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Na dimensão 171 existem 3 continentes: Borboletas Negras, Flower City e Lambda. Em cada país há nove cidades, todas muito extensas. Separadas pela Cultura de cada uma que é singular assim como seus nomes. As respectivas capitais desses países são: Saron, Violet e Mera. São também os polos industriais de seus países contando com o apoio de metrópoles como: Floran (B.N), Roses (F.C) e Csi (L.). A principal e maior empresa do grupo Groude'Interprises localiza-se em Csi.
É de lá que Levi chefia todas as suas empresas, antes, juntamente com Natan Savas, agora ficará sozinho, pois não confia a mais ninguém o cargo de "braço direito". E Lambda é conhecido por isso.
Flowers City, ainda hoje é tido por território de maledictus, pois fora em suas terras, há tempos, que nasceu Albert Máxiluz, o causador da grande explosão. O que muitos não sabem é que Natan, ou Albert, não pode cruzar as fronteiras de Sigma, a cidade onde tudo começou. Por fim, e não menos importante, Borboletas Negras. Lar de Sarah e das borboletas pretas migratórias. Estas acasalam em uma península de Borboletas, que se chama Solar. A península está sobre o mar de Triton e tem apenas duas cidades: West e Est. End. Solar é o maior gerador de energia solar e possui a maior estufa da Terra, ocupando quase todo o território da península. Os moradores da estufa garantem que o clima é sempre agradável e dependendo do cultivo do setor pode ser mais frio ou quente. Cada um mora onde se sente mais a vontade. Após o acasalamento as borboletas voltam ao continente para depositar seus ovos nas flores negras, que são patrimônio continental de BN Neste continente também se encontra Cifras, cidade natal da toda minha família. Cifras é lar de muitos poetas renomados em 171. Uma cidade pouco desenvolvida para industrial, e com uma Cultura muito singular. O mais comum que se vê por lá, são jovens de cabelos com as mais diferentes cores. Eles acreditam que se deve usar a cor da sua personalidade.
A jovem de cabelo roxo que dirigia um Horse preto na entrada para a cidade de Floran tinha uma personalidade única. Muitos se enganaram pelo tom roxo de seu cabelo, mas esta cor quer dizer nada mais que a união do azul, a serenidade, com o vermelho, a paixão o fogo interior. Fogo que ele tinha questão de deixar guardado.
Sarah chegou ao Centro de Floran às 1h30min da manhã e logo encontrou uma pousada aberta. Registrou- se e assim que se jogou na cama "apagou".
"Quem é você? "
"Eu sou um mensageiro. Venho dizer-te que corres perigo."
"Que perigo? O que devo fazer? "
"Não se deixe levar para o mal. Ele tentará te corromper. Tenha cuidado"
Algumas horas depois, Sarah desperta de seu sonho assustada e mais uma vez antes que o despertador toque. O que antes era incomum a Sarah.
- Vamos lá garota. Teremos muito trabalho. O bandido é perigoso e amanheceu ainda mais armado hoje - Sarah falou pra si, enquanto tentava desenroscar alguns fios de cabelo que se prenderam em seu pescoço. Então ela levanta e vai em direção ao banheiro. Quando chega de frente ao espelho vê uma sombra por trás de si, apesar do susto e pensar que fosse Blood Mary, recobrou sua coragem e virou se para o capiatur.
A jovem influente já havia começado com as aulas de manipulação, mesmo sendo apenas uma iniciada seu poder era muito forte.
Assim, Sarah moveu-se lentamente até estar completamente de fronte ao capiatur, para não assustá-lo. Feito isso ela "retirou" o véu negro que cobre qualquer capiatur com um gesto das mãos. Como se realmente houvesse algo sólido a ser retirado, algo como uma capa. Este parecia perdido. Provavelmente um espírito novo, alguém que morreu há pouco tempo.
- Olá. Você ainda lembra quem é?
- Soy Jose, pero és todo qué sé.
