Vou despertando ao poucos, sinto um pouco de dor no meu corpo e isso me faz relembrar de tudo o que aconteceu. Abro os olhos e de imediato percebo que estou no meu quarto.
- Por Allah! Que ótimo que acordou senhora! - é quando noto a presença da Samira ao lado da minha cama sentada na poltrona e levanta no mesmo instante
Ainda estava atordoada com várias perguntas girando na minha cabeça, mas a principal delas era: - Onde está os meus olhos negros?
Foi ele que me trouxe pra cá? O que fazia lá?
Porque fiquei daquela forma somente com o seu toque?
Nunca nenhum homem despertou tais sensações no meu corpo. Não que eu tenha deixado vários me tocar, de forma alguma, sempre fui muito seletiva um pouco tímida também para isso, tanto é que só fui beijada por um garoto que fiquei quando já estava no segundo grau.
Início do feedback
Ele era popular e muito galinha as meninas eram loucas por ele (Gustavo ou Gu como eu o chamava).
Um dia esbarrou em mim enquanto se oferecia descaradamente para algumas meninas, e para o azar dele além de detestar caras assim ainda estava de TPM. E é claro que não fiquei derretida como ele esperava e como de costume as meninas ficarem, com o misto de tudo fiquei com raiva e gritei.
- Está cego garoto? Não presta atenção quando anda?
Ele me olhou surpreso. Claro! Estava acostumado a ser reverenciado por todas, menos por mim óbvio. Após uns segundos ele responde um pouco sem graça. - Foi sem querer.
- Não! Não foi! Se não tivesse ciscando rodeando aquelas ali não tinha esbarrado. - aponto para as meninas que ele estava de graça
-Qual é o seu problema garota? E tudo isso é só porque te peguei e não lembro, se bem que era para lembrar você é muito linda.
Todos olhavam rindo e isso foi o que me deixou furiosa.
- Eu jamais ficaria com um tipinho como você. - grito e todos ficam parados
- E que tipinho eu sou?
Disse sínico, mas podia ver o quanto ele estava incomodado e poderia até dizer envergonhado, mas eu não estava nenhum pouco. Minhas emoções em período menstrual são catastróficas para quem fica ao meu lado e se me faz raiva então tudo piora.
- O seu tipinho. - sorriu com sarcasmo respondendo em seguida. -Babaca, superficial e egocêntrico.
- Ohhhh! - Todos faz um som de espanto
Ele me olha com raiva e diz:
- Olha aqui garota você não me conhece para falar isso, não esbarrei querendo por... - Não deixei terminar.
- Não preciso ficar com você pra ter certeza de tudo que falei, porque assim que as meninas te conhecem aqui, certo? - Mas não dou tempo para responder... - E claro virar mais uma na lista do babaca egocêntrico.
- Ohhhhh.. Todos ficam espantados com minhas palavras
- É só o babaca pedit desculpas e nunca mais aparecer na minha frente.
- Ohhh! - Todos falam juntos novamente e isso já estava me irritando ainda mais
- Calem-se! Parecem hienas que só sabem repetir umas as outras. Que saco!
- Quem Pensa que é pra falar comigo assim? - Antes de responder ele continua... - Já entendi não te peguei e você quer que eu faça isso -Aproxima-se e continua... - É só pedir desculpa por isso que reservo um tempo pra você.
Todos caem na risada e perco minha postura de vez dando uma bofetada bem forte acabando com aquele sorrisinho em dois tempos.
- Como já lhe disse, eu jamais ficaria com um babaca egocêntrico. - falo saindo
Ohhh! Todos começaram a gritar e rir.
Seus olhos eram de fúria e o deixei lá sem olhar para trás. Depois disso ele aparecia onde eu estava e fazia questão de me irritar, mas como dizem: quem desdenha quer comprar.
Um dia estava em uma festa com os meus amigos e claro que ele também estava. E em um determinado momento fui para a varanda da casa, enquanto aproveitava o ar fresco do mar ele se aproximou dizendo:
- Olha a gata selvagem.
- Sai daqui babaca. - Falo sem o olhar
- Adoro domar minas selvagens, e não vou sair daqui porque a casa não é sua.
- Não vou discutir com você, estou bem demais para isso.
