Capítulo 6 Não me toque

Jana ficou intrigada com a mudança súbita do comportamento da Shirley e, antes que pudesse reagir, sentiu alguém empurrá-la. Então ela sentiu uma dor aguda quando bateu no chão. Virando-se para olhar para o agressor, encontrou o pai e a madrasta, Joy, em pé na porta.

"Por que você bateu na sua irmã, Jana?" o pai dela gritou.

"Não, eu não bati nela. Eu não..." . A explicação dela ficou no meio do caminho quando o pai levantou a mão e lhe deu um tapa, e antes que ela pudesse pronunciar outra palavra na sua defesa, seu pai já havia agarrado a vassoura e se aproximava dela com uma expressão maliciosa.

Sabendo que a punição estava esperando-a, ela se encolheu num canto tentando se proteger quando o pai dela começou a bater nela com a vassoura. Shirley, sua meia-irmã, estava do outro lado do quarto. Quando a viu implorando, ela fez gestos obscenos com as mãos e sorriu triunfantemente.

Depois do pai estava satisfeito com o castigo que ele havia dado à Jana, ele pegou a bolsa dela e jogou Jana para fora da casa. Coberta dos hematomas e cortes, ela não teve nenhuma escolha a não ser se afastar da casa. Sem celular e dinheiro, ela não podia pegar um táxi e, andando sem rumo pela rua, começou a se perguntar como terminou assim.

Originalmente, ela foi para casa Wen para pedir dinheiro emprestado ao pai. Ela precisava dessa ajuda para poder deixar o Zed e encontrar um emprego, mas nunca imaginou que as coisas terminariam assim. Ela sabia que o pai odiava a mãe biológica dela e que, após o divórcio, o ódio a afetou, então sua posição na família piorou, especialmente após o nascimento da sua meia-irmã, Shirley e do meio-irmão, Watson. No entanto, apesar de muitas vezes ter sido acusada e maltratada injustamente por eles, foi a primeira vez que a espancaram com tanta crueldade.

A dor e a tristeza que ela sentiu nublaram seus pensamentos. Depois das horas de caminhada, ela finalmente prestou atenção ao ambiente e ficou surpreendida ao se encontrar na frente da casa do Zed. Um vento frio começou a soprar e, quando ela roçou os cortes nas costas da mão, ela sentiu uma sensação de coceira.

Zed estava assistindo uma transmissão 'ao vivo' das câmeras localizadas fora da sua vila e percebeu que Jana havia caminhado até à porta, mas se virou sem tocar a campainha. Ele franziu o cenho enquanto a observava andar de um lado para o outro na frente da porta. Parecia que ela estava preocupada e tentando tomar uma decisão.

Ele segurou o queixo dele e se perguntou o que a entristeceu. Então ele se concentrou nela, tentando estudar sua expressão com cuidado. Qualquer dica sobre o que estava passando na mente da Jana o ajudaria a decidir que ação tomaria.

Ele estreitou os olhos quando a viu esfregando suavemente a mão. Aproximando o zoom, ele notou que a mão da Jana estava estranhamente vermelha, e ele se levantou tão de repente que sua cadeira caiu para trás. Com o controle remoto na mão, ele apertou o botão que abriu a porta.

Não esperando que a porta se abrisse tão repentinamente, Jana deu um salto e recuou como se tentasse sair, mas de repente viu o Zed se aproximando pela entrada da garagem. Ele estava vestido casualmente.

Dando grandes passos, ele chegou onde ela estava e, sem lhe dar tempo para esconder a mão, ele a agarrou e a puxou para ele. Ele franziu a testa quando viu os ferimentos. Seus olhos se encheram da raiva enquanto se perguntou quem machucou sua esposa.

"Quem fez isto?" ele perguntou baixinho, claramente irritado.

Jana se apressou em retirar as mãos e escondê-las atrás das costas, e apertando os lábios, balançou a cabeça.

Zed ainda estava franzindo a testa enquanto pensava por que não queria contar a ele quem a machucara. Ele decidiu mudar sua estratégia, então ele se inclinou e a abraçou. Passando um braço em volta dos ombros dela com cuidado, ele a levou para a vila e, depois de colocá-la no sofá, foi buscar a caixa de remédios. Agachado na frente dela, ele se dedicou a desinfetar cuidadosamente os ferimentos dela e depois enfaixá-los. Jana nunca pensou que ele pudesse ser tão gentil e atencioso, embora ele mantivesse a testa franzida do começo ao fim, e quase parecia que foi ele que se machucou.

"Então você voltou para casa?" ele perguntou friamente quando terminou de enrolar a ferida com a gaze.

Ela abaixou a cabeça. Ela não podia mais conter suas emoções e as lágrimas corriam livremente pela sua bochecha. A combinação da tristeza, desamparo e raiva dominou-a finalmente. Ela ficou com o coração partido pela forma como sua família a tratara e, embora ela quisesse lutar, ela era incapaz de fazê-lo. Ela não tinha recursos e ninguém a apoiaria ou a protegeria.

Zed estava inspecionando seus braços em busca de mais feridas quando ela pegou as mãos dele e olhou para ele com a grande expectativa. "Você ainda pode cancelar o contrato dessa propriedade?" ela perguntou.

Atordoado, ele ficou sem palavras, mas depois de um minuto, ele assentiu.

"Ótimo!" , finalmente, havia algo que ela podia fazer para se vingar. Sua madrasta, a meia-irmã e o pai foram cruéis com ela todos esses anos e, finalmente, ela conseguiu encontrar uma maneira de os deixar pagar o trauma que lhe fizeram.

Zed se levantou e foi para o quarto, mas quando viu o celular na mesa, ligou para a secretária.

"Verifique a que horas será a transferência da propriedade suburbana."

"Os documentos que recebemos esta tarde mostram que a transferência da propriedade suburbana já está sendo agendada".

"Pare essa transferência!" .

"Como assim, senhor?" .

"Diga ao diretor Zhang que cancelei a transferência."

"Ok, farei isso imediatamente."

Depois de desligar, Zed voltou para o quarto, mas parou na porta, percebendo que Jana havia desabotoado alguma parte da sua blusa e estava aplicando remédios no ombro.

'Onde eles a machucaram tanto?' 'Quem a machucou?' Esses pensamentos o consumiram. Sem pensar, ele foi na frente e começou a desabotoar as roupas dela, pois precisava ver quantos ferimentos ela tinha.

"O que você está fazendo?" ela disse enquanto afastava as mãos do Zed e o encarava espantadamente. "Estou machucada e todo o meu corpo dói. Não coloque suas mãos em mim! " .

"Porque? O que acha que pretendo fazer? " Sua reação o surpreendeu. Ele só queria ver suas feridas e não conseguia entender por que ela não o deixava fazer isso.

Impaciente e furioso, ele estendeu a mão e rasgou a blusa dela.

Jana correu para cobrir seu corpo com os restos das suas roupas rasgadas antes de dar as costas ao homem e se enrolar.

Os olhos do Zed se arregalaram quando viu os hematomas dela nos braços e ombros. A forma das marcas em todo o corpo tornava óbvia que ela havia sido atingida por algum tipo da barra. A raiva profunda e o amor terno borbulhavam no seu coração.

"Não me toque!" Com a fúria, ela o empurrou repetidamente enquanto ele tentava alcançá-la para tocá-la. Suas ações aumentaram apenas as feridas, causando-lhe uma dor imensa.