Capítulo 3 O noivado

NARRAÇÃO DE ERIN:

Já do lado de fora do prédio da Small Conquests, senti a brisa do vento bater em meu rosto "eu estou noiva" pensei e por um breve instante senti um calafrio percorrer minha espinha, "eu estou noiva", repeti em minha mente, "um noivado falso, mas ainda sim é um noivado."

-- Erin. Querida! -- Ouvi uma voz masculina conhecida atrás de mim. Rapidamente me virei. Era Matthew Woods, pai de Logan.

-- Oi Tio Matt. O que houve? Esqueci algo?

Ele se aproxima de mim.

-- Não querida. Eu só queria falar com você longe de Logan. Podemos tomar um café? -- Ele me analisa e eu apenas concordo.

Nos seguimos para uma cafeteira próxima do prédio. Sentados em uma mesa, pedimos dois cafés pretos.

-- Então tio. O que o senhor queria falar comigo? -- eu quebro o silêncio depois que a garçonete traz os cafés.

-- Eu quero falar sobre o noivado. -- Ele toma um gole do café.

-- Noivado Falso. -- Solto rapidamente sem nem pensar nas palavras.

-- Sim! Noivado Falso... eu tenho que confessar que quando Logan me contou que havia encontrado alguém para ser a noiva, achei que ele estivesse mentindo, mas então ele me disse que a mulher era você, eu não acreditei que você pudesse mesmo ter aceitado a proposta. -- Ele faz uma pausa para tomar o café.

-- Sinceramente tio. Nem eu acreditei quando ele me fez a proposta, acho que estive fazendo mais uma de suas brincadeiras... lembra como ele me zoava quando éramos crianças? -- Ele assente sorrindo. -- Eu pensei muito em não aceitar, mas então lembrei de como o senhor nos acolheu depois que Mamãe morreu, cuidou de nós e não era justo que Logan fosse tirado da diretoria por causa de um fim de semana...

-- Mas você tem que adimitir Erin, que Logan não é a pessoa mais responsável do mundo quando se trata de baladas e festas.

-- Mas ele é um excelente profissional, um excelente empresário. -- Rebato sua afirmação. -- Eu aceitei, porque se a diretoria resolver tirar Logan, Sebastian não vai querer assumir e o senhor está aposentado.

-- E o que ele lhe dará em troca?

-- Não muito, apenas um carro, para que eu possa me locomover. -- Respondo calmamente.

-- Mas Erin. Você pediu apenas isso? Poderia ter pedido dinheiro, presentes... -- Ele me encara abismado.

-- Tio... eu ja tenho tudo, por sorte o dinheiro da herança de papai e mamãe e as ações da empresa que são divididas entre Stefan e eu, são o suficiente para viver e sustentar Rory, sem falar do meu salário e os free-lancers que faço aos finais de semana.

Ele insiste no assunto da recompensa, mas eu rebati todas a vezes, ate que por fim ele se deu por vencido.

-- E o anel... -- ele fala, mas eu interrompo.

-- Irei devolve-lo... -- Eu faço menção de tirar, mas dessa vez ele quem me interrompe, colocando uma de suas mãos sobre a minha.

-- Não! Fique com ele! -- Ele então afasta a mão. -- Eu gostei que ele deu a você o não da mãe dele. Eu só não esperava que fosse você a mulher à quem ele o daria. -- neste momento, suas palavras me surpreendem. Então eu sou o tipo de nora ideal?

-- ainda me pergunto: porque eu?

-- Talvez porque você é o tipo certo de mulher para esse papel. E também porque... -- ele começa, mas suas palavras são interrompidas pelo som estridente de sei celular, ele rapidamente o pega e atende. -- Oii Trude... sim.... nao! Porque?... ah ok. Já estou indo.

Gertrude, é a empregada da família Woods, ela sempre foi o tipo se pessoa que você quer ter por perto, sempre cuidando de tudo e de todos.

-- O que houve? -- Pergunto preocupada.

-- Um probleminha em casa. Preciso ir. -- ele tira do bolso 30 dólares e o deixa em cima da mesa.

Em seguida saímos da cafeteira e voltamos para a Small conquests.

-- Muito obrigado por nossa conversa Erin! Espero ver você na coletiva hoje a noite. Para o anúncio do noivado!

-- Sim claro! Até mais tarde!

