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Posteriormente em The First Case :
- Nala! - Chamei a jovem ao fechar o arquivo e me erguer da mesa, levei minha mão até o bolso de minha calça e tirei uma grande nota, a deixando sob o balcão após erguer para que Nala a avistasse. Caminhei para fora do estabelecimento calmamente, observando o céu se tornar um pouco mais escuro e nublado do que antes, será que irá chover? Talvez eu devesse procurar saber se o Punisher caçar suas vítimas na chuva, tudo pode ser de certa forma, útil para que eu possa entender a mente deste assassino. Minha caminhada até minha casa foi repleta de pensamentos e cenários imaginarios, Betty sempre disse que minha imaginação era algo perigoso, mas hoje ela me ajuda a reviver cenários com perfeição, só preciso de uma unica foto para me encontrar no local do assassinato.
Consigo visualizar perfeitamente o galpão onde Brandon Skandle foi brutalmente assassinado, minha mente não demorou ao materializá-lo preso na cadeira suja de metal, vestindo apenas uma cueca como o arquivo descreveu o corpo encontrado. O galpão está frio e escuro, não há sinais de iluminação do sol ou sequer uma lâmpada que possa ajudar, causando um medo profundo na vítima que começou a despertar lentamente, sem conseguir ver onde está ou quem está com ele, o desespero é uma arma perigosa, na qual assassinos como Punisher aprendem a não só controla-lo, mas a usá-lo a seu favor para torturar, ou no seu caso, punir sua vítima. Um som metálico começou a soar pelo local no mesmo instante em que Brandon fez menção de se debater na cadeira, causando um tremor intenso no corpo de Brandon, consigo ver o quanto ele se treme. O som começou a ficar mais alto, mais próximo, ecoando por todo local como uma melodia mortal, os olhos de Brandon demonstram puro terror, mas isso se agravou quando um homem mascarado surgiu na luz fraca, paralisando o homem preso na cadeira.
E desta vez, não foi por causa do medicamento.
- Olá? - Uma voz feminina me despertou de meus pensamentos, dei um leve sobressalto com meus ombros antes de me virar para a mulher que me encara de forma divertida, talvez achando graça por minha reação. " Sim? " Perguntei me sentindo incomodada, não gosto de falar com as pessoas, muito menos quando estão tão próximas, ela tem sorte de ser uma mulher, se fosse um homem ele estaria com o nariz sangrando agora mesmo. - Me perdoe, é que você estava parada na calçada, se tremendo, eu pensei que estivesse precisando de ajuda. - Ela respondeu ao retirar o sorriso divertido do rosto e ficar séria novamente, só então parei para reparar em seu rosto. É bem desenhado e maduro, talvez um pouco mais velho que eu, seus cabelos são negros e extremamente lisos, escorrem com facilidade quando ela se move, seus olhos são verdes intensos, como se pudesse ler as pessoas. Uma mulher intrigante, que nunca vi por aqui, provavelmente nova na vizinhança e já passei vergonha na frente dela. " Eu só estava presa. Obrigada pela preocupação. " Expliquei de forma rápida e agradeci, me virando para continuar meu caminho. - Presa onde?
- Ah? - Resmunguei ao ouvir sua pergunta, me virei para encará-la novamente, agora em uma distância mais aceitável de minha pessoa. De repente me lembrei do que acabei de dizer a ela, preciso começar a não ser tão vaga. - No galpão perto do Bronx. - Respondi antes de acenar para ela que fez uma careta extremamente confusa com minha resposta, continuei meu caminho até minha casa que não fica tão distante dali, e então me pergunto se ela está morando aqui perto, tem muitas casas à venda nesta rua, é uma possibilidade.
De qualquer maneira, espero não esbarrar com ela novamente tão cedo.
Case 1º
Nova Iorque. - 03 de Fevereiro de 2022. - Casa L.Bennet.
Point of View. - Lawliet.
Não demorou para minha mão encontrar a maçaneta metálica da porta muito bem reforçada de minha casa, lembro-me de depois de comprá-la, gastar uma boa grana para reformá-la por completo, isso provavelmente não me salvaria caso alguém inteligente o suficiente um dia me queira morta, no entanto, também não sou uma qualquer. Por um momento, pensei em pegar a chave para abrir a porta, mas ao encontrá-la já destrancada, apenas dei um passo para dentro da casa, observando o pequeno Hall de entrada com cautela, não senti encurralada ou com medo. Meus olhos varreram o local, encontrando rastros de sujeira no chão anteriormente limpo, indicando botas provavelmente, o pequeno criado mudo do local está com uma gaveta levemente aberta e consigo sentir um cheiro de perfume feminino no ar.
