UNIDOS PELA VINGANÇA
img img UNIDOS PELA VINGANÇA img Capítulo 5 -4
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Capítulo 5 -4

NARRAÇÃO DANILO

Dra. Baldan levanta de sua cadeira, pega sua xícara de chá e simplesmente sai da sala sem responder nada sobre a proposta de atuarmos juntos.

- Essa mulher realmente é indomável!

Sr. Rech sussurra todo encantado e ao perceber que estamos sozinhos, sinto um desejo enorme de matá-lo me consumir. Tão fácil agarrá-lo pelo pescoço agora e assistir o ar esvaziar seu corpo, a vida indo embora...

- Você vai convencê-la!

Diz animado e se afasta de mim, indo até sua cadeira.

- Eu o que?

- Você vai falar com a Dra. Baldan.

- Se ela não quer trabalhar junto comigo, deixe-a ir! Tenho certeza que posso lidar sozinho com seus problemas jurídicos.

- Você não fica, se ela não ficar!

- O que?

- Os dois ficam ou os dois vão!

Sorri satisfeito por me dar a função de convencer a castradora de ficar, pois assim ele vai poder cortejar aquele robô sem sentimento e tentar se enfiar naquelas pernas frias.

- Seja rápido!

Balança a cabeça em direção a porta, me mandando ir logo atrás da coisa.

- Se eu me negar e rejeitar também a ficar nos seus termos?

Me faço de difícil como a Dra. Baldan e ganho uma sobrancelha erguida. Tenho a sensação que não surtiu mesmo efeito.

- Você não estava tentando ganhar aquele processo para mostrar ser melhor que o Juliano. Sua tentativa era roubar o lugar dele e estou lhe dando essa chance. Diferente de você, Aline nunca quis trabalhar aqui, então boa sorte para convencê-la.

- Se ela nunca quis trabalhar aqui, o que faz na empresa? Por que me trouxe e parece uma funcionária?

- Fizemos um acordo com ela, um tipo de vingança contra o juiz que pediu sua exoneração.

- Então vocês a ajudaram a derrubar o Dr. Vincent?

- Devemos suportar, já que ela mesma fez todo o processo. Limpa e de forma legal, derrubou aquele homem de seu poder e isso me fez querer mais do que nunca essa mente pra mim.

- Só a mente?

Minha pergunta que não deveria ter saído da mente ecoa pelo ouvido do meu inimigo que me olha firme, deixando claro que ultrapassei um limite.

- Você já sabe o que deve fazer para ficar, já pode sair.

Levanto da cadeira, saiu da sala e encontro a secretária. Poderia mandar tudo a merda e ir embora, mas para a minha vingança dar certo estar aqui dentro é essencial. Guardo o orgulho nas minhas bolas e decido procurar à castradora. Quem sabe no dia que ela finalmente me castrar, não encontre meu orgulho quentinho nas bolas.

- Sabe me dizer onde está a Dra. Baldan?

- Na cozinha com a Sra. Selma!

- Onde fica a cozinha?

Ela me leva até o local, que fica no mesmo andar. Assim que entro na cozinha, uma senhora me olha assustada e cutuca a Dra. Baldan. Acredito que o cutucão não era pra chamar atenção, mas um resmungar de dor entrega que doeu.

- O que foi isso, D. Selma?

- Um moço!

A castradora robô vira apenas a cabeça, mantendo seu corpo em frente ao fogão. Parece mexer algo em uma panela.

- É só o Dr. Vagina!

A coitada da mulher tem uma crise de riso e ficando constrangida pela risada sai correndo deixando o local.

- Ótimo! Você espantou minha ajudante, agora vai ter que assumir o lugar dela. Me passa a polpa de maracujá.

Fico parado no lugar, me negando a atender uma ordem dela.

- Eu sei que está aqui com a missão de me convencer e ficar parado em protesto não vai funcionar.

- Você é sempre mandona e irritante assim?

- Sim! Por isso quero mandar em você no trabalho.

- Trabalhar junto não te dá o poder de mandar em nada. Juntos! Juntos! Jun...tos!!!!!

Repito pausadamente, pego a polpa de maracujá que está em um copo e vou para o seu lado.

- Bom garoto!

Diz como se eu fosse seu cão adestrado e quero virar esse copo todo na boca pra ver se acalma a vontade que tenho de esganar essa mulher. Aline pega o copo, joga a polpa em uma calda de açúcar e o cheiro parece muito bom.