-Hmn. Jose. Nome bonito. - pensou um pouco - Sr Jose?
- Qué pasa?
- Ustedes eres bién? Quieres hacerme algun mal?
- No. Quiero mi hija. Quién susterá mi hija? - o quarto começou a esfriar e Sarah via várias sombras se aproximando.
"Essa não" pensou Sarah "ele ira pra sombra desse jeito".
-Señor Jose, escuta-me:
Não vá embora
Fique aqui comigo
Está na hora
De sermos amigos
Veja a luz
Como ela brilha
Sinta como ela
Te ilumina
Segura minha mão
Não se torne um alvo
Ouça seu coração
Que você será salvo
- Que belo. - disse com a voz chorosa.
- Venha senhor- Sarah disse estendendo a mão.
- Aonde?
- Para teu lugar. - Quando o capiatur tocou a mão de Sarah ele iluminou-se e ascendeu a 001.
Depois do ocorrido o jeito foi sair ainda de cabelos molhados em direção ao local da entrevista de emprego. Faltavam apenas 15minutos para o horário marcado e Sarah não conhecia a cidade em que iria procurar pelo prédio onde conheceria Natan Savas.
Ao chegar, 20 minutos atrasada, na empresa, Sarah não sabia o que ou como falar. Com certeza havia perdido a sua chance de conquistar a vaga de emprego. Como explicaria o atraso?
"Desculpe senhor Savas, mas eu perdi minha hora por que tive que ajudar um capiatur a ascender. E isso acontecerá várias outras vezes." Pensou Sarah, mas não seria uma boa ideia. Ele poderia pensar que ela estava "de onda" com ele.
-Ah! Obviamente não tem elevador! Obrigada! - Sarah resmungava enquanto subia as escadas que a recepcionista havia lhe indicado.
Toc, toc, toc. Sarah bateu na porta, já que não tinha outra recepcionista neste andar, apenas uma mesa vazia, duas portas e uma janela bastante larga na próxima ao teto. Uma das portas era para o banheiro unissex e atrás da próxima Sarah ouviu uma voz bem familiar.
- Entre. - Natan disse já sabendo de quem se tratava. - Sente-se - falou indicando a cadeira a frente de sua mesa.
Sarah sentou-se um pouco trêmula por causa da fome e do nervosismo.
"Puxa vida... Ele deve estar uma fera com o meu atraso". Pensou Sarah, no entanto todo a sua preocupação se desfez com o sorriso que Natan lhe dirigiu.
- Bom dia senhor Savas, gostaria de me desculpar pelo atraso e... - Sarah não sabe como continuar, sempre fora uma péssima mentirosa e a verdade estava fora de cogitação.
- Atraso? Creio que não leu o terceiro email que lhe enviei. Nosso horário mudou para 9h30mim. Talvez por que lhe enviei hoje às 8h: 00min.
Sarah fica vermelha como uma acerola madura. - Não senhor. Não li. Saí de casa ontem à noite e na pousada em que estou não há internet. - Sarah tira seu Boujin da bolsa e verifica a aplicativo e-mails. - Não. Não há novos e-mails. Sinto muito.
- Não há problemas. Se você for contratada receberá um Buslin para uso pessoal e trabalho. Ele usa dados direto do satélite da Groude'Enterprises. Nunca mais ficará desconectada. Mas antes vamos começar. Trouxe seu currículo impresso?
- Oh, sim. Está aqui. - Sarah fala enquanto tira seu currículo de dentro da pasta/mala. - Aqui. - ela o entrega a Natan. - Este tem uma foto mais atual. Meu currículo online tem uma foto minha do tempo de cursinho, mas creio que lhe enviei um scanner de uma foto mais atual.
- Sim. - Natan a encarava, ela tinha algo que lhe despertara a curiosidade. Como ficou tão linda? Talvez sejam seus cabelos roxos ou fato de estar usando óculos de leitura. Um par de óculos bem delicado, assim como ela aparenta ser.
