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Capítulo 1: A caçada
Mariana acordou com o som do galo cantando. Ela se levantou da cama e se vestiu rapidamente. Ela pegou seu arco e sua aljava e saiu de sua cabana de madeira. Ela respirou o ar fresco da manhã e sorriu. Ela adorava viver na aldeia de Sol Nascente, um lugar tranquilo e pacífico, cercado pela floresta encantada. Ela cumprimentou os outros moradores que já estavam acordados, preparando o café da manhã ou cuidando dos animais. Ela caminhou até a borda da floresta, onde seu melhor amigo a esperava.
Bom dia, Lobo - ela disse, abraçando o lobo branco que tinha o tamanho de um cavalo.
Bom dia, Mariana - ele respondeu, lambendo seu rosto.
Mariana era uma das poucas pessoas que podia se comunicar com os animais mágicos. Ela tinha esse dom desde que nasceu, e por isso era muito respeitada e querida pelos habitantes da floresta. Ela considerava os animais como seus irmãos, e eles a protegiam e a ajudavam em suas caçadas.
Está pronto para mais uma aventura? - ela perguntou, montando no lobo.
Claro que sim - ele disse, correndo pela floresta.
Mariana e Lobo eram os melhores caçadores da aldeia. Eles sabiam onde encontrar as melhores presas, como cervos, coelhos e aves. Eles nunca matavam mais do que o necessário, e sempre agradeciam aos espíritos da natureza pelo alimento. Eles também evitavam caçar os animais mágicos, que eram seus amigos e aliados.
Enquanto corriam pela floresta, eles ouviram um grito agudo vindo de cima. Eles olharam para o céu e viram um falcão vermelho voando em sua direção.
Olá, Falcão - Mariana disse, acenando para o pássaro.
Olá, Mariana - Falcão disse, pousando em seu ombro.
Falcão era outro amigo de Mariana. Ele era um excelente vigia, capaz de ver tudo o que acontecia na floresta. Ele também era muito inteligente e curioso, sempre querendo saber mais sobre o mundo.
O que você tem para nos contar hoje? - Mariana perguntou.
Eu vi algo muito interessante - Falcão disse. - Há uma clareira na floresta onde crescem as mais belas flores que você já viu. Elas são de todas as cores e formas, e exalam um perfume delicioso.
Que maravilha - Mariana disse. - Você pode nos levar até lá?
Claro que sim - Falcão disse. - Sigam-me.
Falcão voou na frente, guiando Mariana e Lobo pela floresta. Eles passaram por árvores gigantes, riachos cristalinos e pedras brilhantes. Eles viram vários animais mágicos pelo caminho, como fadas, duendes e centauros. Eles cumprimentaram todos com cordialidade e respeito.
Depois de algum tempo, eles chegaram à clareira das flores. Era um lugar incrível, cheio de luz e cor. As flores eram tão grandes quanto as pessoas, e tinham formas variadas, como estrelas, corações e espirais. Elas exalavam um aroma suave e agradável, que enchia o ar de paz e harmonia.
Uau - Mariana disse, admirada. - Que lugar lindo.
Eu disse que você ia gostar - Falcão disse.
É incrível - Lobo disse.
Mariana desceu do lobo e caminhou pela clareira. Ela tocou as flores com delicadeza, sentindo suas pétalas macias e sedosas. Ela respirou fundo, sentindo-se relaxada e feliz.
Ela se aproximou de uma flor azul que tinha o formato de uma lua crescente. Ela achou a flor muito bonita e decidiu colhê-la para levar para sua casa.
Ela pegou sua faca e cortou o caule da flor. Ela esperava ouvir um som de corte, mas em vez disso, ela ouviu um grito de dor.AAAAAHHHH!!! - a flor gritou.
Mariana ficou assustada e soltou a faca. Ela olhou para a flor e viu que ela tinha um rosto. Um rosto que estava torcido de agonia.
O que você fez? - a flor perguntou, com uma voz chorosa. - Por que você me machucou?
Me desculpe, me desculpe - Mariana disse, sem saber o que fazer. - Eu não sabia que você era viva. Eu só queria levar uma lembrança desse lugar.
Você não podia ter me pedido? - a flor disse. - Você não podia ter me tratado com respeito? Você não sabe que nós somos as flores mágicas, as filhas da floresta?
Eu sinto muito, eu sinto muito - Mariana repetiu, sentindo-se culpada e envergonhada.
Ela olhou em volta e viu que todas as outras flores também tinham rostos. Rostos que a olhavam com raiva e desprezo.
Você é uma caçadora cruel e sem coração - uma flor vermelha disse.
Você é uma invasora sem educação e sem modos - uma flor amarela disse.
Você é uma inimiga da natureza e da magia - uma flor roxa disse.
As flores começaram a se mexer, soltando suas raízes do solo. Elas se aproximaram de Mariana, cercando-a por todos os lados. Elas estenderam seus caules, que tinham espinhos afiados, e se prepararam para atacá-la.Socorro! - Mariana gritou, assustada.
Ela tentou correr, mas as flores eram mais rápidas. Elas a agarraram pelos braços e pelas pernas, arranhando sua pele e rasgando suas roupas. Elas a levantaram do chão e a balançaram no ar, como se fosse um brinquedo.Pare! - Lobo gritou, tentando ajudar sua amiga.
Ele avançou sobre as flores, mordendo seus caules e rasgando suas pétalas. Mas as flores eram muitas, e ele logo foi dominado por elas. Elas o enrolaram em seus caules e o imobilizaram no chão.
Lobo! - Mariana gritou, vendo seu amigo em perigo.
Falcão! - ela chamou, esperando que ele pudesse salvá-los.
Mas Falcão não estava mais lá. Ele tinha voado para longe assim que viu as flores se moverem. Ele era um covarde e um traidor, que tinha levado seus amigos para uma armadilha.
Mariana se sentiu desesperada e impotente. Ela não sabia o que fazer para escapar das flores mágicas. Ela pensou que ia morrer ali mesmo, naquele lugar que parecia tão bonito e inocente.
Mas então, ela ouviu um som diferente. Um som de cascos batendo no chão. Um som de um cavalo galopando pela floresta.
Ela virou a cabeça e viu uma figura dourada se aproximando. Era um unicórnio, o mais nobre e poderoso dos animais mágicos. Ele tinha uma crina longa e branca, um rabo felpudo e brilhante, e um chifre espiralado na testa. Ele era lindo e majestoso, como um raio de sol na escuridão.
Ele chegou até a clareira das flores e parou diante delas. Ele olhou para elas com autoridade e severidade.
O que vocês estão fazendo? - ele perguntou, com uma voz grave e firme.
Nós estamos punindo essa humana insolente - uma flor rosa disse. - Ela nos ofendeu e nos feriu sem motivo.
Ela é uma caçadora selvagem e desumana - uma flor laranja disse. - Ela merece sofrer e morrer.
Ela é uma inimiga da floresta e da magia - uma flor verde disse. - Ela deve ser eliminada.