Dito isso, nós ele vai em direção ao valet e entrega o bilhete do estacionamento. E eu sigo para dentro.

Por conta de todos os imprevistos, adiei todas os meus ensaios para o outro dia e esperei dar o horário para buscar Rory, enquanto isso, usei o tempo para arrumar o estúdio.

-- são quase 17h -- Logan aparece na porta do estúdio. -- Vamos buscar Rory?

-- Não precisa me levar sempre. Sabe disso né?

-- Eu sei. Mas enquanto seu carro não chega eu é quem irei leva-la aonde você precisar. -- Ele da um sorrisinho.

-- Bom... muito obrigada! -- Pego minhas coisas e sigo com ele para o estacionamento.

NARRACAO DE LOGAN:

Quando fiz a proposta a Erin, sinceramente não achei que ela aceitaria, mas nessa manhã quando vi sua mensagem, senti algo que não sentia há muito tempo, joguei esses pensamentos estranhos de lado e me concentrei no meus afazeres.

Quando contei para o meu pai,que eu havia encontrado alguém para ser minha noiva, ele me olhou como se eu estivesse mentindo, só depois que falei quem era, ele sorriu e disse "boa escolha, não acredito que ela aceitou."

Mas eu ainda precisava de um anel, não convenceria ninguém se minha noiva não usasse um anel.

Depois de assinar os papéis, era hora de entregar o anel, pensei em me ajoelhar e fazer tudo como manda a tradição, mas Erin não era desse tipo de mulher e não seria nada apropriado me ajoelhar pra minha falsa noiva.

Então apenas o coloquei em seu dedo, quando meu pai questionou sobre o anel foi que percebi, que ele se encaixou perfeitamente em seu dedo, nesse momento meu coração pulou, "mas que merda esta havendo comigo?". Voltei rapidamente para minha mesa.

Depois das assinaturas, Erin apressada da sala, suponho que do prédio também.

Nada me tirava da cabeça, o porquê que ela havia aceitado?

Ainda assim, eu gostava da companhia dela. Então decidi oferecer uma carona.

-- São quase 17h... -- galo ao aparecer na porta, ela quase salta de susto. -- Vamos buscar Rory?

-- Não precisa me levar sempre. Sabe disso né? -- Ela fala enquanto terminado ajeitar as coisas.

-- Eu sei. Mas enquanto seu carro não chega eu é quem irei leva-la aonde você precisar. -- Deixa um sorrisinjo enquanto colocava as mãos no bolso.

-- Bom... muito obrigada! -- ela me olha sem graça e pega a bolsa, então seguimos para o estacionamento.

De lá seguimos para a escola de Rory.

Que como da última vez, não parou de tagarelar. Falando de como brincou e se divertiu.

Se fosse em outra época eu até poderia gostar de uma criança tagarelando o tempo todo no meu ouvido.

Mas agora eu só conseguia pensar no meu Falso noivado e no emprego que estava em risco.

-- Bom... obrigada pela carona. -- Ela di assim que paro em frente ao seu prédio.

-- Por nada! -- Respondo. -- Tchau Rory.

-- Tchauu! -- ela pula para fora do carro.

-- Te vejo na coletiva! -- Ela fala depois de fechar a porta de trás.

-- Até lá!

Enquanto vejo Erin entrar com Rory no prédio, mil coisas passam pá minha cabeça. " mas que merda!" Gritei internamente, de imediato arranquei com o carro,sai dirigindo tanto sem rumo que quando vi estava diante de um bar qualquer.

-- Whiskey. -- Pedi o bartender serviu.

Tomei em um gole só. Então pedi outro, e mais outro e mais outro, já deva estar no 5° copo, quando uma garota apareceu ao meu lado.

-- Esse lugar está ocupado? -- Disse com uma voz sensual.

-- Agora está... -- Olhei para ela, que delicia. -- por você!

-- Lollita. -- Disse chegando mais perto de mim e se sentando no banco ao meu lado, os peito praticamente saltando para fora do vestido curto.

Ela então se sentou e cruzou as pernas.

-- Eu sou... -- Pensei em falar meu nome, mas eu sou conhecido e as manchetes estavam me destacando em todo canto. -- Matt.

Ela pede um Martini e o toma com tanta sensualidade que senti meu membro pulsar.

As pernas me chamando, os peito também.

Engoli meu Whiskey e sussurrei em seu ouvido. "que tal uma festa particular?", ela lambeu os lábios eu sabia que aquele era o sinal.