E realmente estava e sem TPM que era a diferença daquele dia, só queria aproveitar a festa àquela brisa que vinha do mar, até porque não é todos os dias que podemos ter acesso à isso. Apesar de morar numa cidade cheia de praias nem sempre eu ia, mas quando isso acontecia aproveitava bastante.
Voltando ao babaca, somente falei: - Nesse caso eu saio.
Quando fui passar por ele, me segurou o olhei fixamente e vi um olhar diferente. Antes mesmo que pedisse pra me soltar ele me beijou, no começo não retribui, mas depois eu me deixei levar.
Era meu primeiro beijo fiquei um pouco perdida e claro que ele percebeu e foi conduzindo.
Quando paramos ele disse todo convencido: - Sabia que você queria.
Fui bater no seu rosto, mas novamente ele segurou minha mão e enquanto me puxou me beijou outra vez. Mas, dessa vez foi mais intenso parecia que queria devorar minha boca e pra ser sincera gostei muito daquilo, da forma que me segurava firme meus braços e me prendia na parede, podia senti-lo duro, ficamos ali por um tempo. E algum tempo depois fui para casa.
Depois desse dia ficamos algumas vezes, mas queria aquela pegada da primeira vez, porém isso não rolou novamente.
Ele queria, mas porém nunca senti que ele era o cara certo faltava algo que não consigo explicar. Então eu me recusava a passar para um passo mais firme e ficamos apenas nos beijos.Até o dia que o peguei transando com uma menina no banheiro da escola.
Fiquei com muita raiva, ódio e um nojo, principalmente quando ele disse que a culpa foi minha que não dava pra ele. Ainda bem que realmente não fiz isso porque me arrependeria amargamente.
Era um babaca egocêntrico ficou um tempo atrás, mas não sou o tipo que aceito ser feita de idiota muito menos enganada.
Fim do Flashback
Saio do meu montante de perguntas sem respostas e lembranças com Samira falando:
- Senhora! Senhora! Está bem?
- Sim! Estou bem Samira. Mas, cadê os olhos negros que me salvaram?
- fi tilk allahzat tamziq ras shakhs ma (Nesse momento arrancando a cabeça de alguém)
Oh! Desculpe! De quem está falando senhora?
- Dos olhos negros que me salvaram.
- wallah hadha sayakun saeb (Por allah isso vai ser difícil)
Ela resmunga em árabe... Mas, o curioso é que parece que está pensando o que vai falar.
- Senhora eu não sei do que está falando.
- Como não sabe? Eu sai daqui no carro do sheik fui andar na cidade, aí os homens do castelo me seguiram pelo meu pequeno roubo, acabei perdendo o controle e bati com o carro. Quando escutei aquela voz... - fecho os olhos lembrando e no automático arrepio - aquela voz, aqueles olhos negros. - Digo um pouco ofegante e com os olhos ainda fechados.
Abro os olhos assim que ela resmunga em árabe é claro.
- 'iidha lam takun hraan min qabl , takhayal alan baed 'an ra'aytuha bihadhih altariqat aldhaayiba (Se não estava livre antes imagina agora depois que a viu dessa forma derretida)
- O que disse?
- Que a senhora deve ter sonhado porque a senhora não saiu do castelo.
- Como?
- Não, não isso não é possível ele me tocou e falou: kayran ... kira fatati almashaghib ...sa'ueaqibuka... (Kira... kira minha menina levada... Vou te castigar). Não sei o que isso significa, mas seus olhos eram tão intensos parecia ter raiva e tesão ao mesmo tempo. Então eu disse que queria mesmo não sabendo o significado.
- wallah ma kan yajib 'an 'aqul dhalik , 'iinaha tuhibu 'an tueaqib wahi tafeal dhalik jydan ، 'iinaha tafeal dhalik alan mae kuli man tarakaha taharub , khastan litaearidiha lil'adhaa , wa'ana 'aelam 'anani sa'azalu 'ueani min eaqabi.
(Por allah não devia ter falado isso, ela gosta de punir e faz isso muito bem, inclusive está fazendo isso agora com todos que a deixaram escapar. Mais ainda por ter se machucado, e sei que ainda terei minha punição) - Ela diz em árabe assustada
Olho com raiva por não ter entendido nada.
- Senhora não fique com raiva é coisa minha, mas como disse foi um sonho, e o significado que o tal olhos negros falou enquanto dormia era exatamente isso que estava sonhando, acho que foi sua bebida o café que a fez sonhar tão real assim.