- Não deveria entrar sem avisar. - Comentei altamente ao me virar e fechar a porta com todas as fechaduras que ela possui. Comecei a ouvir passos vindo da sala de estar até o hall de entrada, e não precisei me virar para encontrar o rosto dela. " Não deveria me ignorar. " Alicent rebateu de forma irritada que me fez revirar levemente os olhos, eu passei apenas algumas hora sem atender suas ligações, ela deveria parar de querer sempre saber sobre mim. - Eu estava apenas estudando o caso, você poderia tentar ser menos invasiva. - Retruquei de forma neutra, e vi a feição de Alicent se contorcer levemente antes dela abaixar a cabeça e suspirar. " Punisher não mata pessoas aleatórias Lawliet, ele sabe tudo sobre elas, deve saber sobre a polícia e provavelmente sabe sobre você agora. " Ela tratou de dar uma justificativa para sua suposta preocupação e tive que erguer meu olhar para o teto. Um ponto a mais para se pensar.
- Preciso que pelo menos me envie uma mensagem, é perigoso agora...- Alicent voltou a falar mas eu prontamente soltei um som bocal entediado e voltei a encará-la. " Punisher, pune Alicent. Ele não vai me matar por tentar pegar ele, pelo contrário, ele irá gostar disso. " Falei sem dar muita importância, caminhei calmamente até as escadas, sentindo uma grande necessidade de tomar um relaxante banho. " Trate de limpar minha casa. " Comentei antes que ela pudesse dizer algo, adentrei meu quarto e tranquei minha porta. Não tardei a deixar o arquivo na cama e tirar minhas roupas, seguindo para o banheiro, iniciando meu banho, pensando a todo momento qual seria a melhor abordagem para conseguir saber quem será a próxima vítima de Punisher. Assim que meu banho terminou, me cobri com apenas um roupão e voltei para os arquivos, querendo com todas as minhas forças, achar algo que me ajudasse a descobrir mais já que a polícia não serve para isso.
Em segundos todas as fichas estavam espalhadas pela cama, meus olhos começaram a voar de uma para a outra, a procura de um pequeno detalhe sobre a vida das vítimas, algo que poderia me ajudar a iniciar meu trabalho a procura de Punisher, ele poderia se proteger bem, mas tinha que ter alguns pequenos furos no qual eu serei obrigada a aumentar, só preciso encontrá-lo. Liguei meu notebook e comecei a investigar a vida das vítimas com cautela, analisando cada detalhe do que encontrei na internet, até mesmo stalkeei todos pelas redes sociais, e foi quando eu finalmente encontrei algo que possa valer a pena investigar. Boa parte das vítimas frequentava uma boate famosa aqui perto, utilizada para festas universitárias ou para se divertir no final de semana, onde obviamente meninas jovens se encontram. Não é o meu tipo de local, mas preciso avaliá-lo por mim mesma em breve, é possível que Punisher possa ter emboscado algumas de suas vítimas no local.
Preciso conhecer essa famosa boate, tê-la em minha mente será perfeito, minha imaginação fará o trabalho após isso. Me ergui e me vesti para dormir de forma calma e extremamente lenta, pude ouvir meu celular dar notificação de mensagem antes de conseguir ouvir a porta da frente ser aberta e fechada em seguida, não preciso pensar muito para saber que Alicent foi embora. Soltei um suspiro após vestir meu pijama e me dirigi a cozinha, esquentando um prato congelado, algo rápido e prático, perfeito para alguém sozinha como eu. Viver sozinha em uma casa como está é algo que me agrada apesar das sensações estranhas que correm por meu corpo, não me sinto observada ou qualquer coisa do tipo, mas ainda sou assombrada por muitas coisas, e a este ponto, acredito que sempre serei, por isso, não gosto de conviver com pessoas como Alicent ou Nala, evito qualquer tipo de contato mais íntimo e as afastei o máximo que consegui, sempre foi assim.
Após comer minha comida em um silêncio perturbador, decidi concluir minha noite com uma xícara de chá sentada no carpete da sala, mas ao passar pela janela, uma silhueta feminina chamou minha atenção e tive que ficar a frente da janela enquanto tomo meu chá para observar a mulher de mais cedo saindo da casa de Samantha Rivers, minha vizinha de longa data, nunca conversamos de fato, nossa comunicação sempre se resumiu em " Bom dia, tarde e noite. " Algo que eu simplesmente chamo de educação. Sempre que vejo Sam em seu jardim, está sempre sorridente, contente com alguma coisa, dá para perceber que é uma pessoa boa e gentil, e foi por esse motivo que também decidi manter distância da mesma, por mais que ela tenha tentado se aproximar de mim após minha mudança, hoje ela entendeu que não tenho interesse em sua amizade. Vi que as duas conversaram brevemente na frente da casa, antes de se despedirem com um abraço longo, deixando claro que são próximas.
- Nova vizinha então...