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NARRADOR
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2018
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O homem estava olhando para cima, com os ventos soprando seus cabelos loiros e com seus óculos de sol, enquanto o barulho de turbinas entravam pelos seus ouvidos e ecoavam pela sua cabeça. Era um pouco incômodo, mas ele não parecia se importar com isso naquele momento, o agente apenas estava ansioso para a chegada do mais novo membro da equipe e estava feliz por ter alguém conhecido e parecido com ele na agência. O que fazia com que o agente ficasse mais satisfeito, era saber que o outro estava vindo por confiar nele e por saber que ali seria ajudado e que auxiliariam Carter em qualquer coisa que o homem precisasse. A missão de todos naquele momento, era fazer com que Carter Grey Jhonnes voltasse ao mundo e que conhecesse as maravilhas do século vinte e um.
No terraço do prédio luxuoso, pousara um helicóptero preto, os logos da agência SMI estavam estampados em todos os lados do veículo de grande porte, mostrando que aquela era uma missão oficial da agência. Dean observava dois soldados - armados demais para uma missão tão simples de transporte - saindo de dentro do helicóptero, logo atrás dos tais homens, com as mãos algemadas e usando roupas escura e também com o logo da SMI, Carter Grey Jhonnes. O homem estava com sua cabeça baixa e ainda receoso com a situação, justamente por tudo parecer novo e ele ainda ter medo de acontecer algo ruim como aconteceu com a Gênesis, Carter se atreveu a levantar sua cabeça, e ao ver quem o esperava, acabou por sorrir um pouco fraco para o agente, contente por ser Dean ali. Alguém conhecido e que não o olharia feio.
O agente foi rapido, e logo se aproximou mais, encarando o "prisioneiro", retribuindo um pouco de seu sorriso. Um dos agentes que haviam transportado o outro, se apressou em libertar Carter, já que receberam olhares de Dean, como se estivesse dado bronca nos dois por terem trago alguém tão importante preso como se fosse um criminoso.
- Agente Dean Tompson. - um deles disse alto, acenando com a cabeça, mostrando respeito com um agente de nível superior ao dele. Não demorou para começarem a andar, voltando a entrar no helicóptero, que ainda estava ligado, e decolarem novamente.
Sem esperar mais nenhuma palavra ser dita naquele momento, Carter logo sentiu seu corpo ser pressionado e se movendo rápido pelos braços de Dean, que o puxava para um abraço forte.
Desde que Erick E. Heywie começou a orquestrar o desmascaramento da Gênesis, e o descobrimento de sobreviventes dos primeiros experimentos com tecnologia Erskine, Dean ficou feliz e ao mesmo tempo impressionado, pois pode ter a certeza de que um de seus antepassados estava vivo e que ele poderia dar auxílio para que de alguma forma, fizesse seu real papel na agência. Sua necessidade de ajudar Carter, e liberta-lo depois que a agência acabou vendo Carter como um possível perigo para as pessoas a sua volta, a SMI acabou levando o homem para uma prisão. Carter Grey Jhonnes ficou cerca de um ano sobre custódia da Superintendência Mundial de Intervenção, em uma das bases secretas da agência, localizada em San Francisco, na Califórnia. Era um dos prédios desativados do governo, onde o presidente pretendia construir um museu, mas o diretor da SMI acabou convencendo o governante a ceder o local para uma das prisões da agência, fazendo a prisão de Alcatraz continuar sendo prisão, mas dessa vez, para prisioneiros que ofereciam perigo para o governo e também prisioneiros Gênesis.
Na cabeça do agente Tompson, tudo se tornou uma grande confusão a partir momento em que se voluntariou para trabalhar como agente do governo, não tinha a certeza de que ele conseguiria encontrar Carter algum dia, o homem apenas esperava receber alguma resposta do que havia conhecido com o irmão de seu avô. E quando a SMI finalmente conseguiu dissolver parte das bases inimigas Gênesis e também descobrir e punir alguns esquemas de corrupção em uma das agências de espionagem mais famosas do mundo, ele se empenhou o suficiente para ser encarregado da recuperação de Carter e também conseguiu garantir seu lugar como capitão em uma das equipes mais importantes da organização, a Equipe Especial de Intervenção a Gênesis.
