão, e voltou para o seu quarto.

Ela sentiu-se culpada com a atitude contra Jorge que teve durante aquele dia, enquanto agora estava sozinha no seu quarto, ficou pensativa.

Papai perdeu a empresa, vovó faleceu, e agora papai está desaparecido. Ela perdeu tudo por causa de Pablo e Miguel. No entanto, a dor mais profunda que sentia foi causada pela traição dos dois ...

Lola estava triste, sentou-se no sofá da varanda olhando para a cidade, as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela queria amadurecer. Mas tudo aconteceu de repente. Como poderia amadurecer de repente diante de todo o que estava passando?

Jorge queria perguntar a Lola onde estava o Cadastro de Pessoas Físicas dela. Ao chegar à porta do quarto dela, ouviu seu soluço. Ao abrir a porta, ele avistou Lola encolhida na varanda. Ele a considerava uma mulher muito forte e indiferente, que não se preocupava com nada.

Lola assustou-se com um abraço repentino e parou de chorar imediatamente. Quando se deu conta que era Jorge, Lola chorou com mais tristeza: "Por que você está aqui? Você me pegou chorando. Que vergonha!"

"..." Ela era uma pessoa vaidosa. Jorge manteve Lola nos braços por meia hora enquanto ela chorava.

Jorge franziu a testa quando a viu assim. Suas lágrimas molharam as roupas de Jorge. "Deve ser a última vez. Não chore mais daqui pra frente."

"Por que eu deveria obedecer tudo o que você diz?" Lola começou a chorar novamente. 'Ele estava me comandando?'

"Você já chorou o suficiente. O que você pode conseguir chorando?" Jorge não entendia por que se sentiu incomodado quando a viu chorar.

Minutos depois, Lola parou de chorar. Ela também não gostava de chorar. Porém, ainda estava triste.

"Você tem vinho?" Ela assoou o nariz e olhou para ele com olhar triste.

"Você quer beber?" Jorge não quis dizer "não".

"Claro que sim, tenho certeza, quero ficar bêbada e esquecer todas essas coisas." Ela costumava beber vinho na companhia de Miguel ou de Rosa. Agora que ela decidiu deixar o passado para trás e viver uma vida melhor, tinha que lutar por ela mesma, mesmo que tivesse que pedir ajuda ao homem que estava na frente dela.

Lola foi ao banheiro lavar o rosto, seu cabelo estava bagunçado, ela juntou todos os fios e fez um coque.

Depois de hesitar um pouco, olhando para a prateleira de vinhos, Jorge pegou uma garrafa e duas taças.

"Eu não quero vinho tinto. Eu quero algo mais forte." Somente uma bebida alcoólica forte poderia eliminar sua preocupação e raiva.

Ignorando-a, Jorge abriu a garrafa e serviu o vinho nas duas taças. Lola, insatisfeita, bebeu o vinho. Olhando para a taça de vinho vazio, ela lembrou que foi por causa do vinho tinto que Miguel lhe deu, que ela tinha tido relação sexual com o homem que agora estava bem na sua frente. Ele devia ter colocado algum tipo de droga naquele vinho tinto. Lola abriu um sorriso irônico.

Jorge não planejava dar mais vinho para ela, então colocou a garrafa ao lado dele. Ingerir álcool não era bom, ela tinha acabado de sair do hospital.

Lola levantou-se irritada, pegou a garrafa de vinho, encheu a própria taça e bebeu. Ela arrotou alegremente, sem perceber o rosto de insatisfeito de Jorge.

Quando ia encher a taça mais uma vez, Jorge a deteve. "O que está acontecendo? Deixa de ser chato! Eu só quero beber um pouco mais do seu vinho." Lola o ignorou.

Jorge levantou-se, a arrancou da poltrona e a levou para o banheiro.

Jorge abriu o chuveiro e a empurrou para debaixo dele. A água fria despertou Lola totalmente.

As roupas ficaram molhadas e se grudaram no corpo dela, revelando o corpo escultural de Lola. "Jorge! Você está louco? Eu ainda não tirei as minhas roupas!" Lola ficou perplexa quando viu o rosto de Jorge. Ela começou a tremer de novo e se perguntava se ele estava com raiva. Que medo ...

Ele sabia que ela estava de mau humor e não tinha intenção de tocá-la. Porém, ela o deixou sem outra opção que não ser tomar algumas medidas.