-Papai, não, papai. - Eu gritava desesperada enquanto aquele lobo enorme preto e assustador devorava a única pessoa que eu tinha no mundo. Eu jurava que ia exterminar com cada um deles. Logo em seguida saí correndo para me esconder, mas o lobo era muito rápido ele me derrubou, e quando ele ia abocanhar minha cabeça, eu acordei assustada, ofegante, olhando ao redor e tentando controlar minha respiração.- Foi só um sonho Isa, só um sonho.- Eu disse para mim mesma tentando acalmar meus batimentos cardíacos que estavam acelerados.
Me levantei e fui ao banheiro, tomei um banho demorado, escovei meus dentes, arrumei os meus longos cabelos negros, e fui até a janela olhar como estava o clima nesse dia. Lá em baixo perto da cabana, estava meu pai, Gabriel Thorne, um caçador temido, respeitado. Mas não é qualquer caçador. Ele caçava Lobos, desde que me conheço por gente meu pai caça Lobisomens, ele me contou que esse é o legado da nossa família, e quando ele tentou desviar do seu destino, um lobo matou minha mãe. Desde muito nova eu fui ensinada que os lobos são criaturas terriveis, cruéis, uma maldiçao para nosso planeta, e se dependesse de nós, eles acabariam extintos. Eu me chamo Isabella Thorne, tenho 17 anos, e também sou caçadora de lobos. Comecei a caçar com 12 anos, meu pai me treinou a vida toda. Se eu tenho medo? Já tive, mas quando lembro que não pude crescer com uma mãe do meu lado, o ódio só cresce, esses malditos irão pagar. Desci para a cozinha tomar um café, hoje nós iriamos fazer a ronda na fronteira do nosso povoado, lá sempre aparece lobos, eles tentam a todo custo cruzar nossa terra. Enquanto tomava meu café, minha tia que estava pendurando as roupas no varal, entrou, logo em seguida meu pai também.Tia Clara era linda, morena clara, olhos marcantes, corpo escultural, ela dava certinho com meu pai, mas ele era cego pra enchergar toda essa beleza, ele ainda era ligado á minha mãe. - Vocês ficaram sabendo as notícias sobre a Alcatéia Lua de Ferro? Parece que coroaram um novo Alfa por lá. Disse ela empolgada, ela era contra matar essas criaturas, ela não queria que nós o machucassemos. Mas não intervia quando o faziamos, pois ela sabia que não adiantava.- Tia, porque você gosta tanto dos lobos? Eles são cruéis, mataram sua irmã. Eu disse em tom áspero, afinal ela não se importava com a morte da minha mãe. Ela ficou diferente, ficou em silêncio, pensativa, mas antes que pudesse me dar qualquer resposta, meu pai falou cok uma expressão séria no rosto.- Isa, sua tia é uma sem juízo, não dê atenção para o que ela fala, e não Clara, não estou sabendo nada. Mas esse alfa que fique esperto, pois se ele vacilar, eu o mato. Minha tia assentiu, em silêncio e se retirou, continuei com meu café, mas não parei de pensar na reação da minha tia, toda vez que falavamos sobre a mamãe, ela ficava diferente, como se ela soubesse algo e não podia contar a ninguém. Mas o que será? Assim que eu tiver oportunidade, irei conversar com ela, nem que seja preciso precioná-la. Algum mistério ronda essa casa e eu vou descobrir. Fui para a cabana, pegar minhas armas, prepará-las, coloquei a minha roupa de caça, e saí junto com meu pai para caçar. só voltaríamos a noite, ou depois de dias, enquanto tivesse lobos por ai, nós estaríamos fora. Antes de ir pra floresta, nós passamos no povoado, as pessoas nos respeitavam, outras tinhamedo de nós, diziam que nós eramos cercados de mistério e magia. Mas tinha uma senhora, uma bem velhinha, ela era curandeira, toda vez que ela me via ela sorria, e me dizia algo que não entendia. -Sua hora está chegando, muito em breve todo o mistério vai ser revelado.- Aquelas palavras me arrepiava, me deixava pensativa, meu pai sempre que via essa velha falar comigo tentava me interrogar a todo custo, só para saber o que ela falou.- nada pai, ela só queria saber se já pegamos lobos hoje, mas eu disse que passamos aqui antes de ir á caça. - Meu pai não ficou convencido, mas não perguntou mais nada, o que me deu um pouco de alívio. Seguimos para a floresta, fizemos nosso acampamento perto do riacho, e preparamos nossas armas. Mas nem tivemos muito tempo, avistamos um lobo enorme, com garras afiadas, ele estava farejando algo, parecia ser um... Veado? Nunca tinha visto um lobo se alimentar de animais, até onde meu pai me ensinou, eles só comiam humanos. Chegamos perto dele, sorrateira mente, apontando nossas armas, mas ele sentiu nossa presença e correu, eu atirei assim que percebi que iamos perde-lo de vista, mas pegou de raspão. Dali pra frente, foram horas tranquilas, poderia até dizer tediosas. Sem emoções. não avistamos mais lobos. Logo pela manhã voltamos para casa. Mas havia algo estranho, tinha marcas de sangue proximo a entrada de casa. de longe avistei minha tia, e não era ela. o que me deixou aliviada, mas algo nela estava diferente. Pude ver que seu braço estava com um curativo, mas ela estava estranha.-Tia, tudo bem? vejo que tem um curativo no braço. -Ela tentou se recompor, e empalideceu.- Tudo bem isa, os porcos escaparam, e eu na corrida para prendê-los acabei me arranhando na cerca.- Não convencida, olhei novamente para o braço dela, mas tinha algo estranho, uma especie de veia estava crescendo. Quando nós atingimos um lobo e ele consegue fugir, nós o encontramos tempos depois morto, Com sinais semelhantes a veia espelhado, era como se o wolfsbane espalhasse pelo corpo todo. O que minha tia estava escondendo?