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Ao entrarmos no carro houve um silêncio incômodo e intuitivamente eu perguntei aonde iríamos.
" É segredo" respondeu com o semblante sério.
O caminho que o carro percorria nunca havia feito antes e isso me amedontrava, me sentia desprevenido e encurralado por algo que eu ainda não conhecia.
Enquanto estava perdido em meus pensamentos Ben soltou um grito de empolgação.
" Olha lá! É o Parque Kind." sorridente e eufórico.
Apesar dos meus pensamentos anteriores esta poderia ser uma boa experiência para nos aproximar como uma verdadeira família.
Estacionamos o carro próximo ao portão e caminhamos para a entrada. Chegamos a bilheteria o tio comprou nossos ingressos e perguntou onde gostariamos de ir primeiro.
Animado Ben correu em direção a um brinquedo de aparência duvidosa e assustadora , insistia em ir em todos os brinquedos e comer de todos os lanches e doces , como uma verdadeira criança mimada.
Ao por do sol fomos todos de volta para o carro porém não formos para casa. Paramos em restaurante especializado na comida brasileira, ao olhar eu achei que era comida de vikings, mas quando provei aquela carne grelhada e suculenta minha língua derreteu naquela sensação de sabores.
"Kind! Não é gostoso?!"
Ben comentou como se estivesse comendo pela primeira vez em anos, mas meu tio nem sequer tocou em sua comida somente observando nossas ações
Quando acabamos ele nos levou até o carro e nos dirigimos pelo caminho de casa, mas na entrada da garagem estava parado um carro preto .
"como aquele dos filmes de mafiosos" eu ri em meus pensamentos acreditando ser um dos colegas do meu tio.
Ele desceu e caminhou até o carro preto e entregou alguns documentos para o motorista, e do banco do passageiro saiu um homem de terno azul igual ao oceano. Não que eu já tivesse visto para comparar mas foi o que me veio a mente .
Esse homem abriu a porta do meu assento.
"Desça."
Eu me assustei enquanto segurava Ben dormido nos braços, ele então me puxou para fora pelo braço sem fazer muita força e pegou Ben no colo .
Ele levou Ben para o outro carro, sem entender o que estava acontecendo comecei a chorar e perguntei quem era aquele ao meu tio que só me olhou de canto do olho.
"Cuide do Benjamin, Sua Mãe ficaria feliz de ver como você é um bom irmão. Adeus Kind."
"Tio?! Porque você esta se despedindo?"
Aquele homem começou puxar meu braço em direção ao carro enquanto eu chorava e me debatia até que ele me jogou por cima de seus ombros e caminhou até o carro, me jogou no assento e fechou a porta.
Então entrou no carro que logo se pos em movimento deixando a silhueta do meu tio para trás.
Meu coração se acelerava , meus olhos não deixavam de lacrimejar ao ponto em que comecei a soluçar.
"Garoto. Ele morreu pra vocês, chore tudo que você tem que chorar aqui, para onde vamos a cura para às lágrimas é uma sala vazia e escura."
Sua palavras me assustaram tanto que eu congelei.