Capítulo 4 Gathering information. - Part II

Posteriormente em The First Case :

- Preciso que pelo menos me envie uma mensagem, é perigoso agora...- Alicent voltou a falar mas eu prontamente soltei um som bocal entediado e voltei a encará-la. " Punisher, pune Alicent. Ele não vai me matar por tentar pegar ele, pelo contrário, ele irá gostar disso. " Falei sem dar muita importância, caminhei calmamente até as escadas, sentindo uma grande necessidade de tomar um relaxante banho. " Trate de limpar minha casa. " Comentei antes que ela pudesse dizer algo, adentrei meu quarto e tranquei minha porta. Não tardei a deixar o arquivo na cama e tirar minhas roupas, seguindo para o banheiro, iniciando meu banho, pensando a todo momento qual seria a melhor abordagem para conseguir saber quem será a próxima vítima de Punisher. Assim que meu banho terminou, me cobri com apenas um roupão e voltei para os arquivos, querendo com todas as minhas forças, achar algo que me ajudasse a descobrir mais já que a polícia não serve para isso.

Em segundos todas as fichas estavam espalhadas pela cama, meus olhos começaram a voar de uma para a outra, a procura de um pequeno detalhe sobre a vida das vítimas, algo que poderia me ajudar a iniciar meu trabalho a procura de Punisher, ele poderia se proteger bem, mas tinha que ter alguns pequenos furos no qual eu serei obrigada a aumentar, só preciso encontrá-lo. Liguei meu notebook e comecei a investigar a vida das vítimas com cautela, analisando cada detalhe do que encontrei na internet, até mesmo stalkeei todos pelas redes sociais, e foi quando eu finalmente encontrei algo que possa valer a pena investigar. Boa parte das vítimas frequentava uma boate famosa aqui perto, utilizada para festas universitárias ou para se divertir no final de semana, onde obviamente meninas jovens se encontram. Não é o meu tipo de local, mas preciso avaliá-lo por mim mesma em breve, é possível que Punisher possa ter emboscado algumas de suas vítimas no local.

Preciso conhecer essa famosa boate, tê-la em minha mente será perfeito, minha imaginação fará o trabalho após isso. Me ergui e me vesti para dormir de forma calma e extremamente lenta, pude ouvir meu celular dar notificação de mensagem antes de conseguir ouvir a porta da frente ser aberta e fechada em seguida, não preciso pensar muito para saber que Alicent foi embora. Soltei um suspiro após vestir meu pijama e me dirigi a cozinha, esquentando um prato congelado, algo rápido e prático, perfeito para alguém sozinha como eu. Viver sozinha em uma casa como está é algo que me agrada apesar das sensações estranhas que correm por meu corpo, não me sinto observada ou qualquer coisa do tipo, mas ainda sou assombrada por muitas coisas, e a este ponto, acredito que sempre serei, por isso, não gosto de conviver com pessoas como Alicent ou Nala, evito qualquer tipo de contato mais íntimo e as afastei o máximo que consegui, sempre foi assim.

Após comer minha comida em um silêncio perturbador, decidi concluir minha noite com uma xícara de chá sentada no carpete da sala, mas ao passar pela janela, uma silhueta feminina chamou minha atenção e tive que ficar a frente da janela enquanto tomo meu chá para observar a mulher de mais cedo saindo da casa de Samantha Rivers, minha vizinha de longa data, nunca conversamos de fato, nossa comunicação sempre se resumiu em " Bom dia, tarde e noite. " Algo que eu simplesmente chamo de educação. Sempre que vejo Sam em seu jardim, está sempre sorridente, contente com alguma coisa, dá para perceber que é uma pessoa boa e gentil, e foi por esse motivo que também decidi manter distância da mesma, por mais que ela tenha tentado se aproximar de mim após minha mudança, hoje ela entendeu que não tenho interesse em sua amizade. Vi que as duas conversaram brevemente na frente da casa, antes de se despedirem com um abraço longo, deixando claro que são próximas.

- Nova vizinha então...- Sussurrei para mim mesma, tendo a resposta que queria mais cedo. Passei a língua entre os lábios no mesmo momento em que Sam adentrou sua casa, sendo observada pela mulher de cabelos negros, que para minha surpresa, após a entrada de sua " amiga " virou a cabeça na direção de minha janela, como se tivesse sentido meu olhar sobre si, mas não recuei ou me escondi, apenas meu coração que deu uma leve palpitada com os sentidos bons da mulher. Levei a xícara até a boca e continuei a observando de forma completamente normal, ela ainda continuou me olhando por algum momento, até que finalmente decidiu me dar as costas e seguir seu caminho, provavelmente para sua nova casa. - Será que ela é como Sam? - Perguntei dentre o silêncio da noite, me sentindo estranha por querer saber a resposta para essa pergunta, será que ela também é uma daquelas pessoas gentis e simpáticas?

Isso não importa de qualquer maneira.

