- Sim, no reino light, mas agora eu quero curtir o campo, é pedir muito? - falou colocando a mão no peito, fazendo drama.
- Isso é muito injusto, vocês podem ter treino no reino light e eu não.- falei indignado.
- Olha, pra começar, o seu treino é muito diferente do meu. Eu treino a visão, e o seu lance é mais físico, mais guerreiro de luz.
- Ainda acho injusto! - falei cruzando os braços.
- Por favor, Fabian, faz isso por mim, vai...- falou ela, fazendo bico.
- Tá bom, tá bom - falei levantando da cama todo zangado - satisfeita?
- Muito! - disse dando um sorriso de orelha à orelha.
Christian POV:
Acordei cedo e fiz a higiene matinal. Fui dar uma corrida.
Eu adorava aquele cheiro da manhã em Yorkville. O cheiro da grama, a calma do silêncio. Não tinha muita correria àquelas horas na cidade.
Dei uma volta por uma longa distância, isso ajuda muito sendo light Fighter.
Até gostaria de estar treinando com o Fabian, mas tenho que dar um tempo pra ele, as últimas semanas foram muito pesadas pra ele.
Eu gostaria de colocar ele numa garrafa de vidro, só pra protegê-lo de todos os perigos desses mundos.
Fabian se tornou incondicionalmente imprescindível na minha vida, nunca antes me imaginei mergulhando num romance desses.
Essas férias, que na verdade nem são tantos dias assim, vieram bem a calhar.
Só espero que as batalhas já tenham terminado!
(Autor: kkkkkkk)
Chegando em casa, a única coisa que eu queria era um belo banho gelado e fazer o desjejum.
Enquanto eu subia as escadas, todo suado, fui interrompido.
- Christian, filho...- chamou ele.
- Sim, pai? - Respondi.
Depois daquele lance do hospital, meu pai decidiu se mudar pra cá, em Yorkville, pra ficar mais perto da família.
Achei muito estranho, mas não tinha nada contra.
- Queria ter uma conversa com você.- falou ele.
- Tudo bem, pai, deixa só eu me lavar porque eu estou fedendo a gambá!
- Hey, que corte de cabelo é esse? - Questionou ele, franzindo o cenho.
- Eu gosto, Pai.- falei passando a mão no cabelo.
Ele forçou uma leve gargalhada.
- Ok, te espero aqui em baixo. Vai fazer o desjejum com a gente?
- Sim, é claro, pai.- Respondi, dando um sorriso.
Subi pro meu quarto e fiz um banho. Me vesti e fui tomar o café da manhã com os meus pais.
- Como vai o seu trabalho, querida? - Questionou ele, olhando pra ela.
- Vai bem, querido, obrigada.- respondeu surpresa pela pergunta.
- Ah, ali está ele, o meu campeão.
- Pai, eu já não sou uma criança, esqueceu? - falei sem nenhuma expressão facial.
- Eu sei, me desculpe, filho.
- Bom, como vão as aulas, filho? - Questionou mamãe, querendo levantar os ânimos.
- Mãe, a gente está de férias! - retruquei, me sentando à mesa e segurando numa torrada, passando geleia na mesma.
- Ah, sim.- Respondeu ela.
- Bom, Christian, você já está crescendo. Já é hora de começar a mostrar mais interesse pelo assuntos da imprensa, não acha?
- Bom, pai, eu...- mamãe me interrompe.
- Ele tem muito trabalho na escola.
Olhei pra ela com cara de " valeu mãe, você me salvou! Kkk"
- Mas isso não é desculpa, você pode muito bem conciliar os dois.
- É que é muito trabalho, Pai - vi que ele estava animado com a ideia - vou tentar.
Minha mãe me olhou com cara de " Tá ficando louco, é?"
Só pra vocês terem noção, eu teria que estudar, treinar no reino light, e agora, também teria que ver essa cena da impresa.
- Isso - falou ele, orgulhoso da minha resposta - esse é o meu campeão.
O meu pai não sabia nada do reino Light, e mesmo que a gente tentasse contar, ele não entenderia.
- Agora fala, filho, quando é que você vai nos apresentar a sua namorada? Bianca, né?
No momento em que ele falou isso, engasguei com a torrada.
