Capítulo 2 Primeiro Capítulo

5 Anos depois

O destino foi babaca, mas no fim nós queria junto.

Inacreditável era a palavra que definia perfeitamente bem o momento, incrédulo era como Lucio se sentia. O velho seu pai como sua mãe alertou anos atrás cumpriu a promessa, deixou a missão quase impossível para que o mesmo continua-se como CEO das empresas EmpressB.C. O homem que um dia chamou de pai, mas que deixou de exercer esse papel no dia que levantou a mão pela primeira vez para si mesmo morto conseguiu destruir seu sonho de uma forma que nem respirando conseguiu. Para Lucio não existia nada mais importante que a empresa e perdê-la doía mais do imaginou.

" Para você continuar CEO você precisa gerar um herdeiro, e você tem um ano e três meses para isso. Em relação ao prazo caso no mês quatorze você engravide alguém você permanece como CEO, a criança não precisa nascer em um ano e três meses ela precisa ser gerada. Contudo, caso o prazo acabe e você não tenha um herdeiro nascido ou a caminho você automaticamente perde a cadeira da presidência da empresa e ela passará a ser de sua irmã, Camile"

As palavras do advogado rondam a cada segunda sua mente, seu pai sabia que é impossível que cumprir-se com suas exigências. Lucio acreditava que de onde ele estivesse ( esperava que no inferno) ele apreciava seu sofrimento, o velho sabe que ele não aguentaria ver a empresa do avô na mão de sua irmã que e tão cruel como pai, e a destruiria apenas por capricho para vê-lo sofrer.

A maldade do seu pai não morreu com ele, foi repassada com maestria para sua irmã. Ela desgostava tanto dele como o pai. Lucio muitas vezes tentava compreender de onde vinha tanto ódio, mas a resposta nunca vinha.

Durante anos Lucio lutou para chegar onde está, e isso só foi possível por na família ter a tradição dos herdeiros assumirem a cadeira, mas não de permanecer nela. Entretanto, se o senhor Parasi achou que seu filho abaixaria a cabeça facilmente seu tiro foi pela culatra, Lucio fará no prazo que resta o que o pai não fez em toda sua vida e depois deixara o império que tanto tinha medo de o filho manchar-se a imagem ser destruído por sua filha perfeita.

- Soube que não está nos melhores dos humores. - Diego invade a sala do amigo sem se dá o trabalho de bater, ele em todo a empresa era o único que podia o fazer e que tinha coragem para isso.

- Como queria que estivesse? Soltado fogos coloridos? - Lucio dispara áspero, com uma careta desgostosa em seu rosto.

- Não me ataque ao menos que queria claro ser jogado por aquela janela ali. - Aponta para a janela atrás do chefe. - Se você cair eu vou junto, ou acha mesmo que eu permaneceria na empresa quando sua irmã assumir a presidência?

Talvez depois de Lucio, Diego seja o que mais odiava Camile, não suportava nem mesmo ficar no mesmo espaço que a mulher. Ela não merecia o irmão que tinha, não merecia ter a honra de ter o mesmo sangue do amigo. Lucio para quem não o conhece-se parecia um homem inabalável, mas para Diego que sabia mais de si do que ele mesmo conhecia sua fragilidade e suas feridas exposta.

- Você volta para a empresa do seu pai. - Diz como se fosse óbvio.

Diego o faria, voltaria a trabalhar no escritório de advocacia do pai, só o deixou de fazer para trabalhar junto do melhor amigo e não se arrependia, mesmo dizendo por vezes que sim. Todavia, Diego não sabia como se acostumaria longe do outro, sem ter alguém para irritar nas horas vagas.

Eram amigos desde a infância mais precisamente desde os cincos anos, estudaram sempre juntos, fizeram faculdade junto e Lucio ainda é seu padrinho de casamento e de sua filha, trabalhar longe dele não é uma opção.

- Você abre seu puteiro, disse que sempre quis um. - Lucio sorrir com malícia diante da ideia. - Viu até um sorriso no rosto abriu com a ideia.

- Vou abrir um puteiro e prostituir você. - Rir da careta de Diego. - Mas fala o que você veio fazer aqui, certeza que não foi fazer papel de palhaço para me alegrar.

Diego sentiu vontade de dizer que sim, foi para faze-lo rir e descontrair o clima pesado que o círculo há alguns dias. Entretanto, o motivo de está ali era um que irritaria mais o Ceo.

- Mal agradecido.- Põe as mãos na cintura fazendo seu costumeiro drama. - Os homens com que anda saindo não tão dando conta? Por isso o mau humor?

- Diogo Linnzarre, fala logo! - Lucio desvia a atenção dos papeis que estava organizando para lhe direcionar um olhar sério. - Fala ou será você que será jogado pela porra daquela janela, não sei se você trabalha, mas eu sim.

- Okay, okay! - Diogo suspira antes de finalmente falar. - Vim dizer que o jantar de comemoração dos dez anos de parceria a família Kiefer ocorrerá hoje.

- Sim, eu sei e você irá nos representando. - Lucio diz sério cruzando os braços.

