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No dia seguinte em que saiu do hospital, ainda em choque por causa da notícia sobre seu dom, Sarah decidiu que o estudaria com calma e que não o usaria em benefício próprio, por isso saiu de seu emprego como "cigana" no parque. Naquele mesmo dia corriam boatos que uma influente acabara despertar seus dons. Essa notícia espalhou-se e chegou aos ouvidos de pessoas, espíritos e seres de toda parte.
Chegou também aos atentos ouvidos dos Ortus, que cuidariam da segurança de Sarah o máximo possível sem interferir nas suas escolhas, e aos ouvidos de Levi SANGROUD, ou, como você já deve ter escutado Satã San.
Levi é muito conhecido aqui na Terra, pois se trata de uma das maiores, mais ricas e poderosas companhias dessa dimensão. Satã tem um corpo graças a uma forte magia escura muito antiga e junto com o corpo físico, também a riqueza e o poder. Levi é dono de empresas como Ommu, Te livra, poli choppe, várias companhias telefônicas, alguns bancos com Banco Pau-Brasil, e Épou. É considerado grande filantropo, pelos humanos não sensíveis, por conta de suas doações milionárias a ONGs e por seu abrigo para menores FMI (fundação dos meninos inocentes), localizada na cidade sede de sua principal empresa a SANGROUD Enterprises.
Depois de saber sobre o dom de uma nova influente, Levi, fez de tudo para encontrá-la. Ou seja, mandou alguns Satãs rastrearem a áurea dessa nova influente e descobrir de quem se tratava depois disso a parte fácil foi feita por seu detetive particular, Home. Levou um pouco mais de uma hora para que Levi obtivesse o que queria em mãos. Quando enfim soube tudo sobre Sarah, decidiu que se aproximaria dela indiretamente. Resolveu que ela trabalharia na filial de sua empresa de administração, contabilidade e marketing na metrópole, Floran, que só é "menor" que Saron, capital de Borboleta Negra. E que deixaria como responsável por Sarah e pela presidência da empresa Natan Savas, que em outra época fora conhecido como Albert Máxiluz, o braço direito de Satã San.
Natan estava em Floran cuidando de alguns ajustes na nova empresa quando recebeu uma vídeo-chamada de Levi.
- Sim, Sr? - atendeu prontamente Natan.
- Você cuidará da empresa em Floran e da nova influente pessoalmente... - Natan o interrompe
- Mas estou a cargo dos avanços na captura de capiaturs em Mera e a frente da empresa. Não posso lagar tudo e...
- Posso lidar com isso, daqui. Você será transferido para Floran e será chefe imediato de Sarah Mercant. Quero-a do meu lado e você conseguirá isso pra mim. Aproxime-se dela o quanto antes. Ponha homens e Satãs na cola dela. Quero saber de todos os passos dela. Não deixe que os Ortus se aproximem!
- Sim Senhor - Levi encerra a chamada e Natan ouve o ding de e-mail recebido.
Groud Enterprises
Para: Natan Savas, presidente executivo
03/10/664°A.Ô
Detalhes
Assunto: Currículo de Sarah Mercant.
Sarah F. Mercant
19 anos, 24/06/645ºA.Ô
Cursos completos:
Informática - avançada 400h/a - 660°A.Ô
Normal em Letras - 662°A.Ô
Línguas estrangeiras - básico - 660°A.Ô
Cursando
Propaganda e marketing - Faculdade Nacional de Borboleta Negra
Experiências:
Caixa - Floricultura de Cifras
Garçonete - Lanchonete Cubos de Melancia.
Ps.: Muito bom
Natan analisou o currículo e viu que tinha uma foto anexada. Era uma foto de Sarah aos 17 anos, onde ela usava aparelho ortodôntico, óculos e tinha seus cachos presos por um rabo de cavalo baixo e algumas presilhas prendiam sua franja crescida.
"Puxa! Dei-me mal nessa. Além de ser uma menina, ainda é esquisita. Aposto que a cdf nunca namorou", pensou ele com desdém". " O que posso fazer? É trabalho" . Logo ele tratou de enviar alguns panfletos de oferta a casa de Sarah.
Sarah, obviamente, alheia a tudo isso tentava conseguir pelo menos uma entrevista de emprego. Contudo sem sucesso, por conta de cursar Propaganda e Marketing no período matutino. Ao chegar em casa, ela se depara com sua caixa de correio cheia e, dentre algumas contas, havia um folheto de oferta de emprego na filial de uma das maiores empresas dos três continentes, a Groude Enterprises Administração e Contabilidade. Sem demora Sarah correu os olhos pelo papel a analisar os requisitos para a vaga de emprego. Dentre eles havia um que se destacava por encaixar-se perfeitamente com ela: "Preferência a discentes de curso superior. Áreas cogitadas: Propaganda e Marketing, Contabilidade, Administração, RH". A vaga é para meio expediente, com horário a combinar, paga um bom salário e o candidato deverá mudar-se para Floran.
"Ah, não!" Pensou Sarah. "Como poderei me mudar para tão longe de minha irmã? Se bem que ela está casando e seria bom que ficasse com a casa só para ela e Marck." Após alguns minutos de reflexão resolveu candidatar-se. "Afinal, quais as minhas chances de conseguir a vaga?" E lembrou-se do que lhe disse sua irmã quando Sarah contou que perdeu o emprego: "Há males que vem pro bem, esse emprego só te prejudicava e manchava seu bom nome. Quem sabe não conseguirá algo muito melhor amanhã". Realmente há males, e no caso de Sarah eles veem mal intencionados.