- É. Humn. - Natan pigarreia. - Devo dizer que tem um currículo muito bom. Mas saiba que este cargo é para secretária/assistente pessoal/ "marqueteira" - Natan usa aspas com os dedos. - Não trabalhará com o marketing de toda a empresa, apenas supervisionará os projetos e me enviará relatórios.
- Entendo. Darei meu melhor. E também será bom por conta do meu curso de Propaganda e Marketing.
- Claro. O que a faz apta para este trabalho? Quero com suas palavras. Fale-me algo sobre você que acrescente nas suas habilidades já incorporadas no currículo. - Assim Natan poderia observa-la durante mais algum tempo. Não sabia por que, mas apreciava aquilo.
- Bom, pelo que vi, não há outras candidatas, nem uma secretária ou recepcionista neste andar. - Natan concorda com um aceno de cabeça. - Como o senhor falou, meu currículo é muito bom. E estou disposta a sair de Cifras e vir morar aqui para dedicar-me a este emprego. Já tive outros empregos em cargo de confiança e, nas palavras de meus ex-patrões, sou muito competente. Quando me comprometo a algo, o cumpro. Sou organizado, porém não meticulosa. Gosto de manter um bom relacionamento chefe/empregado. Trato a todos com o merecido respeito e só fui demitida uma vez.
- Por que foi demitida?
- Estava em dois empregos e minha chefa, que também é minha irmã, descobriu e me deu a carta de demissão.
- Vejo que gosta de trabalhar - Ouve-se um barulho de ronco.
- Me... desculpe-me... É que não comi nada ainda e... desculpe-me.
Natan e Sarah se olham e começam a rir como duas crianças.
- Não se preocupe. Não há problema. Vamos?
- Onde?
- Primeira tarefa, do seu primeiro dia de emprego: calar esse cara. - Natan fala apontando para a barriga de Sarah. - Está de carro? - ela assente - Ótimo, estou sem carro por hoje. Temos que resolver, já, algumas coisas. Como: onde você irá morar. E providenciarei sua transferência de Universidade.
- Claro- então se levanta rapidamente e o acompanha.
Natan ainda está sem entender por que a levou para tomar café da manhã. Entretanto fora um ótimo início de semana. O mais estranho foi que a garçonete os confundir com namorados, apesar de a conversação fluir com facilidade, não queria forçar ser íntimo demais em tão pouco tempo.
Depois do lanche, tudo já estava arranjado. Sarah irá morar em um flat próximo a casa de Natan, ele será sua carona para o trabalho e em alguns meses reiniciará as aulas na Faculdade de Floran. Começará a trabalhar, oficialmente, na semana seguinte. Os dois ainda marcaram um jantar em comemoração a contratação de Sarah.
Ela chega à casa exaltada, mas é surpreendida por um capiatur no gramado em frente a sua casa. Esse era bem revoltado. Deu trabalho até retirar seu véu. Quando o fez viu que se tratava de um menino. Ela teve o estranho sentimento de que o conhecia. Não sabia de onde. Então ele começou a desferir golpes contra ela. Eram golpes típicos de uma criança que estava fazendo pirraça, mas como era um capiatur antigo, tinha bastante força.
Quando enfim ela conseguiu segurá-lo e pode olhar bem em seus olhos o reconheceu. Era Antoynne, ou pelo menos o ator que fez o personagem Antoynne na série de animação infantil "A Rua de Antoynne". Lembrou-se também de seu nome, Leopoldo Rabid. Ele claramente não o diria e sem isso não poderia iluminá-lo.
-Leopoldo? O que faz aqui? Achei que você tinha morrido em Saron.
-Eu não morri!- Respondeu birrento. -Estou vivo e isso vai lhe provar- disse chutando a perna de Sarah
-Ai! Só não te bato por que imagino como deve estar sendo difícil pra você. Morreu tão jovem.