- Okay. - Carter deu dois tampinhas nas costas de seu sobrinho neto, enquanto soltava uma pequena risada, percebendo que o "garoto" estava contente em vê-lo novamente, e dessa vez sem ter milhares de câmeras e seguranças os observando, como se Carter fosse o maior perigo do mundo e que a qualquer momento ele fosse realmente atacar Dean. - Está me apertando forte de mais, garoto. - brincou, fazendo com que o homem se afastasse, como se estivesse mesmo apertando com uma grande quantidade de força, mesmo sabendo muito bem que Carter aguentaria facilmente um de seus abraços mais fortes, e Dean sabia que aquele não chegava perto de um realmente forte. Ele não era especial como Carter, não tinha um super soro que dava super habilidades físicas.
- Senti saudades, cara. - Dean sorriu, olhando alegre para o homem alto e forte em sua frente.
Ele parecia admirar bastante Carter, já que não havia conhecido muito bem seu avô, e só havia escutado histórias sobre o sargento que desapareceu "misteriosamente" durante a segunda guerra mundial. Seu pai contava que nunca acreditou na possibilidade de Carter ter sobrevivido, ainda mais depois de tanto tempo, mas seu avô jurava de pés juntos que ele havia sido sequestrado e usado para experimentos nazistas. O mais velho quase acertou, já que de certa forma, a Gênesis também tinha bastante influência entre o exército nazista alemão, mas era uma agência terrorista mundial, com influência de diversas potências poderosas. Gênesis era financiada até mesmo por algumas empresas importantes dos Estados Unidos, sendo até um dos principais grupos influenciadores da agência inimiga.
- Vem, - Dean concertou seus óculos em seu rosto, andando na frente, confiante, enquanto mostrava o caminho para Carter, na espera de que ele fosse atrás o seguindo. - vamos para dentro. Eu quero te mostrar tudo que tem no prédio, além disso, todos do time estão te esperando ansiosos.
Todos estavam realmente esperando o soldado centenário que havia sido resgatado a tempos atrás. Dean havia decidido recepciona-lo sozinho, já que era parte da família, com a intenção de não assusta-lo logo de cara, já que ele e o antigo psiquiatra de Carter eram os únicos que podiam e eram autorizados a visitarem Carter em Alcatraz. Todos o receberam muito bem, apesar do último encontro entre eles não ter sido muito relevante e não ter acabado muito bem, já que quando acordou, sua mente estava confusa e assustada, e ele havia atacado alguns dos membros da equipe, como o filho do diretor, Gregory Heywie.
«★»
Empunhando sua arma com suas duas mãos, Alex correu pela pela sala, enquanto se preparava para dar uma cambalhota no chão. E foi o que ela fez, soltando uma das mãos e parando em uma posição excelente, mostrando que conseguia exercer suas habilidades com bastante maestria e uma velocidade impressionante. A mulher não enchergava nada, já que seus olhos estavam cobertos fim uma bandana de cor amarela, e isso acabava deixando sua performance ainda mais impressionante. Alex gostava de treinar todos os seus sentidos, tinha medo de perder algo importante, como seu próprio equilíbrio a qualquer momento, e naquele dia, preferiu restringir sua visão, afim de treinar um de seus sentidos menos trabalhado: a audição. Durante o processo, ela realizou diversas acrobacias com as armas, adorando que no prédio havia salas especiais para treinos assim, e que lá poderia manter sua mente mais tranquila, já que não havia ninguém por perto para se machucar, já que estava com uma arma de verdade, com balas de verdade e atirando em alvos que ela tentava se lembrar de onde estavam. E em um momento de distração, Alexandra Wilson fez outro de seus movimentos atléticos, parando sobre seus pés e apontando sua arma para onde vinha um barulho. Ela havia escutado algo se mover, então imaginou que seria um dos alvos móveis e tecnológicos que estavam instalados na sala, então ela segurou bem a arma, sabendo que tinha munição e levou seu dedo até o gatilho, já pronta para atirar. Ela respirou, já pronta para apertar seu dedo contra a parte metálica mais importante da arma, e quando ia apertar, escutou uma respiração, fazendo com que ela ficasse paralisada, ainda mais por saber que aquela respiração não era dela e que mais um segundo de distração, e ela teria atirado em alguém.