Então segurando sua mão, levei para uma das salas privadas do bar.

Ela fechou a porta, me jogou o no sofá e se jogou em cima de mim, me beijou com tanto fogo que eu na não aguentava mais. Suas mãos passeando em mim, eu sabia o que eu queria.

Em um rápido movimento dei à ela o que ela queria e também me satisfiz.

* * *

De volta Small Conquests, me reuni com o conselho e a imprensa, logo Erin estava ao meu lado, anunciando comigo o nosso noivado.

Fotos e mais fotos.

-- Que tal uma com um beijo? -- Diz uma dos fotógrafos.

Ela me encara com um olhar de súplica "por favor não", eu sabia que aquele olhar significava isso, mas não tínhamos escolha, se não nos beijassemos ninguém acreditaria.

Então sussurrei: "desculpe". Em seguida tomei seus lábios num beijo leve e cuidadoso.

Seus lábios eram tão macios, como eu nunca tinha os experimentado antes?

Logo eu queria mais, mas eu sabia que não podia aprofundar o beijo, então me afastei com um selinho.

Ela me olhou incrédula, mas seu olhar não parecia de incredulidade, parecia mais com um... nao sei dizer.

Ficamos ali nos encarando, até que alguém corta o silêncio.

-- Então quer dizer que vão se casar? -- Era Jake. Meu melhor amigo.

-- Pois é amigo! -- Falei sorrindo.

Ele ainda abismado nos deu os parabéns.

-- Não acredito que vai se casar com a Erin. Desde quando vocês estão saindo?

-- Não muito tempo...nos encontramos na queda viagem que fiz a Londres há 2 meses.

Eu realmente fui para Londres, mas não encontrei Erin. Fiquei ocupado com negócios e mulheres.

-- Desde então, nos falávamos todos os dias. -- Continuei.

-- E porque vão se casar? -- Ele então se pausa. -- Aí meu Deus... ela tá grávida? -- ele se senta na cadeira em frente à minha mesa.

-- NÃO! -- eu quase grito. -- Acredite você não acreditaria se eu contasse.

-- Então conte! -- ele fala interessado.

-- Não posso cara. É um segredo.

-- qual é cara.. sou seu melhor amigo... -- ele súplica.

-- Foi mal cara. -- Dou de ombros. -- Tudo o que posso dizer é que... quero que seja meu padrinho.

Por mais que o noivado fosse falso, eu precisava de um padrinho, só assim para convencer.

Durante a noite, eu não parava de pensar no beijo suave com Erin. Eu já havia reparado em seus lábios carnudos, mas nunca tomei coragem, afinal havíamos crescido juntos.

A verdade é que quando fui para a faculdade, não vi mais Erin. Até ela voltar, para o Funeral da minha mãe. Acompanhada de uma menininha.

Eu não sabia que Erin tinha ficado grávida.

Foi só quando cheguei em casa depois que voltei de Nova York, ela já havia ido para Londres, e via as fotos de um bebê.

Então perguntei à Sebastian e ele respondeu "essa é Rory... filha da Erin".

Rory, é era bem a cara dela, Erin sempre foi fã de Gilmore Girls.

Eu fiquei abismado, como aquilo havia acontecido?

Foi quando Sebas me contou, que Erin conheceu um cara no último ano, se apaixonou e engravidou.

Quando Rory tinha 1 ano Erin foi pra Londres e eu voltei de Nova York.

No funeral de minha mãe, Erin não levou a pequena, mas haviam fotos dela na casa de meu pai. No quarto de Erin e Stefan um álbum de Gestante.

Foi só assim que acreditei.

Quando soube que Erin estava voltando, tratei de conseguir uma vaga para ela. Foi só quando ela voltou que conheci Rory, em um almoço na casa de meu pai.

-- São 6h da manhã, você não dormiu? -- Jake falou enquanto corria ao meu lado.

-- Não! Deve ser a tensão do noivado.

Não era tensão do noivado, era uma tensão chamada Erin.

-- sempre imaginei que você se casaria, mas não coma Erin.

-- E qual é o problema? Ela é bonita! -- foi só aí que percebi que falei demais.

"Mas o que diabos esta havendo comigo?" Desde quando falo que Erin é bonita.

-- Nisso você tem razão. Mas ela te. Uma filha.

-- Eu sei!

-- E não importa? -- ele me olha incrédulo.