-Não morri. Eu não deveria morrer. Era tudo parte da minha imaginação. E eu ia voar! - Leopoldo gritou a última frase e agarrou-se em Sarah aos prantos. Para muitos é difícil aceitar a morte. Para crianças é ainda pior, pois acreditamos serem imortais.
-Leopoldo...
-Leo.
-Certo. Leo, você quer me contar como tudo aconteceu? - Sarah perguntou enquanto acarinhava o rosto dele.
-Tudo bem - ele fungou e continuou. - Eu estava brincando com meus amigos nos set de gravação. Anna e Paul eram policiais e eu e o Lionel éramos bandidos. Quando eu me lembrei de que já tinha visto um vídeo meu voando graças a minha imaginação. E foi o que fiz. Subi em um daqueles negócios que parece uma escada com umas luzes e então pulei. O Nel (Lionel) me disse para não fazer, mas eu fui mais rápido e pulei. Quando acordei não conseguia sair de dentro do set. Sempre que tentava sair pela porta eu voltava para o lugar onde tinha caído- ele soluçava quando terminou. - Eu morri não é?
- Sim. Sinto muito.
-Faz muito tempo?
- 15anos.
-Oh! E meu irmão?
- Na época eu soube que os diretores queriam que ele continuasse seu personagem, já que a 2° temporada não havia terminado. Mas ele não aceitou. E encerraram as gravações. Depois disso não soube mais nada.
-Hmn. E o que farei agora?
Sarah se pôs de frente pra ele e estendeu sua mão.
- Você pode ir para o céu.
Quando ele tocou sua mão disse: - Não me esqueça. Por favor. - e iluminou-se.
Ela entrou em casa sem fazer barulho para não acordar Maíra. Chegando ao quarto despiu-se e pôs-se debaixo das cobertas. Não demorou até que dormisse pensando em como seria conviver com Natan e capiaturs diariamente.
06/9/664 A.Ô.
Sarah se revirava em sua cama, quase caindo.
"Oh, por favor. Fique comigo." Sim meu amor. "Eu te amo". "Também te amo N..."
Toc... toc...toc...
- Sarah, é a Maíra. Levanta, tem um gato te esperando lá embaixo.
- O quê? - Sarah respondeu com a voz sonolenta.
- Acho que é Nael, ou Nat... alguma coisa.
- O quê?! Natan? O que ele faria aqui? - Sarah saiu em disparado para o banheiro de seu quarto. Apenas escovou os dentes e desceu sem se dar conta de que ainda vestia apenas o pijama. Natan estava sentado no sofá em formato de "L", na sala com seu Buslin na mão checando e-mails. Assim que Sarah chega ao pé da escada ele sente sua presença, mas não se vira para ela e espera que ela venha apresentar-se. Quando Sarah finalmente apareceu em sua frente ele ficou admirado com sua ousadia de aparecer de pijamas na frente dele, e ainda mais com tamanha beleza mesmo em simples roupas e toda "bagunçada".
- Bom dia? - Sarah estava revoltada. que ousadia a dele de aparecer a essa hora da manhã e, sua casa e sem ter sido convidado. Só faltava aparecer um capiatur e premiar seu dia logo cedo.
- Bom dia. Sarah, eu devo dizer-te que estás magnífica. Roxo é realmente sua cor. - Depois dessas palavras de Natan, Sarah percebeu a loucura que cometeu. Por pouco ela não sai apenas de lingerie. Ela deveria acordar antes de levantar.
- Ai meu Deus! Meu cabelo! - Sarah fica quase roxa de vergonha.
- Como disse roxo é sua cor. Seu cabelo está lindo. - "Que sorriso lindo" ela pensou.
-E o que o senhor deseja?
"Você" ele pensou e logo reclamou consigo mentalmente "ela é trabalho".
- Você - Natan pigarreia antes de prosseguir. - Você é minha assistente pessoal e eu preciso que me assista.
