Meu Tutor Mafioso
img img Meu Tutor Mafioso img Capítulo 5 Desconfianças
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Capítulo 6 Atrevida img
Capítulo 7 Decepcionada img
Capítulo 8 Armadilha do Coração img
Capítulo 9 Entre a Mágoa e a Paixão img
Capítulo 10 Sede de Vingança img
Capítulo 11 Estou Presa img
Capítulo 12 Desejo Ardente img
Capítulo 13 Sombras do Passado img
Capítulo 14 Confronto de Sentimentos img
Capítulo 15 O segredo no closet img
Capítulo 16 Rumo ao Desconhecido img
Capítulo 17 Uma nova pista img
Capítulo 18 Revelações Inquietantes img
Capítulo 19 Operação de Resgate img
Capítulo 20 Confronto de Emoções img
Capítulo 21 Revelações Amargas img
Capítulo 22 Reviravoltas img
Capítulo 23 Prisioneira img
Capítulo 24 Distância img
Capítulo 25 O Retorno img
Capítulo 26 Incontrolável img
Capítulo 27 Mais Dúvidas img
Capítulo 28 Encontro Arriscado img
Capítulo 29 Reencontro Inesperado img
Capítulo 30 Tensão Familiar img
Capítulo 31 Amizade Fortalecida img
Capítulo 32 Um Retorno Inesperado img
Capítulo 33 Preparada img
Capítulo 34 Um Cretino img
Capítulo 35 Centro das Atenções img
Capítulo 36 Questões Pessoais img
Capítulo 37 Disputa de Forças img
Capítulo 38 Ordens são Ordens! img
Capítulo 39 Um Encontro Emocionante img
Capítulo 40 Uma Despedida Emocionante img
Capítulo 41 Nova Fase img
Capítulo 42 Novas Revelações img
Capítulo 43 Uma Mulher Perigosa img
Capítulo 44 Elas estão em Perigo img
Capítulo 45 Todos vão Pagar img
Capítulo 46 Um Encontro Perigoso img
Capítulo 47 Sentimentos Expostos img
Capítulo 48 Momentos Decisivos img
Capítulo 49 Um Novo Começo img
Capítulo 50 Epílogo img
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Capítulo 5 Desconfianças

Chiara

Acordei com um barulho no quarto. Rafael estava lá. Ele me deu um beijo suave na testa e me surpreendeu com um café da manhã carinhoso.

- Sinto muito pelo que aconteceu ontem à noite, Chiara - disse Rafael, com sinceridade. - Não queria que terminássemos o dia brigados.

Enquanto ele falava, as palavras e inseguranças da noite anterior ecoavam em minha mente. No entanto, aceitei o café da manhã com gratidão e começamos a conversar sobre planos para o dia.

- Chiara, tenho algo em mente - disse Rafael, parecendo hesitante. - Gostaria de te ajudar a reivindicar o que é seu por direito.

Essa declaração me pegou de surpresa. Sabia que minha mãe havia vivido com luxo, mas não estava segura se eu tinha direito a aquilo, ou se Vittorio estava dizendo a verdade.

- Eu compreendo que é complicado, Chiara - continuou Rafael, percebendo minha confusão. - Mas você merece isso. Conheço um ótimo advogado que pode te ajudar. Ele é discreto e lida bem com situações delicadas.

A oferta de Rafael de ter um guia no mundo legal era tentadora. Nunca havia tratado de assuntos financeiros, e a sugestão era atraente. Após um momento de reflexão, concordei em pelo menos falar com o tal advogado.

Horas depois, estávamos no escritório do advogado. O lugar era elegante, repleto de livros encadernados e com uma vista impressionante da cidade. O advogado, uma figura experiente de meia-idade, nos cumprimentou calorosamente.

- Chiara, estou ciente de sua situação e entendo a delicadeza disso - começou o advogado. - Para reivindicar os bens de sua mãe, precisaremos de documentos que confirmem a propriedade.

Ele detalhou o processo, ressaltando a importância de provas documentais. Sugeriu que procurássemos pela mansão onde eu cresci, pois documentos vitais poderiam estar lá.

Saí do escritório com um misto de esperança e ansiedade. No caminho de volta ao apartamento de Rafael, ele me incentivou a retornar à mansão e procurar os documentos conforme sugerido pelo advogado.

- Acho que ainda não estou pronta para lidar com Vittorio - confessei a ele, sentindo o desconforto aumentando.

Não me sentia preparada para compartilhar minhas verdadeiras razões de insegurança com ele.

- Chiara, sei que é um passo difícil, mas acredito que isso te ajudará a encontrar respostas e paz - ele afirmou.

As palavras persuasivas de Rafael gradualmente começaram a envolver meus pensamentos. Era meu direito entender o que minha mãe havia deixado para trás.