Nova Iorque. - 04 de Fevereiro de 2022. - Casa Stanford.

Uma casa grande que demonstra luxo, não acredito que o Sr. Stanford tenha conseguido os carros que possui e essa enorme casa apenas com seu salário de professor de uma universidade de baixa escala, no entanto, não vim até aqui para procurar saber o que ele fazia ou deixava de fazer, seus crimes foram todos expostos a pouco tempo atrás, então no fim, não valeu de nada ele tentar escondê-los de sua esposa. Uma pena ele estar morto e não poder confrontá-la nesse momento, o rosto dela deixa claro seu cansaço, talvez insôNia eu presumo, acredito que toda mulher ficaria dessa forma após encontrar o corpo de seu marido pendurado no telhado de sua casa, o pior foi ter que ver a policia pegar cada parte dele, ou será que o pior foi quando as vítimas de seu marido vieram à tona após sua respectiva morte? De qualquer maneira, é de se causar um desgaste grande em qualquer pessoa.

- Me perdoe mais uma vez, não tenho a intenção de perturbá-la por muito tempo. - Falei de forma calma para a mulher que abriu um pequeno sorriso para mim e negou com a cabeça. " Se eu puder te ajudar, com certeza o farei. " Ela retrucou de forma um pouco triste antes de voltar sua atenção para sua xícara. - Eu queria perguntar se seu marido frequentava a balada Liver. - Falei de forma séria e vi a feição da mulher ficar pálida, é claro que eu sei que ele frequentava a balada, suas redes sociais, agora públicas, estão repletas de imagens dele segurando de forma inapropriada jovens com metade de sua idade, completamente bêbadas. A balada já deixa claro em seu nome que traduzido do latim, significa " Livre. " Muitas menores de idade se encontram no local, assim como muitos abusadores e pessoas perigosas, não é um lugar muito bom.

- Não sabia muito sobre isso até vir atona...- Ela começou a dizer, demostrando um visivel desconforto que não me incomodou nem um pouco, a informação vale a pena. - Mas pelo que as vitimas me informaram, sim, ele frequentava toda maldita noite, era vitimas e mais vitimas daquele desgraçado e ainda há muitas vitimas, todo dia a quantidade aumenta naquele lugar. - Ela respondeu de forma sincera e eu acenei lentamente com a cabeça. - Então alguém decidiu fazer justiça com as próprias mãos, e sinceramente? - Ela perguntou e eu ergui as duas sobrencelhas em sua direção, esperando seja lá o que ela tenha a dizer. - Espero que seja uma mulher. - Ela terminou e eu movi meus lábios, ficando um pouco pensativa no momento, pondendo imaginar muito bem o marido desta mulher naquela balada, sua roupa bagunçada, ele rindo e bebendo sem se preocupar, e sim, ninguém além de uma mulher poderia receber atenção daquele idiota.

Uma hipótese nada descartável.

- Agradeço pela sinceridade Senhora Stanford...- Agradeci ao me erguer e ela educadamente fez o mesmo, na intenção de me acompanhar até a saída. - Só mais uma coisa...- Comecei a dizer assim que chegamos na porta, não preciso perguntar se ele voltou na última noite para casa, as câmeras dessa rua e seu depoimento já disseram que ele não retornou de sua última festança, mas há algo que pode ser muito relevante. - Sabe se ele tinha, ou se é possível que ela tenha tido alguma amante? - Perguntei de forma calma, não querendo soar desrespeitosa com a mulher, mas agora ela sabe muito bem do que o marido dela é capaz, no entanto, abusar sexualmente de jovens incapazes é diferente de ter alguém no qual descontar o estresse e desabafar sobre as coisas da vida, algo que a maioria dos homens não se sente confortável para fazer em casa com sua esposa. A mulher me encarou surpresa por alguns segundos, mas sua resposta veio rápido. " Não, ele não tinha amante. " Ela respondeu convicta, mas notei seu olhar se desviando do meu enquanto respondia. Por que mentiria? Isso não faz sentido.

Sai da casa Stanford com minha curiosidade ainda mais elevada do que antes, se ele possuía uma amante, há uma possibilidade dela ser sua assassina, mas a forma como ele foi brutalmente morto, deixa claro que Punisher está envolvido. As chances de Punisher ser na verdade uma mulher aumentaram, se envolver com seu alvo é uma boa forma de conhecê-lo perfeitamente, se tornar amante de um homem repugnante mostraria como a Serial Killer é fria e objetiva, fazendo de tudo para alcançar seus objetivos, exatamente como imagino alguém como ela, agora me interessa saber do porque a viúva mentiu para mim, é possível que tenha sido ameaçada, isso se ela realmente conhecia a suposta amante, o que eu duvido muito. Analisando todos os fatores, é visível que a Senhora Stanford queria apenas proteger a si mesma, como qualquer ser humano. Apesar da maioria deles não ter uma razão real para viver de fato.

É como dizem, o ser humano possui mais desejos do que necessidades.

            
            

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