- Vamos. - Mel gesticulou para a porta e em seguida todos se retiraram do quarto.
Não dá para afirmar que Liana havia descansado, as lembranças atordoavam sua mente, em seus pensamentos só havia espaço para Sebas, porque ele não estava ao lado dela nesse momento tão conflituoso, porque nutria pensamentos sobre ele quando nem mesmo dela era capaz de se lembrar? - Foram alguns dos questionamentos que a vampira se fez enquanto sozinha naquele vasto quarto. O quarto tinha uma arquitetura de muito bom gosto, parecia realmente projetado por ela, a agradava as cores escuras e os detalhes em prata, tudo o que Liana possuía era em tons sombrosos, ela gostava de preto.
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- Rico, não se desespera, nós sabiamos que seria confuso logo após o processo, Liana precisa se reconhecer para que possa lhe dar o que tu espera. - Mel afirmou segurando as mãos do cunhado.
- E você espera que até lá eu sinta normalidade em ouvir que a minha namorada busca por outro vampiro? Como você acha que eu me senti com o questionamento de Liana a respeito do paradeiro de Sebas? Eu esperava que ela nem mesmo soubesse de quem se referia esse nome. - Falou em alto tom enquanto recolhia as mãos de perto de sua cunhada e dava passos em direção a porta. - Eu preciso de um ar, tenho que me acalmar.
- Rico, não acha melhor se afastar até que tudo esteja claro para Liana? - Sol o questionou enquanto levantava as suas sobrancelhas com um semblante de preocupação pelo relacionamento da filha.
- Não, acredito que será mais fácil ela retomar nossas memórias comigo por perto, não quero dar espaço para que alimente sentimentos por esse vampiro. - Rico falou enquanto fechava calmamente a porta fechava e caminhava até o jardim para respirar.
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- Ora, esse cara é realmente uma pedra em meu sapato, até sem memória Liana chama por ele, isso não está certo, isso não deveria acontecer, ele nem mesmo é visto por ela a meses, como pode se recordar dele e não de mim?
O rapaz continuou esbravejando e reclamando sozinho enquanto dava voltas pelo jardim, seu rosto refletia a pura decepção que estava sentindo, ele então se sentou em um banco próximo a uma roseira e abaixou sua cabeça em cima do joelho, precisava pensar, precisava de um tempo, até que... Uma mão tocou o seu ombro e então ele olhou para trás.
- Rico, te peço calma. - Liana falou enquanto deslizava sua mão pelos braços de rico. - Estou de me recordando de você... De nós... Mas por hora, me lembro de ti como meu melhor amigo. - Ela se sentou ao lado do rapaz.
- Me dê sua mão? - Liana segurou a mão de rico. - Eu preciso muito de você ao meu lado, sei que é muito para te exigir, mas estou confusa, nem mesmo me recordo dos meus gostos ou família. - Ambos deram um sorriso bobo.
- Liana, eu esperarei por ti o tempo que for necessário, mas... Doeu saber que tu ainda pensa nele mesmo que não se recorde de outras coisas. - Rico levou a mão de Liana até sua boca e deu um beijo. - Mas confia em mim, não te deixarei.
- Até onde lembro, ele é parte importante da minha história, eu vou aprender a controlar os meus sentimentos e os meus pensamentos, mas não se sinta mal com isso, eu te imploro. - A cabeça de Liana abaixava lentamente demonstrando a sua preocupação.
- Nós somos mais fortes que tudo isso, eu confio que conseguiremos contornar essa situação, sempre teremos um ao outro. - Rico falou olhando fixamente os olhos de Liana.
Liana via verdade em todas as palavras proferidas por Rico, mas estava sem entender o porque não se lembrava do namorado se eles possuíam um amor tão avassalador quanto ele dizia.
Não demorou muito até que pequenas lembranças foram chegando na memória de Liana, olhar tão fixamente os olhos de Rico além de lhe trazer calmaria lhe trazia aconchego, apesar de alimentar a imaginação de uma linda amizade, flashs de seus momentos íntimos e romanticos começaram a aflorar na mente da menina mulher.
Era um misto de desejo e posse, ela sentia cada toque que ele já havia lhe dado, e as vezes em que sussurrou em seu ouvido, não era claro, mas era intenso, suas expressões foram modificando a cada segundo, e naquele momento Rico não sabia descrever os sentimentos de Liana baseado em suas afeições, eram diversas, ele sabia que ela estava se recordando, mas ainda não sabia do que ela se recordava.
"Como acordes de um violão" - Falou Liana com a voz tremula.
"É o fogo ardente da nossa paixão" - Completou Rico.
- É bom te ter de volta meu amor. - Rico puxou a amada para um caloroso beijo, e o que aos olhos comum marcava uma passagem comum, para Rico o momento era poético, ele sabia que Liana era sua mais uma vez.
Após o beijo quente e amoroso que eles trocaram, Liana levemente deu selinhos demorados em seu amado.
- Você... É você! - Ela afirmou e Rico a olhou confuso segurando em seus cabelos com a palma da mão, os rostos quase colados e os olhares compenetrados um no outro.
- É você quem eu amo, Rico. - A menina falou com um sorriso estampado no rosto, Rico devolveu o sorriso e a puxou para mais um beijo.