- Não Samira não foi... Não foi eu fui pra cidade bati o carro. Já sei! - levanto percebo que estou com uma pequena camisola - Cadê a roupa que eu estava
- A Senhora não estava.
- Pare com isso Samira não estou louca.
- sayabqaa almazid eindama yaktashif 'anah yusabib dhalika.
(Mais vai ficar quando souber, ele causa isso)
- Pela última vez lhe digo: Pare de ficar murmurando em árabe! Fale em português! - Gritei
- Desculpe-me senhora! - disse com voz de choro.
- Samira me desculpe não foi minha intenção.
- 'aerif , sayidati , man yafeal dhalik mae 'ayi shakhs , la yurid 'an yakdhib , la yurid dhalika.
(Eu sei senhora ele que faz isso com qualquer um, não queria que mentir, não queria)
Reviro o olho e peço forças para meu santinho me dar paciência.
- Samira entendo que é sua língua, mas volto à dizer: Eu não entendo! - falei bem devagar, mas com os olhos cerrados de irritação
- Calma senhora! Não falei nada demais apenas que me envergonho por fazê-la ficar nesse estado. Me perdoe! Me perdoe! - diz se ajoelhado aos meus pés
- Oh! Meu santinho me dá paciência... Não julgue kira, não julgue. - digo em voz alta enquanto ela permanece com a cabeça sobre meus pés. - Samira, por favor, levanta daí.
- Não senhora! Tem chibata ali pode me bater por deixá-la assim. li'iikhfayiy kula ma yahduth , 'ufadil 'an tueaqibani ealaa 'an yafeal dhalik , li'anani 'aelam 'anani sa'ufqid eaqli.
(Não senhora, tem chibata ali pode bater, por deixá-la assim, por esconder tudo que está acontecendo. Mas, prefiro a senhora me punindo do quê ele fazendo isso, porque sei que perderia minha cabeça). - Porém falou em árabe a parte final... -
Digo... mereço ser punida, não sou uma boa companhia pra senhora a fiz ficar nervosa.
- Samira pelo o meu santinho levanta daí. - falo já sem paciência.
- Não me puniu ainda..
- Está bem. Você que ser punida?
- Sim senhora.
- Então isso significa que você não irá levantar?
- Não senhora. - Diz firme com a cabeça apoiada ainda sobre meus pés.
- Ok! Então... - respiro fundo me afastando. - Espere! Deixe colocar um roupão e vou sair do quarto enquanto grito que você e eu estamos fazendo um motim contra o sheik que queremos mais pessoas para tramar contra ele.
- Por allah! - ela grita levantando no mesmo instante.
E claro que caio na risada.
- Não repita senhora, não repita isso. - diz assustada.
- Nossa sou boa em punição. - Digo ainda rindo enquanto me olha assustada.
- Samira tudo que aconteceu não foi sonho, mas foi de verdade. Posso sentir a sua voz no meu ouvido, seus olhos queimado por cima do meu corpo, enquanto me segurava em seus braços fortes. - e conforme lembro minha respiração fica acelerada, pêlos arrepiados corpo quente um formigamento na minha intimidade.
- wallah ya sayidat ansaa ruhuk alhurat , fant muhasarat lays faqat li'anah eazim , bal li'anak anjadhabt , 'aw bial'ahraa , alqawl bi'anak sataqaein fi alhubi waraghbat alshaytan almaghwaa fi barathinih min kuli ma yushakil wala yudriku. (Por allah senhora esqueça seu espirito livre, está presa não só porque assim ele determinou, mas por ter sido atraída, ou melhor dizendo, por se apaixonar e desejar o diabo sedutor que está em suas garras de tudo que forma e não percebe)
'ana asf lidhalik , liadtirari likhidaeik , lakin ealaya 'an 'ufqid eaqli 'aw 'afqidahu.
(Sinto muito por isso, por ter que engana-la, mais sou obrigada ou perco minha cabeça)
Desculpe mais uma vez pensei alto, tenho muitas coisas pra fazer.
Mas como disse, a senhora sonhou tudo isso, volto a afirmar que a senhora não saiu daqui. - ela diz nervosa
- Não! Não é possível e vou te provar...
Vou á direção do closet e procuro pelas roupas e encontro tudo exatamente como estava antes.
