Capítulo 6 O chefão alto e frio

Fofoca era uma coisa assustadora. Era algo que Karen havia experimentado pessoalmente.

Se os colegas da empresa a vissem indo trabalhar no carro do novo chefe, ela seria massacrada por todos os tipos de boatos.

Então, quando Kevin a convidou para ir de carro ao trabalho com ele, ela recusou sem pensar.

Embora não tenha pegado a carona, eles chegaram à empresa quase ao mesmo tempo.

Karen e um grupo de pessoas estavam esperando o elevador. Kevin, rodeado por dois assistentes particulares, caminhou até o elevador exclusivo como chefe da empresa.

Ela queria fingir que não o via, mas sentiu que não seria apropriado ignorá-lo completamente. Então fez o mesmo quando o grupo de pessoas ao seu redor o cumprimentou de forma educada: "Diretor Kevin, bom dia!"

"Bom dia", respondeu ele com indiferença. Olhou em volta e entrou no elevador, dando as costas para eles com frieza.

O comportamento dele não arruinou o entusiasmo deles, pois continuaram empolgados falando do novo chefe.

Karen não participou da discussão, mas se sentiu um pouco estranha.

A forma como Kevin separava a vida profissional da vida pessoal era muito clara.

Naquela hora, lembrou de uma frase popular para descrevê-lo, o Príncipe do Desejo Reprimido.

Assim que entrou no escritório, ela decidiu esquecer completamente o seu novo relacionamento e se dedicar ao trabalho.

Nos últimos tempos, Karen e vários colegas do mesmo departamento estiveram ocupados se preparando para a licitação da Star Glow Corporation.

Com a proximidade da data da licitação, o trabalho dela havia ficado mais tenso. Quando estava ocupada, às vezes nem tinha tempo para almoçar.

Na empresa, era conhecida como workaholic, sendo comum trabalhar direto sem comer. Mas ninguém se importava de fato com ela.

Hoje, enquanto estava no meio de uma tarefa, recebeu um telefonema de Kevin.

Karen olhou em volta e viu que não havia ninguém ali, então pegou o telefone com cuidado. "O que foi?"

Ela achava que ele não deveria ligar quando ela estivesse na empresa, pois isso poderia revelar o relacionamento deles a outras pessoas.

É claro que Kevin não esperava ser atendido daquela forma. Após uma pausa, ele disse: "Trabalhar é importante, mas ainda devemos comer."

A voz dele estava suave, mas parecia bastante preocupada.

Karen corou e respondeu: "Tudo bem, eu sei."

Do outro lado da linha, Kevin não falou nada. Karen também não sabia mais o que dizer. Depois de se despedir, ela estava prestes a desligar o telefone.

No último momento, ele disse: "Estou na sala 1808 do Restaurante Baiha."

Ela assentiu espontaneamente. "Então você deve comer. Eu não vou incomodá-lo."

"Karen!" O marido estava claramente um pouco irritado. Depois de alguns segundos, ele falou: "Vou esperar você."

"Não precisa..." Ela recusou, mas antes que pudesse terminar, ele já havia desligado.

Olhando para a tela escura do telefone, ela franziu a testa de leve e suspirou impotente. Que motivo teria para recusar o almoço com seu novo marido?

O Baiha era um restaurante cinco estrelas muito caro perto do escritório. Karen não costumava ir lá, a não ser que a empresa estivesse oferecendo refeições a clientes importantes.

Ao chegar, tentou evitar ser reconhecida. Mas quem diria que ela logo encontraria a assistente particular de Kevin, Amelia Gray?

Fingiu não vê-la, mas Amelia a chamou. "Senhorita Karen, o Diretor Kevin me pediu para buscá-la."

Karen sorriu envergonhada e rapidamente a seguiu.

Ela e Kevin eram legalmente casados, mas agora parecia que eles estavam tendo um caso. Foi muito constrangedor.

Quando chegaram na sala nº 1808, Karen viu que o outro assistente particular de Kevin, Nick, também estava presente.

Kevin pegou o casaco dela e o pendurou no cabideiro ao lado dele. Puxou uma cadeira para ela e disse: "A Amelia e o Nick trabalham comigo há muitos anos e sabem tudo sobre nós."

Karen assentiu e não falou mais nada. Apenas olhou para os assistentes.

Eles anuíram educadamente. Sem dizer nada, deixaram a sala juntos.

Kevin pegou uma tigela de sopa e entregou à esposa. "Trabalho em vários negócios há anos, então preciso de algumas pessoas para me ajudar."

Ouvindo a explicação dele, Karen sorriu tímida: "Bem, entendido."

O desjejum foi enviado por um criado da casa dele. Elites como Nick e Amelia eram apenas assistentes. As circunstâncias da vida de Kevin eram provavelmente mais complexas do que ela havia imaginado.

Karen não queria ir a fundo nisso. Afinal, ela já havia concordado em se casar com ele. Ela apenas sentia que ele parecia uma pessoa boa, e isso não se dava por causa da criação e da família dele.

Eles não falaram muito e comeram em silêncio.

Além disso, Kevin havia sido ensinado a não falar durante as refeições desde criança, por isso não costumava fazê-lo à mesa.

O almoço foi muito tranquilo.

Quando largaram os garfos, Kevin disse calmo: "Daqui para frente, você tem que comer, não importa o quão ocupada esteja no trabalho."

Karen assentiu, "Eu vou."

Ao ouvir a resposta superficial, os olhos dele escureceram sob os óculos de aro dourado. Obviamente, estava insatisfeito e disse: "De hoje em diante, venha almoçar comigo."

O tom de Kevin foi um tanto autoritário, mas Karen não se aborreceu. Ergueu os olhos e sorriu para ele. "Obrigada por sua preocupação, Diretor Kevin, mas ..."

"Diretor Kevin?" Ele arqueou as sobrancelhas. "Já que você me chamou de Diretor Kevin, não gostaria de ouvir o que eu, como seu novo chefe, exijo de você?"

O homem usou a autoridade dele para controlá-la tão rápido.

Karen trabalhava na Innovative Tech há três anos. Ela geralmente era uma pessoa inteligente, mas agora, de fato, não sabia como lidar com o marido.

Kevin aproveitou a oportunidade para continuar, "Você precisa de almoçar comigo."

Ela não queria almoçar com ele todos os dias, mas não conseguiu encontrar uma desculpa para recusar, então teve que assentir e concordar.

Logo deu uma desculpa esfarrapada para escapar correndo.

Vendo Karen saindo às pressas, os olhos de Kevin escureceram um pouco e seus dedos finos bateram na mesa inconscientemente, como se estivesse planejando algo.

"Senhor." Uma mulher, que parecia ter uns quarenta ou cinquenta anos, bateu na porta e interrompeu os pensamentos dele.

Kevin levantou os olhos frios. "Qual é o problema?"

A mulher perguntou: "Você gostou desses pratos?"

Ele era exigente com a alimentação, então era raro comer fora. No entanto, esse restaurante fazia parte do seu império. Seus subordinados haviam organizado a elegante sala privada de acordo com o gosto dele. E é claro, alguém teria que servi-lo e preparar sua comida.

Essa mulher era responsável pelas refeições dele desde que ele era criança e era quem melhor conhecia seu paladar.

"Prepare dois pratos da culinária Sichuan a cada refeição de agora em diante. Mas nada muito picante." Ele não respondeu à pergunta dela, mas deu-lhe essa ordem.

Kevin preferia comida insossa, mas Karen gostava de pratos picantes. Ela nunca lhe contou isso, mas ele sempre soube.