- Mas hoje é sábado. - Sarah falou sem entender a urgência.
- Se eu trabalho você trabalha.
- Certo. O que tenho que fazer exatamente?
- Primeiro café da manhã. Não quero que interrompa a reunião com seu estomago roncando. A reunião começa ás dez. Estarei neste endereço - ele entrega um papel a Sarah- esperando.
Natan ficou de pé e virou-se em direção a saída. Maíra que assistia ao pé da escada fez caras e bocas para que Sarah não o deixasse ir. Ela segurou o braço de Natan apenas o suficiente para que ele parasse.
- Toma café conosco? E me dá uma carona? Desta vez eu que estou sem carro. - Sarah disse a última frase com um sorriso de cumplicidade, que Natan correspondeu. O que fez com corasse.
- Será um prazer estar em sua companhia.
- oh, tudo bem... Hmn... Que horas são? Acho que ainda estou meio adormecida e tenho que me arrumar...
- São exatamente 7hrs.
- O quê? Como você me acorda às SETE horas da manhã de um SÁBADO? - Sarah estava visivelmente irritada, respirou fundo e ponderou - Me desculpe. É o sono falando por mim.
- Tudo bem.
- Maíra - Sarah falou se virando para a irmã. - pode levá-lo a cozinha? Vou me arrumar e já desço.
- Claro. Por aqui senhor Savas.
E eles foram em direção à cozinha, com exceção de Sarah que subiu as escadas e correu para o banheiro.
Após alguns minutos Sarah já estava indo a cozinha quando esbarrou em Déli que saía de seu quarto.
- Bom dia - ela disse
-bom dia. Tão cedo?
- Nem me fale. Tenho uma reunião as dez e meu chefe já está aqui me esperando e não são nem oito ainda. Não sei por que tanta pressa.
E logo chegaram à cozinha.
- Puxa vida! Você dorme bem pouco, não? - Maíra disse espantada
- Sim, mas com a ajuda de Sarah acho que poderei me organizar melhor. - Natan respondeu virando-se para Sarah logo atrás dele. Ela lhe deu um sorriso tímido e sentou-se ao seu lado.
Tomaram o café falando sobre amabilidades e em pouco tempo estavam de partida para o aeroporto. A reunião seria em Saron (capital).
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Sarah mudou-se no fim de semana. E levou a semana inteira para organizar e desempacotar a mudança. Ela adorava sua casa nova, que também era um bom lugar de acesso de capiaturs. Vinham muitos capiaturs àquela casa.
Sarah estava cada vez melhor em lidar com eles. Havia apenas um ou outro caso mais complicado, estes quase sempre envolviam assassinatos.
Enquanto ela organizava as últimas panelas no armário da cozinha, que era no estilo americano, uma sombra muito densa se aproximou.
Esta era ligeiramente diferente das demais. Em geral as sombras de capiaturs eram azuis, vários tons de azul, mas ainda assim azul. Quando muito, seus mantos podiam ter alguns tons de verde indo para o amarelo. Indicando que o espírito estava sendo consumido pelo medo e rumando a sombra.
Este que apareceu tinha um manto amarelo, com exceção da barra que arrastava no chão, pois esta tinha tons de vermelho.
Sarah não tinha ideia do por que disso. E tentou retirar seu véu em vão. Ela não poderia iluminá-lo sem retirar o véu.
Então essa sombra tocou seu braço e deixou uma marca negra, como se fossem garras humanoides. Sarah começou a sentir-se fraca e sua visão ficou um pouco embaçada. O espírito queria inunda-la nas sombras.
Graças às forças divinas, o poder de Sarah já estava pendendo para o bem e muito forte. Sarah sentiu seu coração pesar, mas não se deixou abalar por isso. Ergueu-se e pôs-se a frente do espírito. Em seguida ela juntou as mãos e fez uma oração ao céu.