No fim das contas, acabei cedendo. Meu coração batia mais rápido enquanto Rafael dirigia de volta à mansão. Ao chegar ao hall de entrada, Henriqueta já estava me esperando. Imaginei que os seguranças tivessem a alertado sobre minha chegada.

- Minha querida, que bom que voltou! - Henriqueta me abraçou com emoção.

Brincando, comentei:

- Henriqueta, eu só estive ausente por um dia, não foram semanas!

Ela riu alegremente, seus olhos brilhando com emoção contida.

- Eu estava preocupada com você, Chiara. Nunca a vi passar sequer um dia longe desta casa.

Henriqueta estava certa. Afinal, ela era minha única família, considerando o quanto me importava com aquela gentil governanta.

- E onde está o todo poderoso? Já voltou para a Sicília? - Curiosa, perguntei.

- Estou aqui, Chiara. Deseja falar alguma coisa importante comigo? - sua voz soou, carregada de sarcasmo.

A voz de Vittorio me surpreendeu, sua presença imponente no hall me fez dar um pulo de susto. Ele estava ali, como sempre, com seu jeito brusco e imponente.

- Na verdade, não. Estou aqui apenas para organizar todas as minhas coisas e amanhã estou indo embora desta casa. De uma vez por todas.

Minha resposta não foi somente para Henriqueta, mas sim uma afirmação direta a Vittorio.

- Não pode fazer isso, querida! - Henriqueta me repreendeu quase imediatamente.

Minha resposta, porém, tinha um alvo: Vittorio. O observei atentamente e pude notar sua expressão descontente com minha atitude. No entanto, não tinha medo dele, e estava determinada a deixar isso bem claro a cada instante em que estivéssemos juntos.

- Chiara é livre para fazer o que desejar, Henriqueta - Vittorio disse com tranquilidade suspeita - No entanto, eu tenho uma proposta para fazer. Pode me acompanhar até a biblioteca?

A curiosidade foi maior que qualquer outra coisa e concordo em seguir Vittorio até a biblioteca.

- Eu fiz uma promessa alguns anos atrás - Vittorio começou a dizer, após sentar-se na cadeira imponente por trás da escrivaninha de mogno - Infelizmente eu não consegui cumprir aquilo que prometi e isso me deixa bastante irritado, Chiara.

- Fico triste em saber disso - Eu estava sendo irônica - Mas eu realmente não posso te ajudar.

- Ainda assim, farei uma última tentativa. O que acha de esquecer essa ideia de casamento e me acompanhar de volta para a Itália? Tenho certeza que vai gostar de morar na Sicília.

Foi impossível conter uma gargalhada.

- Isso só pode ser uma piada, Vittorio - Não me contive - Há cinco anos você é meu tutor, mas nunca se preocupou em me conhecer, em estar perto de mim. Agora quer que eu abandone toda a minha vida em São Paulo e vá morar na Sicília? A resposta é não, Vittorio. Eu não vou com você.

Não esperei para ver a reação do meu tutor. Apenas dei-lhe as costas e saí da biblioteca sentindo grande satisfação por ter recusado o convite de Vittorio, algo que sempre sonhei em fazer.

Durante anos eu esperei pelo momento em que o meu tutor finalmente iria prestar atenção em mim. No início, apenas porque eu me sentia sozinha após a morte da minha mãe e precisava que qualquer pessoa estivesse comigo. Com o passar do tempo, o sentimento foi mudando e quando eu procurava pelas fotos de Vittorio, não era mais de maneira tão inocente e singela.

Após o meu aniversário de dezoito anos, não foi apenas o meu corpo que mudou. Os meus pensamentos se tornaram mais pecaminosos. Eu passei a ver Vittorio de maneira diferente e a aguardar ansiosa pelo momento em que ele viria me visitar.

Quando isso finalmente aconteceu, a decepção de receber um ursinho de pelúcia como presente de aniversário me fez recuar. Eu tentei chamar a atenção de Vittorio ao me recusar vê-lo. Fiquei dentro do quarto e me recusei a sair de lá. Mas ele não pareceu se importar com a minha atitude e simplesmente foi embora. Voltou para Itália sem ao menos insistir em me vê. Isso me deixou muito decepcionada.

Agora que eu conheci alguém especial e que tenho a possibilidade de formar a minha própria família, Vittorio tenta se aproximar e me impedir de fazer aquilo que desejo. Ele está muito enganado se pensa que uma viagem para Itália vai me convencer a desistir.

- Você recusou, não é mesmo? - Henriqueta perguntou, ao me ver subir os degraus apressada.

- Claro que recusei! E não penso em mudar de ideia.

Subi para o andar de cima disposta a ir para o meu quarto e lá permanecer até que a minha raiva diminuísse um pouco. Porém, ao passar pela porta do quarto que pertenceu a minha mãe, eu mudei de ideia. Aquele era um bom momento para tentar encontrar algo sobre o meu passado e o que é meu por direito.

                         

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