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"𝗦𝗮𝗯𝗮𝗱𝗼, 𝟮𝟭:𝟯𝟬 𝗱𝗮 𝗻𝗼𝗶𝘁𝗲."
𝗔𝗺𝗯𝗲𝗿𝗹𝗲𝗲 𝗠𝗰𝗔𝗿𝘁𝗵𝘂𝗿
O pai de Amberlee despediu-se dela com um carinhoso beijo na testa da garota. Em outros casos com pais mais rigorosos ela estaria em casa de castigo em seu quarto sem quaisquer aparelho eletrônico, no entanto as coisas são diferentes para a menina. Seus pais a tratam como uma verdadeira princesa por ser a única herdeira, de modo que costumam exibi-la para todos - como se isso importasse alguma coisa.
Sua mãe sempre entende o motivo que a levou cometer tal atrocidade ou sempre tenta culpar alguém porque sua princesinha jamais seria capaz de fazer tamanha barbaridade. Já seu pai odeia gritar ou fazer algo que pode deixar sua garotinha machucada emocionalmente, afinal, Amber é muito sensível. A única vez que puxaram a orelha da garota e foram rigorosos ela tinha catorze anos, mas só o fizeram porque o castigo foi exigido por autoridades maiores e porque prometeram deixar tudo no sigilo.
Depois que Amberlee passou pelo portão não disfarçou sua admiração com a bela visão que era o jardim da casa de Rebekah. Apesar de achar um pouquinho exagerado pela espessura, era exatamente o jardim dos seus sonhos.
Assim como todos os moradores, Amberlee era uma que possuía essa pequena curiosidade em saber como era a mansão dos Wright por dentro já que Bernardo, Ophelia e todos os membros da família são tipo celebridades locais. Sua felicidade era perceptível; estava feliz em ter esse privilégio todo, visto que Bernardo Wright é muito reservado em relação à sua vida pessoal e de seus familiares; demasiado exigente no requisito de convidados para visitar sua propriedade.
A garota andou rapidamente por um caminho de pedras no meio do jardim que a levou de encontro com a porta principal, um verdadeiro luxo aos seus olhos fashionistas. Ela arrumou-se toda antes de levar sua mão até a campainha para tocá-la. Juntou os braços em frente ao corpo e entrelaçou seus dedos. Queria causar uma ótima primeira impressão, pois em sua cabeça é a que fica.
Sem muita espera a porta foi aberta por uma senhora simpática, que imediatamente a recepcionou muito bem. Ao entrar na casa ela não conteve a admiração, recebendo olhares sem graça da governanta. A luxuosa sala tinha uma decoração clássica.
Deparou-se com a única porta preta que a governanta fez questão de descrever várias vezes de forma mais explicativa possível. A abriu com calma, deparando-se com Aurora e Ellysson rindo entre si. - Nossa! Vocês são rápidas. - Disse colocando sua bolsa em cima de uma mesa.
- Foi fácil convencer meu pai! - Ergueu os ombros largos. - Como sou nova na cidade, ele acha que devo socializar. - Ellysson concluiu enquanto tentava colocar cílios postiços.
- Minhas mãezinhas dessa vez entenderam meu lado! - Aurora disse com sua serenidade e sorriu quando terminou de falar.
As garotas ficaram curiosas em relação ao plural que ela usou, contudo resolveram ficar com suas curiosidades até terem intimidade suficiente para perguntarem sobre.
- Quer ajuda? - Amberlee perguntou para Ellysson a olhando apanhar daqueles cílios volumosos.
- Não recurso ajuda! - Ellysson respondeu rindo pelo nariz.
Amber percorreu os poucos metros de distância que havia entre elas. - Então você é a famosa Rebekah Wright... Por que não disse nada? - Questionou fazendo com que a garota tirasse os olhos de seu celular para respondê-la.
- Talvez porquê não me perguntaram ou por que não tem nada de interessante nisso e eu não posso chegar nas pessoas falando "Oi, sou Rebekah Wright... Quer ser minha amiga?" elas vão me achar uma louca. - Proferiu com desdém contraindo os ombros.
- Metida, talvez! - Comentou Aurora.
Amberlee apertou seus lábios sem saber o que responder.
- Mas também poderia acontecer o contrário! - Aurora concluiu.
- Você é famosa ou o quê? - Ellysson perguntou.
Rebekah negou com uma mexida na cabeça. - Minha família!
