/0/3764/coverbig.jpg?v=9a244a7345c0438550db70faced5ae3e)
Kayke estava no elevador de Arthur e não disfarçava a excitação em estar chegando no prédio daquele homem. Havia ficado maravilhado com o que havia visto até agora, a estrutura de alto padrão era realmente encantadora: fontes de água recepcionavam os visitantes para entrada do hall, e o hall possuía um aquário exageradamente grande, que poderia ser admirado com o conforto de dois sofás requintados estrategicamente posicionados em sua frente.
Havia muitos espelhos exageradamente limpos, e iluminaria que provavelmente seriam mais caras que o valor da mensalidade da sua escola, que por si só, já era absurdamente cara.
Ele observou Arthur e percorreu os olhos pelo corpo alto e robusto, não conseguindo conter o sorriso de canto de boca, enquanto seu anfitrião posicionava o dedo polegar em um reconhecimento digital para acionar o elevador. O elevador elegante e espelhado por todos os lados nem parecia com o do shopping que ele frequentava com a melhor amiga, Carolina. O homem, que demonstrava sinais de embriaguez e fungava o nariz com frequência, sorriu para ele:
- "Bem vindo à minha casa. Já estamos chegando, é no 14º"
- "Uau, você mora aqui sozinho? É realmente muito bonito... acho que só estive em lugares assim quando acompanho meus pais em jantares do trabalho. Sabe, meu pai é..." Arthur colocou o dedo na boca de Kayke, fazendo com que parasse de falar.
- "Não precisamos falar disso agora. Vem". O elevador havia parado e as portas se abriram, juntamente com a boca de Kayke. Ele andou e entrou diretamente no apartamento de Arthur, olhando em volta espantado com o fato de o elevador leva-los diretamente para a parte interna do apartamento.
- "Uau... são quantos apartamentos por andar?"
- "Um. Por isso o elevador já nos deixa diretamente dentro de casa. Se está preocupado de alguém chegar, fique sossegado... o reconhecimento digital leva cada morador diretamente para o andar. Podemos brincar à vontade sem o risco de sermos surpreendidos pelos vizinhos do andar de cima, ou de baixo". Arthur caminhou até a enorme sacada e separou duas taças, abrindo o refrigerador acoplado na bancada e preparou dois drinks de gim, levando até Kayke. – "Fiz um fraco para você, assim podemos aproveitar mais a noite".
Kayke segurou a taça e ficou extremamente sem graça:
- "Você tem uma coca cola? Sabe... acho que já bebi demais hoje", mentiu.
- "Você não está com cara de quem bebeu". Arthur se aproximou do pescoço de Kayke e cheirou lentamente, esfregando vagarosamente o queixo. – "Também não está com cheiro...", levou a boca até os lábios do menino, encaixando a língua e lambendo de forma bastante sedutora. – "E também não está com gosto".
Kayke sorriu e deu um gole forte no líquido da taça, e sem esperar foi abraçado por Arthur, que o segurou pela cintura e arrastou pelo espaçoso apartamento, ora beijando sua boca e ora chupando seu pescoço. Ele ofegava e sussurrava em seu ouvido palavras que ele não conseguia distinguir com facilidade, mas foi sendo guiado até o quarto.
Se espantou com o tamanho do cômodo e principalmente com a exagerada cama, Arthur o soltou e
retirou a taça de sua mão, descansando as duas em um móvel próximo. "Alexa, acender o LED do quarto", ordenou. As luzes do teto rapidamente se acenderam e Arthur o virou de costas, agarrando pela cintura e esfregando seu corpo no dele. Sentiu a grossura e a excitação, junto com a boca do homem que voltava a lamber seu pescoço e sentiu um arrepio forte e intenso. As mãos de Arthur percorriam seu corpo e enquanto uma mão abria sua calça, a outra levantava sua camiseta.
- "Hoje você vai experimentar uma noite alucinante, garoto".
Arthur empurrou o garoto na cama e arrancou os sapatos rapidamente, tirando a camisa e jogando em um canto qualquer, enquanto avançava para cama. Kayke desamarrou os tênis e também empurrou para o chão enquanto aquele homem parecia querer dominá-lo. Ali estava ele, deitado totalmente nu embaixo de um cara que havia acabado de derrubar na calçada.
- "Me conta... o que você gosta?", Arthur perguntava, enquanto deslizava os lábios por seu rosto e descia pelo pescoço e peitoral.
- "Eu gosto bastante de 'Stranger Things', estou na última temporada. Também sou viciado em 'Riverdale'. Ah, e "13 Reasons Why"... assisti duas vezes.
Arthur parou de beijá-lo e o olhou nos olhos:
- "Você está falando sério?"
- "Você não gosta de 13 Reasons?"
- "Eu estou perguntando sobre o que você gosta na cama, garoto! Você é ativo, passivo?
Kayke sorriu sem graça:
- "Eu sou ativo..." – olhou a cara de desconfiança de Arthur, e continuou. – "E passivo".
Arthur riu e fechou a boca, apertando a mandíbula:
- "Gosta de beijo grego?"
- "Nossa, eu adoro!", mentiu novamente.
- "Então comece!".
Os dois ficaram parados se encontrando e Kayke não sabia o que dizer, pensou no que esse homem estava dizendo e se arrependeu de não pesquisar sobre isso no google antes de sair de casa, xingou os pais mentalmente por cria-lo de forma tão conservadora, e também por matriculá-lo naquela escola na qual o sexo era um tabu.
- "Você já trepou na sua vida, garoto?", Kayke sentiu a espinha esfriar.
- "Na verdade... não."
Arthur saiu de cima dele e se deitou ao seu lado, encostando a cabeça na mão e o encarando:
- "Quantos anos você tem?"
- "20", mentiu mais uma vez... estava se acostumando com isso.
- "Em que ano você nasceu?"
- "Ok, tenho 19".
- "Então imagino que esteja na faculdade. Em qual semestre você está?
- "Eu tenho 18".
- "Você está desconfiando de mim?"
- "A verdade, garoto"
- "Eu tenho 17".
- "Melhor parar por aí... Cadê seu documento?"
- "Eu fui roubado, lembra?
- "Levanta!", esbravejou Arthur, enquanto ele mesmo se levantava e procurava pela calça. Kayke se ajoelhou
na cama.
- "Eu tenho 17, sério. Vou me formar no ensino médio esse ano, nasci em 2005.
- "Se arruma, eu te deixo em casa!"
- "Eu não posso... eu não posso voltar pra casa, eu falei para os meus pais que estava dormindo na casa de uma amiga..."
Arthur o olhou demonstrando indignação, e Kayke continuou:
- "A Carolina, aquela que eu te falei no elevador. Lembra?"
O celular de Arthur tocou e Kayke agradeceu aos céus. Ele parecia preocupado, e enquanto falava, colocava a camisa. Desligou e o olhou:
- "Vai, levanta. Preciso ir ao hospital, você vai comigo, já que você está..." Ele imitou uma voz infantil. "Dormindo na casa da Carolina"
- "Hospital? Você está bem? Aconteceu alguma coisa?", Kayke parecia assustado.
- "Eu estou ótimo. Precisamos ir à maternidade, meu filho acabou de nascer."
- "Filho?", arregalou os olhos. Oh merda, pensou.