Capítulo 5 Quem de nós

- O que faz aqui? - Fiquei sem reação por uns minutos, mas logo a minha indignação saiu por meus lábios. - Eu queria me certificar que estava realmente bem. - Falou levantando-se do sofá.

- Pois bem, como já viu, estou perfeitamente bem. - Meu rosto mostrava uma expressão de ódio, tudo estava indo bem com Rico, não precisava de mais uma distração.

- Veja, lhe trouxe algo. - Estendeu sua mão e nela havia uma caixinha de anel. - Já que você agora é uma vampira completa e também membra da soberania, quis lhe desejar as boas vindas.

- É muita gentileza, mas não posso aceitar o seu presente. - Balancei minha cabeça em sinal de recusa. - Oh, não seja boba, abra! - Falou empurrando novamente o braço em minha direção.

Abri a caixinha, e nossa! O anel era surreal de lindo, em ouro com um diamante central e outros menores cravejados em sua lateral.

- Quero que use em sua coroação. - Um leve sorriso estampou-se em seu rosto.

- Eu te agradeço, pensarei sobre isso, mais alguma coisa? - O questionei para mostrar que não estava satisfeita com a ida até minha casa.

- Liana, nós precisamos conversar. - Falou com um olhar arrependido. - Digo, muitas coisas não foram esclarecidas esperei até que se recuperasse para vim por tudo as limpas.

- Vamos até lá fora, acho que isso só diz respeito a nós mesmos. - Falei e caminhei ao lado de Sebas em direção a porta.

Nos sentamos lá fora em meu banquinho favorito, o que ficava localizado próximo as roseiras, parecia um ótimo cenário para qualquer boa conversa.

- Pois diga, o que está te atormentando tanto que não pode ser tratado por uma chamada? - O questionei olhando fixamente em seus olhos.

- Liana, você entendeu errado, eu nunca iria te trair, nunca, com nenhum outro alguém. - Falou com um semblante de preocupação.

- Tarde demais, Sebas! Eu vi as mensagens que você trocava com Shana, não me parecia amizade. - Falei bem ríspida.

- Mas é, é só uma amizade, ela é apenas alguém que precisa ser ajudada. - Posicionou a mão sobre a minha.

- Sebas, ainda que eu acreditasse em algo que diz, digo que é tarde demais. - Retirei minha mão debaixo da dele. - Eu estou com Rico agora, finalmente sinto que estou vivendo algo leve e prazeroso.

- Você não o ama... Não dessa forma. - Retrucou.

- Você se enganou mais uma vez, do tanto que me magoou criei laços indestrutíveis com Rico.

- Não fale asneiras Liana, Rico é o seu melhor amigo, ele sempre será apenas isso, todo mundo sabe que ele sempre amou você, mas seu coração é meu! Ele pertence a mim. - Gesticulou apontando o dedo indicador para sí mesmo.

- É muito abuso pensar que estarei sempre disponível para você, não acha? Eu me cansei do seu descaso. - Falei inclinando os meus olhos para o chão, demonstrando tristeza nas minhas afirmações.

- Descaso? Mesmo me dispensando eu estou aqui, vim atrás de ti, para resolvermos as nossas diferenças e nos reconciliarmos. - Segurou meu pulso.

- Você só veio pois sabe que me perdeu, e sabe que não te quero de volta. - Uma lágrima caia lentamente pelo meu rosto.

Sebas me puxou em sua direção, mas antes que seus lábios tocassem os meus, o interrompi.

- Chega! Você precisa ir, estou com Rico e ao contrário de ti, ele nunca fez por merecer nenhuma traição de minha parte. - Apontei pra que ele fosse em direção do portão.

- Eu vou voltar! - Falou e foi caminhando em direção ao portão.

- Eu espero que não! - Gritei para que fosse claro.

O vendo partir, percebi o quanto eu queria que ele ficasse aqui, será que eu havia cometido um erro? E se nada do que interpretei fosse realmente verdade?

- Liana? - Era Rico. - Vamos entrar, você já viveu coisas demais por hoje.

Então o segui até o meu quarto.

- Rico, precisa saber que eu não o chamei aqui, na verdade eu nem mesmo sabia que ele viria até aqui. - O abracei.

- Eu peço que seja sincera comigo, certo? -Sussurrou em meu ouvido.

- Certo, eu sempre serei. - O respondi também em sussurros.

- Você o ama? - Suspirou fundo.

- Rico, isso não é justo. - Falei e o apertei com ainda mais força.

- Você o ama mais do que a mim? - Perguntou novamente.

- Eu... Eu acho que sim. - Não queria admitir, mas o meu amor por Sebas era muito forte. - Temos uma relação recente, em breve isso será apenas um acaso.

- Eu não posso esperar pelo em breve. - Falou com a voz fraca. - Eu te amo, eu sempre estarei aqui, sou o seu melhor amigo e desse posto nunca sairei, mas preciso que você decida entre nós dois quem terá o seu amor, não é justo comigo viver temendo que mude de ideia.

- Rico, por favor, não se vá. - Falei enquanto chorava novamente.

- Eu não irei a lugar algum, mas peço encarecidamente que decida rápido, eu preciso de respostas, nós precisamos de respostas.

- Certo, te prometo que em breve tudo isso vai passar, tudo ficará esquecido.

- Agora mocinha, vá descansar, amanhã será a sua posse e eu não quero acompanhar uma vampira com a cara amassada de choro. - Soltou um risinho sem graça.

- Eu vou! Mas me prometa que ficará bem!? - Fiz beicinho.

- Eu prometo, agora, boa noite Li! - Falou e se retirou do meu quarto.

Após Rico sair do quarto fiquei me questionando sobre tudo, se isso não passasse de um engano, ainda assim eu iria preferir ficar com Rico, ou será que eu escolheria Sebas para entregar novamente o meu amor. Entendo que Rico esteve ao meu lado durante todos os momentos, incluindo o momento em que Sebas soltou a minha mão, mas o meu coração pertencia àquele vampiro.