- Vou ficar com minha filha prometi a ela uma noite só nossa. - Sorrir presunçoso irritando Lucio, que sabia que esta fazendo tudo isso de propósito. - Sei como ama esses jantares formais. - Profere com tanta ironia que surpreende o amigo com a mesma não escorrendo do canto de sua boca. - Já disse o que pretendia, se me dê licença tenho trabalho a fazer até mais tarde Lucio e se quiser terminar tudo antes do jantar que sei que amar ir, sugiro acelerar aí tudo que ainda precisa fazer. - Fala dando passos para trás em direção a saída. - Você amará o restaurante e soube que o chefe é um gato, quem sabe você não termina a noite mais feliz do que imagina. - Mal termina de dizer para sair de forma apressada antes que Lucio deixe a cadeira para fazer algo consigo.

Lucio odeia jantares formais onde os participantes em sua maioria o aturaram apenas por sua posição, tem raiva de seus olhares julgadores que por mais que tentem disfarça são perceptíveis, nem a melhor das máscara esconder seus preconceitos por o mesmo ser gay e CEO de uma das maiores empresa do país. Se dependesse deles Lucio não ocuparia a posição que esta hoje, talvez hoje no jantar mais do que nunca eles demonstrem seu desprezo por si e felicidade pelo testamento do seu pai, que sua irmã fez questão de divulgar. Apenas um dentro todos Lucio mantinha uma boa relação, uma amizade genuína.

"Velho desgraçado" mais uma vez no dia praguejou seu pai.

A sociedade fala tanto em evolução, mas continua retida em pensamentos fechados, para eles um homem amar um homem e mais errado do que um pai assassinar seu filho por ser gay, vale mais ser preso do que ter uma vergonha na família, até amar se tornou errado. A evolução anda tão lenta que Lucio teme não está mais vivo quando ela acontecer, o sonho de andar na rua de mãos dadas com seu parceiro sem ser julgado talvez nunca passe de um sonho.

Uma vez quando tinha dezoito anos recém feitos lembra de esta vagando pela internet desinteressado, até que esbarra em uma publicação de alguém desconhecido, que publicava uma carta de desabafo do amigo que dias atrás tentou tirar a vida de tanto que o pai dizia que gays deviam morrer, Lucio chorou diante das declarações do garoto pois o entendia e se imaginou facilmente em seu lugar. A carta nunca foi esquecida e mesmo tantos anos depois Lucio ainda sente vontade de conhece-lo e ver se está bem depois de tudo.

A tarde passa com lentidão, Lucio inerte em seu trabalho lendo e assinando documentos. Ficou tão distraído que não nota a porta se abrir e alguém invadir sua sala sorrateiramente.

- Que sala linda! - Pula espantado na cadeira quando escuta uma voz de criança, a incredulidade é tão grande que por segundos imagina esta delirando.

Segura a respiração por um momento temendo ter escutado errado, mas quando abaixo os papéis que estava lendo encontra um garoto parado perto da porta olhando tudo ao redor com um ar de admiração. Encara sem piscar o menino de no máximo cinco anos, que pula de susto ao nota sua presença na sala, dando passos para trás até ficar com as costa colada na porta o olhando assustado. Lucio tenta, todavia e impossível não reparar em cada traço da criança, algo em sua aparência prende sua atenção, e não é cabelo loiro claro que provavelmente dependendo da luz se confundiria com branco, muito menos da boca cheia rosada com formato de coração, nem mesmo do rosto com formato simétrico que diria ser feito a mão, não, de tudo o que prendeu totalmente sua atenção foi seus olhos de um verde escuro tão escuro que em lugares com pouca iluminação se tornam negros com a borda azulada assim como os seus, e uma marca de família tão única que Lucio só viu sua família possuir, mas antes que seus pensamentos se tornem mais conflitantes um homem loiro junto com sua secretária adentram seu escritório sem bater.

- Que porra e essa? - Fala exaltado tanto pela invasão quanto pela surpresa.

- Desculpa senhor a culpa foi totalmente minha. - Olivia sua secretária diz desesperada, porém toda atenção de Lucio estava voltada para o homem do seu lado que o olhava de volta com a mesma curiosidade que o encarava.

Sua beleza o hipnotizou, principalmente seus olhos azuis claro que passam um ar de inocência contraditória com seu corpo que levam os pensamentos a se tornarem pecaminosos.

- Peço desculpa por meu filho senhor. - O loiro fala acariciando o cabelo da criança que olha tímido para o chão. - Vicente as vezes não consegue evitar explorar lugares desconhecidos, não sei de quem ele puxou esse lado aventureiro.

- Tudo bem. - Ameniza a expressão abrindo um sorriso.

- Hum... eu já vou indo Olivia, tenho um evento muito importante essa noite qual quero preparar eu mesmo, espero você na hora combinada. - Abre um sorriso cordial a amiga que retribuir. - Mais uma vez me desculpa pelo meu filho senhor. Tenha um ótimo fim de dia. - Se despede da amiga com um abraço saindo sem dá chance que Lucio fale mais algo.

- Seu namorado Olivia? - A neutralidade da voz de Lucio encoberta todo seu verdadeiro interesse na reposta.

- Nã.. não senhor! - Gagueja, sorrindo nervosa. - Sebastian é apenas um amigo. - O olha com duvida.

- Hum... - Resmunga satisfeito. - Boa noite Olivia, fecha o escritório antes de sair por favor. - Pega sua pasta na cadeira a frente da mesa se encaminhando para a saída. - Até segunda Olivia.

Olívia não viu, mas quando Lucio lhe deu as costas um sorriso malicioso enfeitava seus lábios, seu dia tinha acabado de terminar de uma forma melhor do imaginava.

"Sebastian..." Pensa aumentando o sorriso.

            
            

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