- Senhor, daí-me forças. Este ser pode ser mais forte que eu, mas sei que não és mais forte que Tu. - Sarah estendeu a mão esquerda para o espírito e continuou com a direita em seu peito. - Grande Poder que habita em minha pele toca a coração desta criatura. - Sarah parou de repente - Não tem coração! - e o espírito maligno fugiu. - Como isso é possível? - Sarah perguntou a si mesma.
Já que ela não havia, antes, encontrado um maledictus, não sabia do que se tratava.
O espírito soltou-se e fugiu. Sarah, já não o sentia mais quando deixou seu corpo ir a solo. Ficou ali por alguns minutos e não conseguia entender tal criatura. Resolveu que era a hora de ir conversar com seu novo mentor.
Na nova cidade, Sarah conseguiu tudo o que tinha em Cifras e um pouco mais. O aluguel não era caro, o flat não era longe da Universidade e tinha carona todos os dias para o emprego. O mais difícil de conseguir fora um novo mentor.
Mentor é um médium estudioso com mais experiência que auxilia nos estudos de um médium recém-descoberto. O primeiro mentor de Sarah fora Alma, que não pôde sair de Cifras. Ele a indicou vários mentores, pois sabia que não seria fácil para ela. Sarah, não era chata, pelo contrário, era uma ótima pessoa. Porém muito retraída, foi difícil encontrar alguém com quem ela se abrisse. Até que ela conheceu Tilty, Karen Tilty. Uma intermediária visual, baixinha, corpulenta, com cabelos pretos e lisos na altura do queixo. Sua pele branca destacava o verde de seu olho esquerdo e o mel de seu olho direito.
Sarah a conhece há apenas dois dias, mas já a considera sua melhor amiga. Antes de sair de casa Sarah, olhou-se no espelho, apenas para conferir que não estava suja, já que ir muito arrumada desagradaria Tilty, que acha toda essa produção uma falsificação de personalidade. Ao chegar lá, Sarah foi recebida com chá e biscoitos. Um hábito que Tilty adquiriu enquanto estudava sobre a Inglaterra (algo como um país do planeta Terra antes de Ômega), há muito tempo.
Depois de passar o fim da tarde e início da noite com Tilty, Sarah estava com vários "bugs" na cabeça. Fora muita informação despejada lá dentro, e Sarah não poderia digerir a tempo para a reunião com Natan e acionistas que estava marcada para as 20h.
Quando Sarah chegou a sua casa, após o jantar/reunião, tomou um grande susto a se deparar com o flat completamente bagunçado. Por sorte, ou pelo menos ela achava que fosse sorte, Natan ainda estava com ela. E de repente um maledictus se aproximou dos dois. Sarah, por causa do susto, teve que segurar-se me Natan para não cair. Ela ficou em dúvida por alguns segundos se reagiria ou não na frente de Natan, mas como os dois estavam realmente próximos, ela não viu problema em lhe mostrar seu poder.
A sombra, então, veio para cima deles e com um golpe de vento os derrubou em locais separados. Ao levantar-se, Sarah já não tinha mais dúvidas. Acabaria com aquele maledictus imediatamente. Correu para seu quarto e de lá saiu com uma pedrinha branca, do tamanho de uma noz, que havia recebido de Karen. E começou uma oração de recuperação criada por ela:- Corde tuo meum erit (Teu coração será meu) - Ela estava aprendendo latim, para que os encantos ficassem mais fortes.
Assim ela conseguiu controlar o maledictus e o fez ascender a 001. Natan sabia que ela era médium, sabia que tinha fortes poderes, sabia que era estudiosa, e, ainda assim, ficou abismado. Ele, mesmo, não sabia que alguém poderia controlar assim um maledictus. E sem saber, um pouco de seu próprio poder despertara.
- Fique calmo tá? - Sarah falou como se dirigisse a uma criança.
- Mas... o... o q... o que foi isso? - Natan não podia conter a expressão de choque.