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CEO do caos

Sinopse

Em um mundo arruinado por demônios, onde cidades viraram ruínas e a lei morreu junto com a civilização, ela só queria sobreviver. Mas ele queria mais. Queria possuir cada pedaço dela. Ele era o homem mais poderoso das Cinzas de Nova Roma. Frio. Rico. Impiedoso. Um CEO que reconstruiu seu império sobre sangue e pecado. Mas ninguém sabia o segredo por trás daqueles olhos vermelhos: ele não era humano. Ela, com a boca suja, a coragem no peito e um desprezo que cortava como faca, foi a única a olhá-lo sem medo. A única a cuspir na cara do diabo... e fazê-lo sorrir. Ele se apaixonou primeiro. Ela queria matá-lo antes de se apaixonar. Mas no fim, só um poderia sobreviver à marca que os uniria e condenaria ambos ao prazer e à perdição. Enemies to lovers. Sexo ardente. Amor proibido. Um pacto com o inferno disfarçado de romance.

Capítulo 1 Demônio sem nome

O céu, que um dia foi azul, agora veste um tom constante de cinza sujo, pesado, sufocante. As nuvens parecem feitas de fuligem, e o vento carrega cheiro de enxofre, metal queimado e morte.

As ruas estão lotadas. Humanos e criaturas de aparência quase humana caminham lado a lado. Mas basta olhar um pouco mais fundo, ignorar as peles bonitas e os trajes elegantes, e perceber: aquilo não é gente. São demônios. Alguns disfarçam melhor que outros. Alguns nem tentam.

Às vezes me pego desejando que o mundo voltasse a ser como antes. Antes das fendas. Antes dos portões se abrirem entre o mundo humano e o inferno. Antes da desgraça nos alcançar.

Eu era só uma adolescente quando o céu se partiu.

Lembro dos gritos. Dos incêndios. Das sirenes misturadas às gargalhadas monstruosas. Meus pais... morto por demônios de classe baixa. Depois, os demônios de classe alta dizimaram os demônios fracos como quem limpa sujeira. É a cadeia alimentar do inferno e nós estamos no fim dela.

No topo? O rei. O demônio mais poderoso desse lado da existência.

Hoje, os humanos vivem sob uma falsa paz. Uma encenação barata onde fingimos que somos livres, enquanto abaixamos a cabeça e sorrimos para não sermos os próximos a sangrar no concreto. Somos a ralé. A classe descartável. A moeda de troca.

E se você não tem um demônio para te proteger... bem, boa sorte não morrer de fome.

"Humana. Andar trinta e sete." - A voz vem de uma demônia de aparência quase impecável. Quase. Se não fossem os três

olhos, poderia passar por qualquer uma de nós. Ela nem me olha direito. Só aponta para o elevador.

Suspiro. Hoje é dia de entrevista. Vaga de T.I, supostamente.

Caminho até o elevador, onde outra humana já espera. Nos encaramos por um segundo. Ela sorri. não aquele sorriso feliz, mas um sorriso gasto, exausto, daqueles que a vida já mastigou e cuspiu.

Aceno, apertando o botão.

Quando as portas deslizam, uma cena bizarra se abre. Dezenas de demônios saem do elevador ao mesmo tempo. Altos, baixos, alguns com asas, outros com chifres. Pareciam palhaços saindo de um carro minúsculo num circo macabro.

Troco um olhar com a outra humana, fazendo um discreto aceno de cabeça. Entramos. Ela aperta o andar trinta e cinco. Eu, o trinta e sete.

O silêncio dentro daquele cubículo metálico é pesado. Um silêncio que soa mais como uma prece não dita.

Quando as portas se abrem no meu andar, meu estômago dá um nó. Um híbrido me espera. Metade humano, metade demônio. Eles são raros. E, sejamos honestos, mal vistos até mesmo pelos próprios demônios. Esse, no entanto, parece... bem-sucedido. Cheira a dinheiro.

"Entre. O CEO vai vê-la." - Ele abre a porta com um sorriso afiado.

Franzo a testa.

"O CEO? Eu vim pra uma vaga de T.I, não pra... sei lá, uma audiência infernal."

O híbrido ri, como se minha ingenuidade fosse o melhor entretenimento do dia.

"Não é você quem escolhe sua vaga, humana. É ele. Responda certo... e quem sabe, sai daqui como gestora de T.I."