- Se for atirar, - o coração de Alex quase saltou pela boca, ao saber que realmente havia uma pessoa ali consigo. - Atire na cabeça. - o homem se aproximou, segurando as mãos de Alexandra, movendo-as junto a arma e direcionando um pouco mais para o alto. Alex achou assustadora a forma que ela não havia notado que a pessoa estava tão próxima, deixando ela ainda mais preocupada com a situação, já que sabia que aquele não era seu irmão, muito menos algum dos outros homens. - É aqui que se encontra toda a confusão. - sua voz grossa assustou ainda mais a psicóloga, que no momento, estava com a sua arma apontada para a cabeça de Carter e nem mesmo estava enxergando alguma coisa em sua frente. - É só apontar o gatilho. - ele avisou, se calando logo em seguida.
E nesse momento, finalmente a audição de Alex pareceu funcionar mais, já que conseguia escutar também, as batidas baixas e compassadas do coração de Carter. Ele estava calmo, apesar de estar com uma arma apontada para sua testa - arma essa que ele mesmo havia colocado naquela direção. Alex conseguia também, sentir um pouco do calor vindo do corpo dele, já que sua mão ainda sentia um pouco do toque que Carter havia deixado ali, quando pegou suas mãos sem nem mesmo pedir permissão. Estava muito silencioso e uma certa tenção se formava no local, fazendo com que a mulher de pele negra respirasse fundo, abaixando a arma que havia se esquecido que segurava.
- Santo Deus! - Ela exclamou, colocando uma de suas mãos sobre o peito, sentindo agora, suas próprias batidas rápidas, altas e descompassadas. - Como foi que você entrou aqui? - questionou ainda preocupada, já que poderia facilmente ter acontecido uma tragédia enorme ali.
Ela pensava também nas consequências de matar um outro funcionário da agência. Ela seria presa? Receberia pena de morte? Perderia seu emprego novamente? Como ela iria conseguir salvar alguém se ela estivesse presa em uma sela fria e escura? E até mesmo pensou nas vantagens de ter feito universidade, acreditando que seus tratamentos na cadeia seriam um pouco menos severos.
- Pela porta. - respondeu, tirando a arma da mão da mulher, desmontando-a com facilidade e deixando todas as peças caírem no chão, sobre o tatame que o forrava. Vendo que a mulher nem mesmo reagiu ao seu ato, ele arqueou a sobrancelha.
Ele achou um pouco imprudente que a mulher nem mesmo achasse que ele a atacaria com a arma, ou até mesmo se mataria ali mesmo, em sua frente. Pensou também que havia entrado no lugar errado, e que aquela era uma agente qualquer que ainda estava recebendo treinamento básico, já que nem mesmo ele deixaria que tomassem uma arma de sua mão tão facilmente. Era estranho pensar que ele tinha um bom treinamento, mas que mesmo assim, se sentia tão inseguro e perdido a ponto de propor que a mulher o matasse. Pensava se aquela seria a melhor forma de poupar ele e até mesmo a agência de ter todo aquele trabalho apenas para fazer com que ele voltasse a andar livremente. Ele tinha medo de se transformar em um estorvo para todos e apenas fazer com que eles perdessem tempo em algo que não considerava prioridade no mundo: sua saúde e direito de vida. Era estranho, mas ele sabia que nem mesmo deveria estar existindo ali naquele século. Ele queria ter morrido na guerra, ou ter morrido quando tentou fugir da Gênesis, mas lá estava ele, preso em um futuro desconhecido e estranhando tudo e todas as pessoas ao seu redor, e até mesmo com medo de ferir alguém. Ele não queria dar motivos para pensarem que ele era perigoso, não queria voltar para a prisão e ter que viver enjaulado e longe de qualquer interação afetiva. Era injusto para ele, mas ao mesmo tempo, Carter achava egoísta tentar viver aquela vida nova que não havia pedido e que nem mesmo lhe pertencia. Ele não havia pedido aquilo, e ainda sentia seus pulmões pesarem, como se estivessem se enchendo de água. Se sentia ansioso. Deslocado.