O dia seguinte seria o noivado de sua irmã com Marck Déli. Déli e Maíra se conheceram no colegial, mas foi só no ensino pré-superior que eles realmente ficaram próximos e alguns meses antes da morte dos pais delas, Marck pediu Maíra em casamento. No entanto, não tinham oficializado o compromisso. A morte dos pais de Maíra e o fato de Marck ser dono de uma rede de lojas de comida típica fizeram com que a comemoração do noivado se adiasse até as vésperas do casamento que já estava marcado. O dia estava claro, com poucas nuvens e nenhum capiatur se aproximou de Sarah. Ela estava no salão com a irmã contando-lhe da vaga a qual se candidatou:
- Estou super ansiosa - confessou Sarah para a irmã
- Relaxa e aproveita que o nosso dia vai ser de princesa - falou Maíra com a voz abafada por uma toalha quente que lhe cobria o rosto
- Como relaxar irmã? Se eu conseguir, me mudarei para Flora...
- O que será ótimo pra você, apesar de que sentirei muitas saudades, você precisa de novos ares para esquecer completamente aquele imbecil do Tyler.
- Não quero falar dele. É passado e hoje é seu dia. Mas se não conseguir virarei um estorvo para você e Déli. Também não quer... - O celular de Sarah toca interrompendo-a. - É um número desconhecido.
- Então atenda pode ser seu futuro chefe.
Sarah pega o telefone e atende com a voz trêmula:
- A... Alô?
- Gostaria de falar com Sarah Mercant a respeito de uma vaga de emprego como assistente Junior executivo. É urgente, pois a vaga é de contratação imediata mediante entrevista e avaliação de currículo. - A voz soava forte e autoritária. Sarah sentiu um arrepio percorrer todo o corpo ao se imaginar de frente com o dono dessa voz.
- É a própria. Com quem falo?
- Vejo que não leu com atenção as instruções enviadas para seu e-mail confirmando o recebimento do seu currículo. Sou Natan Savas e, possivelmente seu futuro chefe. - Natan deu uma leve risada ao telefone, o que fez Sarah corar como um pimentão, mesmo tendo a pele moreno-clara.
- Me desculpe senhor Savas, isso não se repetirá.
- Assim espero. Quero avisar-lhe que a entrevista ocorrerá amanhã pela manhã no meu escritório em Floran. Enviarei mais detalhes para seu e-mail. Esteja lá ás 9 a.m.
- Sim senhor. - Natan desliga sem esperar uma despedida de Sarah.
Sarah estava atônita. Como pudera ficar tão encantada apenas com a voz de um homem? E ainda mais, seu, provável, futuro chefe. Não poderia apresentar-se assim na entrevista.
-Sarah? - era a terceira vez que Maíra chamara Sarah, despertando-a de seus devaneios.
- Humn? O... o que foi?- Ela não tinha percebido que ficara mais de cinco minutos encarando o nada pensando em como seria Natan Savas, o dono daquela, aos seus ouvidos, linda, grossa e gostosa voz. (Obs.:Minha mãe me fez dizer isso).
- Você 'ta' aí toda vermelha e encarando a janela tem meia hora. - Maíra falou com um leve sorriso - Por acaso é algum rapazote?
- De onde tu tiraste rapazote? E não. Era meu... Quer dizer. Era Natan Savas. Se eu passar na entrevista amanhã de manhã ele será meu chefe direto.
- E por que essa cara?
- Que cara?
-Nada, deixa pra lá. A entrevista será a que horas?
- Às 09h00min. Por quê?
- É aqui? Quero dizer, em Cifras?
- É em Floran. Ah, meu Deus! É em FLORAN! Fica há umas seis horas daqui! Como vou chegar a tempo?
- É só você ir hoje.
- Mas e sua festa? - o semblante das duas ficou um pouco triste
- Ué, você fica um pouco e sai lá pelas oito. O jantar começa as seis.
- Só se Marck me emprestar o carro. Não há ônibus nesse horário.
-Claro que sim. Está decidido.
-Obrigada - Sarah abraça a irmã rapidamente.
- Pelo quê?
- Por ser minha irmã, amiga e um pouco mãe.
- Estou aqui pra isso.
Logo mais a noite, depois do jantar de noivado Sarah pega sua pequena mala e sai em direção à Floran. Que apesar, de ser uma cidade vizinha a Cifras tem seu centro urbano longe daquela. Sarah, por dirigir a pouco tempo, nunca ultrapassava o limite de 80 km/h e por isso levaria 03h30minh de viagem. Ao chegar à metade do caminho ela parou em uma estalagem na fazenda dos Becamp. Um lugar simples, porém muito acolhedor. Como lhe faltavam ainda 01h30min de viagem, ficaria por ali apenas uma hora para tomar um banho e descansar um pouco. Terminado o registro Sarah foi ao quarto e chegando lá imediatamente sentiu a presença de um capiatur muito forte. E forçou-se a encará-lo. Teria que se acostumar, foi destinada aquilo.
O capiatur em questão era uma mulher, que deve ter morrido aos seus 40 anos. Conversando com ela, Sarah descobriu que se chamara Sophie e que foi assassinada pelo homem que amava por causa de uma herança que receberia poucos dias depois de sua morte. Não demorou muito até que Sarah a convencesse a ir. Quando Sophie finalmente ascendeu, Sarah se jogou na cama exausta. Exatos 30minutos haviam se passado e seu celular tocou para que fosse tomar banho e sobrasse tempo para um café.
Sarah saiu da estalagem às 0h em direção a Floran. Queria chegar lá e ainda dormir um pouco mais para estar apresentável na hora da entrevista. Se tudo corresse bem. Ela dormiria ainda 5h de sono, pois ainda teria que achar outra pousada.