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A história de Nari e Jeon continua a se desenrolar com uma mistura de tensão e emoção.
A notícia da briga se espalhou pelo campus como fogo em um campo seco. Jeon, o rapaz problemático por quem eu havia me apaixonado, estava no centro disso tudo. Eu não conseguia acreditar que ele havia se envolvido em algo tão sério.
Naquela noite, enquanto eu estudava em minha pequena sala, a porta se abriu abruptamente. Era a minha colega de quarto, com os olhos arregalados.
- Você ouviu sobre o Jeon? - perguntou ela. - Ele foi preso!
Meu coração afundou. Eu sabia que precisava fazer algo. Não podia simplesmente ficar parada enquanto ele enfrentava as consequências de suas ações. Peguei minha bolsa e saí correndo em direção à delegacia.
Jeon estava lá, algemado e com o rosto machucado. Seus olhos encontraram os meus quando entrei na sala de interrogatório. Ele parecia surpreso ao me ver ali.
- Nari - disse ele, sua voz rouca. - O que você está fazendo aqui?
- Eu vim te ajudar - respondi, determinada. - Não posso deixar você enfrentar isso sozinho.
Jeon suspirou.
- Você não deveria estar aqui. Eu sou um problema, lembra?
- Eu não me importo - retruquei. - Você é mais do que isso.
Conversei com o advogado, expliquei o que sabia sobre a briga e pedi que ele fizesse o possível para libertar Jeon. Esperei por horas, ansiosa e preocupada. Finalmente, o advogado voltou com boas notícias: Jeon seria liberado sob fiança.
Quando ele saiu da cela, seus olhos encontraram os meus novamente. Ele parecia cansado, mas havia gratidão em seu olhar.
- Obrigado, Nari - disse ele, sua voz mais suave do que nunca.
Eu sorri.
- Você não precisa agradecer. Estamos nisso juntos.
E assim, naquela noite, eu percebi que o nosso primeiro encontro não havia sido apenas um acaso. Nós éramos diferentes, sim, mas também éramos capazes de nos apoiar nos momentos mais difíceis. O rapaz problema e a menina inocente do interior estavam prestes a enfrentar muitos desafios, mas estávamos dispostos a lutar por nossa conexão. Jeon não se abalou nem um pouco com prisão, ele nem me levou para casa disse que um amigo daria uma festa, e fomos direto para lá.
A noite estava quente e pulsante, e eu me vi seguindo Jeon até a casa do tal amigo. As luzes piscavam, a música reverberava pelas paredes e o cheiro de álcool pairava no ar. Eu não era exatamente uma frequentadora assídua de festas, mas algo em Jeon me fazia querer estar ali.
Ele estava à vontade, como se pertencesse àquele cenário caótico. As mulheres se aproximavam, rindo e tocando seu braço. Eu me sentia um peixe fora d'água, observando tudo de longe. A bebida fluía livremente, e eu me perguntava como havia me metido naquela situação.
Jeon me trouxe uma taça de algo colorido e efervescente.
- Relaxa, Nari - disse ele, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido. - É só uma festa.
Mas não era só uma festa. Era um turbilhão de sensações, e eu me sentia perdida. As mulheres continuavam a se aproximar, e eu me encolhia, tentando não parecer tão desconfortável. Jeon parecia não notar, ou talvez não se importasse.
Eu me afastei um pouco, buscando um canto mais tranquilo. As luzes dançavam em meu copo, e eu me perguntava se deveria beber mais. Talvez assim eu me soltasse, me encaixasse naquele mundo de excessos e risadas.
Mas então, vi Jeon conversando com uma das mulheres. Ela era bonita, com cabelos longos e olhos brilhantes. Eles riam, e eu senti uma pontada de ciúmes. Por que eu estava me importando tanto? Ele não era meu, afinal.
Decidi sair para o terraço, onde o ar estava mais fresco. Olhei para as estrelas, tentando acalmar meu coração acelerado. Eu não era como aquelas mulheres, não sabia flertar ou jogar charme. Eu era apenas Nari, a garota do interior que se apaixonara por um rapaz problemático.
Jeon apareceu ao meu lado, o sorriso ainda nos lábios.
- Você está bem? - perguntou ele.
Balancei a cabeça.
- Não sei se sou feita para esse tipo de festa.
Ele me olhou por um momento, como se estivesse avaliando minhas palavras.
- Tudo bem - disse ele. - Vamos embora, então.
Ele me ofereceu a mão, e eu aceitei, deixando-me guiar para fora daquela confusão. Lá fora, a noite estava fresca, e o cheiro de gasolina pairava no ar. Jeon tinha uma moto estacionada ali, e ele me ajudou a subir na garupa.
O vento bagunçava meus cabelos enquanto ele acelerava pelas ruas. Eu me agarrei a ele, sentindo-me vulnerável e ao mesmo tempo excitada. Ele me levou até um pequeno prédio, cuja fachada parecia desgastada pelo tempo. As janelas estavam sujas, e algumas luzes piscavam fracamente.
- É aqui - ele disse, desligando a moto. Subimos as escadas de concreto, e eu me perguntava o que encontraria lá dentro. Mas, ao entrarmos no apartamento, fui surpreendida. Era pequeno, mas acolhedor. As paredes eram pintadas de branco, e havia plantas espalhadas pelos cantos. Uma estante cheia de livros chamou minha atenção.
- Você gosta de ler? - perguntei, e ele assentiu, sorrindo. - Sim, adoro. E você?
Conversamos por horas, sobre livros, música e sonhos. Ele me mostrou fotografias antigas, e eu me senti parte daquela história. Quando ele se aproximou, seus lábios encontraram os meus, e o mundo desapareceu. O beijo era doce e urgente, como se estivéssemos nos encontrando depois de séculos.
- Você é incrível - ele sussurrou, e eu sorri, sentindo-me finalmente à vontade. A suavidade dos lábios de Jeon contrastava com a intensidade do momento. Eu podia sentir o calor se espalhando pelo meu corpo, mas algo dentro de mim pedia por um pouco mais de tempo, por um pouco mais de espaço.
- Jeon, eu... - comecei, hesitante, enquanto me afastava suavemente. - Podemos ir com calma?
Ele me olhou nos olhos, e eu vi a compreensão brilhar em seu olhar.
- Claro, Nari. Não há pressa. - Sua voz era um sussurro reconfortante, e seu abraço, um porto seguro.
Eu sorri, agradecida por sua paciência e gentileza. No apartamento dele, entre beijos e promessas silenciosas, eu sabia que tínhamos todo o tempo do mundo. Pelo menos era o que eu pensava.