- Mas a porta estava trancada. - foi a única coisa que ela disse, contestando novamente a afirmação do homem. A mulher achava até mesmo que a porta estaria selada, mantendo as pessoas lá fora e as protegendo de realmente levar um tiro bem no meio da cabeça. Matar alguém era a última coisa que ela queria naquele momento. Preferia se matar ao invés de tirar uma vida.
- Eu só... - o homem tentou jogar uma frase em sua mente, para conseguir responder a mulher, mas ele não se lembrava muito bem dos termos tecnológicos que haviam ensinado para ele. - Eu só coloquei meu dedo naquela coisinha pequena e estranha que tem perto da entrada. Aquilo que fica no lugar da fechadura. Não me deram nenhuma chave, apenas disseram que eu precisava colocar meu dedo lá para ter acesso a áreas aqui no prédio. - Se referiu ao leitor biométrico, que a essa altura, já haviam cadastrado todas as digitais da mais nova aquisição da Superintendência Mundial de Intervenção. - Foi assim que eu entrei aqui, me desculpa, eu devo até mesmo ter entrado no lugar errado. - coçou a nuca, um pouco nervoso e constrangido pela pequena cena que estava fazendo. - Ainda não apreendi a me situar aqui, acabei de chegar.
Estranhando tudo e todas as falas do homem desconhecido, ela pensou na única coisa que fez antes de entrar naquele cômodo.
- EMMA? - chamou, fazendo com que a outra pessoa presente na sala estranhasse, já que havia somente eles ali dentro, e Carter sabia que seu nome não era Emma. Na verdade, ele só tinha total certeza de que seu nome era Carter Grey Jhonnes, e que ele não deveria estar ali.
- Sim? - o homem estranhou, olhando para todos os lados do cômodo, procurando de onde é que estava vindo aquelas palavras. - No que eu posso ajudar agora, senhorita? - a voz eletrônica respondeu.
- Pedi para que não deixasse ninguém entrar. - Ela respondeu, um pouco frustrada por conta de toda aquela situação. Agora, Carter havia desistido de procurar a voz, e observava a mulher olhando para o teto, como se soubesse bem com quem estava falando.
- Não, senhorita. Não foi isso que me pediu para fazer. - a inteligência artificial se apressou em dizer, Alex fez careta, tentando se lembrar das suas próprias palavras. - Você me disse que eu deveria avisar que estaria usando a sala de treinamentos pelas próximas aulas.
- Erro meu, - ela levou uma de suas mãos até a testa, passando com força e tirando o suor presente ali com as costas da mão. - EMMA, me desculpe. - falou, percebendo que havia ocorrido um erro com a troca de palavras. Ela sabia que deveria ter se expressado melhor.
- Pode tirar essa coisa estranha dos seus olhos, por favor? - ele pediu um pouco sem jeito. Era estranho falar com ela de olhos tampados. Era como se estivesse falando com uma parede.
Então, percebendo que ainda não estava enchergando nada, ela retirou o pedaço de tecido de seus olhos, se esforçando para acostuma-los novamente com a luz do ambiente, abrindo os mesmos bem devagar. Quando finalmente deus olhos haviam voltado ao normal, a única coisa que viu foi um peitoral largo e de alguém alto. Alex levantou sua cabeça um pouco, colando seus olhos no rosto do homem alto em sua frente. As primeiras coisas observadas pela mulher, foram os cabelos loiros quase chegando ao ombro do homem e também sua barba um pouco grande. Seu visual não era tão desleixados, mas estava claro que o homem não se importava com sua aparência naquele momento, mas Alex também notou que ele carregava consigo um par sem brilho de olhos verdes e uma beleza marcante por baixo de tanto cabelo.