Amberlee parou o que estava fazendo, Indignada com a reação negativa dela. - Os pais dela são Ophelia e Bernardo Wright! - Tirou seu celular do bolso, colocando o nome da família no Google. - Ophelia é apenas uma estilista ultra famosa e fundadora da marca Oρhᥱᥣιᥲ'᥉, enquanto Bernardo é um dos herdeiros do Alfred Norton... Old money, meu amor. - Posicionou o celular em frente ao rosto da bronzeada. - E Ophelia também é dona de várias agências de modelo... as melhores são de lá! - Ao terminar de falar, cruzou os braços com indignação, pensando em como Rebekah tinha coragem de tratava aquilo com desdém.
- Ouça a Wikipédia! - Wright ergueu as sobrancelhas e balançou a cabeça.
- Entendi... - Ellysson riu sem graça. - Você vai continuar? - Perguntou se referindo a sua maquiagem incompleta.
- Ah, sim! - Pegou a embalagem de cola de cílios.
Rebekah levantou-se finalmente da cama. Iniciou passos até uma porta espelhada do outro lado do quarto, a puxando quando concluiu sua caminhada. - Eu vou me arrumar! - Avisou antes de entrar em seu closet.
Duas batidas leves na porta preta repercutiram no compartimento.
- Tá aberta! - Ellysson gritou.
- Boa noite! - A ruiva disse colocando seu corpo para dentro. - Que casa grande! - Comentou ajeitando seus óculos.
- Cheguei tarde, mas cheguei! - Liv disse saindo de trás de April. - Só falta a minha maquiagem, alguém pode fazer? - Perguntou colocando as mãos na cintura. Suas respiração estava frenética o que acabou chamando a atenção de Aurora.
- Você está se sentindo bem? Sua respiração está acelerada! - Perguntou com preocupação no tom de sua voz.
- Estou ótima... Foi a escada! Valeu pela preocupação, Aurora! - Disse olhando para trás rapidamente.
Amberlee levantou o dedo indicador para se oferecer o que causou o fim do diálogo das duas.
Liv caminhou em direção da Amberlee e sentou-se no lugar que pertencia a Ellysson a poucos minutos atrás.
- Eu pensei que a famosa herdeira dos Wright era totalmente diferente. Cabelo, estilo... tipo, nada parecida com a Rebekah... Sem ofensas! - Liv soltou uma risada cansada.
- Acho que todos têm ou tiveram esse pensamento! - Amberlee e Aurora falaram juntas.
- Acho que vou pesquisar um pouco sobre isso tudo... tenho que entender. - Ellysson comentou sentindo-se ainda totalmente perdida na conversa.
- Você não é desse planeta! - Amberlee balançou a cabeça negando.
- Sem assunto meninas? - Rebekah perguntou com ironia. Ela trajava uma calça preta que vestia super bem em seu corpo magro e uma camisa longa da mesma coloração, sem estampa ou qualquer outra coisa. Caminhou para longe do closet tentando esconder o quanto estava desconfortável com o tema daquela conversa. Odeia quando acontece isso. - Vamos logo! - Chocou as mãos descontando um pouco de sua frustração mas batidas.
- Sim... um minuto! - Amber disse por alto. - Gostou? - Perguntou para Liv.
- Adorei! - Sorriu apreciando seu rosto no espelho.
- Vamos chegar tarde! - Rebekah comentou.
Elas desceram até a sala para esperarem o motorista tirar o carro da garagem. Alguns minutos se passaram e então o condutor adentrou a sala alegando que deixou o veículo no portão, em seguida entregou a chave para a Rebekah.
- Se cuidem! Não vão fazer algo que vão ficar com arrependimentos depois... Não vão presas, não usem drogas e não entrem em carro de estranhos. - A senhora com o nome de Elizângela exclamou olhando para as meninas, logo após depositou um beijo na testa de Rebekah.
A garota reclamou e deu sinal para entrarem.
Amberlee entrou no carro seguidamente das garotas.
- Eu vou para o porta-malas! - Ellysson disse dando um jeito para se enfiar lá.
- Vamos lá!
Rebekah exclamou antes de arrancar com o automóvel. Estacionou o carro do outro lado da rua. As garotas desceram e ficaram observando a casa de classe média que estava quase explodindo com o barulho. A música que da esquina já era possível de se ouvir acabou ficando ainda mais alta com a proximidade.
Vários carros fechavam a calçada na frente da casa. Alguns Adolescentes desmaiados no jardim com possíveis comas alcoólicos chamavam a atenção por parecerem corpos que foram desovados lá. Durante seus percursos até a entrada passaram por alguns rostos conhecidos fumando e bebendo por entremeio os carros, escondidos como foragidos, e também por casais se pegando como animais em época de acasalamento.
Foi impossível entrar na casa sem serem imprensadas por alguns idiotas que atrapalhavam a entrada.
