Capítulo 5 Juntos para sempre

"Você teve mais um pesadelo?", o homem mal-humorado questionou.

"É uma pena, sinto por isso. Então eu acordei você?" Whitney sorriu com seus olhos inchados e vermelhos por ter dormido pouco.

"Você já sabe a resposta." Ele revirou seus olhos com a fala. "Durma no outro quarto. Eu não quero que me acorde mais uma vez."

"Tudo bem." Whitney pegou sua coberta e deixou o quarto.

Nos últimos três anos, ela teve o mesmo pesadelo e Marvin sempre a mandava dormir no quarto ao lado. Ele não suportava ser acordado pelos barulhos de Whitney durante a noite.

Whitney deitou-se como se fosse feita de chumbo na cama de hóspedes. Ela tentou com todas as suas forças, mas não mais adormeceu. Três anos se passaram e o mesmo pesadelo ainda a assombrava.

Ela então decidiu pegar uma garrafa de vinho e sentar-se perto da janela para apreciar a bebida. Embora houvesse cortinas, ela ainda podia apreciar a noite. Na penumbra, o vinho brilhava como rubis.

Roy Leng a ensinou a apreciar o vinho tinto com todos os seus sentidos. A garota aprendeu muito e rapidamente sobre vinhos, especialmente o tinto. Chegou até a pesquisar mais sobre o assunto na internet para terem assuntos em comum.

A vida de Whitney mudou completamente ao conhecer Roy. Ela tinha dezenove anos naquela época. Ela obviamente sonhava em encontrar o homem perfeito, se apaixonar e viver seu próprio conto de fadas, como qualquer outra garota de sua idade faria. Este deveria ser o sonho virando realidade, mas no final das contas, não era bem assim.

Whitney era a garota mais bela de toda a escola de música na Cidade H. Por suas habilidades e charme inerentes, a escola a recomendou se apresentar numa grande festa na cidade.

Whitney estava muito animada pois a apresentação teria grande público. Quando subiu no palco, olhou para o público e prosseguiu em tocar seu piano. Luzes coloridas a iluminaram lançando cores vibrantes em seu vestido branco. O coração da jovem saltou por alguns instantes por ter a oportunidade perfeita para mostrar seu talento. Seus dedos se moveram com mestria e a melodia enfeitiçou a todos. De repente, ela olhou para a multidão para ver as reações nos rostos dos convidados, e olhos brilhantes de apreciação a impressionaram. Whitney ficou nervosa sem mais nem menos e perdeu o ritmo do que estava tocando. Felizmente, ela conseguiu se concentrar rapidamente e ninguém notou os pequenos erros.

Quando a apresentação acabou, ela teve de passar pela multidão para deixar o local e foi escoltada até um carro estacionado perto da saída. A porta se abriu e seus olhos viram aqueles lindos olhos de admiração da plateia mais uma vez. O calor dos olhares a deixou atônita. Sem hesitar ela entrou no carro. Roy pegou seu rosto e a deu um beijo. Nada mais era importante, apenas aquele beijo. Era um sonho que ela desejava ser infinito. Foi quando Whitney percebeu que ela nunca escaparia.

Mais tarde, descobriu que o homem misterioso da festa era CEO do FH Group, nada menos do que o maior conglomerado empresarial da Cidade H. Embora tivesse apenas 21 anos, ele já era um empresário de prestígio no mundo dos negócios. Roy assumiu os negócios de sua família e, em menos de um ano, derrotou a concorrência. Ele era um verdadeiro prodígio dos negócios com um cérebro inigualável. Suas teorias e técnicas impressionavam até mesmo os mais experientes profissionais do ramo.

Roy era o homem alto, rico e bonito que todos amavam. As mulheres caíam aos seus pés.

Porém, o coração daquele homem era só de Whitney. Saber que ele era só dela a fazia sentir-se orgulhosa e única. Whitney gostou do carinho e da atenção que o homem a dava, o que eventualmente a fez se entregar completamente a ele e torná-lo o comandante de sua vida.

Ela era ingênua e inocente.

Ela os queria juntos para sempre.

No entanto, aquela ilusão se tornou ridícula. As memórias a fizeram entender o quão estúpida ela tinha sido.

Ela finalmente caiu em si ao tomar mais um gole de vinho. Ela abriu as cortinas e olhou para fora. A noite não estava tão escura quanto ela imaginava. O luar iluminava o gramado e as pequenas lâmpadas que cercavam o jardim pareciam estrelas na terra.

Com o canto do olho, Whitney notou um pontinho vermelho na sacada. Ela estreitou os olhos para focar na imagem mas daquela vez não viu mais nada. Talvez fosse o reflexo das luzes na grama. Eram três e meia da manhã. Marvin certamente já estava na cama dormindo àquela hora. Será que ele estava na sacada tão tarde assim?