Idiota presunçoso. Se eu soubesse que um demônio teria poder até sobre isso, nunca teria pisado aqui.

Penso seriamente em virar as costas. Sair. Desistir. Mas... eu não tenho escolha. Não tenho um demônio pra me sustentar. E vagas pra humanos são como ouro. Raras, disputadas, perigosas.

Engulo o orgulho, aperto os punhos e entro.

A sala... é estranhamente vazia. Minimalista demais, como se alguém tivesse arrancado qualquer traço de humanidade do espaço. Nenhum quadro. Nenhuma planta. Nenhum som além da minha própria respiração.

Só uma cadeira. No centro.

Posta como se eu fosse sentar no trono da minha própria execução.

Mas o que me arrepia de verdade... é perceber que, embora eu não veja ninguém ali... eu sinto. Sinto ser observada. Sinto olhos me queimando.

Ele está aqui. Em algum lugar.

Me esperando.

E eu não sei se essa entrevista vai me dar um emprego... Ou um destino pior.

Sento na cadeira enquanto olho em volta. As janelas bem polidas dão ênfase ao céu lá fora. Os pássaros não piam como antes e as plantas estão morrendo lentamente já que o sol pouco aparece e o ar não é mais tão límpido.

Demônios são sujos... De todas as formas.

"O que tanto olha, senhorita...?" - um demônio aparece das sombras.

Levo um tempo para raciocinar o que diz. Sua beleza dominante e quase humana demais por instante me engana, mas vejo seus chifres em meio ao cabelos escuros.

"Alloy, senhor...?" - rebato a pergunta.

"Saberá quando e se passar na entrevista."

Acena um vez com a cabeça. Um sorriso de canto em seus lábios. Ele caminha até a mesa que aparece em minha frente. Se encosta sobre ela e me fita.

Incansável, contante e dominante. Seus olhos mudam para uma coloração avermelhada. Veias saltam de seu antebraço. E algo surge aqui em baixo.

A baixo da pele. Um calor incansável e sensual. Não consigo deixar seu olhar, seu domínio.

"Você é sempre tão fogosa assim, Srta. Alloy?" - um sorriso presunçoso toma sua face quando percebe que aperto as coxas afim de buscar algum alívio sobre a pressão repentina.

"Apenas com os gostosos, sabe? O que não é o seu caso." - não sei o que diabos está acontecendo aqui, mas certamente não sairei por baixo. Ainda mais com um demonio.

Ele gargalha baixinho enquanto tira o paletó. Me fita de baixo. Morde o labio inferior.

Céus! Que home- que porra está acontecendo aqui?!

"Posso acabar com o que está sentindo, querida. Apenas se abra para mim..." - sugere.

Não falo nada. Apenas observo-o. Ele passa a mão pelos cabelos levemente grandes, a barba por fazer e, por fim, cruza os braços. Musculosos em concordância com os ombros largos.

O calor se intensifica e sinto uma umidade crescer em minha peça íntima. Ele parece farejar meu cheiro ao ar. Parece saber o que estou sentindo.

Meu entrevistador não para de sorrir sedutoramente. Ele desce e se ajoelha à minha frente, seus olhos ditam o que devo fazer. Mas não vou.

" Diga que sim e vou fazer com que isso suma, linda. Apenas diga sim..."

É claro! Algo surge em minha mente. Demônios são ardilosos e o desse tipo a minha frente é do pior tipo.

Agarro seus cabelos e puxo sua cabeça para trás. Se vou ser usada é bom que saiba com quem está lidando.

" Eu não preciso da sua ajuda, súcubo."

Um vislumbre de surpresa passa por seus olhos, mas logo se vai. Ele segura minha mão e se solta, gargalhando no processo.

Se levanta e bate palmas. Enquanto o faz, seu corpo ganha forma. Asas negras surgem e seus chifres se tornam grandes. Tatuagens surgem por seu corpo e sua altura aumenta ainda mais. Bem como seu cabelo, que agora vai até o queixo.

Fios negros escorrem por seu pescoço. Ele prende metade em um coque. Me fita, mas não demonstro surpresa e ele sorri como se estivesse satisfeito.

Em meu coração um pesar. Um súcubo menor matou meus pais. Nada comparado a este, é claro, mas ainda assim...

"Você passou, senhorita. Meus parabéns, será minha secretária pessoal. "

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