- Isso não estava assim eu sai com essa roupa, com essa rasteirinha, não é possível, não estou louca. - falo mais pra mim do que para ela - Já sei! Eu coloquei uma burca e sai puxando ela para fora do quarto.
- Senhora se acalme, por favor.
- Não Samira não estou louca, não estou.
Não dou tempo para ela responder e a puxo até a garagem chego lá me deparo com o carro intacto.
- Não, não, não.. Não estou louca não estou.
- Sinto muito senhora. - ela diz triste...
Respiro fundo fechando os olhos, nisso sinto que estou sendo observada Abro os olhos de imediato, olho para um lado e outro e não vejo ninguém. Respiro fundo e sinto aquele cheiro amadeirado. - Esse cheiro é dele Samira. - eu sussurro.
Ela olha assustada para um determinado lugar, olho na direção e vejo de relance meus olhos negros me olhando por trás de uma janela com cortinas negras esvoaçantes.
Sorriu com isso, saio correndo na sua direção porém a sombra da pessoa sai da janela. Eu tento ir mais rápido, mas não consigo pois sou inpedida pela Samira me chamando.
- Senhora! Senhora! Por Allah! Pare!
- Não Samira... é ele... é ele... os meus olhos negros.
Quando consigo me aproximar com a respiração ofegante, por ter corrido, e coração batendo forte por esta perto daqueles olhos negros novamente, puxo sua roupa e quando a pessoa vira não são meus olhos negros.
Sinto uma pressão forte na cabeça e começo a ver tudo escuro, o homem me segura.
- Calma senhora...
Cada vez vendo mais escuro sei que estou prestes apagar quando escuto a sua voz em fúria...
- la talmis shayatinaha , sawf tanfad yadak (Não toque nela diabos, vai ficar sem as mãos)
O homem me solta no mesmo momento e parece apavorado. Viro-me ainda com a vista muito escura, mais uma vez vejo meus olhos negros em fúria vindo à minha direção, ele me segura firme e eu me perco nos seus olhos hipnotizada, seu rosto está coberto.
- Olhos negrosss.. - Falo com a voz falha
Com suas íris negras em mim diz...
- kayra fatati alshaqiat , yazid hisabak maei faqat sa'ueaqibuk kthyran ya jur'atan. (kira minha menina levada, sua conta comigo só aumenta e vou te castigar muito sua ousada)
Sua voz sai com tom de raiva e ao mesmo tempo gostosa e sexy. Uma voz que jamais ouvi antes e isso fez com que eu estremecesse no mesmo instante. Até porque nossos corpos estavam colados me fazendo sentir o quão duro ele estava.
Minha respiração estava cada vez mais acelerada assim como meu coração, sorriu para ele sutilmente, pelo o que falou, porém não entendi, mais por causar essas sensações que mexem comigo e me levar a beira da loucura mais uma vez digo no calor ardente do momento..
- Eu quero... Eu quero tudo com você meus olhos negros...
Mesmo sem saber do que se trata eu sei que seria muito bom, pois tenho essa sensação só com o seu olhar.
Suas íris negras ficam mais intensas como se gostasse mais uma vez de ouvir eu dizer aquilo, e no momento seguinte apago mergulhada em seus olhos negros...
Minutos depois...
Acordo meio atordoada sem saber exatamente o que aconteceu, mais ele estava aqui e com isso em mente levanto rapidamente.
- Calma senhora, por conta do seu nervosismo apagou. - Escuto Samira falar com a voz preocupada e aproxima-se perguntando: - Esta bem senhora?
- Sim! Eu estou! Samira você o viu Viu os meus olhos negros? Você estava lá não é possível você dizer que foi um sonho agora. Quem é ele?
- Não entendo de quem está falando senhora.
- Como não? Dos olhos negros que desmaiei nos braços dele.
- Ah! Esta falando do senhor Ali?
Arregalo o olho não dizendo: - Não Samira! Não era ele. Tenho certeza que àquele não era o Ali e sim os meus olhos negros.
- Era sim senhora, ele a pegou bem no momento em que iria desmaiar, acho que isso aconteceu porque não comeu nada, e depois ainda saiu correndo achando que tinha visto algo.
- Não, não, não era ele Samira o que está acontecendo com você? Porque está mentindo pra mim?
- Aihtaj (Eu preciso)
Sei que falou em árabe, porém estava muito baixo.
