Capítulo 5 Primeiro contato com Saymon

Aurora estava admirada com tudo que ela via, porém tudo aquilo não lhe pertencia, aquele jamais poderá ser seu mundo, sua vida, ela apenas precisa interpretar seu papel para que tudo acabe o mais rápido possível.

Aurora finalmente achou algo que não era tão confortável, mas que poderia usar dentro de casa sem se sentir tão estranha.

Claro que aquela vida seria um desafio para aquela moça que jamais soube lidar com aquele tipo de pessoa, a vida de Allana era totalmente diferente da vida de Aurora.

Após tomar banho, e se trocar, a mulher tinha um grande desafio pela frente, saber como seria quando Saymon retornasse para casa, mas a maior dúvida que vinha em sua mente era porque no quarto de Allana não havia nada de seu marido, onde ficavam suas coisas, qual horário que ele saía e retornava para que ela possa sair depois dele e voltar antes dele.

-Devo perguntar a essa moça que atendeu a porta, mas ela vai achar estranho, nem ao menos sei como me comunicar.

Devo fazer uma coisa de cada vez, anotar tudo que penso ser importante assim poderei pelo menos ter uma base do que esperar.

Aurora pegou um caderninho pequeno que coubesse em seu bolso, e um lápis e o quebrou assim poderia carregá-lo despercebidamente.

Caminhando até a porta, Aurora abriu e olhou em volta, ela queria ter certeza de que não houvesse nenhum funcionário por perto, assim poderia conhecer o andar de cima da casa.

Aurora não precisou ir muito longe para encontrar o quarto de Saymon, ao abrir a porta e ver algumas coisas masculinas, ela já pôde entender que aquele quarto pertencia ao marido de sua irmã.

-Se ela dorme naquele quarto que eu estava e só tem seus pertences, e pelo que vejo nesse quarto só há pertences masculinos, eles não dormem no mesmo quarto, como poderei ter certeza.

Estou muito confusa.

Rapidamente Aurora saiu do quarto de Saymon e retornou para o de Allana, que no caso seu quarto.

Poucos minutos se passaram quando Marta bateu na porta.

-Sra. Posso entrar?

-Sim por favor. A voz de Aurora era mais baixa quase que Marta não ouviu.

-Vejo que a Sra. Não está muito bem, trouxe esse remédio, como não costuma ficar em casa e sempre fazer compras, vejo que hoje não está muito disposta, me desculpe meu atrevimento, mas logo o patrão vai chegar, devo dizer que não se sente bem?

-Estou bem, só um pouco cansada, poderia me dizer que horas ele vai chegar? eu estou perdida hoje.

Mesmo pensando que não era uma alternativa tão boa ela arriscou dizer essas palavras para ver se a governanta pode te informar pelo menos o horário que Saymon vai chegar.

-Penso que senão houver nenhum imprevisto o Sr. irá chegar por volta das seis e meia o horário de sempre.

-Claro, está certa.

-Tem certeza de que não deseja que eu trague o jantar?

-Tenho sim, muito obrigada!

Aurora vê o jantar como um ótimo momento para sondar como é a vida de sua irmã, claro que ela pode não ter sorte, mas está confiante, porque esse é o único jeito de tentar saber de algo sem ser pega.

Passando mais algum tempo, Saymon chegou da empresa e como de costume se sentava no sofá e a governanta pessoalmente servia um café, ele não gostava muito de ser servido pelos dê mais funcionários, era um homem muito exigente.

Saymon gostava de tomar seu café, com pouca luz, e apenas seus pensamentos para lhe acompanhar, e não sabendo disso Aurora se aproximou.

-Boa noite.

Como foi no trabalho?

Claro que Saymon estranhou a gentileza de sua esposa, a suavidade na voz da menina era algo que ele nunca presenciou, porém pensou que ela estava querendo amenizar as coisas depois da pequena discussão que tiveram.

-O que há com você?

-Por quê?

-Em um ano que estamos casados, você jamais me perguntou como foi no trabalho, nem ao menos me dirige a palavra quando eu chego.

-Eu apenas quero ser gentil.

-Está fazendo isso porque foi malcriada antes?

-Sim, me arrependo pelo ocorrido.

Como Aurora não sabia o que tinha acontecido, ela apenas poderia se desculpar sem argumentar.

-Não se preocupe, pelo que conheço de você em um ano, eu não esperava muito.

-Me desculpe Sr. não quero ser rude.

-Sr.

É estranho te ouvir me chamar assim, após um ano de casados, você decidiu que será formal comigo, apenas porque disse que está cansada e que deseja se divorciar, eu já entendi qual o seu jogo, está sendo gentil e me tratando como senão fossemos nada para apenas se ver livre de mim, você está enganada achando que vai conseguir o que deseja.

-Não, você me entendeu errado, eu não estou fazendo jogo nenhum.

"-Querida Allana, vou te explicar como funciona as coisas comigo, quando te vi pela primeira vez você me chamou muito atenção, confesso que fiquei deslumbrado com sua beleza, porém você parecia ser uma garota correta, mas ao longo desse ano eu descobri coisas terríveis sobre você, sei que eu não fui o único homem em sua vida, porém para a minha sorte, descobri antes do casamento, e ao longo do ano só foi piorando minhas descobertas.

Você é uma menina fútil, pensou que se casando comigo sairia da lama e teria uma vida fácil, a princípio era o que você teria, entretanto descobrir atrocidades sobre sua pessoa, me deixou com muita raiva, então decidi te castigar até quando eu desejar, você pensou que eu seria a isca perfeita, a vergonha que eu passei por me casar com você, você vai sentir mil vezes pior.

-Mas, Sr.

-Não venha com mas, eu conheço o seu tipo, e você não vai mudar meu pensamento jamais, não venha se fazer de boa moça, não espere divórcio pois eu não te darei.

Aurora poderia entender um pouco do que estaria acontecendo entre Saymon e sua irmã, claro que Allana queria se divorciar de um homem que a despreza e que não tem nem um pouco de compaixão, apenas está usando-a.