Capítulo 1 Formatura

Bárbara estava festejando seu aniversário de 21 anos e também a sua formatura da faculdade. Ela acabara de concluir o curso de artes cênicas na faculdade pública de se Estado.

Ela estava com amigos se divertindo e sentiu um aperto no coração. Pensou em seus pais, a única família que ela tinha. Apesar de não terem muito contato, pois seu pai queria que ela fosse médica e haviam brigado na época em que ela começou a estudar, eles tinham vindo para sua colação de graus. Seus pais a amavam e falaram isso à ela.

Eles não ficaram para a festa, pois se consideravam velhos para essas coisas. Bárbara estava feliz, além de irem para parabenizar a filha, lhe deram um carro de presente. Estava muito feliz por ter encontrado seus pais, ela os amava também.

A dor era porque usaria o carro para o seu projeto de ir para Hollywood, será que eles ficariam tristes com ela? Mas como poderia ser uma estrela ficando no Brasil? O país das dificuldades. Tudo precisava de um patrocinador, e na arte, geralmente era algum caso com alguém. Ela queria mostrar seu talento sem precisar ser amante.

Seus amigos a tiraram do devaneio e então ela bebeu e dançou. Naquele dia ela bebeu mais do que de costume e decidiu que já era hora de ir embora. Ela chamou sua amiga Kristim e foram embora às 3 da manhã.

Bárbara vivia em um pequeno apartamento com sua melhor amiga. Tinha uma sala com um pequeno sofá e uma televisão, uma cozinha estilo americana e um corredor onde tinha 1 banheiro e 2 quartos. Apesar de pequeno, era confortável e extremamente arrumado. Bárbara era muito organizada e não deixava bagunça aparente. Só o quarto de Kristim era uma bagunça. A amiga era uma verdadeira irmã, mas não conhecia o conceito de organização.

Na manhã seguinte, Bárbara acordou até que cedo, estava com uma dor de cabeça horrível. Levantou, tomou um remédio e voltou para cama. Pensou em seus pais. Francisco e Helena eram rigorosos com relação à educação, e quando ela disse que iria estudar Artes Cênicas, os pais não concordaram na época pois consideravam vagabundos os artistas. Mas Bárbara não se intimidou e entrou para a faculdade pública, pois seus pais não iriam pagar.

Trabalhou em lojas de roupas de marca no shopping, como vendedora recebia o salário mais comissão, e fazia o horário da tarde para noite. Com o dinheiro, ela pagava o aluguel que dividia com Kristim, comprava seu alimento e como não era de gastar muito com roupas e baladas, sempre guardava alguma quantia. Seu objetivo e sonho era se formar e ir trabalhar no exterior, precisamente em Hollywood. Gastava o mínimo possível para juntar a grana para ir.

Os pais de Bárbara eram médicos renomados, seu pai cirurgião plástico e sua mãe cirurgiã pediátrica. Eles tinham uma condição financeira boa, e viviam num bairro chic. Bárbara cresceu com empregados e uma infinidade de cursos. Estudou ballet, piano, inglês, francês... os pais eram muito ocupados e fizeram ela focar em aprender. Na escola, Bárbara entrou para o clube de teatro e se apaixonou. Ela acreditava ter nascido para os palcos. Quando contou aos pais que era Artes Cênicas que gostaria de estudar, eles ficaram decepcionados e não a ajudaram nos 2 primeiros anos de estudo. Mas como Bárbara era persistente, e muito trabalhadora, eles decidiram ajudar com uma mesada mensal. Ela guardou esse dinheiro e continuou mais um ano trabalhando no shopping. Só no último ano de faculdade que começou a fazer pequenos papéis em teatros e deixou o trabalho fixo. Ela teria a mesada de seus pais caso precisasse, mas não foi o caso, como era talentosa sempre tinha algum papel para atuar.

Apesar da faculdade de Artes Cênicas promover bastante liberdade de pensamentos, Bárbara era conservadora em alguns aspectos, como quando tinha apresentação e todos trocavam de roupas uns na frente dos outros, Bárbara sempre ia para algum lugar reservado.

Ela era bonita e possuía um corpo de menina mulher. Media 1,60m e não era muito magra e seu quadril tinha um leve formato de pêra, seus seios médios e firmes, pernas pequenas e bem torneadas. Parecia até que malhava, mas na verdade, seu corpo definido era devido a subir e descer degraus. Bárbara tinha claustrofobia e sempre subia pelas escadas, ao invés de usar elevadores. Seu apartamento ficaba no quarto andar, e ela sempre subia pelas escadas e essa era sua atividade física cotidiana.

Bárbara ainda estava na cama, agora seu pensamento estava no dinheiro que conseguiria com a venda do carro, que ia tentar deixar na concessionária quando fosse buscar. Iria juntar as suas economias, e isso seria suficiente para passagem e 1 ou 2 meses na casa que ia dividir com o amigo Brendon, que já estava lá a 6 meses. Hollywood estava mais perto do que nunca, e só iria faltar um trabalho lá, mas Bárbara era ativa e inteligente, não precisava se preocupar com isso.

O melhor seria Bárbara conseguir um trabalho na área assim que chegasse lá. Mesmo que fosse só uma pontinha em algum filme, aí ela mostraria do que era capaz. Agora, como conseguiria isso, não tinha a menor ideia, até que seu telefone tocou.

-Alô?!

- Alô, Bab? Sou eu, Brendon.

- Oi Brendon, que saudades. Como estão as coisas por aí? Eu estava pensando em você.

Brendon já estava morando na Califórnia a 6 meses e ligou para Bárbara para dizer que estava no Brasil. Ele estava participando de um filme e as gravações seriam no Rio, na próxima semana.

- Hoje terá um coquetel no hotel, venha me encontrar.

Bárbara levantou-se depressa tomou um banho, secou e escovou os cabelos, que eram levemente ondulados e negros. Seus olhos verdes e seu rosto delicado a tornavam uma jovem bastante atraente. Ela nunca se vestia para chamar a atenção das pessoas, então passou um brilho labial e colocou uma calça jeans e uma blusa frente única de seda, na cor creme, com algumas flores em tom verde. Calçou uma sandália Anabella nude. Era um pouco alta e difícil de andar, mas para ficar ao lado do amigo de quase 1,90m, era preciso, além do mais, destetava parecer tão pequena.

Bárbara e Brendon se conheceram no primeiro ano da faculdade, ele já estudava a 1 ano Artes Cênicas. Se conheceram durante uma festa de boas vindas aos calouros, no caso, ela. Eles e Kristim se tornaram grandes amigos. Algumas pessoas achavam que eles iriam namorar e casar, mas a relação entre eles era como de irmãos, todos os 2 eram filhos únicos. E tinha a questão de que um não fazia o tipo do outro. Ele gostava de loiras gostosas, com corpão, que chamasse a atenção por onde passasse, e também queria curtir, sem compromisso com ninguém. Já Bárbara, ela não queria arrumar namorado pois seu objetivo era ir para o exterior. Se estivesse envolvida com alguém, como poderia partir?