Logo viu que aquele não era um simples agente da SMI, ele era alguém importante demais para aquele lugar, e que ela deveria ter percebido de quem se tratava aquela voz e pensamentos suicidas. Era basicamente esse seu trabalho, e estava conseguindo falhar miseravelmente no seu dever.
- Ah meu Deus! - exclamou, levando sua mão até sua boca, abafando sua voz para que o homem não percebesse toda a sua comoção. - Me desculpa por não ter visto antes, mas você é o... Você é o sargento Jhonnes, não é?
- Pode me chamar de Carter. - estendeu sua mão, como depois de ter a assustado e se oferecido como alvo humano para que ela enchesse de tiros e o transformasse em uma peneira, fosse a forma mais educada de se apresentar para a mulher em sua frente. E logo se lembrou do que ele deveria estar fazendo naquele momento, e não estar batendo perna por aí e quase implorando por um tiro na cara. - A senhorita por acaso sabe me dizer onde posso encontrar o agente Alex?
- A agente Alex, você quis dizer? - ela soltou uma pequena risada, não deixando mostrar sua irritação por sempre a confundirem com alguém do sexo oposto. Alex era um apelido unissex, mas parecia ser algo que apenas um homem seria chamado.
- Então você... - Antes mesmo de questionar, Alex colocou uma de suas mãos na cintura, apertando seus lábios uns nos outros e concordando com a cabeça.
- Sou eu. Parabéns, acaba de encontrar com a agente Alexandra. - ela levou sua outra mão até a do homem.
- Desculpa, eu achei que você fosse... - ele franziu o cenho, achando ridícula e machista a sua fala. Lembrou que uma mulher específica de seu passado, iria bater tão forte em sua cara se ele tivesse feito uma suposição assim sobre ela. Quase sentiu vontade de sorrir ao se lembrar de Ava.
- Um cara, não é mesmo? - Alex riu sem graça. - Não se preocupe, todos acham que sou mesmo um homem, quase nem mesmo consegui entrar nesse prédio, acredita? - se lembrou de sua chegada ao prédio. - Pra dizer bem a verdade, até mesmo a minha mãe achou, aí o médico veio e a deixou decepcionada, mostrando que eu era uma garotinha. - tagarelou, apertando a mão do antigo sargento, seu mais novo paciente. Depois, Alexandra o olhou dos pés a cabeça, notando o tamanho do garoto homem. - Aposto que se você fosse um pouquinho maior do que é, teria luas orbitando ao seu redor. Na verdade, um sistema solar inteirinho estaria ao seu redor. - comentou sobre seu porte físico, deixando o homem impressionado e estranhando um pouco pela falta de pudor da garota, enquanto ela falava sobre seu corpo e se atrevia a levar seu dedo indicador ao peito do homem, enfiando-o naquele lugar e vendo que era bastante sólido. - Sou a Doutora Alexandra Wilson. - completou.
- Doutora Wilson não combina nem um pouco com você. - observou, se atrevendo a fazer comentários também sobre a moça.
- Diga isso ao senhor Heywie. - ela deu de ombros, deixando o homem confuso com sua fala, já que cada um tem seu próprio nome. - Senhor Jhonnes, você pode me seguir até a minha sala? - questionou enquanto se abaixava no chão, juntando todas as peças de sua pistola, sem nem mesmo sequer fazer um esforço para montar os cacos da arma. Estava sem tempo para aquilo, havia perdido bastante durante seu treinamento, quase matando seu único paciente.
- Por mim tudo bem. - ele avisou, estendendo sua mão para ajudar Alex com sua mão grande. Ela aceitou sua ajuda, entregando a arma para ele, que demorou segundos para encaixar todas as pequenas peças em seu devido lugar.
«★»
Após entrarem no elevador, Carter e Alex foram até a sala em que suas consultas aconteceriam, ele era um lugar reservado na área de saúde que o prédio tinha. O espaço havia sido cedido pelo anfitrião, Gregory Heywie, que também cedeu um apartamento - como havia feito com todos parados e agentes especiais da equipe. - ao mais novo membro de sua pequena equipe.