- Sinto cheiro de gengibre.

Digo e ela mostra em uma chaleira água fervendo com lascas de gengibre.

- Esse é o chá que te levaram?

- Quase! D. Selma errou a calda, ferveu o maracujá com o gengibre e ficou amargo.

Inclino a cabeça para frente para sentir o cheiro bom da calda de maracujá.

- Pode despejar pra mim o líquido da chaleira?

- Você sabe pedir educadamente?!

- Se estiver acostumado com ordens, posso mudar o tom do pedido. Acho que a Suzana te deixou bem acostumado a ser cachorrinho.

- Em algum momento vai parar de me atacar?

- Não!

Despejo o líquido na mistura dela e o cheiro que sobe é delicioso. Sem parar de mexer, parece cantarolar algo baixinho só pra ela, como se fosse um mantra importante na hora de fazer o chá. Desliga o fogo, tampa a panela e para de cantarolar.

- Não vou trabalhar com você.

Diz convicta de sua decisão e pega no armário duas xícaras.

- Você não quer nem tentar?

- Não!

- Nem sabe se somos bons juntos pra dizer não.

Olha pra mim e não sabia que olhos poderiam transmitir sarcasmo, deboche e outras coisas irritantes.

- Olha pra nós dois, não conseguimos nem manter um diálogo decente.

- Isso é bom! Pode ser favorável na discussão do que fazer em um caso.

- Não quero perder tempo discutindo com alguém um caso, para no fim a pessoa perceber que estou certa.

- Por que você vai estar certa?

- Sempre estou certa!

- Você nunca estaria errada se fosse uma máquina.

- Posso ser um robô.

Diz com diversão e é a primeira vez que a vejo sorrir com vontade e não com ironia, deboche ou sarcasmo. Ela tem um lindo sorriso, devia usá-lo mais.

- Isso explicaria muita coisa.

Resmungo e observo ela colocar o chá nas xícaras.

- Não confio nas pessoas e por conseqüência não consigo compartilhar as coisas. Para trabalhar com você preciso sentir um mínimo de confiança e ...

- Você não pode dizer que não sou confiável se nunca te fiz nada.

- Se é o tipo de pessoa que se envolve com alguém casado, não posso confiar.

- Minha relação com a Suzana não pode ser julgada por você, já que não conhece a causa, não é de sua jurisdição.

- Então me traga os fatos, me dê a jurisdição e julgarei se posso ter motivos para confiar em você.

- Não te darei nada, vai precisar confiar em mim.

- Não dá!

Senta em uma das cadeiras em torno da mesa, coloca uma das xícaras ao lado da dela e olha pra mim.

- Senta!

Sento ao seu lado e juntos tomamos o chá em silêncio. Isso é realmente muito bom!

- Meu pai abandonou minha mãe por causa de uma amante! Eu tinha três anos quando ele simplesmente pegou suas coisas e foi embora.

Conta com a voz bem baixa, suficiente para que só eu escute.

- Não posso lidar com esse fato, não posso confiar em você.

- Eu sinto muito! Eu... eu...

- É mentira!

Confessa e toma um longo gole de seu chá.

- É mentira!? Eu aqui sentindo pena de você! Eu devia desconfiar que robôs não possuem pais.

Ela está rindo? Na verdade está gargalhando e fico me sentindo um imbecil.

- Tá bom! Se você foi ingênuo o suficiente pra acreditar nessa historia e se sentir culpado por uma traição que não te pertence, mas se assemelha ao que fez, não e tão má pessoa assim.

- Você é má, sem coração, impiedosa, mandona, arrogante, prepotente...

Levanto e caminho em direção a porta, proferindo vários insultos.

- Sou eu quem não quer compartilhar nada com você. Não quero trabalhar com alguém tão... tão...

Fecho meus olhos e tento me acalmar antes de sair da cozinha. Não quero parecer um louco, já que a louca aqui é ela.

- Aceito a proposta! Avisa ao Sr. Rech que vamos trabalhar juntos.

Abro meus olhos, viro a cabeça para trás e Aline está de olhos fechados sentindo o cheiro de seu chá.

- Vai logo antes que eu mude de idéia!

Agora meu orgulho pesa demais dentro das minhas bolas e sinto minha masculinidade sumindo. Que Deus me ajude com essa mulher!

                         

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