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Alfredo quando chegou à casa, deparou-se com a bagunça e o desastre que se havia instalado. O Jovem começou a chorar pela perda da mãe, do pai e do inferno que passava naquele instante. Foram dias ruins para ele, e ninguém lá estava para prestar algum apoio, todos estavam nos seus cantos sendo que a família do jovem não se encontrava por perto, ali só estava a comunidade. Comunidade composta por gente 'desconhecida' e a mesma comunidade já começava a comentar sobre o futuro do jovem.
Todos praguejavam sobre Alfredo, já que estavam convictos de que o destino dele seria um autêntico desastre e que este seria mais um a engrossar a lista dos mendigos. Ele trancou se dentro da casa e não tinha mais opção. Duas semanas depois da saída da prisão, ele decide pegar no material de pesca do pai e começou a organizar, convicto de que se não for ele, ninguém mais séria. Após organizar o material, ele vai direto ao mar e lá começa a brincar de remar e pescar. Naquele dia, conseguiu alguns peixinhos para o consumo próprio. Daí, viu que era possível, logo ganhou moral (força) de continuar fazendo aquela actividade, pois era divertido, e sucessoso. No dia seguinte, ele acordou muito cedo e foi direto ao mar e a rotina era a mesma, divertir-se remando e pescando. No terceiro dia, Alfredo encontra-se com um jovem de nome Moisés na costa, com quem começou a conversar.
O Jovem disse-lhe que sabia remar e que podiam navegar juntos. Alfredo e o Moisés navegaram até um certo ponto onde pararam e começaram a pescar. Alfredo começou a experimentar um novo mundo, e viu que pescar era uma terapia além de trabalho. Nesse dia, eles conseguiram uma quantidade considerável de peixe que até puderam vender e ter um valor, foi assim como nasceu a amizade deles. Alfredo envolveu-se numa luta diária para o seu próprio sustento que até chegou a vender o seu pescado no mercado. E quando ia ao mercado vender, os outros jovens riam-se dele pelo facto de ter desistido da escola e começar a vender peixe. Eles viam um futuro destruído e que na concepção deles, seria um empregado futuramente. O jovem não se distraiu, continuou com a sua rotina e bem conformado. Até aos seus trinta anos de idade, já tinha uma esposa, um filho e sua própria casa, além da velha casa dos seus pais. O jovem conquistou a admiração de todos e muitos comentaram sobre a trajectória do jovem. Facto curioso, o jovem já não ia mais à pesca porque havia comprado um material para ser usado em pescas desportivas, que havia empregado pessoas para exercer o trabalho de pesca e venda. A família do jovem ouviu dizer sobre ele, que era uma pessoa bem sucedida e feliz. Alfredo já recebia em sua casa, vários membros da família que em certo momento já não sabia de onde vinha tantas famílias fantasmas.