- Não escutei. O que disse?
- Que não estou mentindo senhora, era o seu Ali, inclusive ele esta aí fora muito preocupado.
Levanto mesmo ainda me sentindo tonta e abro a porta do quarto.
- Olá senhorita! Bom dia! Me deu um grande susto desmaiando por cima de mim.
hataa 'anak tarfae yadayk ean 'ayi shakhs limask liliastirkha' , li'anah lan yajru 'ayu shakhs fi eaqlih alsahih ealaa fiel dhalik maratan 'ukhraa. (Até está tirando as mãos de quem lhe tocou para relaxar, porque ninguém em sã consciência ousará fazer isso novamente)
Mais uma vez falou em árabe a última frase deve ser o que ele disse em português, como tem um tempo que não o vejo ele pode está fazendo isso para me ensinar.
Mais continuo observando, ele parece calmo mas ao mesmo tempo parece bastante tenso.
Seus olhos ainda tem um roxo ao redor, que ele até agora não explicou o que aconteceu direito.
Tudo isso é muito confuso, não era ele ou será que era?
Estou perdida e tudo está tão confuso.
- Não era você! - digo em voz alta
Ele arregala o olho por um momento e diz: - Sim! Era eu senhorita. Fiquei sabendo do seu tal sonho e então fui investigar o que houve. Samira fez a sua bebida pela a primeira vez, o café, porém aqui no castelo temos vários tipos de chá na mesma tonalidade que servem para relaxar e sem querer ela colocou uma colher em sua bebida, claro por engano, e acredito que essa mistura provavelmente causou essa confusão na senhorita.
- Será? - penso comigo mesma. -Hum. Certo! Mas, tenho que ver esse chá. - falo o olhando
Ele sorri um pouco tenso e fala: Imaginei que iria pedir isso, está aqui na sua bandeja de café. - ele diz me mostrando o tal pó do chá.
Realmente é bem parecido com café.
Suspiro decepcionada e apenas digo: - Desculpe! logo em seguida fecho a porta.
Por favor, Samira prepara um banho pra mim. - Digo bem chateada.
- Claro senhora.
Depois de uns minutos ela sai dizendo que esta pronta, agradeço e peço para que deixe meu café e saia do quarto, pois quero ficar sozinha.
Ela faz o que peço e entro na banheira ainda sentindo seu toque na minha pele, seu cheiro, sua voz.. Fecho os meus olhos e me permito deixar cair algumas lágrimas. E pra ser sincera não sei o porquê estou tão chateada dessa forma.
Enfim... eu esperei e sonhei tanto para vir para cá e agora não está sendo nada como imaginei. Pelo o que percebi meu trabalho já era, então irei voltar para o Brasil, lá estão todos que amo seu falar no meu crush que ainda não sabe que é. Mas, resolverei isso quando voltar, assim como começarei minha faculdade.
Porém não irei hoje ou amanhã só vou depois do casamento do sheik que será daqui a dois dias quero ver como é feito o casamento árabe. Sem falar que estou curiosa para saber qual será a reação da coitada ao descobrir que vai casar com alguém tão sem coração e sem falar que deve ser feio que é uma beleza.
Mas, por outro lado deve ser muito chique e diferente, provavelmente vai bombar de gente e quero registrar tudo isso para mostrar para meus amigos e meus pais.
Com esse pensamento me animo um pouco e fico mais um tempo ali. Termino meu banho, saio me enrolo na toalha e tomo o meu café.
Logo em seguida me visto e resolvo ler um romance. Mais tarde tenho aula, mas vou pedir para cancelar. Depois do que houve não me sinto bem para isso. Amanhã faço aula dupla, chega de emoção por hoje, estou bem chateada com tudo que aconteceu.
Quando imagino que vim com a intenção de ser abençoada por allah e me tornar prospera acontece tudo isso. Sonhei tanto em um dia viver aqui, mas vejo que tudo foi uma mera ilusão. Já me decepcionei e até estou enlouquecendo com algo que quis tanto e pelo visto nunca irá acontecer.
Mas amanhã será outro dia e falta poucos dias para eu deixar tudo isso para trás, voltar ser quem sempre fui Kira Oliver e ter o meu espírito livre, pois ultimamente estou sentindo ele preso. E preso principalmente naqueles olhos negros.