- Hey, hey - falou mamãe - tá tudo bem?
- Está sim, mãe - falei, enquanto os olhos já lacrimejavam.- eu já não estou com a Bianca, Pai.
- Como assim? Então, com quem você está? - Questionou ele.
O meu pai era de uma família muito conservadora, muito tradicional mesmo.
Eu tinha medo da sua reação, ao descobrir que o seu único filho estava num relacionamento homoafetivo.
- Sobre isso...- mamãe me interrompe, percebendo que eu ainda não estava pronto pra contar isso assim.
- Ai, acho que vou precisar de sua ajuda, querido. Preciso do seu senso crítico em relação a algumas flores que chegaram na floricultura, você lembra? - Questionou ela, me salvando, de novo.
- Ah, sim, eu me lembro.- falei sorrindo.
O celular do meu Pai toca, e ele sai da mesa pra atendê-lo.
- Perdão, é de trabalho, com sua licença.
- Toda...- respondemos eu e mamãe.
Depois de ver que ele já estava numa distância considerável, mamãe me questiona.
- Ele ainda não sabe?
- Não, não sei como contar pra ele. Eu não quero desiludir ele.
- Mas isso é inevitável, você não pode esconder isso por mais tempo, ele precisa saber.
- Por favor, mãe, dá um tempo. Eu não sei qual será a reação dele.
- Eu respeito a sua decisão, filho, mas quanto mais você adia isso, mais você vai ficar triste com esse tipo de comentário acerca de sua vida amorosa.
- Eu sei, mãe, mas...- parei de falar, ao ver que ele já estava voltando.
- Ah, aqui estou eu, era um amigo meu que está pensando em se mudar pra Yorkville - falou ele, com um sorriso no rosto - ele é o CEO do standard bank.
- Ah...- falei sem ânimo.
- Bom, eu tenho que ir, a floricultura está com as vendas nas alturas - falou ela, limpando a boca com o guardanapo e indo de encontro ao meu pai e dando um beijo de despedida e me dando um beijo na testa - a gente se vê mais tarde.
- Ok.- respondeu Papai, sorrindo.
- Tudo bem, bom trabalho! - respondi sorrindo.
- Obrigada, meu amor.- respondeu mamãe, mandando um beijo ao longe.
[...]
- Você não tem noção, Marcus? - Questionei. - como é que eu vou conseguir fazer tudo isso?
- Hey hey, a culpa é toda sua. Você poderia muito bem falar a verdade pro seu pai.- falou ele.
- Ah é, e dizer que eu sou um Light Fighter, né? - Questionei.
- Não, dizer que você está ocupado, e que depois você poderia se ocupar com as coisas da imobiliária.
- Gênio...- falei colocando a mão no queixo, enquanto esbanjava um sorriso - que boa ideia, toca aqui. - tocamos os punhos.
- Eu sei, eu sou mesmo - gargalhamos - brincadeira. Mas essa é a melhor maneira de escapar dessa, falando a verdade, ou pelo menos a "quase verdade"!
- Na verdade, ainda tenho um pouco de raiva por todo esse tempo que ele ficou longe da gente, e tudo, somente por trabalho. Só que eu não quero desiludir ele.- falei cabisbaixo.
- Bom, seja você mesmo, seja sempre sincero com ele e consigo mesmo, não há nada pior do que uma relação alicerçada numa ilusão.
- É, você tem razão, vou falar com ele o mais rápido possível.
- Mas tem mais algo que está acontecendo e você ainda não me contou, não é? - Questionou ele, semi-cerrando os olhos.
- Sim, é sobre o Fabian.
- O que foi? Não me diga que vocês também brigaram por um mal entendido, e que...- o interrompi.
- Não, não é isso, eu e o Fabian estamos muito bem - pensar nele conseguiu me arrancar um breve sorriso - é que...
- É que...o quê?
- É o meu pai. Você sabe que ele é de uma família tradicional, ele é muito conservador e...- ele me interrompe.
- Entendi. Você está com receio de que o seu pai descubra sobre a sua relação com o Fabian e não aceite.- falou ele, como se já soubesse. Era incrível como Marcus me conhecia tão bem. Mas não era pra menos, nós somos amigos de longa data, desde bem pequenos mesmo.