Eu queria dizer que sim. Mas tudo o que disse foi:

-- Não!

-- Eu te admiro cara, vai casar com uma mulher que tem uma filha de outro, vai assumir a filha dela como sua.

Nesse momento eu parei de correr, " eu não tinha pensado nisso", jake também parou e me olhou.

-- O que foi? Não tinha pensando nessa parte? Não acha certo que como marido dela, assuma a filha dela?

-- Você a viu? Você.. a viu grávida? -- Eu solto de repente.

-- Sim! Inclusive a levei nas consultas algumas vezes.

Quando fui pra faculdade Jacob ficou e fez faculdade em chicago, seus pais estavam se divorciando e ele precisava estar ao lado da mãe.

Nessa hora me senti estranho. Como ele podia ter levado ela nas consultas?

Quer dizer que ele estava lá quando o bebê chutou? Quando o coração bateu?

Pensar nisso tudo fez minha cabeça girar.

De repente eu estava apoiado em um muro do parque River Walk.

-- Cara... você tá bem? -- Jake me analisa. -- Não vai me dizer que você ainda...

-- Não! -- falo recuperando o fôlego. -- Quer dizer... nao sei!

Jake suspira. E eu fico ali parado, zonzo com tudo o que estava acontecendo.

-- Espero que saiba o que era fazendo!

-- Eu também amigo!

* * *

NARRACAO DE ERIN:

Pensar no beijo de Logan, confesso que me trouxe de volta sentimentos que eu jurava já ter esquecido.

Seu gosto de Whiskey, com certeza ele tinha bebido, não saia dos meus lábios.

Assim que cheguei em casa depois da coletiva, dei de cara com Lucy minha melhor amiga jogada no sofá, dormindo.

-- Lu.. cheguei! Lu! Lu! -- chacoalho ela, mas ela não acorda. Então resolvo gritar. -- LUCYNDA PRICE!

Ela então acorda em um instante, no meio do susto, ao me sentada na mesinha de centro, ela leva as mãos ao peito.

-- Mas que merda Erin! Quer me matar de susto? Não posso nem tirar um chicholinho? -- ela faz um pequeno drama enquanto se senta no sofá.

-- Cadê minha filha?

-- Nossa... nenhum "você está bem?" Ou "Claro que pode dormir no meu sofá amiga". -- ela continua a fazer drama e eu a encaro com uma das sobrancelhas erguida. Ela então se dá por vencida. -- Tá no quarto. Dormindo. Capotou já faz um tempo.

Me levanto da mesinha, tiro meus saltos e caminho até a cozinha.

-- A escolinha deve estar esgotando toda a energia diária dela. -- Falo pegando um copo de água.

-- Porque não me contou que vai se casar? -- Ela vem até mim e eu quase engasgo com água ao ouvir isso.

-- O que? -- Deposito o copo em cima do balcão.

-- Está em todos os jornais. Então é isso que você foi fazer? Esse era o compromisso inadiável? Logan é o o noivo? Que história é essa Erin?

-- Lucy! Calma! -- Levantou minhas mãos para que ela se acalme. Ela então me encara esperando uma resposta. -- Não contei porque foi muito de repente.

-- E desde quando vocês estavam saindo?

-- Desde que nos reencontramos no funeral da mãe dele... há 1 ano. -- minto e me sinto mal de faze-lo. -- ele estava mal e nós conversamos. Acabamos ficando. Depois eu voltei pra Londres e nós namoramos à distância.

Decidi parar de falar para não piorar a mentira.

-- E quando ele fez o pedido?

-- Ontem!

-- Anel? -- Ela continua o interrogatório.

Então eu mostro o anel de noivado em minha mão, ela agarra minha mão com tanta força que por um instante achei que ela ia arrancar ela fora.

-- Aí meu Deus... ele é... -- Ela fala e de repente se pausa sem palavras.

-- Eu sei.. Lindo! E da Mãe dele! -- falo a última frase quase que em um sussurro.

-- O que? -- Ela quase grita. -- Ele te deu o anel da mãe dele? -- Eu assinto. -- caramba, então ele te deve te amar mesmo... eu soube que a mãe deixou pra ele para que ele o desse para a mulher da vida dele.

-- Pelo visto essa mulher sou eu.

Falo e sinto meu coração palpitar.

Será que era isso mesmo?

Eu sou a mulher da vida dele?

                         

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