Em nome do pai
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Capítulo 4 Capítulo 4

Marisa

Não sinto falta de casa, lá a minha vida não diferia daqui. Meu pai deve estar esperando que eu cumpra a missão que ele me deu e o tempo está passando...

[...]

Calvin ficou com Marisa a tarde inteira e os dois sorriram e conversaram muitas horas. Ele já tinha que voltar ou ficaria tarde, ela parecia tão contente ao estar ali e ter com quem falar... que ele ficava com receio de dizer que já tinha que voltar.

- É que eu preciso ir agora!

- Por favor, fique mais um pouco Calvin. - Ela pediu com um olhar triste.

- Tenho afazeres no reino, mas prometo vir amanhã como sempre, para te ver e jogarmos cartas novamente.

- Está bem, até mais.

Calvin saiu em direção a saída, montou em seu cavalo e um tempo depois, chegou a Florença no final do dia. Viu crianças correndo atrás de cães, e a retirada do corpo da mulher que havia atentado contra vida de Marisa... ele não sabia quem era, mas os corpos dos condenados à morte, jamais eram sepultados nas imediações do reino ou a até mesmo a terra estaria condenada.

Marisa

Vê-lo sair me deixava triste, apesar de saber que logo ele estará aqui de volta. Sei que Calvin gosta da minha companhia e se sente bem quando estamos conversando, não sei por que o mesmo não acontece com Dimitri. Sinto desejo de saber o que está acontecendo fora das terras desse reino, quem sabe em Scarlatti.

[...]

Ele entrou pelo castelo, desde que havia salvo a vida de Dimitri no passado, ele podia entrar livremente pelo reino e o palácio e isso era uma forma de gratidão eterna que lhe foi dada, alguns tinha ciúmes e ódio pelas regalias que Dimitri e seus pais haviam dado a Calvin desde garoto e sempre comentavam sobre isso, chamando-o de agregado ao palácio.

Antes de procurar pelo rei, Calvin seguiu até a cozinha para comer algo. Passou o dia inteiro em suas "missões" fora, esqueceu-se de que precisava se alimentar para manter as forças. Depois disso, ele foi procurar por Dimitri e os dois se encontraram no caminho...

- Como foi o seu dia velho amigo? - Dimitri perguntou para Calvin sorrindo.

- Apenas levando ajuda para aqueles que necessitam, majestade... fui vê-la como todos os sempre.

Dimitri virou-se para ele interessado.

- Ela está mesmo fazendo o que achávamos que faria? Está conseguindo suprir a sua dor?

- Sim, Dimitri, Marisa é poderosa e seu poder tem me mantido bem sempre que estamos por perto. As dores eram insuportáveis, mas agora... tudo está diferente desde que tenho ido para vê-la.

Marisa não podia imaginar que as visitas de seu grande amigo, escondiam esse segredo. Dimitri ficou satisfeito ao saber que todo o poder dela era real e ele sorriu. Imaginou o quanto tudo isso poderia beneficiar o seu reino e eliminar seu maior inimigo de uma vez por todas.

- Pelo menos, para isso ela nos serve!

Caminhando em direção a saída do castelo, Calvin acompanhou o rei enquanto falava.

- Marisa é um anjo alteza, basta que lhe sejam amáveis e dela se pode conseguir tudo.

Calvin irritou-se com o desdém de Dimitri e falou o que pensava.

- Mas não acho que possa conseguir tratá-la melhor do que tem feito!

- Eu tenho planos com ela meu amigo e ser "amável" nunca esteve entre eles, apenas isso Calvin.

O rei montou em seu cavalo, sem olhar para trás, foi em direção a saída do palácio.

Os súditos levaram o corpo da mulher para ser enterrada bem longe do reino, viram Dimitri se afastar e alguns deles podia apostar para onde ele estava indo.

- Ele está indo visitar a rainha rejeitada!

Eles sorriram e seguiram para efetuar sua tarefa.

Dimitri

Eu não estava errado em desejar que Marisa permaneça aqui no reino, quem a tiver em suas mãos terá a chave para conseguir tudo o que sempre quis. Eu preciso dela para destruir aquele monstro, jamais me sentirei um homem ou mesmo um rei completo, enquanto Octávio respirar neste mundo e eu usarei o que mais dói para causar sofrimento a ele. Cavalgando para a cabana ele viu uma matilha, ficou apenas os olhando como lidavam entre o seus, a forma como se submetiam ao alfa.

Teve um forte desejo de sentir a terra daquele lugar, desceu do cavalo, retirou o calçado... sentiu a areia entre seus pés, sentiu o cheiro das plantas, o som do balançar das árvores ao toque do vento. Aquele lugar era onde seus ancestrais pertenciam, onde ele pertencia e se antes estava disposto a tudo para manter a ordem, agora muito mais.

- O reino é e sempre será nosso, papai!

Marisa estava sozinha, organizando e reorganizando aquelas cartas por várias vezes... pensando no quanto gostaria de ter alguém ali para lhe fazer companhia.

Dimitri aproximou-se da cabana, entrou e logo encontrou Marisa brincando e organizando as cartas que Calvin havia levado para ela mais cedo. Ficou irritado por ela não estar descansando para se recuperar mais rapidamente, Dimitri ansiava para que ela pudesse rapidamente desenvolver seus poderes e ajudá-lo em suas missões.

- Dimitri? Eu não esperava que você viesse aqui, muito menos, duas vezes no mesmo dia! - Marisa perguntou surpresa.

- E você perdendo tempo com brincadeiras inúteis, ao invés de descansar e se recuperar depressa!

Ele mal pode acreditar que ela estava fazendo aquilo, ao invés de permanecer deitada para que seu ferimento pudesse curar-se mais rapidamente.

- Estou me recuperando Dimitri, mas aqui estou sempre sozinha e as brincadeiras me distraem. Já que não posso estar entre outras pessoas do reino, pelo menos com isso, eu tenho algo para fazer neste lugar.

Ele ficou ainda mais descontente com as respostas que ela dava, sentia que Marisa não tinha medo dele ou respeito pelo seu poder como rei. Ele precisava se impor ainda mais ou ela pensaria estar no controle da situação.

- Deveria estar recuperada para voltar as aulas de magia!

Marisa ficou irritada com a cobrança dele e o ignorou.

- Eu não sei por que você insiste nisso e parece não pensar em outra coisa, não há magia em mim e tudo isso é perda de tempo... eu nunca poderei aprender as coisas que pretendiam me ensinar.

- Você não tem escolha, Marisa! - Dimitri respondeu autoritário e irritado, Marisa conseguia andar lentamente enquanto estava se recuperando e guardou as cartas. Olhou nos olhos de Dimitri e o desafiou, quando vivia com seu pai ela jamais deixava de fazer as coisas que amava e com ele não seria diferente.

- Quatro anos jogados ao vento, não irei seguir com essas inúteis aulas de magia! - Dimitri enfureceu-se e a segurou forte e ambos caíram na cama, ele a pressionou contra ela.

- Não me provoque Marisa, você me pertence!

Os dois se olharam desafiantes, do lado de fora uma forte tempestade se formava. Não diferente do clima tenso que havia se estabelecido entre Dimitri e Marisa.

            
            

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