- É, é exatamente isso. Você sabe que o meu pai defende muito a tese de "manter uma boa reputação", não sei o que ele faria.
- Olha, você nunca vai saber se não tentar. Christian, não sinta vergonha de ser quem você é.
- Não é isso, é que...- ele me interrompe.
- Eu sei, mas você está com medo de mostrar para o seu pai quem você é, e isso não pode ser assim.
- Sim, eu sei, só que as coisas são mais complexas do que parecem.- respondi.
- Sim, eu entendo que não deve ser uma situação nada fácil, mas você nunca vai saber se não contar pra ele.
- Eu sei, Marcus, e você tem toda razão. Só que é difícil.
- Chris, o quê que você sente quando você está com o Fabian? - Questionou Marcus.
Foi só ele falar a palavra passe "Fabian", que surgiu automaticamente um sorriso gigantesco em meu rosto.
Fabian é e sempre será o amor da minha vida, ele é a minha razão de viver.
Só de saber que vou vê-lo, o meu coração palpita.
Os pelos se eriçam, as pupilas dilatam e o meu colar até emite um certo brilho.
- Com o Fabian, eu sinto tudo. Essa é a verdadeira definição daquilo que eu sinto por ele, porque é indescritível. Eu amo ele, de verdade. Fabian virou a razão do meu sorriso automático.
Ele me ensinou a ver o mundo de um outro ângulo.
Fabian POV:
- Ah, amiga, eu amo muito ele. Não sei o que eu faria sem ele. Ele virou a razão do meu sorriso.
Christian Bane mudou a minha vida.- falei olhando pra Tamy, que sorria ao ouvir as minhas palavras.
Christian POV:
- Não sei o que eu faria sem ele. Fabian Monteiro mudou a minha vida completamente.
- Nossa, isso eu já percebi, até virou filósofo.- Falou Marcus, soltando uma leve gargalhada.
- Ah, nem vem que você também está bem animadinho com a Tamires - falei - agora me fala aí, como foi a vossa conversa?
- Foi muito boa, na verdade, acho que aquele incidente até fortaleceu a nossa relação. A gente ajustou melhor os nossos parâmetros de confiança.
- Que bom, fico muito feliz por vocês. Você merece mesmo encontrar alguém que te ame, e, ao que parece, já encontrou! - falei sorrindo.
- Sim, Tamires é o amor da minha vida, a gente está muito feliz. Eu quero que você e o Fabian também vivam o vosso amor sem medo, cara.
- Sim, é o que eu mais quero.- falei soltando um leve suspiro.- eu quero curtir esse momento ao máximo.
- Então é isso, quando chegar o momento certo, mostre pro seu pai o quanto você ama o Fabian. Tenho certeza, se você falar com ele assim como você falou comigo agora, ele não vai implicar tanto assim com essa relação.- falou ele, sorrindo, dando um leve tapa na minha nuca.
- Hey, isso dói hein...- falei massageando o local.- valeu, valeu mesmo.
- Ah, cara, você sabe que somos irmãos, vem cá...- falou ele, me dando um abraço.
- Hii, está muito sentimental hein...- falei debochando.
- Olha só quem fala, o filósofo!
Do Outro Lado
- Quando você me ligou mais cedo, pensei que você estivesse querendo se mudar pra Yorkville, mas parece que você já se adiantou hein.- falou o senhor Bane, o pai de Christian.
- Era esse o objetivo, fazer uma surpresa, meu camarada - falou ele, dando um grande abraço de reenconto amigos distantes - que saudades...
- Eu que o diga, você sumiu no mundo hein.- retrucou o senhor Bane.
- Eu não, foi você.
Eles ficaram ali matando as saudades, conversando sobre o quanto as suas vidas tinham mudado, mesmo ainda tendo algumas coisas em comum, até que...
- Quero te apresentar alguém muito especial, a minha filha, Pillar.
A garota se aproximou.
- Boa tarde, prazer em conhecê-lo, senhor bane.- falou ela, toda educada.
- O prazer é todo meu, Pillar.- disse ele.
Ela soltou um sorriso, que, aparentemente, parecia do bem. Só que nem tudo é o que parece.