/0/4033/coverbig.jpg?v=d1d4e854790df1816da43ddb67de31f3)
Acordei com o choro alto de uma criança de colo, o local onde estava era escuro e não conseguia distinguir as formas a minha volta, apenas sentia o livro firme seguro entre meus dedos, ouvia a voz de muitas pessoas alguns choramingando em cantos outros que pareciam andar tateando chamando outras pessoas, neste momento lembrei de Roxane, com um salto quis ficar em pé porem levantei muito rápido e minha vista ficou embaçada pelo salto abrupto e logo cai de joelhos, tentei gritar pelo seu nome mas minha voz saia como um eco seco tentando encontrar o seu fundo, porem o som não saia.
Em um momento de desespero fiquei em pé novamente e com a voz rouca e baixa como se não houvesse tomado agua a dias fui atrás da única pessoa que me importava naquele momento.
Realmente ali estava cheio de pessoas cada passo que dava era um empurrão um ponta pé, um grito de aviso, foi quando eu vi de longe em meio a penumbra o vestido vermelho andando entre os corpos de pessoas conversando próximo a uma fogueira improvisada com roupas rasgadas.
Me aproximo do vulto de vermelho e seguro seu ombro digo em uma voz quase inaudível.
- Roxane?
A mulher vira abruptamente porém o rosto que vejo não é o de minha amada, uma mulher cor de ébano olha no fundo de meus olhos me fitando.
- Desculpe, oque disse?
Percebo um sotaque em sua voz porém não consigo distinguir a origem do mesmo.
- Roxane, ela você a viu?
- Sua voz esta muito fraca, venha comigo.
Não sei porque a segui ou porque me senti confiante perto dela mas ela emanava algum tipo de charme que não tive outra atitude se não aceitar cegamente oque ela falava
A mulher cor de Ebano me guiava segurando pelo braço em meio as pessoas até perto da fogueira e se dirige as pessoas em volta dela.
- olá meu amigo esta com muita sede, você pode me arrumar um pouco.
- A depende docinho, oque nos vamos ganhar em troca de você?
Ouvi as risadas gruturais dos homens em volta da fogueira e só então fui olhar os rostos deles, eram pessoas mas encaradas, aparentemente de gangue ou algo assim, um tipo de gente que se passasse pela rua eu atravessaria para o outro lado.
O mais alto se levantou entre eles em silencio com um embrulho nas mãos e disse com uma voz rouca.
- Não liga pra eles, a maioria das pessoas aqui são boas, apenas estão sendo idiotas. E então você acordou quando?
Percebi que ele olhava diretamente para min com seus olhos negros como a noite e uma cicatriz assustadora que atravessava de baixo da bochecha direita até o meio do queixo.
- Bem eu não sei, acho que a algumas horas.
- Senhoras e senhores, temos um sobrevivente.
O grupo todo deu risada em volta da fogueira.
- como assim?
- Bem meu amigo, fazem três dias que você passou apagado, então não é de admirar que esteja com sede.
Três dias? Isto não poderia ser verdade. Alias num local como aquele como saberiam que se passaram três dias se nem ao menos o sol eles poderiam ver?
- como você tem certeza que fazem três dias?
Minha voz doía toda vez que tentava dizer alguma coisa.
- Bom a não ser que o relógio do Peter esteja mentindo, já marcou três vezes o horário de meio dia, mas pegue logo esta agua antes que me arrependa de estar lhe oferecendo, a sua voz parece de um defunto.
Como eu passei todo este tempo desacordado? E como ainda estou vivo? Até intendo o porque de estar desnutrido, peguei o frasco embrulhado que estava na mão dele e a cada gole da agua amarga eu sentia meu corpo se recuperando aos poucos, e a minha mente clareando.
- Podem se sentar se quiser, temos alguns lugares vagos ainda em volta da fogueira.
Eu e a mulher se sentamos próximos e ao lado de peter o que havia sido indicado pelo homem alto como a pessoa do relógio.
- Poderiam começar se apresentando, oque acham?
Olhei para a mulher ao meu lado que parecia desconfortável e tentei abrir a distancia dela para dar mais espaço, então ela olhou para as mãos e começou a falar.
- Meu nome és Livia, acordei fazem 2 dia e meio, sou natural do Missouri, por conta disso a sotaque.
Agora eu descobria de onde era o sotaque que tanto me chamava a atenção.
- Alguém pode me dizer que lugar é este?
Eu tentava passar confiança com minha voz recém recuperada, porém até mesmo eu duvidava que isso parecia confiante o suficiente.
- Qual o seu nome mesmo?
Aquilo não era a resposta da minha pergunta mas vinda daquele homem me senti obrigado a responder.
- Raidon, meu nome é Raidon
Eu convencia a min mesmo que havia tomado a escolha certa em revelar meu nome, e esperava que isso não fosse um erro
- Muito bem, Raindon então. Todos nós temos a mesma historia, estávamos em nossas casas, carros, com nossas famílias, na rua quando vimos a luz branca e cegante, ouvimos o alarido o som alto, alguns desmaiaram e foram levados, sorte destes.
- Como assim sorte? Você acha isso sorte? Trancado sabe deus onde com pessoas que desconheço?.
- Eu intendo a sua preocupação, mas sim eu digo sorte, pois a maioria daqueles que não desmaiaram assim como eu viram oque aconteceu, alguns se mataram, outros estão ainda aqui loucos andando em voltas na escuridão, e alguns poucos como eu fizemos alguns grupos de pessoas, aqueles que acreditam, e querem sair deste local.
Olhei no fundo de seus olhos, e para meu espanto oque vi la foi o vazio, o cansaço, os olhos de alguém que viram coisas que não podiam intender. E o frio do medo tomou conta dos meus ossos.
- Qual seu nome? E se não for muita intromissão oque exatamente você viu?
- A claro esqueci de apresentar o grupo, a sua direita tem o peter, aquele que te falei, a sua esquerda temos o John infelizmente por uma tragedia nas ruas ele acabou ficando mudo, no entanto oque ele não fala compensa em músculos, ao lado dele tem Arthur seu irmão e o único de nos que fala libras ao contrario do seu irmão ele fala mais que o radio na virada de ano novo, cuidado com os bolsos ele tem mania de "pegar" coisas sem pedir, tem a Julia aquela coberta com o capuz a minha direita, ela não fala muito o pouco que falei com ela descobri que é escocesa e por ultimo sobrou a minha pessoa me chamo Irwin Klaus.
Corri os olhos em torno da fogueira agora que os conhecia não pareciam ser pessoas assim tão ruins apenas vários membros sem rumo procurando um local para ficar.
- Vamos chefe conte para eles o plano, conte.
Arthur mexia as mãos como um louco com seu físico pequeno e esguio enquanto falava como se mil palavras estivessem saindo da sua boca ao mesmo tempo.
Notei um sorriso vindo de Irwin.
- tudo no seu tempo Arthur, nem sabemos se depois que eu contar eles realmente vão querer seguir com a gente.
A agonia já tomava meu corpo por conta da ansiedade para saber oque houve meus olhos quase imploravam por saber a verdade, e então Irwin começou a falar.
- Eu estava caminhando pela Rua escura.....