Havia três dias que Alex tinha chegado a Washington, com suas diversas pastas com documentos, pastas que agora, estavam de frente para Carter, que observava tudo um aquilo com o olhar um pouco confuso.
- Que diabos é isso aqui? - Questionou interessado, foleando as páginas que não tinham nem mesmo um espaço pequeno em branco. Ele via fotos, muitas fotos suas espalhadas, até mesmo fotos suas enquanto estava dormindo.
- Pastas. - ela também pegou uma, abrindo em uma página aleatório e passando os olhos rapidamente.
- E o que tem nelas? - ainda estava confuso, mesmo depois de ter pego uma em suas mãos.
- Papéis, senhor Jhonnes. - respondeu óbvio. Ele então revirou os olhos, levando sua mão até a testa e batendo na mesma, achando a conversa patética. - São alguns documentos sobre você, senhor Jhonnes. Aqui tem alguns exames psicológicos, feitos pelo seu antigo psiquiatra da prisão, o doutor Frederick Cooper. - Carter fez careta ao se lembrar de suas consultas, lembrando do métodos pouco ortodoxos que o médico tinha, fazendo sua mente muitas vezes sofrer. - Pedidos para exames físicos e IST's.
- IST's?
- Exames para saber se o senhor é portador de doenças sexuais.
- Acho que entendi essa parte.
- Todos sabemos que seu passado foi bastante libertino, não que você deva se envergonhar. - parecia querer mostrar que não estava o julgando pelo seu passado.
Carter concordou, apesar de não se lembrar muito bem de seu passado, mas muitas mulheres apareciam como flash em sua mente, até mesmo perturbando sua mente.
- Espero que já tenham avisado ao senhor como foi a audiência para a sua libertação. Deu bastante trabalho a SMI e a ONU. Realmente espeto que possamos trabalhar bem juntos e que tenha paciência comigo. - a mulher fez um pedido inusitado. Não deveria ser o contrário? - Estarei no prédio todos os dias. Sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia. Sem folgas. Me dedicarei a você o tempo que for preciso.
O homem acentiu.
- Meu quarto fica no décimo andar, então sabe onde me achar. - ele disse, já sabendo também onde seriam os aposentos dela.
- Por que estava fazendo isso? - questionou.
- Do que está falando?
- De você querendo cuidar de mim.
- É o meu trabalho. - a mulher sorriu. - E para ser sincera com você: Ninguém queria se arriscar no trabalho, pois achavam que seria perigoso.
- Você não acha?
- Acho, mas coisas piores que você já me derrubaram, senhor Jhonnes. Não tenho medo de você. E também, talvez eu quisesse me ocupar. Estou passando por tempos difíceis.
- Então sou apenas uma distração para você, Doutora?
- Não! Não foi isso que eu quis... ah... - Carter riu do embaraço da moça. - Está brincando, não é mesmo?
- É. Eu estou.
De alguma forma, ela tinha um jeito que fazia com que o homem se lembrasse de si mesmo. E se ficar ali e passar por algumas seções de terapia fosse o que o ajudaria ele a se reinstalar na sociedade novamente, aguentaria tudo, não só por ele, mas também para as pessoas que estavam se esforçando para puder deixar ele o mais confortável possível.
Dean e toda a SMI estavam se empenhou bastante para trazê-lo de volta e conseguir um alvará de soltura.
Enquanto Alex montava uma agenda e repassava para Carter, explicando que também haveriam outras pessoas encarregadas para ajudar no seu desenvolvimento e que toda equipe estaria a sua disposição. O homem receberia auxílio também com seu desenvolvimento atlético, já que grande parte de suas habilidades eram limitadas ao seu treinamento no exército e não como um soldado Gênesis, ele precisaria se aperfeiçoar.
O antigo sargento percebeu que a sua terapeuta era bastante agitada e expressiva, e também que diversas vezes acabava tropeçando em algumas palavras.
Ter uma dicção exelendo não parecia ser outra das prioridades da jovem mulher.
- Então, acho que começamos amanhã, agente Jhonnes.
- Carter. - corrigiu.