Rebekah levou seus olhos para através das pessoas dançando uma música com letra nojenta. Sua atenção parou na mesa de Foosball, suspirando quando não obteve sucesso em sua busca.
Amberlee também olhou em volta, achando sem querer Maya, Lara e Hully. Maya estava aos beijos e amassos quentes, praticamente transando de roupas com Michael - seu ex namorado idiota. Ela apertou o maxilar e revirou os olhos.
- Mas que porra é essa? - Sussurrou incrédula.
- Aquele ali não é seu namorado? - Liv perguntou mexendo a cabeça no ritmo da música.
- Ex! - A corrigiu ríspida.
- Verdade! - gargalhou. - Desculpa!
Amberlee só não bateu os pés igual uma criança mimada, porque iria ser muito constrangedor.
- Eu vou ali pegar umas bebidas. Alguém que ir comigo? - Rebekah indagou colocando as mãos nos bolsos de sua calça skinny.
- Eu vou com você! - Ellysson se ofereceu e logo após as duas saíram juntas, infiltrando-se no meio da multidão.
Para a alegria de McArthur começou a tocar Dark Horse, sua música preferida desde de sempre. - Amo essa música, vamos dançar! - A garota saiu puxando Liv, April e Aurora para o meio da sala ignorando por completo suas reclamações.
Olhou mais uma vez para onde eles encontravam-se. Michael dessa vez estava a olhando com as mãos nos bolsos e com seu maldito e extremamente sexy sorrisinho de lado. Amber fingiu mandar um beijo no ar para ele e assim que ele preparou-se para pegar ela fez um gesto obsceno com o dedo do meio e de resposta recebeu uma piscada sacana.
"Eu não estou com ciúmes, apenas com raiva... Minha melhor amiga... ex melhor amiga, agora arqui inimiga e meu ex juntos. Como vou saber se eles não se pegavam quando estávamos juntos?" Pensou analisando a situação.
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A festa desceu de nível em menos de uma hora. Liv, Aurora e April encontravam-se sentadas em um sofá encardido no canto da sala. Rebekah e Ellysson ainda não haviam retornado fazendo-as acreditar que foram fabricar as bebidas as quais foram buscar.
Alguém deu a ideia de jogar o famoso Suck and Blow para acabar um pouco com o tédio que a festa havia se tornado. A maioria aceitou e claro, Amberlee também! não queria sair dali sem ter ficado com ninguém... seria um terremoto em sua popularidade.
- Vamos meninas... Amber?
Um garoto com uma jaqueta do time de futebol americano da escola as chamou sorrindo de lado. Segurou na mão da ondulada para levá-la de encontro com os outros.
- Espera um minuto, Miles! - Tentou não ser levada. - Vamos? - Amber perguntou virando-se para as garotas presentes no sofá.
- Eu não posso, só vou assistir! - Liv Respondeu a olhando.
Olhou para Aurora e ela apenas balançava a cabeça negativamente.
- Eu só vou assistir também! - April disse sem apresentar hesitação.
Amber soltou uma bufada.
"Festa é feita para se divertir?!" Reclamou em seus pensamentos
- Eu vou com você! - Uma garota alta com os dentes quase neon, disse.
-Madd!
Puxou sua mão que o garoto ainda segurava para dar pulinhos de alegria.
- Eu começo!
O mesmo rapaz avisou colocando a carta sobre os lábios.
- Não sejam tímidos! - Amber disse mordendo levemente os lábios.
- Adoro uma orgia! - Fez um toque com Miles.
- Cala boca, Crawford! - Madd revirou os olhos.
- Adoraria ser calado por sua segunda boca! - Piscou.
Enquanto eles brigavam a carta chegou até um carinha que Amberlee desejava beijar a um tempo e que por pura coincidência estava ao lado dela.
"Vamos lá!" Implorou em seus pensamentos, contudo, se pudesse voltar atrás isso faria sem pensar duas vezes. Ele deixou cair e eles se beijaram... um verdadeiro terrível beijo. O garoto beijava parecendo um bebê recém-nascido puxando e mordendo o peito da mãe.
Logo se separaram por conta da falta de ar e isso a fez gritar de alegria mentalmente. Nunca agradeceu tanto pela falta de ar em um beijo.
- Quase engoliu a menina, filho da puta! - Miles chocou sua mão contra a nuca do cara e ele encolheu o pescoço amedrontado.
Amberlee trocou de lugar com um sorriso falso delineando seus lábios. Não queria correr o risco de ter que beijar o canibal, como acabara de apelidá-lo, novamente.
"Meus lábios vão ficar deformados!"
murmurou fazendo uma careta de nojo.